11:57, segunda-feira, 12 de fevereiro de 2016
Coloquei meus livros no armário sem soltar o celular ou sair do chat com a Rebecca e peguei dinheiro na mochila pra comprar o almoço antes de responder.
Você: ainda com implicância? (11:57)
Coloquei o celular no bolso e andei até o refeitório. Quando atravessei a porta meu celular vibrou de novo.
Becca: não é implicância! Ela é uma vaca! Nunca vi ninguém se esfregando no Jessie do jeito que ela faz! (11:59)
Você: e daí? Jessie te ama. Acha que ele teria te aguentado desde a sexta série se não amasse? (12:00)
Becca: não precisa amar pra transar, Angel (12:00)
Você: não acho que você deveria se preocupar, ele nunca te trairia. (12:01)
Coloquei o celular no bolso e andei até a fila do almoço. Peguei uma bandeja e meu celular vibrou de novo.
Becca: eu não duvido de nada (12:03)
Becca: Jessie é bem imprevisível, tirando que eu não vou em todos os lugares com ele (12:03)
Becca: festa com os amigos dele, por exemplo, eu odeio eles, e não vou, e se lá ele beber e os meninos incentivarem? (12:04)
Você: ela não seria capaz, nem ele, não importa quanto alcool ele tome. (12:04)
Becca: ela não seria capaz? (12:05)
Você: talvez ela, mas Jessie não (12:05)
Coloquei meu celular no bolso pela terceira vez e peguei um sanduíche que estava por cima dos outros. Peguei uma garrafa com suco de uva e tirei o dinheiro do bolso pra contar.
"Angel!" Ouvi.
Tirei minha atenção do dinheiro e olhei em volta procurando quem poderia ter me chamado, até que vi um garoto alto de cabelos pretos e com os braços musculosos vindo na minha direção.
"Oi Shawn" sorri.
"Vem sentar" ele segurou a minha mão e tentou me puxar.
"Não! Eu tenho que pagar!"
"Não! Você está com a gente, não pagamos o almoço"
Shawn me puxou para a mesa redonda no meio do refeitório, os meninos do corredor estavam ali. Jack estava ali e Nash também. Tinha apenas dois lugares vagos, ao lado da cadeira que Shawn se sentou e entre Shawn e um garoto de topete, bem magrelo, aparentemente chinês, ou japonês. Ele puxou a cadeira que estava ao seu lado e apontou com a mão dizendo para me sentar.
Assim que coloquei a bandeja na mesa, todos os olhares do refeitório foram pra mim. Das pessoas que também estavam na mesa, das pessoas em outras mesas, das pessoas na fila e até mesmo a mulher que estava no caixa e do zelador. Eu olhei em volta um pouco confusa e me virei pra Shawn, agora com medo.
"Por que todos estão me olhando assim?" Sussurrei.
"Porque eles não têm uma vida pra cuidar" me respondeu "PERDERAM ALGUMA COISA?" Shawn gritou e o refeitório voltou ao normal.
Alguns olhares, tipo o dos garotos da mesa, continuavam em mim, e eu esperei até Shawn dizer alguma coisa sobre isso pra eles. Já estava me assustando.
"Essa é a Angel!" Ele falou "Angel, esse é o Carter." apontou pro garoto chinês, japonês, coreano, sei lá "Esse é o Taylor." apontou pro garoto usando a bandana azul marinho "Sammy." o garoto de cabelo platinado "Gilinsky..."
"Já nos conhecemos." Ele acrescentou "A segunda aula dela é comigo, ela quis roubar minha cadeira"
"Tudo bem, esse é o gêmeo siamês dele, o Johnson, ele também chama Jack."
"Dois Jacks?" Perguntei, todos da mesa assentiram "Legal"
"Hey! Vocês viram o Matthew?!" Nash chegou correndo e apoiou na cadeira do chinês/Coreano/japonês e na cadeira do garoto que, eu acho, que se chamava Taylor "Por que a garota que senta comigo na aula de química tá aqui?"
"Shawn" todos falaram ao mesmo tempo e ele levantou a sobrancelha, como se entendesse.
"Por que quer o Matthew?" Shawn perguntou comendo uma de suas batatas.
"Ele não está de bom humor, se me entende, não quero que ele fuzile ninguém. E eu acho melhor tirar ela daqui antes que ele veja" Nash apontou pra mim e correu pra fora do refeitório chamando o nome de Matthew.
O silêncio pairou na mesa, ninguém nem se quer respirava com muita força. Até Shawn.
