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História Blame - Capitulo 2


Escrita por: illusionmatt

Notas do Autor


oii! Como eu tive um retorno bom, eu resolvi postar o segundo logo, afinal ele já estava pronto a bastante tempo (vcs n tem ideia de quanto tempo faz que eu to escrevendo essa fanfic) então eu pensei em adiantar.
Espero que gostem, me digam o que acham nos comentários! Boa leitura!

Capítulo 2 - Capitulo 2


  14:30, sábado, 10 de Fevereiro de 2016

O impacto do avião no chão até que fui um pouco suave, não que tenha sido como uma pluma caindo, longe disso, mas foi melhor que muitos voos que já peguei, onde me senti uma pedra caindo de um penhasco. A comissária de bordo falava para permanecermos sentados até que a aeronave parasse completamente, mas a minha mãe, que eu sempre achei que tinha algum transtorno que a fazia ser super ansiosa e impaciente, já estava em pé, e me mandava acordar Cameron e Larissa, que estavam do meu lado, para podermos ir embora mais rápido. Larissa tinha fios do cabelo loiro dentro da boca que ficou aberta durante todo o voo desde que ela caiu no sono e não parecia se impotar muito com a baba de Cameron no ombro, manchando sua blusa de beisebol preferida.

A história dos dois era, além de tudo, complicada e confusa. Eles se conheciam desde pequenos, inclusive, o dia que se conheceram foi bem engraçado, eu, uma linda criança de não-sei-quantos anos, fui procurar pelo meu irmão, mas ele estava sentado num galho de árvore no quintal da casa da Larissa. Eles se gostaram por muito tempo, Cameron não era muito bonito, ele deveria beijar os pés do bom e velho tempo, mas Larissa sempre foi muito bonita, com um sorriso meigo muito fofo que não mostrava nem metade da pedra que ela era por dentro, mas, mesmo assim, Larissa e Cameron se gostavam bastante, mas a Angelina de treze anos queria deixar isso bem claro para o irmão mais velho que precisava de um empurrãozinho, o que acabou irritando ele, e, por uma brincadeira sem graça do destino, uma garota loira, quase anoréxica e que não demorou muito para pegar o cago de líder das animadoras de torcida, se matriculou na escola, não sei o que ela viu em Cameron naquela época, devo dizer que, aos quinze anos, ele não era lá essas coisas, mas mesmo na sua pior fase da puberdade, era como se Vanessa soubesse que, um dia, ele ia ficar maravilhoso e ela poderia esfregar na cara de todas as amigas tão nojentas quanto que ela namorava um garoto que tinha um pé na arquitetura e um pé na propaganda da Calvin Klein, ou simplesmente queria um menino feio para babar o ovo dela e, por sorte, ele veio a ficar bem bonito, mas, na época em que ele conheceu Vanessa, antes do inseto do mal picá-lo para ele namorar com ela, ele era bem estranho, usava um aparelho enorme, cabelo espetado e tinha um probleminha de acne, mas acabou com Vanessa do mesmo jeito, e, de novo o destino e suas brincadeiras sem graça para favorecer a megera, Cameron ficou maravilhoso depois de dois anos que eles começaram a namorar, quando ele tinha dezessete e eu quinze. Até hoje ele finge que está com Vanessa porque realmente sente algo por ela, mas isso não é verdade nem de longe, ele só quer colocar o que ele sente debaixo do tapete, o que não funcionou como ele esperava. Ele só está namorando uma garota insuportável a dois anos e agora faz de tudo pra fugir dela. Larissa também seguiu em frente, namorou o jogador estrela do time de basquete da nossa escola, Gabriel O'Neil. Mas ela terminou com o garoto moreno, alto e gostoso, com olhos cor de Esmeralda, que deu tudo que ela quis por longos nove meses e meio, por causa do meu irmão, o que, na minha opinião, foi a maior burrice que ela já fez.

"Se não quiser ir pra Munique com seu irmão e a Larissa, eu sugiro que acorde os dois e saia do avião antes que decole de novo." Minha mãe disse, sem controlar a arrogância, ajeitando seus cabelos em seu rabo de cavalo alto.

