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História Black X White - Torre do dragão


Escrita por: KIAN-

Notas do Autor


Olá, gente <33 Como estão?

Desculpem a demora, as provas duraram duas semanas e depois meu carregador estragou de novo.
MAS QUE DESGRAÇA!
Porém, meu pai comprou um carregador novo, então essa bagaça (se os Deuses quiserem) vai parar de dar defeito. Já estou escrevendo o cap 20 e ele logo será postado e podem apostar, vai compensar a longa demora.
Obrigada por não desistirem de mim e dessa fic <3

Deixarei lerem agora, DESCULPEM OS ERROS. Obrigada aos favoritos e comentários, prometo responder a todos em breve <3 Obrigada pela paciência <3

Boa leitura <3

Capítulo 19 - Torre do dragão


Fanfic / Fanfiction Black X White - Torre do dragão

Kihyun corria pelo corredor da casa com seu pai correndo atrás de si gritando ordens. Entrou em seu quarto, batendo a porta em um baque e a trancando em seguida. Com as costas encostadas na madeira, escuta as batidas altas de seu pai, tentando inutilmente a abrir.

— Abra já essa porta! — Continuou batendo.

— Me deixa em paz! — Gritou de volta.

As batidas cessaram e então o garoto de 12 anos ouviu os passos de seu pai sumindo no corredor. Yoo desencostou as costas da porta e correu para seu armário, pegou uma mochila e começou a enche-la de roupas. As lágrimas rolavam por seu rosto, seus cabelos pretos estavam desgrenhados pela briga que teve com o pai mais cedo, seus braços estavam roxos em algumas áreas, marcas de dedos rodeavam seu pulso magro. Assim que terminou, pôs a mochila nas costas e nesse exato momento a porta foi aberta por seu pai, que tinha uma chave extra. Kihyun o encarava surpreso e assustado, enquanto o maior olhava para o filho com um misto de raiva e desgosto.

— Que mochila é essa? Onde você pensa que vai?

Yoo recuperou o pouco de coragem que ainda lhe restava. — Eu vou embora.

Passou pela porta, mas seu pai o segurou. — Você não vai sair dessa casa! — Falou quase gritando. Kihyun tentou se soltar, mas o maior apenas o empurrou contra a parede e sua mochila, que estava em apenas uma alça, caiu no chão. — Vai pagar por tudo que fez.

— Eu não fiz nada. — As lágrimas desciam, mas ele não vacilou na voz. — A culpa não foi minha, a mãe foi embora porque você não consegue controlar a sua raiva. Porque você é violento.

— Foi você quem pôs ideias na cabeça dela. — Se aproximou do filho. — Se não fosse por você, ela ainda estaria aqui.

— Não, ela estaria morta! — Seu pai lhe deu um tapa estalado no rosto. Yoo piscou, afastando as lágrimas e voltou a encarar o mais velho, com ódio, rancor e mágoa. Pegou sua mochila no chão e se apressou para fora da casa. Quando estava a poucos passos da saída, ele ouviu:

— Se você sair por essa porta, não será mais meu filho!

Ele parou de andar por um instante. — É tudo o que eu mais quero. — E foi até a porta, passando a mão na maçaneta e a abrindo.

— Você é igual a mim. Não esqueça disso. — Essa foi a última coisa que ouviu do pai antes dele morrer semanas depois.

Quando atravessou a porta, ele estava com 15 anos, estava um pouco mais alto, mas ainda magro. Tinha sua calça rasgada não intencionalmente, vestia um casaco azul-escuro sujo de sangue nas mangas e com capuz, suas mãos também estavam sujas de sangue, em sua bochecha havia um band-aid com desenho de bichinhos, embora tivesse 15 anos, parecia uma criança assustada e sem teto. Ele tinha a cabeça baixa, olhando para as mãos sujas, estava sentado em um sofá encolhido, parecia extremamente assustado. A sua frente se agachou um garoto de cabelos negros e olhos puxados de forma felina, ele sorriu para Kihyun.

— Não tenha medo, você está seguro com a gente. — Kihyun levantou o olhar. O sorriso do maior a sua frente o tranquilizava. — Meu nome é Song Gunhee Inagawa, como você se chama?

— K-Kihyun. — Falou baixo. — Yoo Kihyun.

Sorriu mais. — Woah, que nome bonito. Temos a mesma idade, não é? Sou de junho, e você?

— Novembro.

