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História Black X White - De volta a Seoul


Escrita por: KIAN-

Notas do Autor


Oieeeee~ <333

Como estão? ^w^ Espero que bem <3

Obrigada a todos pelos comentários, sério, fiquei muito feliz ao ver o feedback de vocÊs =3 obrigada a todos os favoritos também <333
Ah, e obrigada, também, àqueles que elogiaram minha escrita =3 >///< <3

Capítulo passado foi bem interessante, gostei bastante dele, embora tivesse bastante erro smalditos aos quais eu já havia corrigido mais voltaram >x<
Como o cap passado foi bastante elogiado, o que suponho que tenha ficado muito bom, espero não decepicionar com esse capítulo e consguir superar ou me igualar em questões de qualidade =3

Bem, desculpem os erros e até as notas finais <33

Beijos <3

Boa leitura <333

P.S.: responderei o comentários assim que possível

P.S.2: capa alternativa nas notas finais, vejam.

Capítulo 21 - De volta a Seoul


Fanfic / Fanfiction Black X White - De volta a Seoul

Changkyun paralisou. Estava estático encarando o Oyabun com a certeza que havia ouvido errado.

— Você… — Se pronunciou enfim. — É o que?

Tobirama parecia inquieto em seu canto e Gun tão chocado quanto o Lim.

— Você me ouviu. — Sorriu. — Eu sou o seu pai.

Franziu o cenho. — Não. Não poder ser. Isso não faz sentido. — Negava.

— Pai… Você não pode estar falando sério. — Gun se pronunciou.

— Estou. Eu estou falando muito sério.

— Mas… — Lim estava com a cabeça baixa, parecia extremamente confuso. — Por que…? Eu não entendo.

Suspirou. — Eu irei explicar tudo. — Olhou uma vez para Gun e voltou a fitar o mais novo, que possuía sua completa atenção agora.

 “A anos atrás, eu conheci uma mulher em Dubai. Seu nome era Vanessa. Era estrangeira. Ela era linda, sensível. Era perfeita. Voltamos a nos ver quando ela viajou para a Coreia e se estabilizou aqui, mas Satoru era invejoso, queria ela para si. Ele havia se apaixonado pela mulher que eu amava e eles eram amigos. Eu odiava a amizade deles.

Muitas coisas aconteceram, mas no final acabamos ficando juntos e nos casamos. Alguns anos depois ela ficou gravida de você. Eu nunca me senti mais feliz na vida.

Naquela época estávamos seriamente em guerra com a Máfia chinesa, eu andava sempre ocupado com meus deveres, protegendo a Inagawa e protegendo a Towa também. As duas famílias já estavam em conflitos desde aquele tempo, mas nos mantivemos aliados pelo bem maior.

Teve um dia, eu precisei viajar para Pequim, era um momento decisivo, se conseguisse negociar com as pessoas certas, essa guerra poderia ter fim, eu poderia voltar para casa, ficar com minha mulher e filho, poderia descansar. Então eu fui, e confiei minha mulher grávida nas mãos do meu melhor amigo, mesmo tendo nossas rixas e mesmo sabendo de seus sentimentos por ela, eu a confiei a ele. Foi a pior decisão que já tomei na vida. Voltei correndo quando recebi a mensagem que a mansão da Towa, que era onde Vanessa preferia estar e onde alguns Inagawa se encontravam frequentemente, estava sendo atacada pelos chineses. Por Fai Lin, para ser mais exato. E que, como se não bastasse, Vanessa havia sido sequestrada. Temia que a segurança de vocês estivesse em risco, temi pelo pior. E o pior aconteceu. Você não faz ideia de como foi para mim, depois de horas de viajem, voltar para casa e ficar sabendo que Nomura havia conseguido trazer minha mulher de volta, mas que ela havia perdido o bebê. Depois disso, nada mais voltou ao normal. Ela não era mais a mesma, pensei que fosse por ter perdido o filho, mas hoje sei que não era por isso.

Eu e Satoru nos distanciamos mais, desde que ele se apaixonou por minha mulher, começamos a nos desentender e isso só piorou com o passar do tempo. Não nego que eu e Vanessa discutíamos muito também, principalmente quando ela defendia o Nomura. Certa vez havíamos terminado por ela ter me traído com ele, eu tinha culpa por ter a traído com uma prostituta antes, mas eu não aceitava que ela tivesse me traído, de tantas pessoas, justo com ele. Satoru se mostrou cada vez mais desprezível e depois dela perder o bebê, perdi toda minha confiança nele. Até que, pouco tempo depois, eu e Satoru saímos em uma missão, seria o conflito final, o último golpe nessa guerra e tudo estaria acabado. Tinha tudo para dar certo, mas deu tudo errado. Centenas dos nossos morreram, Fai Lin tinha o plano perfeito e tinha um exército. Mas ele também tinha uma vantagem sobre nós. Sobre a Towa e a Inagawa. Sobre mim e Satoru. Ele tinha Vanessa e ela foi a melhor refém até ele a matar. Seu último pedido foi que nos uníssemos, que uníssemos nossos futuros Kobuns e os criassem juntos, para que juntasse as duas famílias novamente. Por respeito a seu amor, por respeito a sua memória e ao seu último folego de vida, nós cumprimos seu desejo. Adotamos Kobuns, Lee Jooheon Nomura e Song Gunhee Inagawa, e o criamos juntos, vez na Towa, vez na Inagawa. Mas isso não durou muito também. Aos 20 anos, mais ou menos, dos Kobuns, as forças chinesas haviam crescido novamente. Jooheon e Gun ficaram encarregados de uma missão, assim como eu e Satoru a anos anteriores, e como você pode imaginar, assim como antes, um Nomura traiu um Inagawa. Lee Jooheon levou os próprios amigos presos, Chae Hyungwon, Gunhee e ele mesmo foram torturados. Ele teve a oportunidade de salva-los, mas não fez nada e depois disso, quando estava cara-a-cara com Yang Fai Lin, podendo mata-lo e acabar com essa guerra, ele não conseguiu o fazer, tudo por estar pensando apenas em seu próprio interesse e quando tudo entrou em combustão, chamas destroçando as paredes, o teto despencando sobre suas cabeças, Gun foi até ele, foi o impedir de acabar se matando, mesmo ele tendo o traído. Gun foi atrás dele e em resposta ele o deixou para morrer. Ficou entre aquela maldita maleta e a vida do melhor amigo, preso do lado errado dos destroços, e ele escolheu a maleta e fugiu. Nunca se pode confiar nos Nomura. Nunca se pode confiar na Towa-Kai.

