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História Blindness - True Colors


Escrita por: belovedgrey

Notas do Autor


Hello, pleople ♥

1 - Este capítulo entrou para a lista dos meus preferidos, se não o mais e espero que vocês gostem tanto quanto eu ^^
2 - O Justin, infelizmente, só aparecerá no próximo capítulo.
3 - Neste, vocês lerão a estreia da Selena ♥
4 - Aconselho que prestem atenção nas palavras e frases em itálico, pois são de muita importância para o desenrolar da história. Para aqueles que já me conhecem, sabem que amo umas mensagens subliminares u.u

Desejo uma excelente leitura e nos vemos lá embaixo!

Capítulo 6 - True Colors


Fanfic / Fanfiction Blindness - True Colors

Você, com esses olhos tristes

Não fique desanimada

Oh, eu sei

É difícil criar coragem

Num mundo cheio de pessoas

Você pode perder tudo de vista

E a escuridão dentro de você

Pode te fazer sentir tão insignificante (..) 

 

Gostava de pensar que ao final de cada tempestade, noutro dia qualquer, seria um arco-íris a estampar o policromo instigante e perturbador no céu, transformando o borrão ofuscante visto, sobretudo, pelas almas desesperadas, em um suspiro de libertação e esperança.

O modo como o sol se punha todas as tardes, insistentemente, tranquilizava-a de forma cativante. Não era bem o consolo que ansiava por receber, afinal, a solidão continuava presente. Sempre esteve. Como um incômodo abaixo dos seus pés, dentro do melhor par de saltos Prada, lembrando-a com perspicácia do porquê de não usá-los com frequência e sussurrando um “Eu te avisei!”. No entanto, agarrava-se com todas as suas forças nesta linha tênue de sanidade que lhe mantinha viva – por pouco, ufa! –, talvez por falta de opção, talvez por medo das consequências que o ato de desistir lhe traria. O custo... Ah, ele poderia ser alto demais. E ela simplesmente não podia se dar ao luxo de pagar para ver.

À medida que dirigia a mais de 70 quilômetros por hora pelas avenidas iluminadas e relativamente vazias de Los Angeles, – considerando que era Halloween e pessoas comuns procuram se divertir nesta data, aderindo aos mais diversos itinerários que a cidade ofertava – a fim de escapar dos paparazzi que a perseguiam desde a hora que saiu de casa – 45 minutos atrás – como predadores em busca da presa. Nunca gostara de ser uma, mas haviam lhe colocado nesta posição e há muito vem tentando descobrir como sair dela. Procrastinar. Era exatamente o que fez durante todos esses anos, sem cessar. Porém, agora é diferente. Ela havia despertado, não sabia especificamente para o quê, mas pretendia descobrir.

A dor em seu braço esquerdo é tão exata, tão detalhada, que ela consegue enxergar o contorno na mente. Pode ver a dor se mover quando o braço mexe. Não é a dor aguda que sentiu quando tudo começara a desmoronar. É profunda, constante e pulsante. São cores mudas de deterioração, em vez de tons explosivos do ataque dele. Imagina como Preston deve está se sentindo, sentado em sua cadeirinha no banco de trás, choramingando, assustado. Os olhos cor de amêndoas, característicos aos seus, atentos. Flashes sendo disparados instantaneamente os cegam. Britney sentia medo. Medo na sua forma mais crua e cruel.

Poderia a qualquer instante provocar um acidente e matar a ambos. Por isso, tentava dividir sua atenção da forma mais igualitária possível entre o retrovisor, para-brisa e o filho. Tentava acalma-lo compulsoriamente, pronunciando palavras previsíveis como “Tudo vai ficar bem, querido.”, mas caramba! Ela não podia prometer isso. Contudo, manter-se positiva diante ao caos, era sua única saída.

Já passava das 20h e finalmente, tinha garantido uma boa distância dos abutres. Diante os inúmeros hotéis, restaurantes, cassinos e boates pelos quais passara, a farmácia foi de longe a alternativa mais promissora. Precisava comprar alguns analgésicos o quanto antes possível. Parecia que seu braço iria desprender-se do corpo a qualquer segundo e ademais, Preston repetia a algum tempo que estava faminto. Então teria de comprar também algumas porcarias para entretê-lo até decidir aonde iriam. Odiava o fato de ter de abrir mãos da sua própria casa naquela noite. Era ele quem tinha de passar por tudo aquilo, no mínimo. Mas como a vida é dissimuladamente injusta, tentava digerir a realidade pela qual estava cercada.

Desceu do carro rapidamente, levando consigo somente a sua bolsa e chaves. Logo depois, o buscou no banco traseiro, abrindo a proteção da cadeirinha e o segurando nos braços. Fez uma careta de dor, orando mentalmente para que os paparazzi não a encontrassem. Descalça, praguejou-se pela mania que tinha de andar descalça pelos cantos. Caso contrário, não estaria adentrando uma drogaria com os pés descalços, além da camiseta que vestia e ostentava uma enorme mancha cor-de-abóbora.