— Então eu sou seu Hyung. — Falou. Embora tivessem a mesma idade, Gun parecia bem mais velho e naquela época era maior que Kihyun. — Eu soube que você está a três anos na rua, é verdade? — Kihyun assentiu. — Não precisa mais se preocupar com isso, agora você tem uma casa e uma família.

Kihyun o olhou e sorriu, provavelmente o primeiro sorriso desde muito tempo. E então a imagem mudou, ele estava com 20 anos, os cabelos estavam agora tingidos de loiro, ele estava mais alto e não tão magro, tinha o físico de um adulto. Kihyun estava junto com Wonho, que tinha seus cabelos castanhos. Eles haviam sido transferidos do Japão para a Coreia, Yoo se sentia nervoso e assustado pela mudança e por voltar, depois de anos, para o país em que nasceu. Eles entraram na casa e deram de cara com um rapaz alto.

— Ah, vocês devem ser os novos moradores. Prazer, eu me chamo Chae Hyungwon. — Se reverenciou. Wonho e Kihyun fizeram o mesmo.

— Eu me chamo Yoo Kihyun e esse é Shin Hoseok. — Apontou para o rapaz ao seu lado.

— Mas pode me chamar de Wonho. — Sorriu.

Do banheiro saiu um rapaz secando os cabelos, assim que os avistou foi até estes, ficando ao lado de Chae. Kihyun o reconheceu na mesma hora. Era Gunhee, o garoto que o salvou a cinco anos atrás.

— Oh, é você, não é? Aquele garoto de Kyoto, Kihyun.

Yoo sorriu por ter sido reconhecido também. — É muito bom vê-lo novamente.

.

Com um sobressalto, Kihyun abriu os olhos e acordou do sonho realista. Piscou algumas vezes, se acostumando com a claridade. Se sentou na cama, um pouco tonto e olhou ao redor.

— O que…?

— Você acordou, finalmente. — O médico se aproximou da cama em que Yoo estava.

— Onde eu estou? O que aconteceu? Cadê Hyungwon? — Perguntou tudo de uma vez.

O senhor sorriu. — Calma, você precisa descansar. — Falou. — Você está na enfermaria do prédio. Kwangji me chamou para tratar de seus ferimentos, você perdeu muito sangue e ficou inconsciente por alguns dias. Seus amigos estão bem, ficaram esperando você acordar a noite toda, não sei onde eles estão agora, mas Kwangji quer te ver.

Kihyun tirou as pernas para fora da cama e se levantou, cambaleou e quase caiu, mas se segurou na borda da cama e permaneceu de pé, o esforço doía.

— Você precisa ficar de repouso. — Advertiu o médico.

— Estou bem, obrigado.

E então saiu da enfermaria, um homem lhe esperava do lado de fora e assim que lhe avistou pediu para que o seguisse e saiu andando, Kihyun obedeceu. Ele ainda pensava nos sonhos, que foram tão realistas quanto uma lembrança. Lembrar de coisas tão antigas lhe causava nostalgia e também saudades, enquanto estava naquele quarto branco, só conseguia pensar em Gun e em como queria estar com ele, depois daquele sonho que pareceu durar uma eternidade, Kihyun se deu conta de a quanto tempo ele nutria sentimentos por Gun. Desde a primeira vez que se viram Kihyun já se sentiu atraído e isso só aumentou com o passar dos anos. Isso dava a ele uns 13 anos gostando de Gun sem ele saber. Esse pensamento o fez ficar deprimido, depois de tanto tempo ele continuava sem coragem de contar sobre seus sentimentos. Decidiu que quando voltasse para a Coreia, contaria tudo.

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.

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— Eu disse que é à direita. Direita! — Jooheon discutia com Shownu no volante.

— Ya! Quem é o líder aqui? Eu sei o que eu estou fazendo.

— Ganha uma corrida e já se sente apto para dirigir nas ruas de Toyota. Tch! — Pegou o celular. — Quando chegarmos lá, o que você planeja fazer?

Shownu olhou para Jooheon e novamente para a estrada. — Eu que deveria perguntar. O que você planeja quando chegarmos? O que fará quando ver Yang Fai Lin? — Jooheon não respondeu, Son olhou para o espelho retrovisor e viu Hyungwon falando ao celular. — Eu sei o quanto é importante encontrar ele, para você, mas não deixe que as coisas tomem grandes proporções como da última vez.

— Eu sei disso. — Olhou para a janela. — Não vou cometer o mesmo erro.

— Chegamos.

— Os homens de Kwangji. —  Hyungwon falava ao celular. — Eu te ligo mais tarde… se tudo der certo. — E então desligou o aparelho. — Vocês estão prontos?

