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História .blind - Cellphone.


Escrita por: esadorei

Notas do Autor


Eu acho que nunca atualizei uma fanfic tão rápido. q
Queria agradecer quem não desistiu da fanfic. UHDASIDJKALSD Eu mudei alguns pontos, eu achava que antes o WonWoo parecia muito "emo" e essas coisas, sendo que me chateia ler ele sempre assim, não sei vocês, mas eu acho ele amável de mais pra isso. )):
Enfim, desculpem qualquer erro!

Capítulo 2 - Cellphone.


Se possível, os pulmões de WonWoo estariam erguendo uma bandeirinha branca, apesar de manter o mesmo corpo magro, não era nada atlético por falta de tempo, ou preguiça, como queiram. Já havia tomado uma boa distância daquela pessoa que falou consigo, talvez havia sido grosseiro mas jurava não ser proposital, as pessoas que se aproximavam por motivos sem ser trabalho ou estudos eram, no mínimo, suspeitas. WonWoo talvez não reconhecesse gentileza e isso é só mais um de todos os talvezes de sua vida. 

Estava quase na hora do almoço, faltava pouco para saltar do metrô, distraía-se ouvindo algumas músicas em seu celular, possuía um gosto amplo e variado para um cartão de memória tão pequeno, seu celular era simples, havia ganho há um bom tempo de sua mãe, quando as coisas em casa estavam melhores. WonWoo claramente cuidava bem de suas coisas, desde criança, afinal elas tinham valor sentimental, seja lá o que fosse.

Caminhou em passos praticamente rápidos, o vento gélido parecia estar atravessando todas as suas blusas e se arrependia amargamente de ter comprado um óculos como o que usava ao invés de um casaco melhor. Ainda que sua altura lhe rendia pernas longas para chegar em casa o quanto antes, poder descansar um pouco antes do trabalho seria mais que bem vindo. 

Sua casa sempre tinha o mesmo cheiro e aconchego de um lar, a mesma comida, parecia que algo a realidade ainda não havia atacado em cheio. Sua mãe estava na cozinha preparando algo, e parecia bem ao ver que a senhora não forçava sorrisos ou bom humor. Tomou uma bronca por ter tomado café sem ela ao dar-lhe um beijo mostrando que havia chego, e fugiu para o quarto antes que a bronca tornasse maior, em tom de brincadeira, WonWoo era um filho de ouro e o mesmo só fora guardar os seus livros. 

– Querido, eu lavei o Min, sei que está frio, mas ele precisava de um banho, não pode deixar ele abandonado pegando pó por aí. – A senhora elevou a voz, sendo atrapalhada por uma tosse, mas dando o recado para o filho. 

WonWoo apenas esboçou um sorriso ao lembrar de  suas aventuras com o cachorro de pelúcia, tinha outros brinquedos e passatempos, mas aquele urso estava sempre junto de si. Apesar de que, com a adolescência, fora obrigado a deixar o companheiro em casa e se refugiando apenas em rabiscos nos cadernos ou lendo livros que talvez mais tarde contasse as histórias para Min. O único problema de lembrar-se dos momentos é que sempre viria a imagem borrada do outro Min, o seu provável amigo imaginário que deve ter apenas se esquecido, mas por que era tão doloroso tentar lembrar mais dele? Olhou de soslaio para a gaveta com remédios, cartelas cheias e fora de data, não tinha dinheiro para novos mas achava que estava melhor sem, talvez a época escolar havia sido pesada de mais para seu psicológico. 

Ignorou mais uma leva de pensamentos sobre o outro Min e fora almoçar de uma vez, não queria comer comida fria. Tivera mais um almoço dizendo que aula havia sido legal, mesmo que não pensasse isso exatamente. WonWoo estava aéreo e suas mãos quentes desde que o desconhecido gentil com aspiração a bom partido simpático tocou-lhe mais cedo. Por que tão estranho? 

Comeu o que julgou necessário e com toda a sua preguiça, voltou ao quarto para arrumar suas coisas, gastando seus minutos de descanso organizando seus livros e levando alguns papéis com atividades para fazer caso houvesse tempo durante o trabalho, provável que sim. Calculando o tempo que levava até o local de trabalho, às vezes se dava bem com números, notou que estava no horário, porém gostava de chegar cedo. Sendo assim, despediu-se de sua mãe vendo que a mesma estava entretida com a televisão e saiu encarando o frio que não queria dar uma trégua. 

 

Resolvera ir a pé o caminho todo, assim poderia aproveitar suas músicas bobas sobre o amor, algo tão utópico para si. E nessa viagem nos próprios pensamentos, se viu em frente a loja que trabalhava. Era uma loja de doces, caseiros e industrializados, negócio grande e de família, pois a senhora Boo e seu filho único trabalhavam ali. A senhora Boo era muito gentil, conhecia a mãe de WonWoo e não pensou duas vezes em dar-lhe um emprego, e como ele era razoavelmente bom com números, melhor que SeungKwan, seu amado filho, ficava no caixa. Já o garoto mais novo que WonWoo atendia as pessoas com toda a simpatia que esbanjava, com certeza era de família. Eram pessoas queridas para WonWoo, e elas o faziam se sentir bem ao contrário da grande maioria. 