A alguns anos atrás, a máfia chinesa começou a crescer novamente, como uma erva daninha, recuperamos documentos antigos, abrimos investigações que haviam sido fechadas e a suspeita de que talvez você não estivesse morto surgiu. Eu comecei a procurar por todo o lugar. Mandei homens atrás de você, viajei por diversos lugares, mas é muito difícil encontrar alguém, quando não se sabe quem está procurando. Como conseguiria te encontrar sem saber seu nome? O nome de seu batizado? Seu paradeiro? Independente das probabilidades, eu continuei procurando, porque você é meu filho e porque você é o fruto de um amor que é maior e mais forte que a morte. Até que eu recebi uma mensagem de Satoru. Ela dizia que tinha o que eu estava procurando a muito tempo. Eu soube na mesma hora que estava falando de você e depois de uma pesquisa, descobri que você, meu filho, era o médico que salvou a vida de Gun e que foi levado para a Towa logo em seguida. ”

— Então mandei que te sequestrassem. — Levantou o olhar, antes de suas mãos em cima da mesa, para o rosto do, então descoberto, filho. — Sei que não foi certo ou justo, mas não achei outra alternativa. Você estava correndo perigo, todo esse tempo, sendo feito de refém pela Towa. Eles te acolheram e te deram falsa simpatia, falsa segurança, apenas para te manterem lá, longe de mim, podendo te usar como uma arma, como moeda de troca.

Changkyun tinha perdido toda a coragem que adquirira. De repente, de uma hora para a outra, ele descobriu que tudo aquilo em que acreditava era falso. Ele não era quem achava que era. Sua garganta ardia com toda aquela história absurda. Depois de anos sendo órfã, achando que havia sido abandonado pelos pais, descobre que sua mãe morrera e que seu pai era o Oyabun da Inagawa, rival da Towa, família que estava começando a considerar sua. Nada fazia sentido.

— Eu não entendo. — Piscou afastando as lágrimas. — Não estou dizendo que acredito, mas se for verdade… por que minha mãe me escondeu?

— Eu também gostaria de saber. — Confessou. — Infelizmente ela não está mais aqui para esclarecer, mas eu acredito que ela fez isso pensando no seu bem. Depois de tantas mortes, desgraça e destruição, ela provavelmente não queria mais ver isso, não queria que você vivesse no meio dessa guerra e desses perigos, e se tratando de Fai Lin, é muito possível que tenha ameaçado matar você, ou coisa semelhante, então ela fez o que fez.

Engoliu a seco. — E… como Satoru sabia que era eu?

— Provavelmente ele a ajudou a te esconder. — Falou com uma expressão de desgosto. — Ele faria qualquer coisa para nos ver separados, achou que fazendo isso conseguiria, mas nem a morte conseguiria esse feito, quem dirá ele. Eu não duvido que todo esse tempo ele soubesse que você estava naquele orfanato, que estava te observando e esperando o memento certo para lhe usar e fez isso muito bem. Ganhou sua confiança através de Jooheon, seu salvador, depois foi questão de tempo até que te conquistassem pela simpatia, mas eles não são o que parecem.

— Como eu posso acreditar em você? Como vou saber que não está mentindo?

Sorriu de canto, compreensivo. — Isso deve ser prova o suficiente. — Entregou um envelope preto para Tobirama e este foi até Chang e o deixou a sua frente na mesa.

Lim olhou para Tobirama, para Kakuji e para Gun, que estava estranhamente quieto todo esse tempo, depois abriu o envelope. A primeira coisa que tirou de lá, foi um teste de DNA.

— Desculpe por isso também, mas não acho que você faria esse teste por livre e espontânea vontade, então dei um jeito de coletar seu DNA.

Ele voltou a olhar para os papeis. O teste confirmava que ele era seu filho, poderia ser falso, mas Changkyun era médico e sabia reconhecer um teste falso. Piscou mais algumas vezes, não se permitindo chorar pela enorme confusão. Descartou o papel de lado e pegou o seguinte.

— O que é isso? — Olhou surpreso para as fotos de um acidente de carro.

— Isso é o conteúdo ao qual Jooheon estava atrás na noite que deixou Song para morrer. O conteúdo da maleta.

Changkyun passou as folhas, mas não estava entendendo. Por que Jooheon estaria atrás disso? Ele leu os nomes das vítimas e então entendeu. Eram os seus pais. Eles haviam sido assassinados em um acidente proposital de carro, haviam despencado na água e sidos mortos lá. Chang sentiu-se triste por Jooheon e agora sabia o porquê de seu medo de água. Lembrou-se de quando o derrubou na piscina e se sentiu culpado.

— Isso são…

— Isso são as provas do assassinato dos pais biológicos de Jooheon. — Afirmou. — Aí está o culpado pelas mortes.

Lim passou mais uma folha e arregalou os olhos. — Não pode ser!

— Eu sei, é difícil de acreditar. Mas é a verdade.

— Mas por que ele faria isso?

— Eu disse, a Towa não é confiável. Satoru matou e mataria de novo, se fosse preciso.

Chang ficou em breve silencio. Estava espanado. Como poderia Satoru ter matado os pais de Jooheon e depois ter o adotado, criado como filho, sendo culpado por isso?!

— Mas se ele pegou a maleta, ele sabe que foi Satoru.