Shownu tirou uma arma do porta-luvas e Jooheon recarregou a arma que já estava em sua mão. Os três saíram do carro, esconderam as armas nas costas, na barra da calça, e entraram na boate. As luzes brilhavam e piscavam em diversas cores, fumaça saia de pequenas maquinas no chão, a música tocava alta e as pessoas dançavam animadas.

— Vamos nos separar. — Hyungwon sugeriu.

— Não, é melhor que fiquemos juntos, se Fai Lin estiver mesmo aqui, estará com muitos homens. — Disse Shownu.

— Eu concordo com Hyungwon. — Jooheon fez um sinal com o dedo, apontando em tudo. — Você viu o tamanho desse lugar? Vai demorar muito.

— É muito perig.

— Boa sorte. — Jooheon o corta, dando um tapinha em seu ombro e vai pela esquerda.

— Ya! Jooheon! — Ia o seguir, mas ele já havia sumido na multidão.

— Eu vou por esse lado. — Chae vai pela direita.

Shownu bagunça os cabelos e bufa. — Espera aí, eu vou com você. — E o segue.

.

No meio da pista de dança, Jooheon abria caminho entre os jovens, olhando ao redor tentando identificar Yang. Aquela boate era grande e estava lotada, achar Fai Lin seria uma tarefa difícil, principalmente se ele estivesse diferente desde a última vez que Jooheon o viu, a mais ou menos sete anos. Kwangji havia lhe falado qual era a missão, não era algo muito complicado, eles só precisavam pegar o envelope com o pagamento que Fai Lin estava devendo a Kwangji, era tão simples que Hyungwon poderia ir sozinho, porém, se tratando de Yang, poderia não ser tão simples e nem tão seguro. De qualquer forma, Kwangji mandou apenas Hyungwon na viajem, e Kihyun, caso acordasse a tempo e com disposição, mas como ele sabia o interesse de Jooheon no Lin, e como Hyungwon poderia precisar de reforços, ele resolveu mandar Jooheon na missão, esta que ele prontamente aceitou e quanto a Shownu, todos sabiam que não precisaria nem pedir que ele iria, ele nunca poderia deixar os amigos para trás, correndo riscos, ele se responsabilizaria até pelo que não era sua culpa e/ou responsabilidade.

Jooheon foi até o bar, pediu uma bebida e olhou ao redor, nenhum sinal de Yang. Quando a bebida chegou, um Whisky, ele pagou, pegou a dose e bebeu tudo de uma vez só, e saiu andando a procura. A boate não possuía algo como uma sala VIP, apenas vários andares. Nos fundos da boate havia uma porta para o porão, uma placa de neon vermelha com uma seta apontando para baixo, com os dizeres “Xangai – Restaurante Chinês” brilhando em vermelho luminescente. Jooheon não pensou duas vezes, se apressou até a porta e a adentrou. Aquele porão era muito maior do que parecia e sem dúvida possuía bastante personalidade. Mesas redondas estavam espalhadas, as paredes cinzas de cimento sem pintura estava decorado com pôsteres de motocicletas, dragões e mulheres nuas, pichações incoerentes em diversas cores se espalhavam aleatoriamente. As luzes esverdeadas davam uma iluminação macabra e decadente, mesas redondas de metal estavam espalhadas de forma desleixada, o bar de madeira fazia-o lembrar muito mais da máfia mexicana do que da chinesa. Homens comiam e bebiam em suas mesas, outros jogavam cartas e faziam apostas, garçonetes chinesas zanzavam de um lado para o outro com bandejas e trajando roupas curtas. No centro no local, ao invés de ter outras mesas ou coisa semelhante, havia um pequeno palco com uma grade ao redor, como uma gaiola, e em cima haviam três garotas seminuas dançando.

Cada minuto que ficava naquele lugar, sua ansiedade aumentava. Ele passou muito tempo atrás de Yang no passado, tentando descobrir o que ele fez com seus pais, mas então ele supostamente morreu naquele incêndio e toda sua “caça” foi em vão. Agora que ele descobriu que esse maldito estava vivo, mais do que nunca queria pega-lo, e depois de tantos anos ele estava ali, em algum lugar daquela boate imunda.

Olhou ao redor e não o avistou, ou tenha o visto e não soube que era ele, afinal, depois de anos, ele provavelmente estava diferente. Lee escolheu uma mesa e se sentou, não precisou chamar ninguém, pois logo uma garçonete de calção jeans bem curto, top com decote mostrando seus fartos seios, salto agulha e cabelos longos e soltos veio lhe atender.