Droga!

Felizmente, no local encontrava-se apenas uma farmacêutica e jovem garota.

– Querido, mamãe vai comprar alguns remédios e depois passaremos em algum supermercado, certo?

– Tudo bem. – Preston assentiu, agora mais calmo. – Está doendo muito? – apontou para o braço.

– Não. – mentiu, não queria preocupa-lo ainda mais.

– Eu posso andar sozinho. – falou. – A senhora precisa descansar.

Britney concordou, esboçando um singelo, mas sincero sorriso no rosto e colocando-o no chão, enquanto dirigia-se a seção de analgésicos.

– Fique perto de mim. – ordenou.

– O.K. – segurou a barra de sua camisa, acompanhando-a.

– Aqui está! – suspirou, aliviada.

De forma alguma poderia demorar-se. Se a achassem, estaria, definitivamente, perdida.

– Quanto custa? – já ao balcão, indagou, um pouco nervosa.

A moça a olhou dos pés a cabeça e revirou os olhos, em sinal de impaciência. Talvez não tivesse a reconhecido em meio aos cabelos presos em um coque malfeito, desgrenhado e demais acessórios.

– Quem precisa de chinelos, não é mesmo?! – disse, sem graça.

– Cinco dólares.

– Um momento – revirou sua bolsa em busca da carteira. – Merda. Merda. Merda. – Eu acho que esqueci em casa.

– Não há nada que eu possa fazer, senhora.

– Querido, você tem algum dinheiro no bolso? – abaixou-se. – Aquele que mamãe te deu hoje mais cedo para alguns doces.

Ele balançou a cabeça, mostrando os pequenos bolsos vazios.

– Gastei tudo com pirulitos. – fez biquinho.

– Tudo bem. Eu posso lidar com mais isso. – levantou-se, esbarrando na garota que estava parada atrás de si. – Desculpe-me, eu não a vi.

– Sinto muito, mas foi impossível não ouvir a conversa – falou, cordial. – Está tudo bem?

– Sim...

– Mamãe machucou o braço! – Preston gritou.

– Preston! – Britney o repreendeu. – Está tudo bem. Só esbarrei no armário da cozinha, nada demais.

– Eu posso comprar para você. Não vai me custar nada mais que cinco dólares e uma boa ação no curriculum. – a garota abriu um enorme sorriso, simpática.

– De forma alguma, ora essa! – ela agarrou em sua mãozinha direita, dando meia volta em direção à saída. – Muito obrigada, de verdade. Mas estou com pressa.

– Espera!

Puta que pariu.

Estava encurralada. Inúmeros flashes foram lançados em sua direção, iluminando o espaço mais do que deveria. Por impulso, correu de volta para o balcão, que ficava tecnicamente escondido pelas altas e extensas prateleiras.

– Meu Deus, eu não aguento mais! – desabou, deixando as lágrimas escorrerem como em uma cascata pelo seu rosto pálido.

– Onde está seu carro? – a moça perguntou, topando em seu ombro, ao mesmo tempo em que a farmacêutica aproximava-se da entrada e apagava uma das luzes.

– Do lado direito do estacionamento.

– Isso não é nada bom. – lamentou, olhando para os lados. – Tem alguma saída aos fundos? – aproximou-se da senhora.

– Sim, mas é arriscado do mesmo jeito.

– Mamãe, nós estamos presos aqui? – Preston voltou a chorar, baixinho, agarrando-se a perna da mãe.

– Ei, garotão! – a jovem ajoelhou-se ao lado dele. – Vamos pensar que somos super-heróis, que tal? E precisamos fugir do local do crime, pois assim como o Homem-Aranha, ninguém pode saber nossa identidade. – disse, com tamanha empolgação que acabou arrancando uma risada dele, ao estufar o peito e contrair um dos braços, em uma tentativa inútil de exibir músculos inexistentes.

– Eu posso ser o Homem-Aranha, então? – ele sussurrou, como se estivesse contando-lhe um segredo.

– Claro que sim! Eu fico com o papel de figurante.

– E a mamãe?

Ela levantou a cabeça e encarou aqueles olhos tristes por alguns milésimos.

– Ela é a Mary Jane. – deu uma piscadela, bagunçando os cabelos dele e levantando-se em seguida.

– Obrigada. – Britney sorriu.

– Eu adoro crianças. – retribuiu o sorriso. – Posso te ajudar a sair pelos fundos, o que acha?

– Mas como vou chegar até meu carro? – perguntou, gemendo de dor.

– Se sairmos com o meu carro que está estacionado nos fundos, eles não irão perceber que está comigo. – explicou. – Podemos dar algumas voltas até desistirem e retornamos.

– Por que está me ajudando? – franziu a testa.

