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História Blind - My heart is a storm


Escrita por: Nash_the_Fox

Notas do Autor


Postei e saí correndo
*Volta na ponta do pé*
MUITO OBRIGADA VOCÊS PELOS COMENTÁRIO DO CAP PASSADO E PELOS NOVOS FAVS :3 Vocês são umas lindas e cheirosa. Obrigada por isso <3~
*Sai correndo outra vez*

Capítulo 8 - My heart is a storm


A água do chuveiro caia gelada por suas costas. Quase doía. Charles soltou um gemido enquanto se acostumava a temperatura. Levou o rosto para trás deixando-se molhar por completo. Os cabelos negros ficaram encharcados em poucos segundos e antes que pensasse em mais alguma coisa... Ele sentiu aquela mão. Era grande, com os dedos compridos e foi logo em direção ao seu pescoço.

O bailarino engoliu em seco. Quieto. Quase como se a mão fosse um animal feroz que estava à espreita e ele uma criatura indefesa. Desprotegida. A mão o puxou para trás com cuidado até que deu de encontro com um outro corpo. Ele era mais alto, mas curvava-se de maneira charmosa em sua direção. Charles sabia disso porque logo sentiu um beijo sendo pousado em seu ombro. A boca parou ali um momento a mais que o preciso, mas já foi o bastante para que o fizesse suspirar.

Charles... – A voz sussurrou junto ao seu ouvido. Era como se o chamasse, como se quisesse lhe contar um segredo, como se o seduzisse, como se quisesse leva-lo para muito longe. – Charles...

Mesmo que uma parte de si não quisesse admitir, ele queria correr atrás daquela voz. Queria que o corpo atrás do seu o puxasse de encontro, com força, permitindo que ele pudesse sentir cada ponto do corpo desnudo. O bailarino então resolveu se mexer. Levou uma das mãos para suas costas, procurando o corpo que estava ali em algum lugar, sentindo sua pele e o puxando para perto de maneira desajeitada. Algo que ele sabia ser uma ereção dura roçou em suas costas e ele não pode evitar de soltar um gemido.

Erik... – Foi a vez dele gemer sussurrante. Pedindo por algo que ele não tinha coragem de dizer em voz alta, implorando para que o outro entendesse mesmo assim. E o fizesse.

As mãos entenderam. Uma delas ainda o segurava enquanto um segundo beijo era depositado na base do seu pescoço, mas a outra empurrava seu tronco para frente e puxava seu quadril para trás ao mesmo tempo. Charles pôs as mãos na parede branca para se apoiar e gemeu surpreso quando sentiu um dedo o adentrando com cuidado.

Erik... – Ele gemeu outra vez. Esperando ansioso pela voz dele em seu ouvido, pelo seu toque o violando com cuidado. Por um momento o bailarino pode sentir o corpo estremecer. Ele fechou os olhos querendo apreciar a onda de prazer que o invadia aos poucos. Chamou outra vez – Erik.

Então, uma pancada no seu rosto o fez abrir os olhos.

Charles puxou o ar com força surpreso.

Seu quarto era o mesmo de sempre, com Raven o olhando engraçado bem ali do lado e o travesseiro dela em cima de si.

– Pela cara de decepção o sonho estava realmente bom. – A loira disse com um sorriso de deboche no rosto.

– Que sonho? – O bailarino fez uma careta. Com certeza ele tinha plena consciência do que tinha sonhado, mas saber que a irmã tinha ouvido era embaraçador – Que diabos você tá falando?

Em resposta, Raven riu tão alto que precisou jogar a cabeça para trás. O barulho invadiu o quarto de maneira gostosa, fazendo que Charles sorrisse espontaneamente.

– Irmãozinho, eu sei que você diz que não tem interesse pelo Senhor Lehnsherr e fica com raiva quando eu ou Moira comentamos algo. Mas, não sei... Como eu posso falar claramente... – Charles ficou esperando pela continuação, mas a loira apenas apontou para a direção das suas calças e só aí ele se deu conta que tinha uma ereção nada discreta. E o pijama de linho que vestia não ajudava nenhum pouco.

– Droga! – Ele resmungou enquanto pulava da cama e corria para o banheiro. Ainda conseguiu ouvir a risada da irmã outra vez antes de fechar a porta com força. O moreno olhou para baixo e ao confirmar que a ereção estava mesmo lá ele acabou dando um fungado de deboche para si mesmo. Como conseguia ser tão patético a ponto de ter um sonho daqueles?