— Do que gostaria?

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No segundo andar da boate o clima era diferente, parecia muito uma festa eletrônica com tema futurista. Um DJ afro-americano animava a festa com batidas e ritmos agitados, não havia mesas e nem cadeira, apenas um amontoado de pessoas pulando e se empurrando apertadas, de frente para um palco como se estivessem em um show de um ídolo famoso. As paredes eram todas de vidro, um monte de cacos de vidro amontoados, parecendo cristais com as luzes azuis do teto refletindo nos vidros e jogando feixes de luz azul por todo o lado. O chão era de metal e algumas esculturas robóticas se espalhavam por aí. Shownu e Hyungwon se entreolharam e em seguida olharam para a multidão. Achar Fai Lin naquela boate seria um desafio.

Hyungwon se aproximou de Shownu e falou alto perto de seu ouvido, para se fazer ouvir por cima da música ensurdecedora.

— Como vamos encontra-lo? — Perguntou. — Kwangji não disse onde ele estava, apenas que estava nessa boate.

Shownu se aproximou de Chae, da mesma forma que esse fez com sigo. — Eu acho que ele não está nesse andar.

Hyungwon olhou ao redor, depois falou para Shownu, de forma discreta: — Aqueles caras estão nos encarando. — Apontou com a cabeça para a escada que dava para o terceiro andar. — Deveríamos ir até lá.

— Não acho uma boa ideia, parece uma armadilha… Hyungwon, espera. — Seguiu o Chae, que andava em direção aos dois chineses altos que os encaravam.

Assim que se aproximaram os dois Chineses se reverenciaram, Hyungwon e Shownu se entreolharam, procurando respostas.

— Nos sigam. — O de cabelos tingidos de azul falou e subiu as escadas, o outro chinês, de cabelos compridos e negros, continuou no lugar. Antes que Shownu pudesse protestar, Hyungwon seguiu o azulado e Shownu se viu obrigado a segui-los. Assim que o fez, o de cabelos cumpridos os seguiu, deixando eles no meio de dois seguranças armados, ou seja: encurralados.

— Onde estamos indo? — Hyungwon perguntou.

— Para a torre. — O de cabelos azuis falou com uma calma apavorante na voz.

O segurança/guarda de trás explicou: — O nono andar.

— Precisamos encontrar o Jooheon. — Shownu cochichou, para somente o Chae ouviu.

O azulado se intrometeu. — Não se preocupem, ele está no -1 agora.

— Menos um? — Shownu franziu o cenho.

Eles haviam passado pelo terceiro andar, que parecia um cabaré, e foram para o quarto. Prédios precisam de elevadores, Hyungwon tinha certeza disso, pois subir tantos lances de escada cansava.

— O subsolo, ele está no porão agora, mas vai continuar descendo, provavelmente, até o nono andar negativo. — O cabeludo respondeu.

O azulado sorriu cruel. — O purgatório.

— Viemos por Kwangji, Fai Lin tem uma dívida com ele e deve pagar. — Hyungwon pronunciou. — Ele garantiu nossa segurança.

O de cabelos azuis olhou por cima do ombro para Hyungwon, ainda sorrindo. — Fai Lin? — Riu. — Ah, sim. — E voltou a andar.

Depois de lances de escadas, cada andar com uma temática diferente, eles chegaram ao nono. A torre do dragão, como os dois guardas chamavam.

— Então… — Shownu falou. Eles estavam de frente para uma porta dupla prateada, coberta por pedaços de espelhos picotados. — É aqui que ele está? — Olhou para o de cabelos azuis. — É aqui que Yang Fai Lin está?

Ele sorriu de canto e apontou com a cabeça, como se dissesse “vá em frente e descubra”.

— Só podemos os acompanhar até aqui. Boa sorte. — O de cabelos compridos falou e então os dois sumiram nas escadarias.

— Você acha que é uma emboscada? — Hyungwon perguntou, olhando para Shownu.

— Com certeza. — E então abriu a porta.

.

.

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— Eu vou avisar! — Minhyuk gritou. — Eu preciso avisar, ele precisa saber.

Seokwon suspirou. — Minhyuk, eu sei como você está se sentindo, mas você não pode avisar a Jooheon, foi uma ordem direta do Oyabun. Você não deve desobedecer uma ordem direta.

— Você não sabe. — Falou baixo.

— O que?