— Não, ele pegou a maleta, mas provavelmente a perdeu no incêndio enquanto fugia. Eu mandei Kihyun e Wonho para recuperarem a maleta a um tempo atrás, e usei isso para manipular Satoru. Foi quando ele usou você para me manipular.

— E por que me mostrou isso? O teste de DNA já seria o suficiente.

— Eu não acho. — Falou calmo. — Você precisava ver do que eles são capazes, caso contrário, não acreditaria em mim.

Chang baixou o olhar para o envelope. Ele estava tão confuso. Tão dividido. Não sabia o que pensar, como agir, o que fazer. Não sabia se deveria dar uma chance para a Inagawa ou se se mantinha fiel a Towa.

— Eu entendo. — Falou o Oyabun, como se lesse sua mente. — É muita coisa para assimilar. Pode ir, seu celular será devolvido a você em breve. — Olhou para Gun. — Acompanhe-o, ele ainda é sua responsabilidade.

Gunhee se levantou em silencio e deu as costas, parando na frente da porta e olhando por cima do ombro para Chang, que se levantou e o seguiu. Saíram da casa principal em completo silêncio. Lim estava confuso ao extremo, mas Gun também parecia incomodado e não era do seu feitio ficar tão calado assim.

— Posso perguntar uma coisa? — Falou, pela primeira vez, de forma educada.

— Isso já é uma pergunta. — Gun alou sem o fitar e deu de ombro. — Pergunte.

Olhou-o de canto de olho. — O que Kakuji quis dizer com Jooheon ter o deixado para morrer? Tem a ver com o que você disse de eu não conhecer seu “lado ruim”? — Aquela dúvida estava o incomodando. Que tipo de pessoa ele era?

Desacelerou o passo e o olhou. — Eu acho que você já ficou sabendo de muita coisa por um dia só.

— O quão ruim pode ser? — Falou baixo, mais para si mesmo.

— Você realmente não o conhece. — Agora não o olhava mais. Chang se sentia especialmente sobrecarregado agora. Fazia tempo que não tinha uma boa-noite de sono sem estar se preocupando com algo daquele nível. Gun parou de andar e suspirou, como se estivesse cansado. — Que tal sair um pouco?

— Para onde? — Franziu o cenho.

— Qualquer lugar que não seja aqui.

Ele pensou curto. — É. — Sorriu de canto. — Eu adoraria isso.

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Minhyuk se remexeu um pouco na cama, procurando uma posição mais confortável, se aconchegando e suas cobertas quentinhas. Mas suas coberta o rodearam em um abraço. Isso é normal?

Ele abriu os olhos rapidamente e olhou para cima, se deparando com Wonho lhe sorrindo doce, os olhos pequenos de sono.

— Bom dia. — Sua voz saiu meio rouca, pelo tempo sem usa-la.

Ele piscou algumas vezes, tentando se situar. — B-Bom dia.

— Dormiu bem?

Corou levemente e assentiu. Ele reparou na forma que estavam. Só de cueca (a qual ele não se lembrava de ter posto de volta), sua cabeça repousada no braço de Hoseok, o outro braço de Shin abraçando seus ombros, e os seus braços estavam no peitoral do mais velho, colado a ele. As lembranças da noite passada inundaram sua mente e ele sentiu-se embaraçar.

— É bom tomarmos um banho. — Se sentou na cama, fazendo uma caretinha pela dor no quadril.

— Juntos? — Sorriu largo, se sentando também.

— C-Claro que não! — Corou. — Vai. Toma você primeiro.

Formou um bico no canto dos lábios. — Tá legal. — Tirou as cobertas das penas e se levantou. — Certeza que não quer vir junto?

— Sim. Tem toalha na segunda gaveta do armário do banheiro.

— Seu chato. — Deu as costas e andou até a porta do banheiro. Minhyuk não era do tipo que tinha muito interesse em ser o ativo, mas não pôde deixar de reparar na bunda de Hoseok. Era redondinha e parecia macia e boa de apertar.

Hoseok entrou no banheiro e fechou a porta, mas não deu cinco minutos e ele a abriu, pondo a cabeça para fora. — Você estava olhando para minha bunda?

— Vai tomar banho logo. — Jogou um travesseiro em sua direção, mas bateu na porta assim que ele a fechou rápido com uma risada.

Minhyuk voltou a se deitar, com um sorriso divertido no rosto. Hoseok se apressou para o chuveiro, estava se sentindo de muito bom-humor. Ele gostava de estar com Minhyuk, ele não parecia como seus outros casos. Não parecia ser o tipo de pessoa que, ao acordar, não estaria mais ao seu lado na cama. O tipo de pessoa que não iria querer mais nada com ele depois do sexo. E quanto a Minhyuk, sentia-se dolorido, mas com uma sensação boa, do tipo que você tem quando acorda em um fim de semana e o tempo está bom. Estava deitado, meio sonolento, se lembrando da noite passada e pensando de onde tirara coragem para o “atacar”. Se sentia corar e sorrir, com cada lembrança embaraçosa que lhe ocorria. Se lembrou de quando eles se satisfizeram se abraçando. Era tão aconchegante e confortável, ele nunca tinha sentido algo assim antes. Será que era assim com todas as pessoas? Toda transa era dessa forma? Ele não sabia a resposta, mas abraçou o travesseiro que Hoseok dormira, com o seu cheiro. Se lembrou de algo mais importante, em seguida. Lembrou-se das últimas palavras lhe ditas antes de dormir, na noite passada. Hoseok havia dito que o amava, mas eles não se conheciam a muito. Provavelmente teria sido no calor do momento, ou dito da boca para fora, mas se não fosse, se ele realente o amava… Minhyuk sentiu-se culpado ao, só então, se lembrar de Shownu. Ele não poderia iludir, enganar e magoar os sentimentos de duas pessoas, era egoísmo e crueldade demais.

— Pode tomar banho. — Hoseok falou, vestido nas mesmas roupas da noite anterior, parado a sua frente.