Balancei os dois e chamei seus nomes algumas vezes até que, finalmente, os dois começaram a se mexer, e eu logo me apressei para explicar que precisávamos ir. Sorri com a cara de Larissa desesperada ao ver seu cabelo no espelhinho no seu pó quando foi se ajeitar e ri quando Cameron acertou a cabeça no bagageiro quando tentou se levantar. Recebi um beliscão da minha mãe em resposta e mais um "não ria do seu irmão e de Larissa, respeite eles!" sussurrado.

Assim que deixei a grande aeronave, pude senti o frio de Atlanta bater contra o meu rosto pálido, fazendo meu cabelo marrom voar levemente, esfreguei minhas mãos em meus braços e senti meu corpo ser puxado da frente da escada por Cameron, que entrelaçou seus dedos longos e grossos nos meus dedos delicados e frios e me guiou até dentro do aeroporto. Ele me parou ao lado de uma fileira de três cadeiras de ferro cinza com um retângulo azul imitando uma almofada enquanto Cameron, Ashton e Larissa buscavam as malas, minha mãe estava sentada do meu lado, com as pernas cruzadas e mexendo no celular, falando com sua sócia em Chino Hills sobre o negócio delas. Minha mãe trabalhava com na indústria de beleza, tinha uma marca de produtos e planejava abrir uma loja em Atlanta, ela andava conversando mais com a sócia do que conosco. Ashton e Cameron voltaram, carregando várias malas, e Larissa apareceu guardando algumas coisas na mochila que eu não consegui identificar o que era. Cameron e Ashton começaram a conversar com a minha mãe e Larissa se distraiu com o celular, provavelmente avisando a mãe que já tinha chegado, olhei pra porta de vidro que dava pra saída do aeroporto, vi um homem alto vestido de preto com um iPad escrito "Dallas" junto à outros motoristas, homens baixinhos e carecas, mulheres altas chorando, crianças ansiosas e muitas, muitas pessoas com plaquinhas, tinha também um grupo de garotos, sete pelo que pude contar. Os únicos em pé eram dois garotos, um loiro com o cabelo pra cima e uma jaqueta enorme em seu corpinho magrelo e o outro tinha cabelos longos e pretos, batiam praticamente em seu ombro, usava calças rasgadas e um chapéu preto que parecia uma nave espacial, ele tinha olhos azul cor de piscina e conversava com o garoto meio loiro sentado no meio deles, que me parecia não estar sendo nenhum pouco gentil com o garotos de olho cor de piscina.

"O que você tanto olha?" Ouvi a voz de Cameron.

Me virei pro meu irmão um pouco assustada e o vi sorrindo com as sobrancelhas levantadas enquanto se apoiava na sua mala preta e na minha roxa com flores coloridas.

"Nada, só estava procurando nosso motorista"

"Não sei se sabe, mas Dallas não é um nome muito comum aqui, talvez no Texas seja, mas não aqui, então eu suponho que aquele cara enorme segurando um iPad escrito 'Dallas' seja nosso motorista." Ele riu.

"Vamos crianças." Meu pai passou e pegou, além das malas que já estava levando, a minha e do Cameron, e andou rapidamente em direção á porta com Larissa ao seu lado, ainda no celular, e minha mãe do outro lado, falando sem parar sobre qualquer coisa desnecessária.

Fiquei em pé no banco em que estava sentada e subi nas costas musculosas do meu irmão, ele posicionou as mãos nas minhas coxas e andou comigo nas costas como se levasse uma mochila bem leve, assim que minha mãe parou de falar para atender o celular, Cameron começou a falar com Ashton sobre o carro que ele supostamente ia ganhar, me dando chance para olhar mais uma vez pro grupo de garotos, o garoto moreno, muito branquinho, ao lado do loiro que me parecia ser grosso estava falando algo olhando para o seu MacBook, que estava em seu colo, enquanto o garoto meio-loiro olhava fixamente pra mim, e, aparentemente, estranhava o meu irmão estar me levando nas costas como um coala, bateu dois dedos no ombro do moreno e apontou pra mim com a cabeça. Me virei pra frente assim que a porta automática do aeroporto fechou, não pude ver o rosto do garoto moreno, mas vi de todos os outros, não que eu tenha prestado atenção em alguém além do garoto do meio, parecendo o líder de uma matilha.

Cameron me colocou no chão quando paramos na ponta da calçada e minha mãe entrou no grande carro preto com vidros negros, logo seguida por Larissa enquanto o motorista colocava as milhões de malas dela no porta-malas. Cameron me virou pra si e beijou a minha testa.