— Você não sabe como estou me sentindo! — Gritou e se levantou do banco. Todos do refeitório pararam para observar. — Eu falhei. — Falou dessa vez em tom normal. — Mais uma vez, eu falhei. Você não sabe como é ter nascido na máfia, ter sido criado nesse mundo e mesmo assim só fracassar nas missões. O meu fracasso pode ter custado a vida de Changkyun.

Seokwon segurou o braço de Minhyuk e o fez se sentar novamente, o restante perderam o interesse nos dois e voltaram a comer. — Changkyun ainda está vivo, eu tenho certeza disso e você também. — Falou calmo, sem expressão. — Eles precisam, por algum motivo que não sei, dele vivo, então ele não morreu e além do mais, se ele morrer, Satoru vai declarar guerra e Kakuji não é tão burro a esse ponto.

Suspirou, seus ombros murcharam de alívio. — Você tem razão, mas mesmo assim… Jooheon vai me odiar.

— Calma Minhyuk, Jooheon nunca te odiaria, ele vai entender. Não é culpa sua. — Levou os hashis até o prato e comeu mais um bocado de ramen. — Você é um ótimo atirador, treinou sua vida toda. Sabe… você deveria relaxar.

— Como eu posso.

— Você está muito estressado. — O interrompeu. — Por que não sai para se divertir? Convida uns amigos para sair para beber, vai ao shopping, sei lá.

— Não estou com cabeça para isso.

Sorriu de canto. — Qual é? A quanto tempo que você não se diverte? Duas semanas?

— Um mês.

— Então. — Incentivou. — Tire um dia de folga, saia com os amigos, passeie com o cachorro, vá namorar.

Minhyuk ficou pensativo. Talvez não fosse uma má ideia, ele tinha acumulado muito estresse nos últimos dias, sair para se divertir poderia melhorar seu estado de espírito e o animar novamente. Como se lesse seus pensamentos, o celular toca com um número desconhecido.

— Alô?

Você ainda não salvou meu número?

Arregalou levemente os olhos. — Wonho?

Quem mais? — Lee quase conseguiu imaginar o outro sorrindo. — Está livre agora? Eu sei que falou que me daria uma resposta, mas eu não consegui esperar para te ver. Mas se você estiver ocupado tudo bem, eu entendo, a gente pode marcar outro dia…

— Estou.

… Você… Você está? — Pareceu surpreso.

Minhyuk olhou para Seokwon, que abanou com a mão, como se dissesse “vai logo”. — Estou. Onde nos encontramos?

.

— Está esperando a muito tempo? — Minhyuk encontrou Wonho sentado em uma praça no centro, assim que o avistou ele se levantou e sorriu.

Coincidentemente ambos estavam vestidos de branco, tudo branco.

— Não, eu cheguei faz pouco.

— O que é isso? — Apontou para uma sacola bege em sua mão direita.

— Ah, isso? — Levantou a sacola. — Na verdade eu estava fazendo compras, não achei que você aceitaria meu convite, então estava indo para o salão.

Assentiu compreensivo. — Então vamos.

— Não, tudo bem, eu posso remarcar.

Deu um riso curto. — Pra que toda essa formalidade? Vem, vamos logo.

— Oh… Tudo bem. — Sorriu. — É por aqui.

Os dois seguiram pelo centro até o salão, conversaram um pouco, mas Wonho continuava sendo formal.

— Ya, qual é o problema? — Perguntou Minhyuk, enquanto passavam por uma barraquinha de lula frita. — Por que continua falando comigo assim?

Coçou a nuca. — Estou um pouco nervoso.

— Do que? Eu sou assustador? — Brincou.

— Não é que… — Mordeu o lábio inferior. — Eu nunca fiz isso, estou com medo de estragar tudo.

Minhyuk o encarou. — Nunca? Eu achei que você já tivesse namorado um monte de vezes.

— Não. Que dizer. Eu já tive vários relacionamentos, mas nunca algo desse tipo. — Wonho parou de andar e Lee parou também. — Espera.

— O que foi?

Sorriu. — “Eu achei que já tivesse namorado muitas vezes”. — Repetiu o que Minhyuk havia falado, não com as exatas palavras, e sorriu mais. — Está dizendo que isso é um namoro?

— Ahm? — Piscou algumas vezes e corou. — N-Não foi isso que eu quis dizer.

— Está dizendo que isso é realmente um encontro? — Manteve o sorriso no rosto.

— Oh, chegamos. É aqui, não é? — Perguntou, mudando de assunto.

Wonho riu e o seguiu.  — Você fica fofo corado.