— Ahm? — Ele não sabia se Shin havia tomado banho rápido ou se ele que havia acabado pensando demais. — Ah! Tá. — Se levantou da cama, soltando outra caretinha.

— Está doendo? — Perguntou atencioso e preocupado.

— Um pouco. — Baixou os olhos, com vergonha. Parecia que toda sua coragem da outra noite havia se esvaído. — M-Mas eu estou bem. Vou tomar banho. — E entrou apressado no banheiro.

Não demorou muito no chuveiro, mesmo cheio de coisas na cabeça, conseguiu terminar de se banhar sem pensar muito sobre. Vestiu um calção cinza com detalhes vermelhos e uma blusa branca de manga média. Ele sentia um pouco de dor em alguns pontos, mas julgou ser normal, levando em conta que foi sua primeira vez com um homem. Quando saiu do banheiro, encontrou Hoseok sentado na cama mexendo no celular. Passou por ele, com a toalha sobre os ombros, indo a pendurar em um cabide para secar, mas foi impedido pela mão se Shin segurando a sua e o puxando para seu colo, repousando suas mãos em sua cintura, com um leve carinho.

— Você está bem mesmo? — Perguntou, o fitando e ainda acariciando sua cintura.

Sorriu fraco e assentiu. — Eu estou bem.

O encarou mais profundamente. — Posso te beijar? — Aproximou seus rostos. Minhyuk corou, devolvendo seu olhar, e assentiu.

Hoseok se aproximou mais e uniu seus lábios em um beijo calmo e delicado, agora tinha uma de suas mãos na bochecha de Minhyuk. O beijo foi calmo, mas longo, quando se separaram, Minhyuk abriu os olhos com calma e Hoseok sorriu.

— Você é incrível, sabia?

— Está dizendo essas coisas para me deixar com vergonha? Porque se for, está conseguindo.

Riu. — Talvez. — Minhyuk se aproximou e lhe deu um selinho tímido, o fazendo-o sorrir em resposta, mas logo parou de sorriu. — Eu preciso te contar algo sobre mim.

— O que?

— É que… Bem… Na verdade… — Enrolou. — Eu sou… Sou da…

Sua frase foi cortada com o barulho da porta da frente, no andar de baixo, se abrindo e conversas abafadas.

Minhyuk olhou para a porta do quarto. — Acho que minhas mães chegaram. — Se voltou para Wonho novamente. — O que estava dizendo? Você é o que?

— N-Nada. — Sorriu nervoso. — Acho que é melhor eu ir. Suas mães podem não gostar de me ver com você.

— Bobagem. — Sorriu. — Vem, eu vou te apresentar para elas. — Se levantou de seu colo. — E você vai tomar um café antes de ir.

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— Aqui está seu pagamento. — Kihyun jogou o saquinho para Kwangji.

— Obrigado. — Sorriu. Desamarrou o saquinho e derramou o conteúdo na palma de sua mão. Pequenos diamantes brilhantes. Depois o guardou novamente. — A dívida está paga, vocês estão liberados. Foi um prazer fazer negócios com vocês.

— Não posso dizer o mesmo. — Hyungwon, que já estava acordado, disse. — Espero nunca ter que vê-lo novamente.

Riu curto. — Se tiver sorte, me verá. — Hyungwon franziu o cenho sem entender e Kwangji se virou para Jooheon. — Nos vemos por aí. — Se despediu com um toque de mão.

— Você é o amigo mais fodido de todos.

— Amigo? Gentil da sua parte. — Riu para Jooheon.

— Espera. — Shownu falou. — E quanto aos lotes? Viemos até aqui apenas por isso.

— Ah, é mesmo. — Se sentou em uma poltrona no canto da sala, um pé por cima da coxa e os braços apoiados no descanso da poltrona. — Eu voltarei a negociar com ambas as famílias. Expliquem aos Oyabuns que houve um problema técnico com as entregas, por favor.

Jooheon e Shownu se entreolharam, assim como Kihyun e Hyungwon. Eles foram acompanhados até a saída e postos dentro de um carro, que os levaria até o aeroporto, com as passagens já pagas.

— Então é isso? — Kihyun falou no banco detrás, ao lado de Hyungwon. — Passamos por tudo isso apenas para dar um oi a Yang e conseguir que os lotes fossem entregues novamente?!

— Esperava mais o que? — Jooheon perguntou do banco da frente. — Um bolo de despedida e um beijinho na testa?

Kihyun rosnou. — Vai a merda, seu imbecil.

Jooheon se virou para trás no banco, o encarando. — Eu sou imbecil? Imbecil é você, que matou uma mulher inocente.

— Eu salvei a sua vida, deveria ser grato. — Agora ambos tinham uma disputa de olhar. — Aliás… quantas pessoas inocentes você matou.

 

— Foram em circunstâncias diferentes.

— Há! — Riu forçado e ficou sério em seguida. — Não finja que é uma boa pessoa. Você ia deixar Hyungwon morrer. Você deixou Gun para morrer! — Se aproximou para frente. Ambos pareciam prestes a começar uma briga dentro do carro.

— Você não estava lá, então não finja que sabe. — Rebateu, com raiva. — Todos somos mafiosos, fazemos coisas das quais não nos orgulhamos, mas você? Você é apenas um assassino, não é melhor do que eu, e não é melhor que Fai Lin.

— Seu… — Kihyun pulou para lhe atacar com a faca na mão. Jooheon sacou sua faca e ficaram um com a lâmina na garganta do outro.

— Já chega! — Chae gritou.

— Está defendendo ele? Esse cara é o culpado por seu trauma e pelo de Gun.

Suspirou. — Kihyun, meus traumas são problema meu e os de Gun, são problema dele.

— Ah, tudo bem, desculpe por me preocupar. Por me importar. Eu estou errado por querer esse merdinha morto?!