"Ele estava brincando" Shawn sorriu.
"Não, não estava" Taylor respondeu comendo mais uma mordida de sua pizza.
"Taylor!" Shawn repreendeu.
"Qual é? Você sabe que Matt vai querer matá-la por sentar no lugar dele"
Lugar dele?
"Claro que não!" Shawn retrucou.
"Veremos então. A garota de olhos azuis vai acabar sem nem um fio de cabelo." Terminou.
"Acho melhor eu ir embora." Sussurrei para Shawn.
"Não precisa ter medo do Matthew, ele não vai te machucar." Shawn me acalmou.
"Não prometemos nada" O Jack loiro falou.
"Falando nisso, por que todos têm tanto medo do Matthew?" Perguntei.
"As pessoas acham que ele fez algo com o professor de geografia" Sammy falou.
"Mas é só um boato" Shawn se justificou.
"Acham que o professor descobriu algo que ninguém poderia descobrir sobre o Matt e ele o matou enquanto dormia" Carter disse.
"De novo, isso é fofoca, é mentira. Matt nunca seria capaz de matar ninguém"
"Pelo menos não enquanto dorme. Coisa de amador." Taylor soltou e todos olharam pra ele.
Eu ri do olhar confuso de Taylor e me virei pro meu celular que apitava de baixo da mesa.
Cam: me ligue quando for pra te buscar, papai não vai poder (12:23)
Bloqueei a tela e coloquei o celular de volta no bolso. Quando me virei pros meninos percebi todos com o rosto pálido olhando pra alguma coisa atrás de mim, um silêncio mórbido pairava por todo o refeitório, apenas alguns barulhos de tosse. O único que agia normal era Shawn, que levou um beliscão de Carter e reclamou.
"O que vocês estão olhando?" Disse rindo na esperança de disfarçar meu desespero.
Olhei pra trás na esperança de não ser nada de mais e me deparei com o garoto com o rosto cheio de pintinhas, cabelo loiro escuro jogado pra trás, calças gastas e mochila jogada sobre um ombro. Ele não parecia nem um pouco feliz e olhava diretamente pra mim.
"Shawn" ele falou "por que ela tá na minha cadeira?" Esbravejou.
"Eu avisei" Taylor sussurrou pra Shawn.
"Cala a boca Taylor" Shawn respondeu.
"Alguém pode me dizer o porquê dela estar sentada na minha cadeira antes que eu vire essa merda toda a baixo?!" Gritou atraindo mais ainda a atenção de todos "E por que você ainda está sentada aí em vez de tirar essa sua bunda magrela da minha cadeira?!" Gritou comigo.
"Não grite comigo." Falei forçando a voz para que ela não falhasse. Queria parecer superior, como ele fazia. Até que minha voz não falhou, mas Matthew riu bem na minha cara.
"Só pode ser brincadeira" Shawn e Taylor se entreolharam "está me enfrentando?" Ele riu mais ainda.
"E se estiver?"
"Acredite você não quer." Ele disse, ainda com o tom superior que eu tentava imitar "Eu faço coisas que você nunca vai conseguir nem imaginar. Conheço gente que você nunca saberá que existem. Então eu acho que você, menininha dos olhos azuis, deveria ter medo de mim como o resto das garotinhas da escola. Pelo seu próprio bem. Eu acho que você deveria sair daqui logo de uma vez antes que arrume problemas com essa sua arrogância." Ele sorriu sínico "Saia. Agora!"
"Por que acha que eu deveria te obedecer?"
"Porque você é só mais uma aqui. Só mais uma que escuta o que eu digo, e faz, quando eu digo. Que me teme, você é só mais uma que sai do meu caminho quando eu quero passar. Você é só mais uma garota que tenta sair por cima, mas logo depois percebe que não tem como sair por cima comigo, você percebe que o único que sempre sai por cima e ileso, sou eu, e sempre vou ser eu. Então saia do meu lugar, agora!"
Ele já não sorria, estava me olhando sério, ameaçador, como se soubesse me atingir de uma forma em que tirasse toda a minha confiança. Me irritava o jeito que ele se achava superior a mim, não por eu ser garota, mas por ele ser ele. Mas sabe? Ele não era nem um pouco superior a mim, ou a ninguém ali.
Mas naquele dia eu não sabia disso.
