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História Blind - Keep it in your sights now


Escrita por: Nash_the_Fox

Capítulo 4 - Keep it in your sights now


Fanfic / Fanfiction Blind - Keep it in your sights now

Erik Lehnsherr sabia desde o momento que vira Charles se aproximando que precisaria tocá-lo e senti-lo. Não, não era como mais um dos seus desejos rotineiros, aquilo era mais parecido com uma necessidade. Se ele não o tocasse mais uma vez, não tinha certeza do que poderia ser sua sanidade. Erik não sabia ao certo se eram suas quatro décadas começando a pesar em suas costas, mas a leveza que o jovem bailarino trazia era nada menos que sedutora. Como uma bela ave bem desenhada que aparece para cantar em sua janela sem querer e você perde toda a noção do tempo enquanto a observa.

Com certeza ele não poderia contar ou relembrar a quantidade exata de garotas belas que haviam estado em situação parecida – Erik queria avidamente saborear seus corpos e o prazer que elas lhe davam com tanta submissão –, mas o moreno era diferente. O jovem não queria se jogar em seu colo como se a vida dependesse disso. O magnata viu quando ele mordeu o lábio inferior em um gesto sugestivo, mas seus olhos continuavam daquele jeito cauteloso de sempre. Charles o olhava como se esperasse ansioso para o que estava prestes a vir, esperando com cuidado qual seria o próximo movimento e isso instigava seus instintos de um jeito que o ruivo não lembrava de já ter vivido.

O Lehnsherr abriu um sorriso. Queria mostrar a Charles que estava tudo bem, que ele estava seguro ali, que ele – mesmo no alto da sua fortuna – era confiável e por último que – pelo amor de todos os Deuses – ele permitisse ser tocado. Erik queria sentir sua pele rosada, o sedoso cabelo negro e até mesmo os lábios delineados com todas as fissuras. A sensação que tinha guardado da última experiência deles juntos, começava a desaparecer da memória e aquilo principiava a desespera-lo.

O ruivo já tinha perdido algumas boas horas de sono durante aquela semana olhando para o teto e relembrando aqueles poucos segundos que passavam em sua cabeça repetidamente. O cheiro bom do bailarino tinha o invadido com a proximidade e enquanto ele o tocava – mesmo que desajeitado por causa da bebida derramada – Erik só tinha pensado em como queria prova-lo de todas as maneiras possíveis. Em como queria, como precisava, sentir seu gosto.

E se não fosse pela querida Emma abrindo a porta naquele sacro instante, talvez o tivesse arrastado para a mesa ou o sofá. Qualquer dos dois que se revelasse mais próximo. Até podia se ver arrancando fora o colete bordado e rasgando a camisa social dele, sem nem se preocupar com os botões, em um piscar de olhos. Quase podia escutar o arfar gemido que o moreno daria quando entrasse nele a primeira vez.

Erik deu um suspiro gentil enquanto observava atento Charles falar. Talvez devesse ter corrido com mais entusiasmo quando ele fugiu entre seus dedos e já teria saciado aquela vontade que esquentava seu corpo. Mas algo lhe escapou naquela noite.... Talvez, fosse o coração batendo fora de hora e o jeito como se sentiu um adolescente frustrado... A relutância de ir atrás, como uma ponta do orgulho feroz que acumulara ao longo dos anos o tinha feito recuar em um primeiro momento. Mas, no fim, após todas as horas gastas pensando nele, a evasiva valeu de coisa alguma já que ele estava com o Xavier, vestido em um doce suéter azul-claro, à sua frente.

– Eu adoraria.

A frase dita pelo bailarino após o convite para apresenta-lo ao restante da sua coleção de artes foi como se o bolo que se formava no fundo da garganta desaparecesse. Como já dito, em contraponto as jovens que costumavam se jogar em seu colo, o moreno parecia uma presa acuada em um ambiente desconhecido e Erik tinha medo que um passo em falso faria ele sair correndo e desaparecer em um piscar de olhos como se nunca estivesse estado ali. Então, aquelas duas palavras serviam de certeza e alivio.

A visita guiada pela missão através das obras de arte era algo novo para o magnata. Ele certamente não tinha o costume de algo tão banal, já que ao contrário do que a maioria crê, os quadros não serviam primeiramente a ideia da apreciação. Cada um deles, incluindo também as esculturas, deveriam estar lá apenas para mostrar o poder do dono daquela casa e toda a força e influência que possuía. Nisso, com a exceção dos três que guardava para si em seu escritório, ele se interessava minimamente por cada uma das obras expostas.

Mas Charles com seus olhos azuis vivos e curiosos fazia com que ele quisesse olhar uma segunda vez para cada um deles. Até mesmo o Picasso vistoso da sala de estar que tinha sido uma bajulação de Emma e ele nunca dera a mínima. Erik observava enquanto o bailarino passava a mão nos próprios cabelos e molhava os lábios com a ponta da língua ainda atento aos detalhes de cada obra.

– Erik? – O moreno o chamou sacudindo alguns dedos na sua frente. Pelo visto, ele havia se perdido em meio aos devaneios e não tinha se dado conta de onde estavam.