— Não foi isso que eu quis dizer, e você sabe disso. — Falou. — Jooheon não tem culpa de meu trauma. — Olhou de relance para Jooheon, que o olhava surpreso, e voltou a encarar Yoo. — Não foi ele que me torturou, foi Fai Lin, é a ele quem você deve direcionar sua raiva.

— Então você vai simplesmente esquecer de tudo que ele te causou? Não tem nenhuma consideração aos que morreram para resgatar você? Ou por Gun?

Engoliu a seco. — Kihyun. Por favor. — Pediu. Suas mãos com espasmos pelo mais recente choque. — Você não entende.

Yoo o encarou, sua expressão parecia lamentável. Kihyun se sentiu culpado por estar pressionando Hyungwon. Olhou para Jooheon de maneira afiada e baixou a faca de sua garganta. Jooheon fez o mesmo.

— Não pense que eu esquecerei. — E voltou a se sentar, olhando para fora da janela.

Jooheon olhou para Hyungwon e depois para Shownu ao seu lado, na outra janela. Eles lhe lançavam um olhar significativo. Não podiam culpar Kihyun por o odiar. Ele suspirou e se virou para frente novamente. Aquela noite lhe assombraria para o resto da vida.

Quando chegaram ao aeroporto, não esperaram mais do que meia hora e embarcaram no avião. A viagem foi longa, dividiu o acento com Hyungwon e Kihyun com Shownu, a uma poltrona atrás da sua a esquerda. Kihyun parecia o odiar menos do que a Jooheon. Hyungwon estava na janela e passou praticamente o voo todo dormindo. Quando chegaram em Seoul no dia seguinte, a primeira coisa que Jooheon fez foi carregar seu celular enquanto o restante pegava as bagagens. Carregaria pelo menos o suficiente para ligar o aparelho.

Os três logo voltaram com suas malas e Shownu com duas, uma era sua. Pegou o celular e o ligou após retirar o carregador. O aparelho estava desligado desde que chegaram no Japão, praticamente. Assim que a luz se acendeu no aparelho e o plano de fundo apareceu, três ligações perdidas e uma mensagem não lida subiu na tela. Todas de Minhyuk. Ele franziu o cenho e abriu a mensagem. Jooheon a leu e paralisou no lugar.

— O que foi? — Shownu perguntou. Hyungwon e Kihyun o olharam também.

— É Changkyun. — Levantou o olhar para Shownu, com as sobrancelhas franzidas. — Ele foi sequestrado. — Olhou para Hyungwon e Kihyun. — Por Gun.

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Chang estava na cozinha preparando o almoço. Ainda estava confuso com toda aquela informação de ser filho de Kakuji. Era muita cosia para assimilar. Saiu com Gunhee para esfriar a cabeça, ele parecia tão estressado quanto a si mesmo. O mais difícil de tudo isso, era aceitar a ideia de que a Towa o enganou esse tempo todo, que mentiu para si fingindo que o acolhera. Ele realmente estava começando a se sentir bem na mansão, mas era tudo fachada. Mas por outro lado, ainda era estranho aceitar a ideia de que a Inagawa não era o que pensava. Enquanto estava na Towa, conheceu várias pessoas, Seokwon, o pequeno Chin-Hwa, Minhyuk, o velho Choi, Naomi, Takada. Todas elas afirmavam o quão ruim eram os da Inagawa e o quanto eles estragaram suas vidas de alguma forma. Alguns perderam entes queridos por causa da Inagawa, outros perderam a casa, um amigo, uma perna. Era terrível pensar que estava no meio das pessoas que trouxeram tanta desgraça a pessoas que ele conhecia, tinha amizade ou no mínimo simpatia. Era como trair os próprios irmãos. Mas na Inagawa também conheceu algumas pessoas. Gun, Wonho, Yoosu, uma garota cega chamada Merlin. Essas pessoas também se prejudicaram por causa da Towa. Também perderam familiares, amigos. Também sofreram. Não parecia justo minimizar os fatos apenas por ter vindo da Towa. Além disso, foi a Towa quem o enganou e ele era filho de Kakuji, querendo ou não. Aqueles da Inagawa faziam parte de sua família agora, querendo ou não.

— Tá queimando o arroz. — Gun falou se sentando a mesa. Ele vestia bermuda e blusa preta.

— Hum? — Olhou para a panela. — Ah, droga. — Desligou o fogo.

Ele estava se esforçando para não pirar com tanta coisa acontecendo. Fosse o certo ou não, agora ele e Gun tinham uma relação melhor do que xingamentos, ameaças e tentativas de homicídio com um travesseiro enquanto o outro dormia. Estavam longe de serem os melhores amigos, mas agora conseguiam conviver mais normalmente sob o mesmo teto.

Colocou as panelas e travessas de comida na mesa e se sentou à sua frente, se servindo. Gun fez o mesmo e começaram a almoçar.

— Hey, nem avisam que está pronto. — Wonho saiu do banheiro com a toalha nos ombros, a jogou no sofá e se sentou ao lado de Chang, se servindo também.

— Não deveria estar na oficina hoje? — Gun perguntou, levando comida a boca.

— Deveria. Nossa isso está muito bom. — Falou com a boca cheia de carne com alface.

— Obrigado. — Chang agradeceu.

Continuou. — Mas eu decidi ir mais tarde. Sabia que Kihyun e Hyungwon voltaram de viajem?

Levantou o olhar para Hoseok. — Quando?

— Agora mesmo.

— Acho que já ouvi esses nomes. Quem são? — Chang perguntou para Hoseok.

— Ah, eles são os outros dois moradores dessa casa. — Wonho explicou. — Kihyun e eu ficamos meio “famosos” por explodir uma fábrica abandonada, nada demais. — Deu de ombros. — E Hyungwon. Bom… ele era amigo de Gun, Minhyuk, Jooheon e…

— Shownu. — Lim sugeriu.

— Isso. Eles eram amigos, até… — Gesticulou com os hashis. — Você sabe… as famílias se separarem.

