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História Blind - I know that you are


Escrita por: Nash_the_Fox

Notas do Autor


Oi gente linda! Hoje tem capítulo e eu espero que você gostem dele. Talvez seja meio parado, mas precisamos de capítulos assim para a história se desenvolver, ne non?
Muito obrigada pelos favs e os comentários! <3
Fico tão feliz de saber que vocês estão gostando da história sempre me anima a fazer mais rápido (mesmo que seja lento em comparado a outros escritores). Monte de beijo da Nash! :*

Capítulo 3 - I know that you are


O Le Jonquille era um pequeno café charmoso perdido entre as ruas do centro da cidade. No fim da tarde a clientela aparecia aos montes e tanto as mesas do interior quanto as da calçada se enchiam de pessoas afoitas por um cappuccino e algo da confeitaria. Porém, no horário escolhido por Charles havia apenas uma menina ruiva lendo um livro em uma mesa de canto. A garota deu um menear de cabeça ao reconhece-lo e o bailarino retribuiu com um sorriso gentil.

Acabou escolhendo uma mesa na calçada e sentou-se enquanto levava um gole do café a boca. Conferiu as horas preocupado com o horário e viu que tinha chegado cinco minutos adiantado. Olhou ao redor por instinto, mas sem expectativa. Não era como se um homem poderoso como Lehnsherr fosse ficar ansioso por aquele encontro como ele. Encontro? Podia realmente chamar daquele jeito a situação?

Fosse como fosse, Raven acabaria fazendo cara feia para ele. Havia ficado a manhã toda ocupado e nem mesmo tinha se dado conta que o horário do almoço já tinha passado. Ao se lembrar do compromisso que tinha, tomou um banho, vestiu as primeiras calças limpas que viu e um suéter azul claro. A irmã teria feito com que ele vestisse a melhor roupa que possuía como se fosse a grande ocasião do ano. Ele era muito mais realista. Sabia que era só uma conversa para passar tudo a limpo.

Charles levou o cappuccino até a boca para mais um gole e suspirou fundo tentando aliviar o nervosismo. Pensou um instante se deveria ter aceitado a proposta de Raven para que, como ela havia dito, fazê-lo companhia enquanto esperasse por Herr Lehnsherr. Mas, não, ela acabaria fazendo uma sequência de comentários mordazes que acabariam só o deixando mais nervoso. Ele amava a irmã, mas ela não era a mais fácil das pessoas com seu jeito imperioso.

Olhou para o relógio novamente e viu que já passava dez minutos da hora marcada. Então resolveu olhar ao redor mais uma vez e viu Logan se aproximando, mas logo conferiu que ele estava sozinho. Por isso, resolveu perguntar com um meio sorriso enquanto erguia uma das sobrancelhas:

– Aonde está seu chefe, Logan?

– Ele não poderá vir, Xavier. Por isso, pediu para que eu...

– Viesse dar desculpas no lugar dele?

– Não. – O segurança fez uma careta ao ser interrompido.

– Não? Então qual é a desculpa?

– Não tem desculpa.

– Então me diga o que você tem a dizer – Charles deu de ombros.

Herr Lehnsherr pediu para que eu o informasse que ele não poderia vir até aqui para o compromisso marcado com a sua pessoa, mas que ele gostaria muito que o senhor fosse até a casa dele e lá pudessem conversar tranquilamente.

– Não, nada de senhor. Meu nome é Charles, você sabe disso – Foi a vez do bailarino de fazer uma careta. Então, ele respirou fundo e questionou curioso – Ir até a casa dele?

A pergunta era feita com aquela ponta de nervosismo. Afinal, tudo o que Charles queria era deixar no passado aquele beijo constrangido e seguir em frente. Decidir ir até a casa do homem outra vez fazia o sentir como uma presa acuada em território inimigo.

– Sim – Logan confirmou com a cabeça. – Ele está no momento cuidando de negócios importantes, mas não demora muito para que esteja livre. Seria muito mais fácil e cômodo que você o encontrasse lá.

– Por que eu faria isso? – O bailarino perguntou enquanto bebia mais um gole do café. Acabou não conseguindo evitar um olhar pelo corpo do segurança que era forte e moldado, mas parecia meio desajeitado embaixo da roupa formal.

– Por que não? – Charles deu de ombros à pergunta, então o outro continuou –Olha, sejamos francos, minha função se resume a duas coisas. Cuidar da segurança do meu chefe e tratar diretamente dos seus assuntos mais importantes. Se você for até lá minha duas responsabilidades estarão no mesmo lugar e...

– Espera aí... “assuntos mais importantes”? Eu sou um desses?

Logan balançou a cabeça confirmando.

– Como eu ia dizendo... – uma atende apareceu ao lado da mesa, mas Logan a dispensou com um gesto – Eu vou estar por perto, então eu posso te garantir que se você se sentir desconfortável, em qualquer maneira, você poderá me chamar e eu te levarei de volta para casa imediatamente.

– E por que eu iria acreditar em você?

– Por que eu mentiria?

– O seu chefe...

– O meu chefe pode ser uma centena de coisas, jovem rapaz. – O segurança o observou calado por um segundo. O bailarino era realmente bonito e gracioso, podia entender perfeitamente o interesse que Erik tinha por ele. – Mas eu te garanto que ele nunca se aproveitou a força de ninguém. As mulheres praticamente se jogam nele.

– Mulheres?

– Sim.

Apenas mulheres?

Logan ergueu uma das sobrancelhas entendendo a ideia que se passava na cabeça do jovem. As bailarinas que geralmente conseguiam toda aquela atenção que ele estava recebendo, os garotos eram geralmente relegados a segundo plano. Aos que se interessavam por eles a discrição máxima era o mais aconselhado. Mas Logan sabia que seu chefe era movido apenas pelas próprias bússolas morais. Fossem elas erradas ou certas para a sociedade, aí era outra história.