Eu peguei meu sanduíche na bandeja e sai do refeitório, me sentindo completamente humilhada e sem a menor vontade de continuar ali. Queria sair da escola que Matthew transformou miseravelmente em seu reino, onde todos, meninos e meninas, professores e alunos, diretores e secretarias, toda e qualquer alma viva ali temia a ele, obedecia a ele. Todos tinham medo dele.
Assim que deixei o refeitório, ouvi sua voz mais uma vez gritar com os seus "súditos", dizendo para que eles cuidassem "da merda de suas vidas".
Corri para o meu armário e terminei meu sanduíche ali no corredor, sem ninguém por perto, joguei o plástico no lixo e fui até o banheiro mais próximo, assim que me olhei nos espelhos a primeira lágrima caiu. E logo depois dela, muitas outras caíram. Apoiei a bunda na pia enquanto limpava os olhos com a mão, estava de costas pro espelho, não queria ver meu próprio fracasso. Chorar na escola é o pior pesadelo de qualquer um. Chorar no primeiro dia é pior ainda. Chorar por um idiota que te humilhou na frente de todos e milhões de vezes pior. E quando você junta tudo isso você só sente sua alma sendo dobrada até você virar uma bolinha encolhida de medo, sem vontade de ir pra escola nunca mais.
Passei água no rosto e dei graças a Deus por não ter passado muita maquiagem. Peguei um pedaço de papel e comecei a secar o rosto, joguei o mesmo fora e ouvi me chamarem do lado de fora do corredor.
Sai do banheiro ainda com o rosto um pouco inchado e vi Shawn correndo pelo corredor, com a blusa xadrez verde presa a sua cintura voando, como um rabo. Ele me viu na porta do banheiro e correu até mim, colocou as mãos nos meus ombros e me abraçou logo em seguida. Ele afagou meu cabelo e eu passei meus braços em volta de sua cintura, afundando o rosto em seu peito.
"Hey, não fique assim" ele disse enquanto minhas lágrimas molhavam a camisa branca ", me desculpa, eu devia ter avisado que ele não era tão educado"
"Ele é ridículo e patético!" Esbravejei ainda abraçada em Shawn.
"Desculpa" ele disse calmo "prometo que vou evitar que vocês se falem a partir de agora."
"Obrigada" falei me separando dele.
"Qual sua próxima aula?" Ele disse passando o braço em volta do meu ombro e andando aleatoriamente pelo corredor.
"Acho que gramática"
"O professor é péssimo" ele disse me fazendo rir ", só de dar bom dia você sente vontade de dormir" ri ainda mais.
"Ele não pode ser tão ruim."
"Ele é! Acredite!" Sorri com o braço em volta da cintura dele "Se eu fosse você mataria a aula dele."
"Claro, vou ficar saltando pelos corredores cantando Let It Go só porque o professor é um pé no saco"
"Não precisa cantar Let It Go." Ele disse sério "Prefiro Colors Of The Wind"
"Eu amo Colors Of The Wind! Pocahontas é a melhor princesa da Disney!"
"Concordo, quer dizer, todas as outras se casaram com caras com quem acabaram de conhecer, e a Pocahontas fez de tudo pra proteger quem ela ama!"
"Ela até deixou o amor da vida dela ir pra Londres sem ela pra ficar perto da família. Acho que eu não conseguiria."
"Pois é, não acho que conseguiria ver o amor da minha vida ir embora porque tomou um tiro no peito. Seria doloroso demais."
"Com certeza!"
"Minha irmã mais nova adora a Ariel. Eu nunca fui com a cara daquele peixe."
"Coitada!" Disse rindo.
"Ela só sabe reclamar! Não gosta de ser peixe, não gosta de ser humano, a melhor parte do filme foi quando a Ursula tirou a voz dela!" Ele disse saindo da construção principal e indo em direção ao pátio.
"Não gosto da Branca de Neve. Acho ela muito enjoada!" Ele riu "Pior que a dos contos de fada só a Branca de Neve de Once Upon A Time! Meu Deus aquela conversa sobre esperança e 'eu e seu pai sempre encontramos um ao outro' é torturante!"
"Uma princesa que eu sempre gostei foi a Belle. Ela foi atrás do pai pra salvá-lo e ainda concordou em morar junto com um monstro que ela odiava pra salvar o pai" concordei com a cabeça.
Shawn parou do lado da grade que separava a escola de uma espécie de bosque, com árvores e grama, ele escalou a grade de metal e pulou a mesma, me olhou do lado de fora esperando que eu fizesse o mesmo. No começo eu duvidei que conseguiria, mas acabamos os dois no chão.
