História Blame - Capitulo 20

19:45, terça-feira, 22 de fevereiro de 2016

POV Madison

"Então funcionou?" Perguntei me sentando ao seu lado na cama.

"Perfeitamente. Você é brilhante!" Ele disse e me beijou.

"Sabia que ia funcionar... Matthew não tem medo de nada, só dos próprios sentimentos." Falei.

"E a melhor parte é que alguém aqui conseguiu fazer a Angelina desistir do show de talentos, você vai cantar no lugar dela." Ele disse.

Comecei a gritar desesperadamente e pulei em cima dele, dando beijos e mais beijos. Eu não conseguia acreditar, estava tudo dando tão certo.

"Tudo bem, mas não fique tão feliz, ainda temos muita coisa para fazer." Ele disse.

"Podemos continuar com isso depois que o show de talento acabar? Eles vão brigar de qualquer jeito, conseguimos segurar as coisas por um tempo, é em menos de um mês."

"Madison..."

"Por favor, Nash! Eles não vão se resolver em tão pouco tempo, e é só continuar a soltar pequenas faíscas que eles mesmos vão se queimar." Falei.

"Tudo bem. Mas você conseguiu o que eu te pedi?" Ele perguntou e eu sorri irônica.

"Mas é claro. Eu entrei em contato com a tal Dakota, ela está fazendo uma investigação mais profunda para mim e, em poucos dias, teremos a verdadeira história do que aconteceu naquele dia em Chino Hills." Sorri.

"Você nunca me decepciona." Ele sorriu.

"Nunca mesmo." Sorri de volta.

POV Angelina

19:53, terça-feira, 22 de fevereiro de 2016

Eu estava andando em círculos pelo quarto faziam cerca de uns trinta minutos, Cameron já tinha trago todo tipo de remédio para me acalmar, mas nada funcionava. Eu queria soca-lo e parabeniza-lo ao mesmo tempo, como ele tinha feito aquilo? Ele conhece ela a menos de uma semana e já estava tomando um passo grande daqueles.

"Tem certeza que é isso que você quer? Se for só mais uma das suas fases os dois vão sair machucados." Falei.

"Eu sei, eu sei. Não quero que você apoie, eu sei que não apoia, eu só quero que você não me odeie."

"Cameron eu não odeio você! O que eu posso fazer, afinal? Mas eu não posso dizer que eu estou feliz, eu acho que a sua decisão foi muito precipitada."

"Não acho que foi precipitada, eu sei o que sinto por ela."

"Vocês não se conhecem nem a uma semana!" Gritei.

Ele me olhou com cara de cachorrinho que caiu da mudança e eu abaixei a guarda.

"Olha, se é isso que você quer, vai fundo. Eu só não quero que você se machuque nem que você machuque a Anna." Falei.

"Eu não vou."

"Tudo bem então, ela ainda está aqui?" Perguntei.

"Está lá em baixo, com a mamãe."

"Vou salvá-la." Sorri e sai do quarto.

Andei calmamente pelo corredor e desci as escadas rapidamente. Anna estava sentada no sofá ao lado da minha mãe, as duas mudas enquanto assistiam um documentário sobre leões-marinhos no Animal Planet. Anna segurava uma xícara de chá enquanto tremia e minha mãe levava a dela até sua boca de cinco em cinco segundos.

"Anna." Chamei.

Ela se virou pra mim e se levantou, deixando a xícara na mesa de centro.

"Precisamos conversar." Falei e ela sorriu.

Subi as escadas ao lado dela e entramos no meu quarto, encontrando Cameron exatamente como o deixei.

"Tudo bem." Falei e Anna se sentou ao lado de Cameron "Estou me sentindo a mãe de vocês, mas não vem ao caso." Cam sorriu "Eu tenho um carinho muito grande pelos dois, não quero que se machuquem. Vocês têm certeza que é isso que vocês querem? Mesmo se conhecendo a pouco tempo?" Perguntei.