— Ya! Pode voltar a falar formalmente. — Andou mais depressa.

Riu. — Hey, espera por mim.

Quando entraram, Shin logo foi atendido. Enquanto ele cortava as pontas dos cabelos Minhyuk ficou esperado sentado em um canto, lendo uma revista enquanto Wonho tentava o provocar com piadinha. Vez ou outra Minhyuk olhava para o reflexo do espelho e encontrava com o olhar do outro, que já o encarava. Wonho pareceu bem contente ao ver as reações que tinha sobre Minhyuk. Quando o corte terminou, o cabelo de Hoseok estava mais curto e agora sem as pontas azuis, estava todo loiro e em um penteado moderno.

— Como está? — Perguntou para Minhyuk, parado a sua frente.

Lee lhe encarou por um tempo. — Bonito. — Falou baixo. — Quer dizer… — Pigarreou corado. — Não está nada mal. — E andou em direção a saída.

Wonho sorriu e pagou pelo corte, depois foi seguindo Minhyuk até fora do estabelecimento. Minhyuk se xingava mentalmente por estar agindo dessa forma. Só podia estar louco.

— Onde vamos agora? — Wonho perguntou, ficando ao lado de Lee.

— Não sei, você que me convidou, deveria ter um plano.

— Eu achei que você não viria. — Se defendeu. — Além disso, você pode escolher onde quer ir. Tem algo que queira fazer?

Minhyuk pensou. — Parque.

— Você quer ir a um parque de diversão? — Minhyuk assentiu. — Tudo bem, então vamos. — Sorriu e segurou sua mão, começando a andar.

— Não é muito cedo para segurar minha mão?

— Por que? — Questionou. — Já fizemos mais que segurar as mãos mesmo.

Minhyuk puxou a mão, mas Shin continuou segurado. — Ya!

— Eu prometi que não faria nada, não posso nem segurar sua mão? — Minhyuk o olhou e corou. Ele estava muito bonito, mais do que antes e também parecia mais… homem? Como um corte de cabelo pode mudar tanto uma pessoa? — Prometo que paro de te incomodar.

— Tch, até parece. Irritante do jeito que você é.

Sorriu. — Então é um sim. — E voltou a andar, dessa vez Minhyuk não reclamou, aceitou continuar andando de mãos dadas.

Pegaram um ônibus e foram para um parque local, a essa altura não estavam mais de mãos dadas. Minhyuk estava receoso quanto a esse “encontro”, não sabia o que Wonho seria capaz de fazer e sinceramente, não sabia o que ele mesmo seria capaz de fazer, mas resolveu dar uma chance, pelo menos para se conhecerem, talvez virarem amigos. Minhyuk gostaria de esperar Shownu voltar para tomar essas decisões, mas duvidou que com sua volta, fizesse alguma diferença em suas escolhas, e também, ele estava demorando a lhe dar uma resposta, isso não era muito educado.

De fato, ele se divertiu com Wonho no parque. Eles andaram de carro choque e apostaram corrida, mas era meio difícil com os outros veículos batendo contra seus carrinhos; Foram em um carrinho de cachorro quente e pediram o especial com molho secreto e bacon, o dogão era tão grande que Minhyuk quase se arrependeu de ter pedido tamanho Big; Havia um brinquedo que girava em todos os sentidos e por pouco não vomitaram seus cachorros Big; Em uma máquina de pelúcias, Wonho tentou ganhar o Coala para Minhyuk, um peludo e fofo coala azul, mas só o que conseguiu, depois de muitas tentativas e moedas jogadas fora, foi um chaveiro do que parecia ser um pato, Minhyuk caçoou de Wonho por ter conseguido pegar algo tão pequeno e não conseguiu pegar um coala do tamanho de sua cabeça;  Depois foram em mais alguns brinquedos, nenhum muito radical ou “perigoso”, Minhyuk sugeriu que fossem a casa assombrada, mas se arrependeu assim que colocou o pé lá dentro.

— Ah! Que susto! — Pôs a mão no coração. — Sai! Sai! Chispa! — Tentava espantar, como se fosse um cachorro, um ator zumbi que acabara de pular e lhe perseguir.

Percorreram o percurso a pé e cada vez que uma aberração pulava para o assustar, ou segurava seu tornozelo, Minhyuk soltava um grito e saía correndo. Wonho não estava menos assustado, mas tentou se segurar e parecer mais másculo do que realmente se senti naquele momento. Quando saíram, Minhyuk deu graças a Deus e prometeu que essa seria a primeira e última vez que entraria em um brinquedo mal-assombrado. Minhyuk novamente escolheu o próximo brinquedo que iriam, a montanha russa. Na fila do brinquedo Wonho estava quase verde.

