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História Blind - The magnate and the angel


Escrita por: Nash_the_Fox

Capítulo 1 - The magnate and the angel


Parte I

 

After all this time

I never thought we'd be here

 

Ele não sabia o que fazer.

Desde o momento em que acordou Erik Lehnsherr pôde sentir a falta dele ao seu lado. O porquê ele desconhecia. Afinal, como um poderoso magnata da indústria de armas ele tinha uma quantidade de dinheiro infindável e, consequentemente, as mulheres que bem entendesse. Mas, contradizendo tudo o que sabia sobre si mesmo, o pequeno Xavier havia tirado seu fôlego desde o primeiro instante. Se fechasse os olhos e respirasse fundo, a mente lhe buscava a primeira imagem que teve dele.

 

Os concertos e apresentações de balé nos teatros requintados eram comuns e usuais na sua profissão, já que nada era capaz de fazer estender os ramos de poder como contatos poderosos – fossem eles políticos ou outros empresários. E eram em situações como aquela que todo tipo de negócio e trama corria livremente, afinal, se eles eram refinados o bastante para apresentações como aquela, só podia significar que eram o baluarte dos bons costumes e então, o quer que fizessem estaria impune do olhar de classes inferiores. Erik sempre estava lá com um novo smoking caro e elegante, pronto para os negócios e tratos, parecendo impecável a qualquer um que o olhasse.

Porém, o balé e a música eram sempre um segundo plano nessas noites para o magnata. O Lehnsherr sempre considerou os dançarinos e músicos apenas como pequenos enfeites no desenrolar das tramas que aconteciam por debaixo dos panos e chamavam sua atenção meramente quando uma das dançarinas fazia com que ele quisesse leva-la para a cama. Russa, francesa, inglesa ou qualquer outra nacionalidade não fazia diferença para ele, pois não costumavam durar mais que uma noite. Era difícil de acontecer, mas as vezes aparecia alguma que o ruivo mantinha por uma ou duas semanas. No entanto, quando elas iam embora Erik mal notava. Para ele, valiam tanto quanto as que tinha usado uma só vez.

Naquela noite, o balé era de uma das obras de Tchaikovsky que ele tinha certeza ter escutado pelo menos uma centena de vezes. Bebeu um gole do seu copo de scotch satisfeito com os resultados do negócio que tinha acabado de fechar. Uma venda enorme para um país africano e ele mal podia conter o sorriso no rosto. Alguns o tratariam como o vilão da história, mas Erik se sentia de consciência limpa, afinal ele apenas vendia as armas, não obrigava ninguém a compra-las e muito menos usa-las. Se ele as vendia era porque havia quem quisesse comprar e não ao contrário.

Então, fitou o palco em busca de alguma dançarina que o fizesse querer leva-la para sua cama naquela noite. Obviamente, havia sempre uma competição dos homens presentes pela atenção da estrela do espetáculo e como estava animado decidiu que seria uma boa ocasião para entrar no páreo. Ainda mais que a reunião após o espetáculo seria em sua propriedade. Um convite para a garota que quisesse ter afim de apresentar os quadros no escritório e Erik tinha certeza que teria o que queria. Era fácil: um beijo caloroso enquanto segurava a cintura e todas elas sempre se derretiam.

Emma pôs a mão no seu ombro e fez um pequeno gesto com a cabeça avisando que já sairia. Ele não usava uma daquelas acompanhantes caríssimas porque sempre tinha a loira acompanhando-o aos eventos já que era uma parceira importante nos negócios. Sempre surgiam as histórias que estavam juntos, mas antes mesmo que ele pudesse dizer algo, Frost já as desmentia. Ela era importante porque Erik podia ser a mente que mantinha o império funcionando e produzindo, mas era Emma que sempre estava aprimorando as relações sociais dos negócios. A loira era sua arma secreta no crescimento exponencial que suas indústrias estavam vivendo. Ele a fitou por um instante e concordou com a cabeça. Aparentemente, ela já tinha escolhido quem levaria para a cama aquela noite e não era de seu cabimento se meter nisso.

– Mais tarde eu apareço na festa, Erik – ela avisou enquanto saia com um sorriso estampado no rosto, afinal o sucesso da venda tinha sido em boa parte por seus talentos.

