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História Blindness - Primeiro Amor (Capítulo Especial)


Escrita por: belovedgrey

Notas do Autor


Oi, amorecos ♥

Aqui estou com um capítulo novinho em folha e inteiramente focado na perspectiva do Justin :D Isso mesmo, todos os capítulos ligados a ele serão intitulados como especiais, pois 'Blindness' é narrada tanto em terceira pessoa, quanto pelo eu-lírico, Britney, e para não ficarem perdidos quanto a visão do nosso protagonista, resolvi dar a ele a chance de se pronunciar, haha ^^

- Fiz pequenas alterações no capítulo anterior, como mudança de título e acrescentando uma citação, mas nada que vá interferir no enredo da história;
- Refiz a sinopse;
- Obrigada de coração aos novos favoritos e comentários. Fiquei super feliz ♥ Amanhã estarei respondendo todos, pois infelizmente não tive tempo até então, peço desculpas!

No mais, desejo uma excelente leitura! O capítulo ao meu ver ficou meio bosta, espero está enganada, amém!

Capítulo 3 - Primeiro Amor (Capítulo Especial)


Fanfic / Fanfiction Blindness - Primeiro Amor (Capítulo Especial)

passado (s.m.)

é uma caixa vermelha empoeirada repleta de brinquedos da velha infância. é meu álbum de formatura. são fotos as quais não converso desde o ensino médio. é onde se perpetuam bons amigos. lugar no qual erros deixam manchas. é o que nenhum ser irá mudar. é pai da nostalgia.

é o pilar que sustenta o futuro.

– João Doederlein.

 

PERSPECTIVA DO JUSTIN:

 

O passado é um velho conhecido intempestivo. Ele ressurge sem aviso prévio como um furacão, causando desordem nos corações alheios. Por vezes, é uma visita incômoda, típica daqueles parentes distantes que atravessam o país a fim de reencontrá-lo. Ora, funciona como uma festa surpresa de aniversário. Sem os balões, doces, salgados e afins, mas com bastante emoção – se você não estiver na casa dos 30. –, revelando-se um ser curioso, muito além do que imaginara ser.

É comum querer saber mais sobre ele. Se ‘What’s Up?’ ainda é a trilha sonora perfeita. Se o escuro ainda lhe assusta nos fins de tarde de domingo. Se os tacos feitos por ela com base naquela antiga receita da sua avó ainda costumam ser os mais saborosos da cidade. Se as velas ainda possuem o aroma baunilha. Se o perfume de lilases ainda está impregnado em seus cabelos loiros. Se basquete ainda é seu esporte preferido. Se teu sorriso ainda se faz presente mesmo ao final de um filme triste. Se o número de sardinhas em seu torso permanece o mesmo. “Eu havia contado todas, Pinky.”. Se sua gargalhada ainda faz todos à sua volta rirem junto, como nos velhos tempos. Se teus olhos amendoados ainda possuem o mesmo brilho. “Não pude enxerga-lo esta noite, baby.”. Se teus sonhos ainda permanecem intactos e se sim, gostaria de poder realiza-los consigo. “Não há nada no mundo que eu não faria para te ver sorrir.”. Se aquele lugar ainda é o seu preferido no mundo:

“Você um dia irá de voltar para meus braços?”.

São tantos “se” que sentia o palpitar em seu peito aumentar, a beira de um ataque de nervos. Não sabia em qual categoria encaixá-la. Parte de si encontrava-se cético. Afinal, de todos os eventos que participara nos últimos 14 anos, fora revê-la justamente na saída do restaurante Perch. Ou sua vida era uma sitcom em potencial, ou apenas encontrava-se em um grande pesadelo. Beliscou-se diversas vezes sentado no banco de passageiros, a fim de chegar a uma conclusão.

Puta merda.

Todos os seus pensamentos o levavam a ela, o passado mais sacana da sua história. Em rápidos instantâneos fotográficos, conseguia visualizá-la ali ao seu lado. Tão linda. O pequeno corpo retraído, semblante denunciando espanto e timidez. Cá entre nós, levando em conta todo o histórico desengonçado dela, entrar em um táxi ocupado e encontra-lo por acaso dentro, deve ter sido um dos pormenores da noite.

Contudo, dentre o salto da Gucci quebrado – sim, havia presenteado Jessica com um igualzinho. –, mancha enorme no elegante vestido branco que vestia e um belo rostinho emburrado, o que lhe deixara mais intrigado foi à ocasião em que a encontrou.