"Estou indo pra loja de carros com papai, vai pra casa arrumar suas coisas ok?"

"Não posso ir com você?"

"Hum.... Claro! Claro que pode. Vamos, papai vai chamar um táxi" Ele falou, parecendo nervoso.

Parei ao seu lado enquanto meu pai conversava com um senhor pouco mais velho que ele, que, assim que o primeiro táxi apareceu, ele fez questão de tentar chamar a atenção, pedindo para o motorista parar. Meu irmão me abraçou de lado e beijou mais uma vez o topo de minha cabeça. Eu não era exatamente baixa, e usando minhas botas chunky pretas eu ficava até consideravelmente alta, mas meu irmão e seus um metro e setenta e cinco não eram facilmente barrados pelo meu um metro e meio, o que até era bom, afinal não existe nada melhor que um beijo na testa ou na cabeça.

Notei que o senhor que chamou o táxi usava um crachá com sua foto, alguns números e seu nome, que era Isaiah, por cima da camisa social branca que usava, ele acenou para mim com um sorriso e eu sorri de volta, tentando parecer mais simpática do que geralmente sou, entrei no carro logo depois de Cameron e fomos os dois rindo e conversando o caminho todo, enquanto eu ignorava um pequeno sentimento de eu estava sendo perseguida. O táxi parou em frente à loja da Jeep, meu pai só dirige Jeep, assim como a minha mãe, e Cameron também sismou com isso de Jeep. Eu não tenho muita preferência, não entendo nada de Jeep ou de qualquer outra marca de carros, então, pra mim, não era como se fizesse uma diferença muito grade. Meu pai parou na nossa frente e colocou a mão no peito do Cameron, que fez uma cara safada para Ashton, arrancando algumas risadas dele.

"Escuta, Palhaço, leva sua irmã pra comer no lanchonete, tem uma do outro lado da rua" ele tirou um cartão de crédito do bolso e segurou entre dois dedos até o Cameron pegar.

Meu irmão mais velho piscou o olho direito para o marido da mãe e correu pra fora comigo agarrada à sua mão. Entremos na pequena lanchonete e nos sentamos em uma mesa também pequena e redonda para duas pessoas, entre milhares de pessoas bêbadas e mulheres de pouca roupa no colo de homens com joias e grandes charutos. Fedia a tabaco. Uma mulher gordinha e baixinha chegou perto de nós com seu uniforme rosa bebê, e com os dentes enormes e tortos exposto para que todos víssemos, perguntou cuspindo:

"E então, crianças, o que vão querer?"

"Hum.... Eu vou querer uma Coca-Cola, e um especial do dia, ela vai querer um suco de morango sem açúcar e..." O barulho do celular dela tocando no bolso interrompeu Cameron, que olhou para mim com os olhos arregalados e um sorrisinho sem graça de quem não está entendendo nada.

A mulher, que tinha escrito "Johannah" no crachá com letra de criança colocou o dedo com unhas perfeitamente pintadas de rosa choque na cara do meu irmão, o mandando calar a boca, e tirou o celular de dentro do bolso. Ela começou a gritar várias coisas em espanhol, muito rápido para que eu e meu curso de espanhol de seis meses pudêssemos entender, enquanto batia cada vez mais forte na mesa, que já não me parecia tão resistente, e depois de ter mandado uma tal de Francesca para o inferno umas quatro vezes, pelo que eu pude entender, ela desligou o celular e colocou de volta no bolso.

"Ridículo essa mulher continuar me ligando, ela acha que eu tenho que resolver todos os problemas que ela tem com a pastora da igreja? Por que, quer saber de uma coisa? Eu não tenho nada a ver com a vida daquela garota, ela já tem dezesseis anos, pode se virar sozinha, e se ela resolveu se casar com o homem tão cafajeste ao ponto de trair a namorada bem no altar da igreja eu não tenho nada a ver com isso. Não é só porque ela é minha filha que eu tenho que ficar ouvindo essa garota chorando no telefone por vinte minutos todos os dias, ela tem que tomar vergonha na cara e aprender a lutar as próprias..."

"Senhora!" Interrompi "Só queremos fazer o pedido!"

"Tudo bem, o que o hermoso chico vai querer?" Ela perguntou para o meu irmão.