 

***

 

Impressionantemente, Erik havia acatado seu pedido. Ainda lembrava-se da face de decepção que o ruivo havia estampado quando ele disse que não queria mais nenhum tipo de investida. Poderia jurar que nunca mais saberia nada do grande magnata e nem mesmo de Logan – o que ele lamentava –, mas já estava conformado. Um grande homem, poderoso daquela forma, não haveria do porque se interessar de manter uma amizade com um rapaz como ele. Um simples bailarino que nada tinha a lhe dar em retorno.

Mas não demorou nem três dias para que Logan aparecesse no teatro outra vez. Suas mãos estavam completamente livres e pelo menos por isso Charles agradeceu aliviado. Ele evitava falar palavras de baixo calão, mas não sabia como iria responder se tivesse que dispensar mais um daqueles agrados insistentes.

O segurança logo avisou que estava apenas lá para saber quando seria a próxima visita ao pequeno orfanato, pois Erik queria se programar para que pudessem visita-lo juntos. O bailarino riu satisfeito. Mesmo que talvez fosse uma maneira esperançosa do ruivo de tentar lhe seduzir por meio das crianças... De certa forma, era bonitinho. E ele não conseguia dizer não. Os pequenos mereciam qualquer atenção que lhes fosse dada.

Agora, quase um mês e quatro ou cinco visitas depois, estavam mais uma vez ali. Ororo lhe servia chá em uma caneca mais bege do que branca na mesa da cozinha e ele podia escutar a voz do magnata contando uma história para as crianças na sala.

Charles mordeu o lábio inferior se sentindo enciumado. Quem, pelos sete céus, Erik Lehnsherr pensava que era para ousar querer ser um melhor contador de estórias do que ele? Depois da terceira visita logo percebeu como todos os pequenos logo arrodeavam o ruivo ansiosos pela história que ele contaria assim que chegavam e quase mal falavam com ele deixando-o de escanteio. Soltou um suspiro. Bem, não poderia culpa-los, depois de anos a fio vindo ali, era natural que um rosto diferente chamasse tanta atenção. Ainda mais alguém tão charmoso como Erik.

– Tudo bem, Charles? – Ororo perguntou o tirando do devaneio. Ela tinha um sorriso gentil e preocupado. Também segurava uma caneca com chá da qual bebeu alguns goles.

– Sim.

– Sim...? – Ela sorriu levantando uma das sobrancelhas. Quase como se quisesse o recordar que o conhecia a mais anos do que podiam lembrar e, por isso, já sabia que havia muito mais por trás daquela história.

– Sim, está tudo bem, Ororo. Estava apenas remoendo algo que li outro dia.

– Que seria...?

– Por que você não vai descansar alguns minutos e me deixa cuidando dos meninos junto a Erik? – Charles sugeriu com um grande sorriso. – Vá terminar seus bordados, seu livro de poesia ou vá cuidar do jardim. Você escolhe.

– Charles, – a mulher bebeu um gole da caneca de chá fazendo uma pausa – eu apenas vou deixar isso passar porque sua proposta é realmente atraente...

– Ao seu dispor. – O bailarino retrucou e se levantou da cadeira para fazer uma mesura como um cavaleiro para sua dama.

– Mas você ainda irá ter que me explicar mais dia ou menos dia.

– Eu sei. – Ele confirmou com a cabeça. Talvez ela já soubesse mais ou menos o que era, afinal Ororo era uma mulher esperta o bastante para deduzir o que ocorria ao seu redor. Ainda mais após os anos de prática vivendo com um sem número de crianças e adolescentes. Talvez ela soubesse exatamente o que era. Mas ele não conseguiria dizer nada. Admitir qualquer coisa em voz alta era a última coisa que ele queria fazer naquele instante. Ainda mais quando o assunto envolvia o sonho que tivera pela manhã.

Ororo deu um último sorriso e saiu do aposento indo em direção aos fundos da casa ainda carregando a caneca. Charles deu de ombros e se levantou sentindo a tensão sobre os ombros. Como se estivesse prestes a encarar algum grande inimigo. Seus passos o levaram até a sala, onde Erik continuava rodeado pelas crianças. Jubilee estava no colo dele, assim como já ficara mil vezes no seu, e mesmo que desajeitada, com o corpo todo torto, seu rosto tinha um sorriso bonito de satisfação. Era tão errado assim ele ficar com ciúmes?

O ruivo percebeu que ele havia se escorado em uma das paredes e levantou os olhos para enquanto sorria fazendo uma pequena pausa na estória. Charles tinha uma mera noção do que era o mundo do magnata e tudo o que o rodeava. As festas chiques, as mulheres belas e todos os objetos caros que ele podia comprar em um piscar de olhos. Achava graça de como ele parecia estar tão entretido ali, em um lugar tão simples, com crianças que nada tinham a ver com ele.