O.K. Apesar dele não ser a pessoa mais indicada para reproduzir fofocas de outrem, afinal, nem todas estampam a verdade, estaria mentindo se dissesse que não se informava aleatoriamente sobre o mundo dos famosos ao qual pertencia. E, em uma das últimas leituras – há três anos. –, a manchetes que lera sobre O Passado, revelava detalhes do seu casamento com o advogado renomado do escritório Hudson’s, Jason Trawick. Ficara feliz por ela. De verdade – essa frase não contém ironia. –. O cara pareceu à primeira vista um bom partido. No entanto, algumas semanas atrás não pôde deixar de ouvir uma conversa fortuita entre seus dançarinos enquanto se preparavam para a primeira apresentação da sua nova canção, Can’t Stop The Feeling.

– Os boatos correm soltos. – ouvira. – Parece que o esposo a agride fisicamente e ela não dar entrada no divórcio com receio de perder a guarda do filho. É lamentável o quanto Britney Spears tem dedo podre para homens. Como se já não bastasse o Kevin Federline, agora está refém de outro mau caráter. Sou uma grande fã dela, torço por seu bem-estar.

Aquela notícia havia lhe deixado aborrecido por dias, até procurou certificar-se discretamente da veracidade do rumor, pois não passava por sua cabeça que alguém em sã consciência poderia em hipótese alguma fazer-lhe mal. Embora amasse sua esposa profundamente, jamais conheceu uma mulher tão doce e espirituosa como Britney. E não foi esta a primeira impressão que ela deixara minutos atrás. A Britney de outrora jazeria radiante, esbanjando boas energias por onde passasse. Talvez acompanhada por Jason e seu pequeno garotinho. Mas, sem sombra de dúvidas, estaria sorrindo, fazendo com que o mundo se curvasse aos teus pés.

“Inclusive eu, Pinky.”.

Perdido em devaneios, foi tirado do transe pelo simpático taxista, que pigarreava insistentemente a fim de chamar-lhe atenção. Como o bom homem de fé que era, acreditava em vida após a morte e, sem qualquer resquício de dúvida, concluiu: madre Tereza de Calcutá reencarnou neste cara. O passado é um bicho sagaz, e todas as vezes que estava prestes a dominar sua mente, o Sr. Thomas lhe interrompia – era este seu nome. Justin havia perguntado assim que entrara no carro após o efêmero revival da tampa e panela do início dos anos 00’.

– US$ 28,50, senhor.

– Obrigado.

– Boa noite.

– Igualmente. – forçou um sorriso, cordial.

Finalmente havia chegado a seu destino. Depois de digitar os seis dígitos do código de segurança, percorreu a passos curtos o estreito caminho de pedras até a porta da frente da mansão, tirando as chaves de dentro do bolso e adentrando o lar doce lar. Fitou o relógio no pulso e lamentou-se, pelo horário, Silas provavelmente estaria dormindo. Odiava ter que passar o dia fora de casa. Sentia que perdia tanto do crescimento dele... Cada pequena descoberta enchia seu coração de alegria e o fazia relembrar sua tão adorável infância. Ser pai lhe fez um homem e marido melhor, definitivamente. E Jessica é a maior testemunha disso.

Não se orgulhava nenhum pouco de todas as traições que por uma linha tênue quase arruinou seu casamento. A notícia da gravidez dela chegou repentinamente. Há muito estavam planejando, mas Jessica sofria de infertilidade relacionada à ovulação, o que a deixava ainda mais triste e irritada, dificultando a convivência do casal. Dessa forma, a única alternativa para Justin era fugir do caos que entrara por livre e espontânea vontade.

Para ser sincero, casamento nunca fora uma meta a ser alcançada por ele. Não após o término com O Passado. Casou-se por conveniência. É triste, eu sei. Mas podia fazer o quê? A ideia de envelhecer sozinho nunca lhe agradou por completo, restando Jessica como segunda opção. Refugiou-se nela como um bebê necessita de cuidados. Ela sempre foi uma boa companhia. Além de ser linda, possuía qualidades raras e até mesmo similares as da Britney. É doce, alegre, divertida... O quê mais? Ele não tinha respostas para esta pergunta.

Com o passar do tempo, ele aprendeu a amá-la a seu modo. Modo este talvez insólito, mas sincero. Adorava estar ao seu lado, fazer planos para o futuro e observar o crescimento do maior tesouro de suas vidas.

“É uma boa vida.”, pensou.