— Hoseok. — Gun o encarou, alertando-o para parar de falar.

Chang olhou de um para o outro e teve certeza que esse não era um assunto ao qual Gunhee gostava de falar.

— Huum… Eu vou arrumar o quarto. — Se levantou. O prato de comida pela metade. — Kihyun consegue ser bem irritante com arrumação. — E saiu da cozinha.

Os dois ficaram em silencio enquanto terminavam de comer, mas Lim estava muito curioso.

Parou de comer e olhou para Gun. — Posso perguntar uma coisa?

— Não. — Respondeu sem o olhar.

— Mas eu nem disse o que era.

Levantou o olhar, enfim. — Eu sei o que vai perguntar. Quer saber porque eu e Jooheon nos desentendemos naquela noite.

— E por que não pode responder?

Suspirou. — Você quer mesmo saber? — Assentiu. — Tudo bem.

Ele largou os hashis e começou a contar. Todos os detalhes da mesma história que contou a Kihyun. Da tortura, de Fai Lin, da maldita maleta, de Jooheon, do incêndio. Tudo. Até a parte do ódio dos Oyabuns que veio antes deles. Changkyun em nenhum momento abriu a boca para falar, apenas ouviu tudo com atenção. Ao final da história, ele estava extremamente surpreso. Era inacreditável. Mas agora ele entendia porque se odiavam tanto. Era de se esperar.

— Você não tem motivo algum para acreditar em mim, mas essa é a verdade. — Falou. — E você sabe porque eu fui parar no hospital?

— Você… levou dois tiros.

— Sim. Eu levei dois tiros… de Minhyuk.

Arregalou os olhos. — Não é possível. Eu conheço ele, ele não faria uma coisa dessas. Quer dizer… eu soube que ele atirou em você, mas não achei que era sério.

— É, mas é sério. Você mesmo viu aquele dia o quanto ele me queria morto, teria sacrificado sua vida se fosse preciso. E o que eu fiz para ele?

— Então você está me dizendo que ele atirou em você sem motivo algum?

— Não. — Suspirou. — Eu espionei e o usei como meu informante, até ameacei matar Jooheon, mas claro que era um blefe, eu não sou tão idiota. De qualquer forma, eu não o odiava. Não pretendia o machucar e nem o machuquei, aliás, mas ele atirou em mim, pelas costas. Ele queria me matar e tentou isso mais de uma vez.

— Mas… Isso…

— Eu sei. Ele teve seus motivos. — Deu de ombros. — Mas me matar? É um tanto extremo. Se até Minhyuk é capaz disso, o que o resto deles não seria? — Lim ficou pensativo. Minhyuk era a pessoa mais simpática que conhecera e foi seu primeiro amigo, tecnicamente, naquela mansão. — E Shownu… Bom. Ele era um ótimo líder, mas verdade seja dita, ele não se importava se eu morria ou vivia. Para ele e o restante da Towa, eu e Hyungwon, fora os outros membros da Inagawa que também estavam na mansão, só éramos um fardo. Os Inagawa sem valor.

— Então esse é o lado ruim deles? — Perguntou. — E o seu?

— Você já conheceu. — Afirmou. — Sabe disso. Que histórias ruins ouviu sobre mim?

— Eu ouvi algumas… — Fez sinal para que continuasse. — Você espionou a Towa algumas vezes, assaltou a joalheria de Satoru, liderou um ataque as forças de Daegu, matando diversos jovens lá, caçou e matou os pais de Inu. — Começou a contar e teve a raiva crescendo inconscientemente dentro de si. — Isso tudo é mentira?

— Não. É tudo verdade. — Afirmou. — Eu fiz mesmo todas essas coisas, tive motivos para isso, talvez motivos que não justificassem, não estou dizendo que foi certo.

— Então o que?

— Eu não finjo ser alguém que não sou. Eu assumo meus crimes, meus erros. Eu sou exatamente quem você acha que sou, não estou tentando te enganar, caso contrário, apenas diria que não fiz essas coisas. — Falou. — Mas e quanto aos seus “amigos”? Eles foram honestos com vocês? Jooheon foi honesto com você? — Chang não conseguiu responder. — Não estou tentando te colocar contra a Towa, eu os odeio, mas você não precisa os odiar também, mas o fato é que você foi, sim, enganado por todos eles.

Chang piscou algumas vezes e abaixou a cabeça. Se sentia patético e ridículo. Talvez ele tivesse razão. A Towa poderia mesmo não ser tão boa quanto ele achava. Como ele pôde ser enganado dessa forma? O que ele estava esperando? Afinal era a Yakuza. A máfia, onde o Oyabun matava os pais e depois tomava os Kobuns criando-os como filhos.

— Você acha que… — Gun o olhou. — Todos eles… são desse jeito?

— Não sei, talvez.

Lim ficou pensativo. Ele se afundava cada vez mais na máfia, parecia que o dia em que ele era um cidadão normal, um médico cirurgião que saía para beber com os amigos, voltava do trabalho e assistia a séries na TV, a pessoa com uma vida monótona, nunca havia existido. Só havia um lugar que ainda considerava seu. Que não havia mudado.

Largou os hashis. — Posso ir para o hospital?

— Kakuji disse que por enquanto seria melhor não. — Chang suspirou sem esperanças e voltou a pegar os hashis. — E eu digo foda-se. — O olhou surpreso. — Pode ir. — Sorriu sem mostrar os dentes.

— Sério? — Assentiu. — Você não vai se meter em confusão por causa disso?

— Provavelmente. Se ele ficar sabendo. — Sorriu mais.

— Ele não saberá. — Sorriu e se levantou.

Chang estava confuso com o rumo que sua vida tomou, mas havia aprendido da pior forma a lidar com essas situações e a se adaptar. A única coisa a qual ele se prendia e sabia que não mudaria era ao seu trabalho. O seu trabalho o fazia se lembrar de quem ele realmente era, o ajudava a seguir em frente, a não se perder nessa nova estrada cheia de encruzilhadas. Chang o usava como uma corda, a qual ele amarrava bem forte em suas mãos e se prendia a realidade. A sua realidade. Pois se ou quando perder essa realidade, pode perder junto, a sua sanidade.