Não prestei muita atenção no que Cameron pediu, ele sabia de tudo que eu comia e não comia, então só voltei a prestar atenção quando ela me olhou com desprezo e foi se afastando da mesa resmungando um "branca mimadinha" também em espanhol.

"Mamãe nos odeia." Reclamei fazendo Cameron rir.

"Já tem tudo que precisa pra voltar pra escola?"

"Acredito que sim, mas eu não quero ir pra essa nova escola, eu quero voltar pra Chino Hills, eu já cansei desse lugar e de suas garçonetes espanholas que acham que eu estou ligando pra vida delas!"

"Tenho quase certeza de que ela era mexicana." Ele falou sorrindo, zombando de mim.

"Praticamente a mesma coisa." Revirei os olhos, eu sabia que não era a mesma coisa, só não queria admitir que estava errada.

"Na verdade está longe de ser a mesma coisa." Ele falou ainda rindo e eu arqueei minhas sobrancelhas.

"Odeio esse lugar, e você não está ajudando." Reclamei de novo, dando um tapa no braço dele.

"Hey, pelo menos vamos tentar ok? Ashton está fazendo isso por você. Caso não tenha percebido, ele tem feito tudo por nós desde que o papai foi embora, vamos tentar fazer isso por ele." Cruzei os braços e me joguei na cadeira olhando pro lado.

"Eu sei que foi por nós..." Neguei com a cabeça "Ou por mim, não sei." Descruzei os braços e deixei minhas mãos caírem sobre as coxas "Eu só não queria ter que abrir mão de tudo, entende?"

"Angel você tinha pesadelos, ataques de asma, não podia ficar sozinha um segundo graças a sua Autofobia, você não saia de casa e sempre precisava ficar com alguém com você o tempo todo, todos ficamos preocupados, principalmente Ashton, que não sabia uma vírgula do que realmente estava acontecendo"

"Duvido que ele tenha acreditado no que os jornais disseram." Pensei alto.

"Também duvido, se fosse tudo como diz o jornal estaríamos todos no morro onde John morreu cantando 'Give Peace A Chance' e combatendo o Bullying." Ri cruzando os braços e me virando novamente.

Meus olhos bateram na televisão minúscula no canto, presa ao teto e com chuviscos, uma mulher morena, de cabelos bem pretos, falava algo com o rosto sério, enquanto uma foto aparecia ao lado de seu rosto bronzeado, logicamente artificial, embaixo tinha escrito "Professor tira primeiras imagens de assassino procurado". Franzi o cenho. Se é um assassino procurado, como pode ser a primeira imagem? E nem é exatamente uma imagem muito boa, parece de uma câmera bem ruim e com um zoom péssimo, não dá pra ver o rosto e tem uma mancha na parte de trás do pescoço do garoto saindo de dentro de um galpão, se algum dia aquilo foi uma tatuagem, não era mais.

"O que é aquilo?" Me ajeitei.

"O que?"

"Na TV. Como pode ser a primeira foto do assassino?"

Quando voltei meu olhar para Cameron, um cara estava parado atrás dele, ele tinha cabelos longos, batiam nos peitos magros, era alto e tinha cara de maluco viciado em drogas.

"ML97 é o assassino mais perigoso de Atlanta, possivelmente de toda a Geórgia, e também o mais procurado," Começou, gesticulando com as mãos "a polícia nunca teve uma imagem dele, ele não deixa pistas, ele apaga tudo o que as pessoas podem fazer para encontrá-lo. Ele é o inimigo fumaça, só é percebido quando o incêndio já está acontecendo. Até então nunca acreditamos em alguém que pudesse acabar com todos os rastros, esse assassino nem teria um nome se ele não tivesse escrito com sangue nas paredes das cenas de crimes as letras M e L e o número 97"

"Mas você mesmo disse, não tem como não ter nenhuma pista! É impossível! O que mais tem nos Estados Unidos são psicopatas e assassinos, e todos são pegos, por que ele não seria?"

"Deixa eu te fazer entender, criança, a cabeça de cara funciona diferente de todas as outras. Nossa mente é algo tão complexo que muitos cientistas dedicam suas vidas para descobrir os mistérios que há nela, mas não conseguem. Se há algo que nós em Atlanta sabemos sobre nossas mentes é que ela prega peças sem que nós fiquemos sabendo. É como um jogo. Todo serial killer deixa minúsculas pistas por uma peça pregada por sua própria cabeça. Pra ela é um jogo, 'me descubra se puder', a mente desse cara não é assim, ele não deixa nenhuma partícula se quer com pistas, ou rastros, nada." Ele terminou e um garçom chegou com a nossa comida.

