História Blackouted Heart - 1 - Solitary Girl

E lá estava eu, deitada sob minha cama com a mesma expressão de sempre, o bom e velho olhar de peixe morto. Ouço um berro vindo do andar de baixo:

-Rafa-chan! Acorda!
Dizia minha mãe. É né, acho que tenho que sair daqui.

Levanto lentamente da minha cama, logo vestindo roupas decentes e me dirigindo ao banheiro. Depois tomo banho mesmo, porque né, hehe.
Escovo meus dentes ainda com minha aura depressiva me rodeando e, me dirijo às escadas. Logo ao chegar a cozinha, sussurro:

-Eu acordei...~
Apenas recebi um olhar repreensivo da minha mãe, que cozinhava um belo de um ovo com bacon.

Ela sempre me trata assim e, isso tem piorado desde que minhas notas na escola começaram a diminuir. Não tenho culpa se me sinto mal 24 horas por dia e sinto vontade de ficar em casa, ué?

-Ohayo.
Sussurrou meu irmão, entediado.

Somente pego uma pera, saio andando pela porta e me dirijo para a escola.

Cara, eu tô me sentindo muito mal.

Ando lentamente pelas ruas desertas do meu bairro.

Que bom, tá tão quieto por aqui...

Alguns pássaros passam por mim cantarolando.

Esse som é muito relaxante.

Eu gosto disso.

É muito adulto.

Coloco meus fones tocando alguma playlist qualquer do meu celular.

Lonely Day, ótimo.

Relaxo meus ombros enquanto ando mais lentamente pelo meio das árvores.

Tá um belo dia aqui fora, não é?

Fecho meus olhos.

Melhor do que naquele lugar nojento chamado escola.

Isso, isso mesmo. Me sinto pior ainda lá. Eu queria ser livre, mas... Não posso ser o que quero se não completar ao menos o ensino médio...

Cara, que saco.

-Tch, merda de vida. Ao menos se algum deles fosse real...
Sussurro estressada.

Eu me odeio.

Dou um soco na árvore mais próxima, mas logo noto o quão machucada ficou minha mão.

Ô saco.

Arranco um pedaço da minha camiseta com raiva e, logo o enrolo nos meus dedos.

Repetindo, me odeio.

-Hey, Hi-chan!!~
Dou um pulo ao ouvir o berro atrás de mim.

-PUTA QUE PARIU ALEX, NÃO ME ASSUSTA ASSIM
Grito retrucando.

-Desculpa, só queria ver porque sua mão tá assim e porque você tá agindo estranho.

-Eu ajo estranho desde sempre, dãã
Rosno, voltando a andar.

Novamente, que saco.

-Porra, eu me preocupo com você! Seja sincera!
Ele grita, parando em minha frente.

-B-Bom... Eu... Só tava pensando e aí... Eu me estressei.

Tch. Idiota.

-Hum... Okay... Qualquer problema, fale comigo. Tenho certeza que estarei ao seu dispor.
Ele dá uma piscada, seguida de um sorriso. - Te encontro na escola! - Continua, saindo correndo.

Tch, como eu odeio essa coisa chamada amizade.

Volto a andar calmamente, pondo minhas mãos nos bolsos.

Preciso de um tempo sozinha. Sério.

Entro pelo portão da escola, enquanto todos me olhavam estranho.

Tch, idiotas.

Dou um sorriso irônico.