Ele correu para seu quarto e trocou rapidamente de roupa, pegando sua fiel e que nunca o abandonava, bolsa transversal. Saiu do quarto e se dirigiu para a saída, passando pela sala e vendo Gun terminar de lavar a louça. Quando saiu da casa, se deparou com dois garotos no portão, eles andavam para a porta, mas param ao lhe enxergar. Um baixo de cabelos rosa e um alto e magro.

— Então é verdade. — Kihyun falou lhe olhando da cabeça aos pés. O rapaz tinha uma aparência fofa, mas assustadora. Chang teve a confirmação que essa combinação era, sim, possível. — Gun sequestrou mesmo Changkyun.

— Você me conhece? — Franziu o cenho.

— Não exatamente. — Lhe encarava, aparentemente não tinha ido muito com sua cara. Olhou parra Hyungwon e entrou na casa.

Chang continuou parado. O rapaz alto sorriu de canto. — Ouvi falar bastante de você. Eu me chamo Hyungwon e o que acabou de entrar é Kihyun.

— Prazer. — Falou sem saber exatamente como reagir. — O que você ouviu falar sobre mim?

— O médico que salvou Gun, foi levado para Towa. Essas coisas. — Falou. — Jooheon parecia preocupado com você.

— Se estivesse teria me tirado daqui ou pelo menos tentado se comunicar. — Falou baixo. — E-Espera. Você falou com Jooheon? Eu achei que…

Sorriu de canto. — Eu e Kihyun estávamos em uma missão no Japão, acabamos nos encontrando com Jooheon e Shownu. — Explicou. Andou até a porta e o olhou por cima do ombro. — Não que isso faça diferença, mas ele só ficou sabendo do seu sequestro hoje quando voltou para a Coreia. — E entrou na casa.

Chang ficou estático por um segundo. Lembrou de quando Jooheon e Shownu viajaram para o Japão. Ele havia o beijado. Isso parecia ter acontecido a tanto tempo. Lembrou-se, também, do que Gun lhe contou. Resolveu que não pensaria sobre isso agora e continuou andando. Se pensasse demais, ia acabar pirando.

.

Kihyun não tinha nada contra Changkyun, mas se Jooheon gostava dele como aparentava, ele deveria, como pensava Kihyun, ser parecido com o Lee, em questões de caráter e tudo o mais. Deixou essa relevância de lado. Avistou Gun terminando de lavar um último prato na cozinha e foi até lá. Ele secou as mãos no pano de prato e se virou, paralisando ao ver Kihyun que igualmente ficou paralisado, apenas o analisando. Ele sentiu falta de olha-lo. Depois de ficar isolado naquele quarto branco, a mercê da morte, só o que conseguia pensar era em Gun e em como podia nunca mais vê-lo, e agora ali estava ele. Na sua frente.

— Oi. — Falou apenas.

Em um movimento rápido Gun se aproximou e rodeou seu pescoço em um abraço, fazendo-o corar instantaneamente.

— Sabe como fiquei preocupado com você? Quando Hyungwon me disse que você estava ferido e que não acordava, eu achei que tinha morrido. — Se separou dele, segurando seus braços e o analisando da cabeça aos pés. — Como você está? Você está bem?

Kihyun o fitava surpreso, seus olhos se umedeceram, ele piscou algumas vezes e começou a chorar, surpreendendo Gun que o olhava sem saber o que fazer.

Gun voltou a o abraçar, tentando confortá-lo. — Está tudo bem agora. Não precisa ter medo, eles não vão mais te machucar.

— Não estou chorando por isso. — Falou baixo e fungou, acalmando a respiração e controlando o choro.

— Então por que está chorando? — O afastou novamente, delicadamente, mas segurando seus braços abaixo dos ombros e lhe fitando.

Levantou o olhar para o seu. — Eu achei que nunca mais ia te ver.

Gun ficou em silêncio, observando o olhar profundo do outro e se lembrou do que Wonho tinha dito quando brigaram. — Kihyun…

— Eu gosto de você. — Falou rápido, antes que perdesse a coragem. Gun ficou paralisado novamente. —  A realmente muito tempo. — Song continuava o encarando em silencio. — Fala alguma coisa, por favor.

— Eu… realmente não sei o que te falar. — Soltou seus braços. — Então quer dizer que você gosta mesmo de mim?

— Você já sabia?

— Eu não tinha certeza.

Engoliu a seco. — A quanto tempo?

— Eu já desconfiava a um bom tempo, na verdade. Mas a alguns dias atrás Wonho falou algo sobre isso e eu soube, mas só tive certeza agora.

— Então… você sabia todo o tempo? — Gun ficou calado. Na verdade, ele sabia, mas tentava convencer a si mesmo que era apenas impressão sua. Ele achava que esse sentimento que ele nutria por si sumiria com o tempo, mas não foi o que aconteceu. — Entendi. — Olhou para os lados, constrangido. A garganta seca. Abriu a boca para falar algo, mas mudou de ideia e apenas deu risada desacreditada, sem saber o que dizer e, dando as costas, foi em direção aos quartos.

Gun deu um passo para frente e esticou a mão, para o segurar e impedir de ir, mas não o fez, e nem falou nada.

— Você deveria conversar com ele. — Hyungwon falou encostado no canto da bancada que dividia a sala da cozinha.

— A quanto tempo está aí?

— Você sabe a quanto tempo ele sente isso por você? — Ignorou sua pergunta. — Desde a primeira vez que se viram. Isso faz o que? Treze anos?

— O que eu poço fazer? Eu não sinto o mesmo.