Sentamos em um pequeno morrinho e ficamos brincando de guerra de polegares, enquanto fazíamos perguntas um para o outro.
"Deus?" Perguntou.
"Sim"
"Anjos?"
"Sim, não aqueles de cabelos loiros, olhos azuis e vestidos longos, mas alguma coisa"
"Sua vez"
"Vida após a morte?"
"Não em um palácio, usando sandálias gladiadora e cavalgando cavalos brancos, mas não acho que a gente simplesmente suma. Por que, se sumir, qual o sentido?"
"É. Casamento?"
"Claro. Dois filhos" ele sorriu.
"Sua vez."
"Ir pra outro país?"
"Talvez. Pra Inglaterra."
"Seu nome completo?"
"Angelina Elize Dallas"
"Grande." Falou me fazendo rir "o meu é pior. Shawn Peter Raul Mendes"
"Diferente" ele riu.
"É português. Meu pai é de lá. Parece que em Portugal as pessoas têm o nome enorme, não sei como cabe na certidão de nascimento ou na carteirinha da escola, o meu mal cabia" ri.
"Você tem irmãos?"
"Uma mais nova. E você?"
"Um mais velho, mas ele é tão responsável quanto o peixinho da namorada dele, o Dyce"
"Vocês se mudaram?"
"Sim. Somos da Califórnia"
"Por que saíram de lá?"
"Problemas no trabalho do meu padrasto" menti, o que me fez mexer na minha pulseira. Como sempre faço.
"Você está bem com isso?"
"Não é legal largar tudo e ir pra um lugar estranho, cheio de pessoas estranhas e que você só ouviu histórias ruins. Cameron está levando isso tudo numa boa, mas eu não, entende?"
"Claro. Eu sou do Canadá, na verdade. Minha mãe nos trouxe pra cá pouco depois da Aaliyah nascer." Ele tirou um pedaço de borracha que sobrava em seu sapato "Matt foi o primeiro que eu conheci aqui, éramos muito amigos. E os outros meninos não eram muito amigos até pouco tempo."
"E quando ele começou a ser babaca?"
"Quando começou a andar com os meninos."
"13:30, tá na hora" ele levantou e correu de volta pra grade.
Ele me ajudou a pular e pulou logo em seguida. Voltamos pros corredores, que estavam cheios, e cada um foi para seu armário. Peguei minha mochila no armário, e quando me virei dei de cara com o garoto dos olhos azuis piscina. Nash.
"Nash, oi!" Falei estranhando, mas tentando ser simpática.
"Oi, eu vim pedir desculpas pelo que o Matt fez, mas acho que o Shawn já deve ter feito. Falando nele, vocês estavam juntos?" Ele perguntou rápido.
"Sim, por que?"
"O que vocês fizeram nesse tempo?"
"Conversamos"
"Sobre?"
"Por que o interesse?"
"Nada, falaram sobre o que?"
"Nós, sobre a escola, crenças, tudo. Por quê?"
"Ah. Tudo bem então. Foi ótimo falar com você, Angel!"
Ele se virou e correu pra fora da escola, se juntou ao seu grupo de amigos e eles foram pra fora da propriedade da escola. Franzi o cenho e fui até o quadro de avisos, a classe de música era no auditório.
O auditório era grande, tinham várias cadeiras uma atrás da outra, ele ficava ao lado da quadra e tinha uma porta perto do palco, mas eu imagino que tenha que dar a volta pra entrar ali, preferi entrar pela porta que os visitantes entram. Não tinha ninguém ali e eu estranhei, já era quase 14:00 da tarde e o auditório estava todo vazio.
Andei até as escadas do palco e subi. Tinha um piano, quatro violinos, alguns violões e instrumentos de sopro, uma bateria ao fundo e vários microfones pretos em pedestais. Toquei algumas notas aleatórias no lindo piano preto de cauda, depois peguei um violão marrom simples, sentei na ponta do palco e comecei a tocar qualquer melodia que me veio à cabeça.
Parei as cordas em um movimento rápido e comecei a tocar Let It Go do James Bay.
(Deem play em Let It Go - Sofia Karlberg, link na descrição, a musica não tá acústica como eu queria, mas considerem só a voz)
"From walking home and talking loads to seeing shows in evening clothes with you from nervous touch and getting drunk to staying up and waking up with you but now we're slipping at the edge holding something we don't need all this delusion in our heads is gonna bring us to our knees" dei uma pausa antes do refrão e fechei os olhos antes de voltar a cantar "So come on let it go just let it be why don't you be you and I'll be me everything that's broke leave it to the breeze why don't you be you and I'll be me and I'll be me" uma mulher alta estava parada na frente do palco quando abri os olhos.