– Apenas divirta-se, querida – o Lehnsherr respondeu após beber outro gole de uísque. Eles dois tinham começado aquela relação após Erik arruinar Sebastian Shawn, um inimigo de longa data. A loira trocou de lado em um piscar de olhos após reconhecer o aliado poderoso que Erik podia ser. Nos primeiros anos, ele sempre teve um pé atrás em relação a ela, mas sabia que enquanto estivessem nadando em dinheiro, nada teria para temer. Distraído, voltou novamente a atenção ao palco em busca de quem seria sua vítima aquela noite e foi então que ele o viu.

Um lindo rapaz de tez clara, cabelos escuros, lábios avermelhados e olhos tão azuis que Erik podia ver mesmo dali. Em seus braços uma jovem de cabelos dourados rodopiava e eles trocavam sorrisos discretos, mas visivelmente empolgados. Ela também era bela e os dois reluziam em conjunto. O magnata mordeu o lábio inferior sentindo o calor aumentar o tesão entre suas pernas e ficou observando os dois no palco como um observador dedicado. E apenas quando o ato acabou foi que Erik percebeu que estava prendendo a respiração. Tomando outro gole da bebida, ele já sabia quem levaria para a cama aquela noite. Realmente sabia? A garota de cabelo dourado era linda, mas tinha que admitir que não havia sido ela quem havia roubado sua atenção na maior parte do tempo...

Enquanto os dançarinos se aglomeravam para receber os aplausos, ele fez um gesto para chamar o chefe da sua segurança e avisar que estava te saída. James “Logan” Howlett não era uma das suas pessoas preferidas no mundo, mas tinha um trabalho impecável que o fazia ser a peça reluzente no tabuleiro de homens que comandava. Erik fez um sinal avisando que precisava comunicar algo e o segurança prestou atenção:

– Faça com que chamem aquele que está ao lado da dançarina que tem cabelo dourado.

O segurança fez com que sim com a cabeça, acatando a ordem sem questionar. Fosse qual fosse o plano de Erik para o rapaz, não cabia a ele ser curioso, apenas deveria obedecer. Enquanto saía do teatro suntuoso o Lehnsherr cumprimentou alguns conhecidos com um gesto de cabeça, parou para conversar com um senador e convidou-o até sua propriedade. Não pôde evitar de perceber o transporte de buquês enormes que se destinavam as bailarinas iniciando. Alguns dos senhores eram sempre afoitos, querendo marcar território antes de qualquer um. Ele provavelmente deveria fazer o mesmo levando uma porção de rosas para a dançarina de “cabelos dourados”, mas já tinha algum tempo que havia decidido fazer o mínimo de esforço possível. Afinal, mulheres eram sempre iguais, corriam ansiosas para o primeiro que desse um presente bonito. Agora ou depois não fazia diferença. Se fosse o caso, ele tinha alguns prontos para isso no seu escritório.

 

Quando chegou em sua propriedade, Erik viu que alguns carros já estavam estacionados e os reconheceu. Eram de dois políticos influentes, um colega de profissão que trabalhava com indústria de base e Azazel que também tinha negócio com armamentos, mas não era seu rival. Os dois se conheciam a mais tempo do que a ascensão ao lucrativo negócio e mesmo que um perdesse um contrato para o outro de vez enquanto, eles apenas levavam na esportiva.

Assim que saiu do carro, seu mordomo veio recebe-lo e avisou que tudo estava correndo bem e que os convidados o aguardavam. Erik acenou com a cabeça mostrando que tinha entendido e parou para admirar o próprio casarão orgulhoso. Tinha crescido como um órfão, mas a vida tinha o ensinado a lutar através de duras batalhas e acabou se tornando um dos homens mais poderosos que conhecia. Se ordenasse a pessoa certa, o que dizia era como lei e os políticos que ajudava a manter os luxos apenas obedeciam como cachorros obedientes.

Em primeiro lugar foi cumprimentar os amigos políticos e ficou uns bons dez minutos ou mais negociando com um senador que lhe prometia certos favores se pudesse lhe agradecer com o valor adequado para que ele fechasse a compra de uma casa na praia majestosa localizada na Espanha. Era o sonho da filha mais nova, ele lhe dizia com um sorriso debochado. Erik concordou com o negócio e pediu licença, precisava cumprimentar os outros convidados ainda e, depois, ir falar com Azazel.