— Você está bem?

Wonho assentiu, olhando para o topo da montanha, enquanto o carrinho despencava nos trilhos. — Estou ótimo.

Quando chegou a vez deles, entraram no brinquedo e foi só o carrinho começar a subir que Wonho começou a gritar e grudar as mãos na barra de segurança. Os minutos seguintes foram um misto de gritos, Wonho parecendo ter desmaiado, depois mais gritos e ele choramingando “Omma, mianhe”. Minhyuk estava se divertindo, não só com o brinquedo, mas também com o escândalo do outro. O carrinho parou e eles desceram, Hoseok com as pernas bambas e parecendo anestesiado.

— Você está mesmo bem? — Perguntou rindo.

— Eu não sou muito fã de altura. — Confessou. Ele não tinha culpa. Já havia pulado de uns vinte metros de um trem em movimento para a água, mas com certeza evitaria se pudesse.

Minhyuk riu mais. — Que cena inédita. Wonho com medo de altura.

— Ya!

— A melhor parte foi “Mianheyo omma”. — Riu mais, com as mãos na barriga.

Wonho tentou parecer sério, mas acabou rindo contido. — Não é engraçado rir dos medos dos outros. — Cutucou as costelas de Min. — Dessa vez eu escolho.

— Tudo bem. — Deu de ombros.

Eles foram até a barraca de tiro ao alvo, Wonho apontou para um boneco de 50 pontos.

— Quem fazer mais pontos ganha, o perdedor terá que conceder um desejo ao vencedor.

Sorriu. — Tem certeza?

— Absoluta.

— Então tá. — Esticou a mão e Wonho apertou, fechando o trato.

Depois de pagarem ao funcionário, Shin começou. Pegou uma arma de brinquedo e mirou nos alvos que se mexiam. Deu cinco tiros, um errou, outro foi na coxa do boneco, outro no pescoço e dois na cabeça, ganhou 120 pontos. Ele se virou para Minhyuk, orgulhoso.

— Tente seu melhor. — Ele estava confiante de sua pontuação.

— Pode deixar. — Sorriu de canto.

Minhyuk mirou e atirou em uma velocidade impressionante, acertou os cinco alvos em movimento na cabeça, tão rápido quanto alguém pisca. Sua pontuação foi de 250. O máximo de pontuação possível.

Se virou para Wonho que tinha o queixo caído e sorriu vitorioso. — Parece que eu ganhei.

— Como… Isso… — Gaguejou, impressionado.

— Eu nunca erro. — Soltou a arma no balcão. Eles ganharam fichas que poderiam trocar por brindes ou comidas e bebidas e até dinheiro, que foi o que fizeram.

— Você ganhou. Qual o seu desejo? — Perguntou.

Minhyuk deu um sorriso diabólico e deu um peteleco no ar.

Tapou a testa com as mãos. — Ah não. Isso não.

— Isso sim. — Se aproximou e Wonho saiu correndo.

Minhyuk correu atrás dele até pararem arás da roda gigante. Pulou nele e envolveu seu braço no pescoço de Shin e com a mão do outro braço tirou a mão de Hoseok da testa.

— Não, me solta. — Se debatia enquanto ria.

— Você precisa cumprir o meu desejo. — Riu e continuo o segurando. Levou a mão que segurava a dele antes e rapidamente deu um peteleco ardido em sua testa e depois o soltou.

— Ah! — Massageou a testa com a mão livre. — Isso doeu.

Deu de ombros. — O preço de uma derrota.

— Vamos de novo. Dessa vez eu definitivamente vou ganhar e você terá que conceder o meu desejo.

— Você nunca vai me ganhar, mas eu te concedo um desejo. — Falou. — Só porque você está pagando tudo que gastamos hoje.

Sorriu. — Sério? — Lee assentiu. — Qualquer coisa?

— Qualquer coisa. — Confirmou.

Wonho se aproximou, levou uma mão até a testa de Minhyuk, tirando os cabelos que a cobriam. Levou dois dedos até sua testa, para dar um peteleco e Lee fechou os olhos, esperando o impacto, mas não chegou. Ao invés disso, Hoseok segurou sua bochecha com a mão que antes daria o peteleco e aproximou seu rosto do outro, lhe dando um selinho demorado. No mesmo instante Minhyuk abriu os olhos, mas não se afastou. Após um tempo, Shin encerrou o beijo se distanciando e olhou para Minhyuk, que parecia surpreso.