De relance, coloquei a mão nas cordas pro som parar e olhei pra ela. O cabelo era platinado e longo, as unhas eram grandes e em formato de triângulo pontadas perfeitamente de preto, ela usava uma blusa estampada encima calça preta que realçava suas curvas maravilhosas. Ela tinha aparelho e os dentes eram brancos, ela andou na minha direção e sentou do meu lado.
"Qual seu nome?"
"Angel"
"Ah! O diretor me disse que teria uma aluna nova, Angelina Dallas?"
"Sim! Você é a professora?"
"Sim, me chame de Déborah" sorri ", e você canta bem, criança, eu acabei de colocar o anúncio do show de talentos, vai querer abrir?"
"Abrir?"
"Sim! Eu geralmente chamo algum aluno pra cantar antes de começar, afinal muitos convidados do diretor e até mesmo dos alunos que vão participar aparecem, é uma coisa minha." ela sorriu "Geralmente peço para Shawn e Melissa cantarem. Conhece?"
"Shawn sim, Melissa não."
"Você vai vê-la hoje, ela está na aula. Enfim, eu estava pensando em chamar outra pessoa esse ano, se você quiser é só falar comigo." Alguns alunos começaram a entrar pela porta do lado do palco e se sentar nas cadeiras da frente.
Eu desci do palco e assenti com a cabeça antes de me sentar em uma cadeira na ponta da segunda fileira. Shawn entrou na sala e acenou para mim. Duas garotas e um garoto entraram logo em seguida e Shawn secou a garota morena até ela sentar no outro lote de cadeiras.
"Quem é?" Perguntei quando ele se sentou ao meu lado.
"O que?" Ele respondeu como se acordasse de um transe me fazendo rir "Eu hein doida, maluca!" Falou rápido me fazendo rir mais ainda "Esquisita!" Ele riu depois dê mim
Déborah pigarreou fazendo com que nós parássemos de rir e logo começou a dar a aula, me apresentando antes de tudo.
Cerca de vinte minutos depois, Matthew entrou e encarou Shawn por um longo tempo, já que ele estava sentado ao meu lado.
"Matt isso são horas?" Déborah perguntou.
"Acho que sim, quem tem relógio é você." Respondeu grosso e se sentou na última cadeira.
"Tudo bem, ótimo que você chegou, faltando dez minutos pra terminar a aula, mas pelo menos chegou" ela sorriu jogando o cabelo longo pra trás ", eu estava esperando você chegar pra começar a falar sobre o show de talentos desse ano!" Todos na sala gritaram "Gostaria que você sentasse no piano, senhor Lee Espinosa" ela disse brincando.
Matthew subiu no palco e se sentou no banquinho do piano. Déborah sorriu pra ele e ele sorriu sínico de volta, ela apontou pra mim e me mandou subir no palco, eu obedeci.
"Que música quer cantar?" Ela sussurrou.
"Qualquer uma" falei ", pode escolher"
"Tudo bem. Matt, toque The a Team" falou apontando para Matthew "e você cante The a Team"
Ela desceu do palco e se sentou na plateia. Esperando que começássemos, e foi o que fizemos. Matt começou a tocar o piano e eu cantei a música até o fim, o que foi uma vitoria, afinal eu não conseguia cantar na frente de todos.
"Maravilhosos!" Déborah subiu no palco batendo palmas "Shawn, Melissa, espero que não fiquem chateados, mas esse ano quem vai abrir o show de talentos vai ser Matt e Angelina!"
Matt olhou apavorado para Déborah e depois pra mim, eu me encolhi um pouco atrás do microfone sentindo o olhar fuzilador de Matt atrás de mim sem nem mesmo precisar me virar.
Déborah disse que era só isso, e que poderíamos ir pra casa, peguei meu celular e mandei Cameron vir me buscar. Não demorou muito pra ele vir, e Shawn fez questão de esperar comigo, quando Cameron chegou, ele estava com Nate, ele me disse que Sammy, o irmão de Nate, estava na nossa casa esperando os dois para eles irem jogar basquete. Aparentemente o grupinho do Espinosa faltou à aula.
Assim que me deixou em casa, Cameron saiu com os meninos e me deixou sozinha, subi para o meu quarto e tomei um banho, coloquei o pijama e resolvi dormir um pouco.
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