O resto dos convidados chegavam aos poucos e não demorou muito para que as limusines que deveriam trazer as dançarinas chegassem. Erik sorriu quando percebeu elas entrando no salão com vestidos delicados e algumas ainda com os coques no alto da cabeça. Ele observou um instante os convidados interagindo com as meninas e ficou satisfeito. Obviamente, elas não eram prostitutas que trocavam dinheiro por sexo, mas a maioria não se recusava a uma boa experiência por diamantes e pérolas. Algumas delas podiam até mesmo impressionar algum dos grã-finos e conseguir sustento pelo resto da vida sem ter que fazer uma hora de dança novamente.

Por um momento ele até mesmo se esqueceu da jovem que estava querendo para si próprio. Foi só quando Azazel apontou uma direção com um meneio que ele os percebeu. A garota de cabelo dourado estava agora com os cabelos soltos e sorria para o jovem de cabelos escuros a sua frente. Ambos tinham pegado uma taça de champanhe e conversavam animados observando o casarão.

– Aquela chama a atenção – Erik ouviu o amigo dizer.

– Sim – concordou. Ele notava mais o rapaz que a garota e então resolveu sugerir – Vamos? – Azazel concordou e com passos largos foi o primeiro a se aproximar. Antes que ele pudesse dizer algo, Erik viu que o amigo já havia se apresentado e beijava a mão da garota como o melhor dos cavalheiros.

– Erik, esta é Raven e este é seu irmão Charles Xavier – Azazel fez as cerimônias pelos dois jovens.

– Muito prazer, senhorita – Erik disse enquanto tomava a mão dela para beijar. Então, nesse momento seu canto de olho percebeu o jovem ao lado prestando atenção nele e o calor que tinha aparecido enquanto os observava no teatro começava a ressurgir. – Erik Lehnsherr ao seu dispor.

– O prazer é todo meu, sr Lehnsherr.

– Apenas me chame de Erik, por favor. Nada de senhores por aqui. – Ele sorriu galante e completou se virando para Charles (algo dentro dele estava feliz que tinha descoberto o nome do rapaz) – Prazer em conhece-lo também, Xavier.

O jovem deu um pequeno sorriso e Erik viu suas bochechas corando de leve.

– Não, não. Eu sou Charles, sr Le... Erik. Prazer em conhece-lo também.

Antes que Lehnsherr percebesse, a jovem Raven já tinha enveredado em uma conversa com Azazel. A jovem era bonita e apesar de parecer desenvolta ainda estava um pouco contida sob o olhar do velho amigo que a observava como uma das coisas mais bonitas que tivesse visto.

– Isso é um Picasso? – A pergunta feita repentinamente fez com que Erik voltasse a atenção ao jovem Charles outra vez.

– Sim, foi um presente. – Erik respondeu após lançar um olhar para o quadro colorido atrás deles.

– Quem dá um presente desse tipo? – O bailarino perguntou curioso, mas o magnata sabia que a maior curiosidade era na verdade saber sobre o quanto de dinheiro gente como ele moveria para conseguir receber um presente daquele nível.

– Velhos amigos – Erik respondeu sucinto. O quadro tinha sido um presente de Emma na ocasião de seu quadragésimo aniversário. Ele tinha agradecido, mas nunca tinha parado realmente para prestar atenção ao quadro. Só estava à vista de todos, porque a própria Emma o tinha posto ali e o mordomo tinha concordado com o local. Para ele realmente não importava.

–Vejo que você gosta realmente de arte, Sr Lehnsherr.

– Por favor, Erik. – O magnata o corrigiu enquanto bebia um gole da bebida com um sorriso charmoso. – Alguns dos quadros e esculturas são presentes de amigos. Os mais bonitos ficam à vista de quem entrar, obviamente.

– Você tem ótimos preferidos.

– Não são meus preferidos.

– Não?

– Não. Os meus preferidos ficam no meu escritório. Me chame de egoísta, mas tenho a vaidade de pensar que são só para mim e que não os divido com mais ninguém.

– Perdoe-me a curiosidade, mas quais são?

– Está perdoado – Erik deu mais um de seus sorrisos charmosos. – Tenho o Caminhante sobre o mar de névoa de Friedrich, Melting Snow de Paul Cézanne e The Storm on the Sea of Galilee de Rembrandt.

– Que bela trindade você tem só para si – Charles disse enquanto não podia evitar ter os olhos brilhando. Tanto quanto a música e a dança eram parte dele, mas a pintura era algo que adorava secretamente como uma amante proibida aos seus bolsos.

– Gostaria de conhece-la? – Erik questionou-o com uma das sobrancelhas erguidas. – Meu escritório é um corredor após a escada.