– Sim? – Retrucou de volta com a primeira palavra que veio à mente. Não tinha certeza, mas acreditava estar fazendo um papel de bobo. – Qual o problema?

– Problema algum. – Charles deu um sorriso gentil e em seguida apontou para o quadro mais próximo a ele. – Qual a história deste aqui?

Erik olhou para a pintura. Era Narciso com a pele branca desnuda com a exceção de sandálias de couro e uma manta vermelha para as partes pudendas. O jovem no quadro tinha cabelos escuros que iam até seu queixo e fitava atento o próprio reflexo como é próprio de todos os Narcisos. Por um momento, não foi capaz de deixar de pensar na semelhança do jovem no quadro com o que estava a sua frente. Os dois eram belos, com a diferença que Charles parecia mais delicado, mais do tamanho adequado de se pôr nos braços.

– Vejamos... acredito que todo colecionador que se preze precisa de uma versão de Narciso para si próprio, não? Quem melhor para ilustrar nossa vaidade?

– Este aqui eu não reconheço. Quem é o pintor?

– Gerard van Kuijl. Um holandês do século 17. O comprei em um leilão. Nenhuma história surpreendente por trás.

– Acho que é a primeira vez que conheço o trabalho desse artista.

– Um belo começo, então.

– Sim.

– Então, o que achou da minha coleção? – Erik fez a pergunta erguendo uma das sobrancelhas curioso. O jovem bailarino ainda prestava atenção maravilhado com a última pintura. Alguns segundos vieram sem resposta, mas o magnata não se importou. Um gesto que ele consideraria grosseiro como perda de tempo em seu mundo de negócios, ele apenas achava adorável vindo de um Charles encantado.

– Bem... – O moreno começou a dizer, mas se calou outra vez. Levou os olhos para Erik por um instante e depois os voltou para o quadro na parede. Mordeu o lábio inferior como se procurasse a coisa certa a se falar.

– Não é boa o bastante? – O ruivo inquiriu sarcástico. Estava curioso para saber qual seria a opinião do outro.

– Nossa, não! É que ela é mais linda do que eu imaginava. Eu estava apenas procurando uma palavra adequada para descrevê-la, mas acho que não consegui encontrar.... Você tem sorte.

Mudos, os dois sustentaram o olhar por três segundos.

– A verdade – O Lehnsherr começou a falar e pausou apenas o instante para ter certeza que Charles prestasse atenção nele – é que, por vezes, eu sinto como se não a merecesse.

– Ora e por que não?

– Eu gasto a maior parte do meu tempo com os negócios e principalmente as viagens me mantem constantemente longe de casa. Não é como se eu tivesse tempo para admira-las.

– Mas mesmo assim... – o bailarino suspirou. – Se fossem minhas, se eu tivesse pelo menos uma delas... acho que gastaria todo o meu tempo livre apenas a observando.

– Tem certeza disso?

– Do quê? Se eu gastaria mesmo meu tempo? Com certeza!

– Charles – Erik o chamou e gostou tanto de como o nome dele soava que passou um segundo calado apenas apreciando –, meu caro, eu não sei como é a vida no balé. Mas eu te garanto que existem maneiras mais satisfatórias de gastar seu tempo livre. Pelo menos uma dúzia delas.

– Uma dúzia?

– Exatamente.

– Erik, meu caro, se me permite a intromissão, mas começo a acreditar que você não merece o título de apreciador de arte. Um homem que tem uma coleção tão linda não deveria dizer tal coisa. – Charles disse tudo com um meio sorriso charmoso.

O Lehnsherr riu alto.

– Não? Por favor, não me leve a mal. Acho que o meu defeito é que prefiro gastar o meu tempo com passatempos mais dinâmicos. Talvez eu esteja profundamente errado, mas eu sinto como se os quadros estão sempre nos mesmos lugares, eu posso vir aprecia-los a qualquer momento. Eles sempre estarão aqui à minha espera. Já outras coisas... – o magnata fez uma pausa sutil para umedecer o lábio inferior. – Outras coisas acontecem em seu momento exato e precisam de mim para apreciá-las. Eu preciso estar lá. Preciso fazer as coisas acontecerem.

Ele nem havia percebido que havia feito, mas Erik tinha dado alguns passos para próximo do bailarino. A distância que era do comprimento do seu braço fora reduzida a alguns poucos centímetros. Mais um pouco e ele poderia tocá-lo de novo.

Charles percebeu o movimento e não se moveu. Prestava atenção calado no que Erik dizia como se cada uma das palavras fosse a coisa mais importante que ele ouviria. Talvez tenha parado de respirar, mas ele não sabia ao certo. Mas quando o magnata o tocou ele não pôde evitar de soltar um suspiro aliviado. Uma das mãos dele foi até seu rosto e deslizou os dedos pela face até encontrar abrigo no meio do cabelo escuro.

Quando Erik o puxou para mais perto, ele não resistiu. Sabia que mesmo que tentasse, não adiantaria de nada. Uma parte sua dizia que não deveria fazer aquilo, mas a outra parte que implorava ansiosa pelo beijo era muito maior.