Aliás, não sabia ao certo o motivo de estar retomando todas essas lembranças. Há quanto tempo não era invadido por uma onda nostálgica?!

Subiu as escadas sorrateiramente, não queria acordar os empregados, a babá e acima de todos, Jessica. Ela, provavelmente, estranharia sua feição e tudo que não precisava no momento era conta-la sobre o fantasma do passado que reencontrara mais cedo. Somente imaginar sua reação causava-lhe pontadas de dor na cabeça.

Passou pelo quarto do filho e aproximou-se do berço, vendo-o dormir tranquilamente como um anjinho. Com a ponta dos dedos, acariciou-lhe as bochechas, depositando um beijinho na testa. A respiração serena dele o fez sorrir honestamente pela primeira vez na noite. A vontade que tinha era de toma-lo aos braços e sentir o cheiro de lavanda invadir suas narinas, relaxando-o por completo. Mas só Deus sabe o quanto Silas dar trabalho para dormir e não seria ele o responsável por um estresse noturno.

Deixando o quarto, respirou fundo, sentia-se exausto, não só fisicamente, mas psicologicamente também. A sexta-feira havia sido longa. Após uma série de reuniões com a gravadora e equipe diretiva do filme Trolls, ele decidiu jantar no Perch e analisando agora, percebe que não fora uma boa ideia. Por sorte, os paparazzi não estavam presentes, caso contrário o desastre seria iminente.

Antes de dirigir-se ao seu quarto, resolveu descer para buscar um copo d’água, quando foi surpreendido por Jessica.

– Boa noite, meu amor. – ela disse, abraçando-o por trás.

– Você me assustou, Jess. – virou-se para vê-la e ao perceber que havia usado um tom grosseiro, beijou-a rapidamente nos lábios.

– Tudo bem? – franziu a testa, observando-o.

– Claro, por que não estaria?

– Não sei. – respondeu. – Chegou tarde, estava ficando preocupada.

– A RCA não costuma ser legal com seus contratados.  Queria me forçar a lançar um álbum ainda esse ano, acredita?! – desceu as escadas, acompanhado por ela.

– Mas e o Silas? Nós precisamos de você por perto.

– Foi o que eu disse. Não se preocupe, está fora de cogitação. Meu lugar é ao lado da nossa família. – falou. – Será assim até o Silas completar dois anos, no mínimo.

– Eu te amo, Justin. – ela sorriu, satisfeita com o que acabara de ouvir.

E de repente, uma onda de incapacidade percorre suas veias. Respondê-la com um “eu também” seria afirmar algo do qual ele não tinha mais certeza. Deparar-se com outrora, nua e crua, lhe deixou transtornado e a sensação que permanecera em seu peito ao longo dos anos estava ainda mais forte: ele não sente o amor com o qual tem sido abençoado. É uma pena, pois ele é o mais precioso. O salvou uma vez no passado e continua fazendo o mesmo no presente, embora não mereça. Acredito que seja o martírio que insiste em cortar suas veias, fazendo questão de lembrar que é o único culpado. “Ela costumava me chamar de herói. Porém, mal sabe que a coloco em perigo constantemente. Heróis são criaturas fictícias cuja missão é a de proteger damas em apuros. Como posso ser considerado um, quando tento, inutilmente, destruí-la dentro de mim?!”

 

(...) Esse amor evaporou

E ficou para trás

E se eu ficar

Ficarei viva

E depois sufocada em palavras

Que sempre vou esconder

Com licença, primeiro amor

Mas estamos terminados (...) – First Love, Adele.


Notas Finais


Pessoas, o que acharam?!
Novamente friso que críticas construtivas e demais interações são sempre bem-vindas ♥

Este capítulo ficou meio reflexivo, concordam? Quem ler outras histórias de minha autoria já estão acostumados, haha. Mas me digam, aprocheguem-se, o Justin ainda ama a Britney? De quem ele estava falando no final? "Ele não sente o amor com o qual tem sido abençoado.". "Ela costumava me chamar de herói.". Jessica ou Britney? rsrs

Sobre demais dúvidas que possam vir a surgir na cabecinha de vocês, fiquem a vontade para tirá-las. Aviso que a história se passa em 2016. Britney já foi casada com o Kevin (assim como na realidade), a única diferença é que desse casamento ambos não tiveram filhos, mas o meltdown, aka 2007, aconteceu normalmente.

Por hoje é só, tentarei postar o quarto capítulo até sábado. Kisses ♥


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