"KILLIAN! Está incomodando os clientes de novo? Não quero ter que te expulsar daqui, meu amigo!" Ele deixou nossos sanduíches na mesa e bateu nas costas do homem magro atrás do meu irmão que já estava me assustando.

Killian se afastou de nós e parou no bar ao lado de mais homens que aparentemente conheciam ele.

"Me desculpem por ele," O garçom disse "ele fica aqui há muito tempo, não tem uma casa, ele praticamente mora aqui, dorme nos fundos e, para pagar, limpa o chão durante os dias que estamos fechados. Vamos fazer assim, vocês perdoam o incomodo e a bebida sai por conta da casa." O garoto de cabelos marrons claros e olhos escuros com rosto de criança sorriu e levantou as sobrancelhas.

"Tudo bem. Obrigado..." Cameron deu uma pausa pra ler o crachá do garoto que não parecia ser muito mais velho que eu "Jacob"

"Por nada, senhor, qualquer coisa é só chamar." Ele andou para o lado dos outros garçons, que estavam perto da porta da cozinha.

Eu só queria sair dali o mais rápido possível. Depois que terminamos de comer, Cameron pagou a conta e fomos pra fora do estabelecimento, voltando pra loja onde Ashton ainda conversava com um cara usando o uniforme do lugar. Ashton chegou perto de nós com três chaves de carros, jogou uma na mão do Cameron e gritou "Renegade preto" pra quem quisesse ouvir. Ele também deu uma chave na minha mão, olhei pra ele confusa e ele sorriu.

"Quero que você pratique um pouco antes de tirar sua carteira oficialmente, você vai dirigir até em casa com o carro da sua mãe, é o Cherokee vermelho, e o meu é o branco" ele sorriu.

Abri um sorriso enorme instantaneamente. Era incrível como meu pai confiava em mim, adorava o jeito como ele via as coisas, colocava mais confiança em nós do que minha mãe nunca conseguiria, não era surpresa que eu e Cameron eramos muito mais próximos dele do que da mamãe. Eu sinceramente não sabia o que um cara como Ashton via na minha mãe, ela é uma pilha de nervos que só sabe criticar tudo o que todos fazem, reclama até do que ela mesma faz e arruma problemas desnecessários, enquanto Ashton era o extremo oposto, era compreensivo, agitado, e tudo estava bom o tempo todo, e, se não estivesse, ele sempre fazia todos acreditarem que poderia ser muito pior. Sempre achei que o destino colocou Ashton em nossas vidas como um jeito que nos mostrar o que era ser feliz, o que era ter alguém que fazia de tudo pela família que tinha, diferente do meu pai biológico. Ashton encontrou apenas o pó da nossa família despedaçada, antes dele chegar, minha mãe praticamente cavava um buraco no fundo do poço, e ele juntou todas as peças e nos reconstruiu, foi o pai que minha mãe desejou ter tido seus filhos, mas, mesmo assim, os dois não tiveram mais filhos. Ele era tudo que minha mãe sonhou e ultrapassou tudo o que eu e Cameron imaginamos para um pai, mas, mesmo Ash sendo maravilhoso, eu sentia falta do meu pai as vezes, eu não tinha nada para me lembrar dele, uma foto ou um vídeo, nada, e, mesmo que tentasse evitar, ele me fazia falta.

Olhei de pro Cameron poucos segundos depois de aceitar que iria dirigir  um carro fora da autoescola pela primeira vez e ele estava literalmente abraçando o carro. Tenho certeza que ele estava chorando também. Não sei se eu estava tão animada quanto ele, mas eu estava bem ansiosa para isso, considerando que combinei com Ashton e minha mãe que iria parar as aulas da autoescola por um tempo, como a médica disse que seria melhor, não sabia quando iria dirigir de novo. Mas o caso de Cameron era diferente, ele estava esperando por esse carro desde que tirou a carteira um pouco depois de fazer dezessete anos, minha mãe disse que no aniversário de dezenove ele ganharia, assim como aconteceu com ela, ele escolheu esperar chegar até Atlanta pra comprar, até porque se não tivesse esperado, o carro dele teria sido vendido, ele não ia poder levar pra casa nova. Esse carro é a realização de um sonho de Cameron.