– Boa tarde, WonWoo hyung, chegou cedo! – SeungKwan surgiu dentre as prateleiras, gentilmente entregando a WonWoo seu avental, era cor-de-rosa (como a maior parte da loja) e ficava engraçado junto a maioria das roupas escuras do garoto mais velho ali. 

– Obrigado, SeungKwannie. 

Assim, teria mais uma tarde julgando as pessoas por seus gostos por doces, afinal, o que poderia esperar de senhoras quem compravam balas de gelatina em forma de minhocas? Ou, o que se esperar de crianças que preferiam, milagrosamente, balas de canela às de morango? SeungKwan preferia tagarelar sobre tudo, sua mãe não ficava o tempo todo na loja, mas sabia que WonWoo seria um bom ouvinte, o Boo também sabia que ele preferia observar as pessoas e seus doces, mas quem disse que ele se importava? Iria importunar seu hyung sim!

Nem sempre o movimento era constante, então sempre podia fazer seus odiáveis exercícios de cálculo. Trabalhava apenas pela tarde, quando chegava as seis horas, sabia que veria os postes da rua acendendo e que seus expediente chegaria ao fim. Não ganhava tanto dinheiro, mas conseguia ajudar bastante em casa, então estava bom para si, por enquanto.

Depois de libertar-se do avental e arrumar suas coisas, despediu-se dos Boo sabendo que os veria amanhã, às vezes rotinas o agradavam, era sempre bom saber que as pessoas estariam ali. A noite ficava mais fria, então WonWoo resolveu usar seu porte atlético mais um pouco e ir para casa o mais rápido possível, tudo que almejava era um café quente. 

Apesar da sua expressão vazia de sempre, WonWoo estava sempre perdido em pensamentos, dos mais criativos possíveis. E essas coisas, obviamente, acarretavam em acidentes, dos mais pequenos como esbarrar em um desconhecido na rua. O problema é quando o desconhecido é ligeiramente familiar por mostrar os caninos quase adoráveis, e a bola de neve aumenta quando se sai correndo quando o mesmo começa a falar.

WonWoo, percebendo ser o menor ali, saberia que se respondesse, o rapaz que tinha o infortúnio de esbarrar aumentaria a conversa, era fácil julgar isso, então fez o que sempre fazia: fugia. 

 

Chegou em casa tateando os bolso do casaco, tinha suas atividades consigo ainda, mas e seu celular? Seu coração apertou ao pensar que o estranho era um ser maligno que lhe roubou algo tão precioso. Não que vivesse na internet, até porque não a usava tanto assim, seu conforto eram os livros, mas era precioso porque, como já dito, as coisas lhe tinham um forte valor sentimental. O dinheiro que sua mãe suou para conseguir e lhe dar um bom presente valia para si, ela pensou nele. 

– WonWoo, o que aconteceu? – A senhora Jeon apareceu na entrada da casa, onde o jovem nem pensou em se mover.

– Acho que eu fui assaltado.

Depois de um chá ao invés de café e explicações, a mãe de WonWoo sorriu e o confortou, ela o conhecia bem até de mais. Ele só estava assustado, no fim das contas. Sempre soube como ela reagia as pessoas, então era sempre muito compreensiva. 

 

Calmo e depois de um bom banho, WonWoo realmente pensava em deixar tudo para lá e dormir, a cama estava tão convidativa e sua mãe já havia se deitado. Quase morreu do coração ao ver o telefone tocar tão tarde, digo, não estava necessariamente tão tarde, mas sua mãe não teria ninguém que pudesse ligar aquela hora. 

– Alô?

– Oi, é da casa da família... Jeon? 

– É sim, quem é? – WonWoo engoliu seco. 

– Ah, eu poderia falar com Jeon WonWoo? 

– Sou eu. 

– Ainda bem! Acho que você estava um pouco atordoado, mas nós nos esbarramos de novo hoje! – Ouviu-se uma risada travessa. – Bom, você deve ter sentindo falta do seu celular, eu achei o número de sua casa nele então liguei. Eu gostaria de entregá-lo a você. Você teria aula amanhã?

– Sim.

WonWoo estava realmente feliz em saber que teria seu celular de volta, por mais que não parecesse, não se enganem, o estranho que falava de mais.

– Posso encontrar você no início da aula? Em frente ao jardim do bloco de hoje, eu ainda não conheço muitos lugares e acho que foi dali que você pegou aquela flor. – Mais um riso. 

– Claro, muito obrigado, tchau.

WonWoo detestava falar ao telefone, só suportava com os conhecidos, ficava nervoso e poucas palavras saíam de si, não era por mal. Mas, pelo menos, ele teria seu celular de volta. Resolveu dormir pois sabia que toda aquela agitação não lhe renderia produtividade com os estudos.

Agitação porque ele conhecia aquele riso quase infantil de algum lugar.


Notas Finais


Obrigada por ler! :)


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