A porta da frente fez barulho com algumas batidas, mas ninguém na sala além do bailarino pareceu ouvir. Ele achou graça da situação, mas seguiu sem fazer barulho. Ao abrir a porta não se admirou de verdade ao ver que era Logan.

– Olá, senhor Xavier. O Herr Lehnsherr se encontra? – O segurança perguntou mesmo que já soubesse a resposta. Tinha uma face gentil para o bailarino que fez uma careta perante a formalidade.

– Por que você simplesmente não diz “Charles”? – Logan deu de ombros ao ouvir o questionamento. Ele realmente aprendera a apreciar o pequeno bailarino e com todas as investidas de Erik da qual fora intermediário, os dois criaram aquele elo estranho que parecia tanto uma amizade divertida. Ainda assim, não era como se pudesse chamar pelo primeiro nome a pessoa que seu chefe possuía interesse... pelo menos não quando ele estava a poucos metros de distância.

– Ok, vou chama-lo.

Charles entrou de volta na casa e avisou para Erik que o segurança estava a sua espera. O ruivo fez uma careta de surpresa, mas deixou as crianças de sobreaviso que logo retornaria. Mas, após dois minutos de conversa, ele retornou para avisar que teria que ir embora.

– Por que? – O bailarino perguntou quando o Lehnsherr se aproximou para despedir-se com um beijo em sua testa.

– Emma está me convocando. Há algum problema em um contrato e ela não pode resolver sozinha. Você quer ir agora conosco e Logan te deixa em casa no caminho?

– Não. – Charles sorriu. Embora, tenha sido um sorriso falso, estava desconfortável com aquela saída repentina do mais velho, mas não queria demonstrar nenhum sinal disso. – Eu vou mais tarde. Quero ficar mais um tempo aqui.

– Ok. – Erik se distanciou para ir até a sala que as crianças o esperavam e falou – Eu tenho que sair, pessoal! Mas o Charlie ainda está aí!

– Tchau, tio Erik! – Algum deles disse primeiro, mas em seguida todos falaram juntos.

– Tchau!

Charles respirou fundo quando ouviu o bater da porta e conferiu que o ruivo não estava mesmo mais ali. Uma pontinha de angústia pinicou seu coração e ele se sentiu muito incomodado com aquilo. Afinal, Erik era encantador, mas não lhe devia nada, não era? Então, porque diabos o ciúme?

– Charlie! – A vozinha de Jubi o tirou do transe. A menina estava nas suas pernas com a cara inquieta. – Nós precisamos saber o final da estória! Você conta para a gente?

Naaaaah! – O Xavier caprichou no tom de desdém. – Ninguém precisa daquela estória idiota, Jubi. Vou contar uma muito mais interessante. – Então pegou a mão da pequena e a puxou até a sala.

Lá ele contou duas novas estórias e depois parou para ajudar Ororo servir chocolate quente e biscoito de nata a todos. Eles conversaram sobre banalidades e os mais espertos contaram algumas piadas fazendo que todos rissem a mesa. Quando menos viu o céu já estava escuro e uma chuva começou repentinamente. De qualquer forma já era sua hora e ele precisava ir embora.

– Você vai adoecer se pegar chuva. – Ororo reclamou assim que ele avisou que já iria embora. – Espere que ela passe.

– Não... Eu preciso ir para casa.

– Tem certeza?

– Sim. Eu nunca adoeço. Não tem problema.

Mas, quando ele se despediu de todos e encarou a noite chuvosa sentiu a água gelada lhe atingir o corpo e lhe provocar lembranças que não eram verdadeiramente lembranças. Até que Charles Xavier voltasse para casa pelas ruas vazias, pensamentos cheios de dúvida lhe dominavam a mente.


Notas Finais


Meu ritmo de postagem já é super lento. Admito. Retornei agora para a faculdade após uma parada de mais de seis meses ainda por cima, mas a minha real demora para postar capítulo aqui é porque eu meio que parei de falar com minha amiga que vivíamos falando de Cherik. :/ Eu sou muito de estímulo esse é o problema. Sem ela para falar (quase) todo dia sobre o ship eu desanimei :( Não que eu ame menos meu OTP ou tenha menos carinho pela fic e quem a acompanha, mas a verdade é que eu travo mais que cd ralado na parede assim.
Mil perdões pela demora e pelo capítulo fraquinho </3 Fiz o melhor que pude.
Enfim, um monte de beijos e até o próximo o/~


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