História Blind (VhopeTaeseok) (EM REVISÃO) - Number Six

Jeon havia dormido em casa depois do trabalho, ele chegou muito tarde lá e já combinou tudo com minha mãe, pelo menos eu tinha uma companhia bem mais diferente do que o Jimin, mas agora parece que ele não vai vir mais aqui. 

 Acordei esfregando os olhos, era tão bom esfregá-los e simplesmente ver o local que eu vivia, mas agora não era a mesma coisa, e eu já havia me acostumado. Retiro os pés da cama e pego minha bengala e vou a tateando até achar o banheiro, onde abro a porta e a tranco a seguida, eu iria tomar meu banho normalmente para ir na escola, e foi isso que eu fiz. Comecei a me despir e fui até o chuveiro, sentindo a água quentinha cair no meu corpo e em meus cabelos, já estava na hora de eu lavá-los.  

 Sem muita pressa, saio do banho e pego minhas duas toalhas onde eu sabia muito bem onde ficava e enlaço a maior no meu corpo, como se fosse um vestido, e a outra menor no meu cabelo. 

Vou até a pia e a tateio até achar minhas escovas e o creme dental, e como escovar os dentes era entediante, comecei a cantar Celine Dion, mesmo falhando um pouco e cantando embolado por causa do creme. 

 Depois de passar mico sozinho dentro de um banheiro, saio do mesmo e vou até a cadeira de minha escrivaninha, onde estava meu uniforme pronto que minha mãe sempre deixava para me arrumar, ela era incrível e sempre foi. 

 Me visto rapidamente e calço meus sapatos, quando solto um suspiro, ando pra trás e acabo tropeçando, me fazendo cair e bater as costas na parte dura da minha cama. Soltei um muxoxo alto de dor e meus olhos começaram a lacrimejar, estava doendo bastante. 

 - Aí! - Ouvi alguém grunhir abafado e se remexer debaixo de minhas pernas, era Jungkook - Taehyung? Você está bem? 

 - Ah... Estou - Falo enquanto tento me levantar, mas faço uma careta e levanto o rosto - Eu só... Tropecei em você... 

 - Ah, deixa eu te ajudar - Sinto Jeongguk sair debaixo de minhas pernas e sou levantado em um piscar de olhos, por mais que eu não enxergue - Que horas são? 

 - Não sei, olha no meu despertador... - Falo e dou um sorriso sem mostrar os dentes. 

 - Cara, estamos muitos atrasados... - Jeongguk diz e eu me espanto - Sete e quatro... 

 - Ah não... - Bato a mão na testa - Nem vai dar pra pegar carona com a minha mãe, ela já foi trabalhar! 

 - Não dá tempo de conversar agora, e também nem vai dar tempo de tomar banho, me espera aqui, Taehyung! - Jungkook dizia rápido enquanto eu ouvi a porta do banheiro se fechar com força. 

 Iria ser um longo dia... 

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 Estava arrumando minhas coisas no armário e meus materiais junto com Jeongguk, chegamos atrasados, mas o porteiro nos deu uma chance, agora eu coçava meus olhos porque a claridade estava os irritando. 

 - Nós temos aula de ciências agora, quer participar ou pular fora? - Jeon puxou assunto comigo enquanto eu viajava em meus pensamentos. 

 - Quero participar, óbvio - Faço uma careta e Jungkook ri - Também temos que entregar o trabalho de física mais tarde, e eu não estou afim de sair da sala pra fugir do inspetor... 

 - Ok, começa em três minutos, ainda dá tempo de ir no banheiro bem rápido, me espera aqui... - Jungkook disse e forço um sorriso. 

 Solto o ar preso em meus pulmões e cocei os olho novamente, aquilo estava me deixando nos nervos. 

 Ouço a portinha do meu armário se fechar bruscamente e me assusto, logo viro para trás e sinto uma respiração pesada em meu rosto, o que me fez corar um pouco. 

 - O que faz sozinho aqui, bebê? Não deveria estar na aula agora? - A voz de Hope ecoou pelos meus ouvidos e eu sorri abobado. 

 - Sim, mas eu estou esperando meu amigo Jeon sair do banheiro para irmos - Dou um sorriso doce e ouço um estalar de língua de Hope. 

 - Qual Jeon? 

 - Jeon Jungkook, dizem por aí que ele é uns dos garotos mais populares da faculdade e também é super gente fina - Falo e ouço uma risada de Hope, parecia irônica, mas eu ignorei - Ele é um dos poucos que não se importam de eu ser cego. 

 - Veio com ele? - Outra pergunta de Hope, dessa vez pude ouvir frieza em sua fala. 

 - Sim, e chegamos bem atrasados, mas o porteiro pulou essa pra gente - Falo e dou um sorriso, tentando quebrar um clima apático que criou ali - Você também não devia ter aula agora? 

 - Sim, eu tenho aula de biologia agora, mas preferi falar contigo - Hope fala e eu ouvi mais um estalo de língua vindo dele - Quer pirulito? 

 - Piru... - Não pude nem terminar minha frase e sinto algo doce entrando em minha boca de repente. 