Wonho sorriu. — Obrigado por conceder esse desejo. — Minhyuk corou com o comentário. — Vamos. — Segurou a mão de Lee e saiu andando.

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Changkyun estava deitado em “sua cama”. Sem seu celular, sem poder mexer na internet e sem nem ao menos poder ver ninguém conhecido, não tinha muito o que fazer. O único momento que pode ver alguém foi quando Wonho, por algum motivo que não se importava agora, o levou para o hospital. Ele não havia ido trabalhar, foi conversar com seus colegas de trabalho, ou pelo menos era isso que queria que Shin pensasse. Ele realmente conversou com eles, mas quando Wonho se distraia ou estava fora do alcance auditivo — como quando ficou meia hora na fila da praça de alimentação do hospital para comprar café — Chang falou tudo que precisava a Yoonho.

 

*Flashback On*

 

— Eu sei que vai parecer estranho, mas algo aconteceu e eu não poderei trabalhar por algum tempo, eu preciso que você entregue essa carta para uma pessoa. — Passou o envelope discretamente para Yoonho.

— Hum? Que pessoa? O que aconteceu? — Perguntou confuso.

— Esconda a carta. — Ele o fez. — Eu não posso explicar o que aconteceu, mas preciso que você faça isso por mim. Preciso da sua ajuda.

— Tá… Tá, claro. Eu ajudo. — Aceitou. Para o alívio de Chang ele não exigiu uma explicação. — A quem eu preciso entregar?

— O nome e o endereço estão no verso da carta. — Falou. — Tome cuidado, ele vai aceitar ajudar quando souber que foi eu quem pediu, mas ele é muito explosivo, então não faça nada para ofende-lo.

Franziu o cenho. — Que tipo e pessoa ele é e por que ele te ajudaria?

Chang olhou para Wonho, que terminava de fazer o pedido, e voltou a olhar para Yoonho. — Ele é um ex-presidiário, meio violento, mas eu salvei a vida da filha dele uma vez e agora ele está em dívida comigo, ele vai ajudar.

— Espera! Ele é o que?! — Perguntou espantado.

Wonho voltou com o café.

— O namorado da Joyce. Eu já te disse isso. — Mudou de assunto completamente. — Você deveria partir para outra.

 

*Flashback Off*

 

 

Suspirou e se levantou, saiu do quarto e foi até a sala. Ele teria que esperar e rezar para que seu plano desse certo, caso contrário, ele estaria em sérios riscos. Gun estava sentado no sofá mexendo em seu notebook, com a televisão ligada no canal de propagandas da Polishop. Ele se aproximou e se sentou ao seu lado, mudando de canal. Gun o olhou de canto de olho.

— Já comeu alguma coisa?

Zapeou os canais. — Não.

Voltou a olhar para seu notebook, digitando. — Deveria se alimentar direito.

— Estou bem.

Fechou o notebook e o colocou em cima da mesinha de centro. De cima da mesa ele pegou uma sacolinha branca e a entregou a Changkyun, se levantou e caminhou com as mãos nos bolsos da calça em direção ao seu quarto. Chang abriu a sacola e viu uma caixinha pequena de leite e um Cup Noodles. Lim olhou para Song que havia parado de andar no início do corredor, quase disse um obrigado, mas então Gun se pronunciou.

— Kakuji voltou de viajem. — E sumiu no corredor.


Notas Finais


Olar =3

E aí? Gostaram do capítulo? O que acharam?

Caramba, Kiki, só te acontece desgraça, que pai ruim :( pelo menos nosso baby pink acordou <3
Huuum. Ele vai contar tudo para Gun quando voltar. Scrr.

Ihh essa torre vai dar merda, precinto. (Avá. Eu sou a escritora :V)

Essa cena Minho/Wonhyuk foi fofa e engraçadinha =3 só adianto que logo isso mudará um pouco u.u

E sobre a cena de Chang: Aeh garoto esperto! Sabia que não era só um viciado em trabalho :V ashsah Wonho é um ótimo "sequestrador" :V berro.
Gun está sendo gentil com ele, isso é bom...
Mas, não tem como não pensar em uma coisa: Kakuji voltou de viagem.
vai
dar
muita
merda.

Enfim, obrigada a todos que leram até aqui e que não desistiram de mim mesmo com a SUPER demora ;u; amo vocês seus floquinhos de neve fofos <3

Obrigada a todos <33

Até o próximo <333 Beijossss <33


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