 Percebendo o nervosismo estampado no rosto do Xavier, o segurança resolveu ser franco:

– Digamos que você é o primeiro rapaz relacionado a esse assunto.

– E isso não te incomoda? – O jovem retrucou imediatamente.

– Por que incomodaria?

Charles acabou sorrindo em resposta a cara de espanto que Logan fez. Sabia que poderia contar nos dedos homens que não fariam cara feia para aquela situação e, pelo visto, o homem à sua frente era um deles. O bailarino não sabia ao certo o que pensar sobre Erik Lehnsherr, mas Logan passava uma sensação de segurança apesar do semblante raivoso que parecia estar sempre presente. Charles sentia como se pudesse contar com ele para algum momento difícil e turbulento e se perguntou se era aquela mesma sensação que o magnata sentiria perto dele. Após ponderar mais um pouco, acabou dizendo:

– Eu aceito, mas com uma condição.

– Tenho certeza que o que você desejar Herr Lehnsherr irá providenciar de bom grado e...

– Então, bom saber que ele não irá se incomodar com um atraso de mais alguns minutos. Pois o que eu quero é que você peça um dos cappuccinos maravilhosos daqui para você enquanto terminamos de conversar.

– Conversar sobre o que?

– Sobre qualquer coisa. Eu apenas quero conhece-lo mais um pouco.

– Senhor Xavier...

– Eu já te disse, me chame de Charles. E não, eu não aceito qualquer protesto. – O bailarino exibiu um sorriso debochado. – Isso se você ainda quiser me levar para o seu chefe.

 

 

O casarão de Erik era ainda mais bonito a luz do dia. Com os ambientes vazios sem a multidão de convidados da outra noite e iluminado pela luz diurna que entrava pelas janelas enormes e paredes de vidro, quase parecia outro lugar.  Tudo era mais claro e vivo. Os próprios quadros e esculturas espalhados pelos aposentos pareciam mais alegres.

Guiado por Logan, Charles se deparou nos fundos da mansão com uma piscina retangular e plantas ornamentais postas para formarem o ambiente perfeito. Não podia negar que por um breve momento esperou encontrar o magnata em calções de banho tomando sol ou se molhando na piscina, mas o ruivo estava com uma roupa social quase que completa – a gravata não estava presente – em tons de grafite em uma mesa redonda de madeira.

Assim que ele o viu deu um sorriso de orelha a orelha e Charles teve certeza que corou, mesmo mordendo o lábio inferior para aquietar o nervosismo. Viu que Logan deu passos largos para o alcançar primeiro e os dois trocaram algumas palavras que ele não pode escutar. Em seguida, o segurança deu as costas e saiu do aposento sem dizer mais nada.

– Charles Xavier... – Erik começou a falar, mas pausou para um sorriso faceiro – Eu sinto muito não ter podido estar presente na sua última apresentação. Um amigo muito caro me convidou para um compromisso em sua propriedade e eu ainda não consigo estar em dois lugares ao mesmo tempo.

– Sem problemas.

– Espero que Logan tenha sido atencioso em transmitir meu desejo de revê-lo.

– Sim, ele fez tudo perfeitamente. Eu garanto. – Como o outro ficou em silêncio, Charles acabou emendando – Sobre o que aconteceu na última vez que nos vimos. Eu entendo que talvez tenha sido por engano e sua esposa...

– Esposa?

– Sim, a elegante senhora loira na porta que...

A fala foi interrompida por uma gargalhada.

– Não, meu amigo. A senhorita Frost não é minha esposa e o que concerne a todos e, principalmente ela, não tem nada a ver comigo a não ser uma duradora e bem-sucedida relação de trabalho.

– Oh. Eu pensei que... – Charles pausou a si mesmo enquanto tentava relembrar a situação. O toque dos lábios do homem à sua frente em sua boca o tinham pego de surpresa, mas no momento que ele estava se acostumando a ideia... A mulher aparecera a porta e ele só conseguira pensar em como ela marcaria seu rosto e iria para uma vingança pessoal. Ele já estava se sentindo como parte de um romance de banca de jornal. O suspiro de alívio que veio a seguir foi inevitável.

– Pensou que?

– Deixa para lá.

Erik deu mais um daqueles sorrisos enormes para ele e Charles só conseguia pensar no que diabos estava pensando quando tinha aceitado aquele convite. Afinal, o objetivo deveria ser tirá-lo da sua mente, mas apenas conseguia pensar em como queria que ele o puxasse mais uma vez. E o beijasse mais uma vez. Ainda mais depois de saber que não atrapalhava nenhum casamento.

– Bem, você deve estar se perguntando porque eu pedi para Logan trazê-lo até mim – O ruivo para um instante para agradecer ao mordomo que trazia dois drinques e os colocava na mesa –, eu prestei atenção em como aprecia a arte na última noite que esteve aqui. Infelizmente, você saiu mais cedo que o esperado e não pode apreciar minha coleção por completo. Imaginei que seria do seu interesse conhece-la inteiramente.

Os dois se encararam mudos por alguns segundos e Charles detestou o arrepiou que lhe percorreu desde a base da espinha. Esperava que o outro não tivesse percebido. Sabendo que sua resposta já estava formada no momento que ele pisou ali, o moreno resolveu não resistir:

– Eu adoraria. 


Notas Finais


Comentários, críticas, sugestões, dicas, etc são sempre bem vindos meus tetês <3 Adoro saber a opinião de todas.
Até a próxima! ~


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