Eles se olharam e depois assentiram. Eu não tinha mais o que fazer, as chances da Anna e do Cameron saírem magoados era enorme, mas eu não podia impedir que tentassem.

"Vocês sabem que eu não posso fazer nada sobre isso. Seria injusto. Só me prometam que, se acabar, vocês não vão se odiar, porque vai ser horrível não poder trazer uma das minhas amigas para a minha casa porque ela namorou meu irmão." Eles sorriram e entrelaçaram os dedos "Prometem que não vão machucar um ao outro?" Falei sentado no meio deles.

Eles assentiram juntos e abracei os dois. Ainda achava que eles não dariam certo, mas não posso impedi-los de tentar. Eles levantaram logo depois e foram para a sala ver um filme, me deixando sozinha no meu quarto. Coloquei "Um Lugar Chamado Nothing Hill" e assisti até o final, na metade da segunda vez que assisti, acabei caindo no sono.

Matthew

00:45, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2016

"You make me learn to love again, you joined all my broken pieces and, my angel, you make me learn to love again..." Cantarolei, descendo as escadas e encontrando Nash sentado no sofá.

"Bela música." Rolei os olhos.

"Todos resolveram invadir minha casa hoje? Desde quando você tem a chave da minha casa?" Perguntei.

"Desde que Shawn não tem o menor talento para esconder as coisas." Falou.

"Roubou isso da casa de Shawn?"

"O que posso dizer... Você nos ensinou direito." Travei o maxilar.

"Na verdade isso foi a única coisa que nunca ensinei para vocês. Roubar uns dos outros." Falei subindo as escadas de novo.

"Aquela garota está mexendo com a sua cabeça." Ele falou firme parando logo atrás de mim.

Me virei para ele com um olhar fulminante e disfarcei minha surpresa ao ver que ele nem reagiu.

"Que garota?"

"Você sabe muito bem de que garota que estou falando, Matthew. Angelina." Forcei uma risada maldosa.

"Tudo o que eu sinto por aquela garota é desprezo..." Menti.

"Você acha que me engana? Huh?" Ele disse desafiador "Eu ouvi a música, Matthew."

"Música?" Me fingi de desentendido.

"'Você me fez aprender a amar novamente', 'você juntou todas as minhas peças quebradas'?" Falou, citando minha música.

"Não é pra Angel." Menti novamente.

"Você acha que eu estou brincando? Matthew... 'Oh, minha Angel'?" Falou.

"Não é Angel no sentido de... Angel, Angelina. Angel no sentido de anjo."

"Ah, claro que é. Você pode achar que me engana, mas não engana você mesmo. Sabe que ela vai estragar tudo."

"Tudo bem! Ligue pro Shawn."

"Shawn?"

"Sim. Não está dizendo que eu mudei por causa da Angel? É o que vamos ver." Falei entrando no quarto.

Em quarenta minutos eu e Nash estávamos vestidos assim como os outros meninos, Shawn mexia nas suas coisas de nerd e estávamos todos prontos.

"Vocês se lembram do que vamos fazer não é?" Falei.

"Não. Você não nos disse!" Carter falou.

"Você não nos avisou de nada. Não sabemos nem para onde vamos." Jack G falou cruzando os braços.

"Pro inferno com certeza." Falei sorrindo falso ajeitado minhas armas no cinto.

"Engraçado." Taylor falou forçando uma risada "Vai arriscar nossas vidas pra quê?" Ele perguntou.

"Grana extra nunca é demais."

"Tá, e vamos conseguir isso em um banco? Como?" Carter perguntou.

"Improviso." Falei mexendo as mãos dançando.

"Ah, ótimo." Jack J falou.

"Tudo bem. Jacks vão subir no teto do banco e fazer a coisa de vocês. A coisa dos canivetes que estavam trabalhado. Então, eu, Nash, Taylor e Carter vamos entrar no banco quebrando o vidro e pegar tudo o que der, então Nate e Sammy vão nos buscar."