 - Prova, é de morango - Ouço outra risada - E também, consertei seu óculos... 

 - Sério? - Tiro o pirulito da boca e pergunto - Ótimo! Meus olhos não aguentam maia meus dedos... 

 - Entendi... - Hope riu e pegou minha mão, logo colocou meu óculos nela e beijou as costas da mesma - Também, cuidado com o Jeon... 

 - Como? - Perguntei e sinto seu perfume se afastar - Hope, volta aqui! 

 - Nos falamos mais tarde, bebê! - Ouço a voz de Hope distante e dei um grande sorriso bobo, eu estava me acostumando a ser chamado de "bebê" por ele. 

 - Voltei... - Ouço a voz animada de Jeon atrás de mim e me viro para ele - Estava conversando com quem? 

 - Ah, com um colega... - Coço a cabeça. - Tudo bem - Ouço a porta de seu armário fechar - Vamos? 

 - Claro! 

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 Depois da aula, fui andando lentamente até a saída, onde normalmente espero minha mãe me buscar, e como hoje era sexta-feira, eu iria comer pizza com ela, mas eu não comia muito, eu até comia metade de uma fatia, pois não tinha muito apetite, mas hoje seria especial. 

 Continuei a andar até ser empurrado, fazendo meu corpo cair em algo duro e depois no chão. Tentei me levantar, mas acabei de escorregar e cai em cima de meu braço, e para piorar, um cheiro horrível ficou em volta de mim, eu havia caído em cima do lixo. 

 Ouvi risadas nadas discretos e alguma altas e escandalosas, eu tive vontade de cair no choro ali mesmo, mas me levantei e comecei a passar a mão pelo meu corpo, mas não adiantava, e o pior é que não podia correr pro banheiro, então soltei um suspiro e me ajoelhei no chão, o tateando, tentando encontrar minha bengala, mas por outra vez, sou empurrado, me fazendo sentar no chão de novo. 

 Ouço outra risada, mas dessa vez, era uma risada bem diferente de todo mundo, era a risada que eu mais conhecia e ouvia. 

 Era a risada de Jimin. 

 Acho minha bengala e a abro, logo ando rápido e me afasto do local, ignorando todos os insultos gerados a mim. Eu estava acabado, eu não queria chorar, porém, as lágrimas brotaram e saíram sem fim, eu odiava me mostrar fraco para todos, mas pra que esconder algo que você já é? 

 Eu continuei a andar em busca do banheiro, até bater em alguém menor que eu e mordo os lábios. 

 - Taehyung? O que aconteceu? - A voz era feminina, aparentava ser Seulgi - E por que você está cheirando tão mal? Te jogaram no lixo? 

 - Sim... - Falei com a voz fraca  e limpei o canto dos meus olhos - Seulgi, p-pode me fazer um favor? 

 - Claro! O que precisa? - Seulgi pergunta, ouço uma certa preocupação em sua voz. 

- Me leva pro vestiário masculino, por favor... 

 - Claro, venha comigo! 

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 Era a décima segunda vez que eu limpava meu uniforme, e ele não cheirava bem de jeito nenhum, era melhor vestir assim e resolver isso em casa. 

 Vesti a roupa e lavei meu rosto, eu estava estressado, nunca me senti daquele jeito. 

As lágrimas começaram a brotar dos meus olhos, mais eu ignorei, eu estava sozinho, eu podia me libertar, mas a risada de Jimin me deixou preso, era ele que havia me empurrado pro lixo? Ele agora me odeia? 

 Enxuguei as lágrimas e solucei, estava sendo difícil pra mim, ainda mais agora. Eu queria me libertar desse ódio gratuito que dão a mim, eu nunca fiz nada a eles, eu queia me libertar dessa dor, eu queria uma change, eu queria uma esperança. 

 Enxugo minhas lágrimas outra vez, mas me arrepio quando ouço a porta abrir. 

 - Olha quem está aqui, é o cegueta, que bom revê-lo... - Era a voz de Mingyu, ele fechou a porta devagar e sinto seu perfume mais próximo de mim - Sentiu falta de mim? 

 - Mingyu, por favor, vai embora... - Falo baixo e recuo um passo, eu iria levar um tapa na cara. 

 - Calma ai, cegueta! Eu não vou fazer nada contigo... - Mingyu disse e eu relaxei meus ombros tensos - Não agora. 

 Estremeci com sua pré-ameaça, eu ainda não entendia no que o povo via em ficar me provocando desse jeito, uma hora eu iria explodir com todas essas pessoas me pressionando. 

 Com o pensamento pesado, vou tentando caminhar até a porta, mas sinto alguém segurando meu braço, provavelmente era Mingyu. 

 - Calma, vai embora assim tão rápido? - Ouço sua voz me perguntar e ele me puxa para trás, me fazendo encostar minhas costas em seu peitoral - Nem conversamos direito...

- O-O quê você quer de mim, Mingyu ? -Pergunto muito assustado, Mingyu começava a passar a mão em meus braços. 

 - Eu quero você!