Andamos até a parte de fora da loja onde os carros ficavam parados, tinham alguns já emplacados, os nossos estavam com o nome "Dallas" riscado com algo que julguei ser canetinha em um papel no para-brisa. Entrei no carro que foi designado a mim e fui seguindo Ashton pelas ruas lotadas de Atlanta até nossa casa.

A porta da casa de Larissa estava aberta e ela estava dentro da casa, as malas estavam do lado de fora e ela reclamava de alguma coisa no celular. A minha casa estava fechada, e parecia estar mais quentinha do que estava dentro do carro, corri pra dentro e vi minha mãe com seu moletom azul felpudo e uma blusa rosa bebê por baixo, estava de chinelos slide pretos com pelos e meias brancas grossas, com os cabelos que Cameron herdou presos num coque alto e desarrumado. Quando se virou pra nós, sorriu, e andou com uma bandeja com xícaras coloridas em cima, assim que ela se aproximou pude sentir o cheiro, chocolate quente, não existe chocolate quente melhor que o da minha mãe. Peguei a minha xícara e segui pro quarto que minha mãe me disse que era o meu, o segundo à direita. Quando cheguei no andar de cima não foi muito difícil achar o quarto, afinal todos tinham plaquinhas do tipo "Angel", "Cameron", "Escritorio - CAMERON FIQUE LONGE DAQUI", "Mamãe e Papai" e todas as outras portas também tinham plaquinhas com funções. Tinha até uma portinha no teto com um recado escrito "Sótão - ESTÁ COM ARANHAS E MUITA POEIRA".

Meu quarto já estava todo decorado, minha mãe não sabia muito bem do que eu gostava, ela tentou se basear ao máximo no que o meu quarto antigo era e Cameron até me contou que ela pediu ajuda dele, o que resultou em um quarto meigo e bonitinho, que eu adorei, estava mais organizado do que eu poderia ter sequer pensado. Tirando meus livros. Eles continuaram nas caixas. Eu não deixava ninguém tocar neles, eles são minha preciosidade, principalmente os romances policiais, são os melhores livros.

Coloquei a xícara de bolinhas coloridas no criado mudo que tinha uma foto minha com Cameron quando ele tinha sete anos e eu cinco, possivelmente minha mãe tinha trago ela. Me joguei na cama e tirei meu celular do bolso. Ele continua desligado graças ao avião e assim que liguei o aparelho milhões de mensagens da minha amiga Rebecca, que ainda mora na Califórnia.

Becca: chegou? (14:17)
Becca: está muito frio aí? (14:17)
Becca: acabei de achar uma calça sua aqui em casa, volta pra buscar (14:18)
Becca: desculpa não ter ido te dar tchau no aeroporto, eu estava com Jessie (14:18)
Becca: ele vai se mudar pra Atlanta também, só não sei quando, mas ele me disse que ia (14:18)
Becca: Atlanta está carregando todos de mim, primeiro uma das minhas melhores amigas, agora meu namorado, que droga de cidade (14:19)
Becca: vou até aí só pra botar fogo nessa porra (14:19)
Becca: mas você chegou? (14:23)
Becca: está gostando?(14:24)
Becca: espero que sim (14:24)
Becca: o que é tão importante que não pode me responder? (14:25)
Becca: ESCUTA AQUI (14:29)
Becca: VOCÊ JÁ FOI EMBORA, SE FOR PARAR DE ME RESPONDER TAMBÉM EU VOU FAZER UM ESCÂNDALO (14:30)
Becca: tudo bem, me ignora, eu achei que você me amasse sua puta (14:35)
Becca: sinceramente, não vai mesmo me responder? (14:40)
Becca: eu falei com a Larissa sua desgraçada, vocês chegaram á 20 minutos! Por quê você não me responde? (14:59)
Becca: o que eu te fiz? Está brava comigo? (15:14)
Becca: cansei (15:36)
Becca: quando você tiver a boa vontade de falar comigo você me liga (15:49)
Becca: sério, eu já estou bem mal por causa da sua mudança, agora o Jessie também vai, e você ainda não me responde? Vocês foram postos no mundo pra me fazer sofrer mesmo! (16:10)
Becca: queria avisar que meu celular acabou a bateria, eu coloquei pra carregar e agora está com 43% e você ainda não respondeu (17:05)
Becca: chega, agora eu cansei de insistir em você! (agora)

Ri com as mensagens.