"Do jeito que fala até parece simples." Shawn falou, sem nos olhar.

"Como se a sua parte fosse complicada!" Taylor implicou.

"Quero ver você conseguir fazer metade do que eu faço, seu idiota." Falou.

"As crianças já acabaram?" Falei antes que Taylor pudesse responder "Vamos logo."

Tiramos as lanternas e eu olhei o meu relógio. 01:55.

"Ok, corte a energia." Falei e tudo se apagou "Pro carro, sem ligar as lanternas." Falei e todos fomos pro carro, em silêncio.

Rodamos a cidade deserta com cuidado e chegamos na esquina do banco. Os meninos subiram no telhado do lugar e andaram em silêncio até a porta da frente onde tinham dois armários protegendo a porta, canivetes voaram fazendo cortes fundos nos pescoços dos seguranças, os dois caíram no chão logo em seguida, jorrando sangue.

Eu, Nash e Carter corremos pela rua até a porta, tudo estava escuro, as luzes da rua estavam apagadas e os seguranças nem devem ter reparado. Tirei minha pistola e quebrei o vidro com ela, Nash foi terminando de quebrar com a lanterna. Entrei primeiro e vi Nash jogar a lanterna no chão do banco, logo depois entrando por último.

Fui andando pelo estabelecimento completamente escuro iluminando meu caminho apenas com uma lanterna, dei de cara com um grande cofre com um código pra ser aberto.

"Shawn." Falei pelo ponto. "Tem um código." Falei.

"Aparentemente é meio que para emergências, pelo modelo dá pra ver que foi feito pra funcionar mesmo sem energia por algumas horas." Falou.

"Vamos ter que esperar aqui?" Nash falou, também usando o ponto.

"Não. Eu consigo destravar, estou trabalhando nisso. Me deem dois minutos."

Os meninos pararam do meu lado enquanto víamos vários números verdes brilharem na telinha onde apareceria o código, logo depois ele fez um barulho agudo e uma luz verde piscou enquanto a porta deu um pulo pra frente.

"Funcionou?" Ele perguntou.

"Sim." Respondi abrindo a porta.

Pegamos todo o dinheiro possível e colocamos nas mochilas, andei até um dos seguranças e afundei o dedo na poça de sangue no chão, usando o líquido vermelho e viscoso para escrever "ML97" na parede inutilmente, até pq iriamos queimar tudo, corremos para fora do banco e Nate passou de carro, jogamos o equipamento no porta-malas junto com o dinheiro e jogamos as roupas e sapatos perto do banco, os meninos entraram no carro e eu acendi um fósforo, coloquei fogo na roupa e o fogo foi se espalhando pela construção enquanto eu corria para o carro.

Nate acelerou e em alguns minutos estávamos na minha casa. Subi para o segundo andar e corri para onde Shawn sempre fica. Abri a porta e ele pulou da cadeira para me abraçar, eu o abracei de volta.

"Estou feliz que está bem." Ele disse.

"Também estou" falei sorrindo de leve.

Ouvi os passos dos meninos logo atrás de mim e Shawn me soltou.

"Tudo bem, vamos dividir isso." Falei jogando o dinheiro todo no chão.

Os meninos fizeram o mesmo e, depois de ligarmos novamente a energia, eles foram para casa. Menos Nash.

Fui para o meu quarto e minha sombra de olhos azuis me perseguiu.

"O que você quer?" Perguntei

"Você tava certo, continua o mesmo Matthew. Mas se não se afastar dessa garota, não sei por quanto tempo você vai continuar sendo." Falou e saiu, ouvi os passos pesados da bota dele por alguns longos segundos  até finalmente ouvir o barulho da porta.

Fiquei ali, parado, sem dizer nada, de braços cruzados enquanto observava a parede com papel de parede escuro do meu corredor.