Riu soprado e se aproximou. — Ele te admira, Gun. Você sabia todo esse tempo e o deixou sentir isso sozinho, fingindo que esse sentimento não existia. Quantas vezes você o magoou quando falava de algum de seus casos casualmente como se não fosse nada? Como se contasse para um amigo qualquer?

— Eu sei disso, não me faça sentir pior do que já me sinto.

— Ah, mas você deveria se sentir mal mesmo. Tenho certeza que não é nem metade do que ele sentiu e suportou todos esses anos. — Suspirou. — Gun, você sabe que eu estarei sempre do seu lado independente das suas escolhas, mas você deveria fazer algo sobre isso. Ou você pretende apenas ignorar a confissão dele?

— Não. Eu nunca quis o magoar é só que… — Bagunçou os cabelos. — Ah! Eu não sei o que fazer. Não sei como deveria agir com ele. Eu gosto dele, de verdade, mas não da forma que ele gostaria. Como eu poderia compensar um sentimento ao qual não será recíproco?

— Sabe, nessa missão que fizemos no Japão Kihyun quase morreu, mas de alguma forma ele se recuperou rápido o suficiente para vir nos salvar. Shownu e Jooheon estavam lá também, e ele teria os matado por você. Ele teria matado Jooheon sem pensar duas vezes. — Gun não sabia onde ele estava querendo chegar. — O que estou tentando dizer, é que Kihyun te defendeu. Você contou sua história para ele e ele sentiu o que você sentiu. Sentiu sua raiva e remorso por Jooheon. Você deveria ter visto, ele não parava de discutir e brigar com Jooheon, até pôs uma faca em sua garganta. Ele estava o tempo todo te defendendo e tenho certeza que enquanto estava preso naquele quarto, deitado sobre a própria poça de sangue, com frio, sede e fome, morrendo de dor, ele só pensava em você, seu idiota.

Song ficou surpreso com tudo lhe dito, e também admirado. Ele não tinha se dado conta do quanto que Kihyun fazia por si. Se parasse para pensar em tudo que Kihyun já havia feito por Gun, ou apenas porque ele pediu, realmente não dava para entender como o Song não percebeu antes.

— Você tem razão. — Suspirou. — Ele merecia mais do que isso, mas eu não sei se posso dar a ele.

— Caramba Gun, será que você não percebe como ele está se sentindo? É muito egoísmo da sua parte deixar ele sofrer desse jeito. — Falou mais alto. — Não. Eu não estou pedindo para você namorar com ele ou sei lá o que, seria ainda pior começar algo sem a intenção de continuar. Mas estou dizendo para fazer algo sobre isso. Kihyun passou por muita coisa. Muita coisa, aliás, que a gente nem faz ideia. — Suspirou. — Pense sobre isso. — E foi para o seu quarto.


Notas Finais


Capa alternativa:
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Oláááááá~ <33

O que acharam desse capítulo? Deixem suas opiniões sinceras <3

A história de Kakuji foi bem convincente e seu sentimento para com a sua mulher parecia bem verídico. O que vocês acharam?
Para mim, como escritora, pareceu algo do tipo: antes o Satoru e a Towa eram os bonzinhos e Kakuji e a Inagawa eram os vilõesinhos, mas depois de exclarecer a outra visão da história, esse fato de inverteu e os bem não é tão bom e oo mal não é tão mau. Nossa falei bonito agora :v sahsahsah
Acho que isso se aplica também ao Gun e ao Jooheon.

Genteeeee. O que foi esse Minho/Wonhyuk??? Achei fofo =3 mas não minto que deu um aperto no coração por Shownu. Ao menos o Minhyuk está conciente do que faz. Convenhamos que ele não fez nada de errado, tecnicamente. Ele precisava tomar uma atitude, fazer uma escolha e ele fez seu melhor quanto a isso, agora é ver onde essa históri avai parar.

Ah. Você percebem que Minhyuk disse qu eia atrás do Chang no dia seguinte, mas aí passou para a cena no aeroporto e foi como se passasse dois dias? Ou seja: Minhyuk disse que ia no dia seguinte, mas passou dois dias e ele não foi. Explicação: foi apenas um corte meio confuso de tempo. Ou seija: aquele dia que eles chegaram em Seoul é o mesmo dia que Minhyuk iria atrás do Chang :B espero ter explicado sem confundir mais vocês :v

Agora vamos falar desse Jooheon e Kihyun brigando. Adorei! :V sahsahash achei meio cômico, mas sério ao mesmo tempo. Eu sei lá! :V
Jooheon parece bem ciente que fez merda no passado e parece, também, aceitar as consequencias disso. Tipo: eu fiz merda, pode me chutar, eu mereço. Meio bad, mas blz :V

E Kihyun se declarando para Gun? Seria ótimo se essa fosse uma cena clichê e Gun se comovesse com sua eclaração e mágicamente descobrisse que também gostava dele todo esse tempo, mas essa não é uma fic clihê e eu não sou um pé no saco (eu acho) assim.
Não digo que Gun foi um vacilão, porque ele não fez nada especificamente para o magoar, mas ele foi bem babaca fingindo que não sabia de seus sentimentos.
E Hyungwon. Cara ele é demais! <3 falou na lata memso, tudo que ele tinha que falar e tudo que Gun tinha que ouvir, espero que ele siga seu concelho e faça algo a respeito.

Aiai, que essa fic tá começando a esquentar e se embolar todas as histórias.

Bem, acho que falei tudo que tinha para falar.
Só mais uma coisa: tem treino de vôlei p´raticamnete todos os dias, essa semana, por exemplo, teve treino de segunda a sexta, eu chego em casa lá pelas cinco. Quinta eu cheguei as sete. Depois ainda preciso fazer o dever de casa e a janta para meus irmão e eu sou Suga da vida e preciso do meu soninho do bom-humor, então é díficil para mim escrever regularmente, mas eu juro que tentarei minimizar ao máximo a demora <33

Obrigada por lerem e a quem comentra <3 DESCULPEM OS ERROS <33

Beijossssssss~ <333


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