Você: o celular estava desligado, eu fui com o Cameron e com o meu pai pegar os carros e almoçar, você é muito impaciente.

Bloqueei a tela e coloquei o celular do meu lado na cama King Size, que era exatamente igual a minha cama da antiga casa, e procurei o controle para colocar na Netflix, para poder finalmente assistir a próxima temporada de Teen Wolf, ou ver Gossip Girl de novo, quem sabe rever Flash ou Arrow. Tinha muita coisa que eu poderia ver, e, como sou indecisa, demorei muito para resolver que o jeito era ver um filme. Mexi um pouco pelos filmes e achei o meu filme preferido, Naomi And Ely's No Kiss List. Becca foi me responder quando Ely e Bruce 2 se beijaram pela primeira vez.

Becca: finalmente! Pelo menos comprou um carro pra você?

Esperei 3 segundos até a mensagem seguinte chegar. Sabia que ela dizer mais alguma coisa.

Becca: OPA! Esqueci que eu sou a única que já tem carteira de motorista!

Sorri. Sabia que ela não perderia a chance de esfregar isso na minha cara.

Você: mas nunca dirigiu de verdade, só no estacionamento do Walmart ás três da manhã, e ainda bateu na pilastra.

Becca: escuta aqui minha filha, mais respeito! Isso é jeito de falar comigo?
Becca: e eu não bati na pilastra, o carro só arranhou um pouco.

Você: é, o para-choque caiu e o carro "só arranhou".

Becca: vai tomar no seu cu.

Coloquei meu celular de volta na cama e terminei de tomar meu chocolate quente, que já nem estava mais tão quente assim. Depois de jantar, não demorou muito pro meu sono bater, eu não tinha dormido na noite anterior e não tinha conseguido tirar a minha soneca no avião, como eu tinha planejado, então logo adormeci na única coisa que parecia ser igual tanto na Georgia quanto na Califórnia, minha cama. Aquele era o começo de uma vida nova, e eu esperava que fosse melhor que a outra, mesmo que tivesse um péssimo pressentimento sobre ela.


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Os personagens vão demorar um pouco pra chegar e esse começo da historia é bem enrolado, por isso eu vo postar mais de um capitulo hoje. Talvez uns dois, ou mais.
ALGUNS AVISOS:
*Jacob do restaurante é o Jacob W mesmo
*Não estou seguindo calendário, tipo, o dia do mês na fanfic talvez não corresponda com a data real, isso é proposital. Eu tive a ideia dessa fanfic e comecei a escrever há muito tempo mesmo, tanto que, a princípio, a fanfic se passava em 2015 e era pouco antes de fevereiro, mas aí deu alguns problemas no meu celular (eu escrevo ela nas notas até hoje e dps mando por email) e quando resolveu, e eu reescrevi a fanfic, era como se a fanfic estivesse arrastada, como se eu forçasse para as coisas acontecerem, aí eu deixei ela de lado, pensei em outras fanfics (que eu pretendo postar), aí quando minha amiga Ana Luiza me forçou a voltar a escrever (e em troca ganhou uma personagem só dela que ainda vai aparecer e vai ser a Sara Sampaio) mas isso só no fim do ano, aí eu mudei só algumas coisas um pouco drasticas na fanfic, tipo o final e tal, o final que essa fic vai ter não foi planejado desde o começo, fiquei semanas pensando nele, aí quando eu voltei a escrever, quando tava tudo lindo, eu fui atualizar o iOS e deu uma merda grande no celular, eu perdi não só o celular mas tudo que tinha nele e tal, aí só comecei a escrever de novo perto de março/abril desse ano, por isso o tempo da fanfic ta todo errado, mas relevem isso.
Então, se você leu até aqui embaixo e gostou da historia e ficou com pena da minha pessoa depois de tantas idas e vindas com essa fanfic, eu acho que você deveria deixar um comentário sobre o que você achou e favoritar se gostou!
Me sigam no Twitter também @illusionmatt_ e deem RT no tweet fixado para ajudar na divulgação da fic! Um abraço, e até daqui a pouco!
Cara, é sério, é dia 10/07 de 2017 e se tem uma coisa que eu posso falar para vocês é que reescrever sua fanfic é bom demais, você percebe o quanto sua escrita evoluiu.


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