Charles o encarou como se ponderasse o pedido, mas quando ele percebeu que a irmã estava dançando com Azazel e nem ao menos havia percebido, decidiu que a noite deveria trazer algo de bom para si também. E conhecer aqueles três quadros de perto era algo que valia a pena.

 

E, depois daquilo, a sequência de acontecimentos ainda parecia confusa na mente de Erik. Ele sentia que o rapaz chamava sua atenção, mas não tinha a verdadeira intenção de dar ouvidos aquilo. Nunca havia se interessado por algum rapaz antes, era completamente absurdo que aquilo ocorresse do nada. Talvez fosse apenas uma daquelas intuições de quando alguém que vem a ser um grande amigo aparece na sua vida.

No escritório, Charles prestava atenção nos quadros como se fosse uma pequena criança observando a mãe fazer um bolo de chocolate. Erik foi até o pequeno bar que ficava próximo a sua mesa e serviu duas porções da melhor bebida que tinha enquanto respondia algumas questões curiosas do jovem. Observou-o enquanto dava passos calmos e lentos indo de um quadro para outro e prestou atenção no seu perfil. O nariz era um pouco aquilino, mas harmonizava com o resto da face. Os lábios eram notadamente delineados mesmo naquele ângulo e as bochechas rosadas eram algo que fazia você ter vontade de tocar.

Quando se aproximou com os dois copos foi quando tudo ficou confuso na sua memória. Ao se aproximar sem aviso, com um gesto brusco Charles virou uma das bebidas e em um piscar de olhos, Erik estava encharcado. A cara de espanto do bailarino foi algo tão fofo que ele não conseguiu ficar com raiva. Desde quando ele usava fofo como adjetivo? E logo um pano havia aparecido na mão do jovem enquanto ele tentava em vão limpar a sujeira do seu smoking. As desculpas viam em uma avalanche e o magnata queria apenas que o outro parasse com aquele trabalho inútil, então o chamou pelo nome em uma voz grave e séria:

– Charles.

Os olhos azuis o fitaram apreensivos do que ele diria a seguir. Com certeza, acreditando que um homem poderoso como ele tomaria aquele gesto como uma afronta e desleixo irreparáveis. A boca avermelhada dele tremeu por um instante procurando algo para dizer, mas, se conseguiu encontrar, Erik jamais saberia.

O beijo que o Lehnsherr o deu veio de forma inesperada e ansiosa, temeroso de que fosse uma ação errada e equivocada, mas mesmo assim tinha tempo que Erik se negava de ter algo que quisesse. Aquilo não era diferente. E mesmo que não entendesse como e nem porque, era aquele jovem assustado a sua frente que ele queria. Suas mãos haviam entrelaçado no cabelo escuro dele e quando se preparava para movê-las de lugar, a porta se abriu e não demorou muito para que Charles se desfizesse do beijo.

Emma, na porta, deu um olhar confuso e no instante seguinte o bailarino já estava fugindo como se amedrontado por uma criatura terrível. A loira observou calada enquanto Charles desaparecia, depois voltou sua atenção para o Lehnsherr e disse:

– Querido, você já pegou todas as dançarinas mulheres que está precisando ir para os rapazes?

– Nem. Uma. Palavra. – Erik sentenciou enquanto dava um olhar repreensivo para a loira. Ela respondeu apenas erguendo os braços em sinal de rendição. – O que você veio fazer aqui?

– Seu mordomo avisou que estava aqui e eu quis vir lhe perguntar sobre...

– Não, agora não. 

Sem falar mais nada, ele saiu do próprio escritório e foi atrás de Charles. A curiosidade do jovem sobre sua coleção o fez pensar que poderiam ter algum tipo de proximidade.  

Ainda não sabia porque tinha dado aquele beijo, mas tinha que encontrá-lo e deixar tudo a limpo mostrando como tudo havia sido um erro. Havia tido certeza disso quando o viu saindo por aquela porta. Por bem ou por mal ele tinha que passar aquilo a limpo.


Notas Finais


Como vão? Gostaram da história? Eu nem sei se isso está bom ou ruim, mas tive a ideia em um sonho e tive que por em prática. Se não tiver legal vocês me avisa né, plmdds.
Enfim, se gostaram comentem, deem dicas, sugestão, pitaco, crítica, o que vocês quiserem msm <3
Um monte de beijo e até o prox cap :)


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