A barba ruiva roçou por um instante abrindo caminho e quando os lábios dele vieram Charles o beijou de volta com vontade. As sensações da outra noite que se apagavam um pouco a cada noite o encheram novamente. Ao se distanciar para tomar ar, ele viu que o magnata sorria, ao que ele abriu os olhos, o bailarino perguntou o motivo do sorriso.

– Porque desde que você entrou eu queria fazer isso. – Ele fez uma pausa apenas para puxar Charles para mais perto e enlaça-lo pela cintura. – Talvez não seja adequado dizer isto, mas a verdade é que quero beija-lo outra vez desde que desapareceu aquela noite.

– Então... – Charles olhou Erik nos olhos. Era bem verdade que não era a primeira vez que recebia atenção de algum homem poderoso, mas nunca se deixara levar pela promessa de presentes ou qualquer coisa do tipo. Não era isso o que ele procurava em alguém... Entretanto, ali estava ele nos braços do Lehnsherr. Ele o atraía, o puxava como um imã, mas ao engolir em seco não pôde deixar de se sentir um tolo.

Embora quando as mãos do magnata começaram a percorrê-lo, ele apenas se rendeu. Uma delas estava embaixo do seu suéter e a outra começava a vasculhar dentro de suas calças. Em alguns segundos o paletó grafite que Erik usava já estava no chão com a sua ajuda e ele começava a desabotoar sua camisa desajeitado.

– Charles...

O ruivo gemeu seu nome ao mesmo tempo que abria uma porta em algum lugar e um quarto com uma cama de casal apareceu. Era bonito, bem arrumado, com uma decoração moderna e ainda elegante como o restante da casa.

– Charles...

Ouviu seu nome mais uma vez sussurrado no seu ouvido. Sentiu os pelos se eriçando quando Erik beijou seu pescoço com vontade e também esfregou a barba lá. Enquanto o ruivo o deitava com cuidado na cama, ele já sentia o volume enorme que aparecia nas calças dele.

– Seja meu e eu te dou o que você quiser.

Assim que ouviu a frase, Charles congelou. Foi como se toda sua parte sã que vinha o avisando sobre isso tivesse criado forma e, em seguida, dado um belo tapa na cara dele. O bailarino nunca julgou a irmã ou qualquer uma das colegas de trabalho que se envolviam com homens poderosos em troca de presentes caros e alguns agrados. Cada um sabe o que faz da própria vida. Mas aquilo não era para ele.

Ele sempre odiou a ideia de entregar o corpo a alguém que o veria como mera mercadoria. Alguém que o encheria de beijos e carícias a noite e de repente ao acordar resolvesse que não o queria mais ao lado. Já tinha visto alguma das colegas com corações partidos e não queria passar por o mesmo.

Todo o tesão que sentia pelo Lehnsherr, ele tinha certeza, poderia se transformar em uma paixão quando ele fosse tocado. Se achava um jovem bobo, mas era sua culpa que sexo tivesse essa forma estranha de unir duas pessoas.

– Charles, qual o problema? – Erik finalmente perguntou ao perceber que ele estava diferente.

– Eu quero ir para casa. – O moreno pulou da cama e começou a procurar o suéter que deveria estar em algum lugar do chão.

– Eu posso saber o que acontecer.

– Por favor, Herr Lehnsherr, eu quero ir para casa. Apenas isso.

– Charles...

Quando nenhuma resposta veio, Erik não entendeu absolutamente nada, mas ele era capaz de reconhecer uma pessoa tensa em qualquer lugar. Resolveu abotoar os botões de volta, buscou o paletó do chão e apertou um botão próximo da cabeceira. Em poucos instantes o mordomo apareceu na sala fazendo uma mesura.

– Bernard, por favor, leve o senhor Xavier até Logan.

Ao ver o moreno saindo do aposento e desaparecendo de vista, Erik fez uma careta. Uma dor de cabeça começava a aparecer e ele se serviu do melhor whiskey do bar mais próximo. Puro, sem gelo. O que diabos tinha acontecido? Não teve muito tempo para pensar porque logo o celular vibrou e uma mensagem de Emma aparecia na tela.

Eu preciso de você no escritório. Vinte minutos.

Ele guardou o celular no bolso interno e tomou mais um gole e fez uma nota mental que quando Logan voltasse tinha que perguntar o que ele sabia sobre o bailarino.


Notas Finais


Nossa gente, eu sou muito demorada msm, né? Sinto muito pelo tempo que levou para entregar o capítulo, eu fico perdendo o eixo dessa história e depois fico sem saber o que fazer... Mas, juro que vou tentar entregar os próximos mais rapidamente! Espero que gostem desse aqui, porque foi bem gostoso de fazer no final das contas. <3
Charles e Erik ainda não vão se entender assim de primeira né, pq o que é uma fic sem treta né? Mas ainda tem muita coisa boa por vir. Garanto a vocês.
Até a próxima e um monte de beijo. <3 o/


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