– Eu gostaria que alguém fizesse o mesmo por mim em seu lugar. E pode confiar em mim, O.K.? – deixou uma nota de cinco dólares em cima do balcão e andou em direção a portas dos fundos, acenando para que ela a seguisse. – O máximo que posso te fazer, é obriga-la a dar um autógrafo. – falou, divertida. – Agora engula esse comprimido. Tenho um pouco de água na mochila. – entregou-lhe a garrafa.

– Você é uma fã?

– Jamais! – arregalou os olhos. – Não me leve a mal, suas músicas são legais. Mas sou do rock.

Britney gargalhou.

– Ué, o que foi? – tateando a parede ao fundo da farmácia a procura do interruptor, parou de repente, ao acender a luz e encontrar a estreita porta.

– Nada não. É que você é a primeira pessoa em um longo tempo, que não me trata com piedade.

– Por que você seria digna de pena?

– Se eu fosse listar os motivos, provavelmente teríamos de passar a noite aqui.

– Eu realmente amo minha cama, então... – riu, mostrando a língua. – Falando sério, não acho que seja digna de um sentimento tão desprezável como esse.

– E por quê?

– História para outro dia. É melhor nos apressarmos. – segurou Preston nos braços e estava prestes a abrir a porta quando foi surpreendida por um berro.

– Largue o meu filho!

– Calma! Você o assustou. – o devolveu. – Não iria sequestra-lo ou algo do tipo. Só queria te ajudar. Está machucada.

– Agradeço, mas posso segura-lo.

Quando ele a empurrou, o mundo sombrio por trás do tapa recém recebido e das marcas em seu pescoço, entrou em uma erupção de dor, fazendo tudo estremecer. Agora, com Preston em seus braços e o medo correndo por suas veias, ela vê tons de roxo e cinza e teme que isso signifique que está prestes a desmaiar. Apagar: deixar seu filho com uma desconhecida.

Sim, embora a tal garota parecesse de fato uma boa pessoa, não passava de uma desconhecida. Qual era o seu nome? De onde era? Por que estava ajudando-a? Ela não estava habituada a ter pessoas dispostas ficar ao seu lado sem segundas intenções. O.K. Talvez tenha perdido a fé nas pessoas e por ter estado tanto tempo em um casulo, esteja vislumbrada com alguém como ela. Que distribui gentileza por onde passa.

Se tudo ocorresse bem, gostaria de poder agradecê-la a altura. “Bom, vamos ser positiva, Britney.”, pensava.

Obrigada por ter permanecido, baby.

– Desculpas pelo modo que falei. – disse, por fim, enquanto a seguia até o carro.

– Shiu, faça silêncio.

– Certo.

Os três adentraram o Fusca 1995, azul marinho e Britney pôde, enfim, respirar aliviada, enquanto a garota misteriosa afastava-se discretamente da farmácia, buscando não chamar atenção dos malucos das fotos – apelido carinhoso dado por ela. Preston, cansado e faminto, acabou pegando no sono e a matriarca a cada 5 segundos espiava pelo retrovisor, temendo que fossem pegas pela fiscalização, por estarem dirigindo um carro com uma criança no banco traseiro, sem a cadeirinha.

– Selena Gomez.

– Oi?

– Selena Gomez, o meu nome. – esclareceu.

– Ah – fitou-a e estendeu a mão direita. – Prazer, Britney Spears.

– Eu sei. – ela retribuiu o cumprimento e riu alto. – Bem que a minha irmã havia me dito que você é um amorzinho.

– Sua irmã tem quantos anos?

– Dezesseis.

– Legal.

– Ela vai pirar quando eu disser que encontrei você em uma farmácia.

– Se puder omitir os...

– Os detalhes. Pode deixar. – concluiu. – Eu sou um túmulo.

– Sei que já fez muito por mim. Mas é que estou exausta. Não gostaria de retornar àquele lugar. Você pode me levar na casa de um amigo?

– Claro.

– Eu prometo que depois pago a gasolina e remédio.

– Não precisa. Nada mais que justo.

– Não entendi.

– Você faz muito pela minha irmã. O mínimo que eu posso fazer é te dar uma carona e comprar uns comprimidos.

– Faço?

– Sim.

– O quê?

– Sorrir. – o sinal estava vermelho e Selena, hesitando por alguns segundos, segurou a mão dela. – Você a faz sorrir. Todos os dias, sem exceção.

– Se ela soubesse o que acontece por trás das câmeras...

– Todo o mundo dar palpite em sua vida, Mary Jane. – soltou-a, continuando com as mãos no volante, concentrada. – Mas quando eu olho para você, sei que grande parte disso é mentira.

– Por quê?

– Você faz muitas perguntas.

– Talvez porque eu esteja precisando de algumas respostas. – encostou a cabeça na janela ao seu lado.

– Faz sentido. – fez uma pausa, vendo-a encolher-se. – Está com frio? – ela assentiu. – Abra a minha mochila que está no banco de trás. Tem um casaco dentro.

– Obrigada, mais uma vez.

– Por nada.

– Não vai responder?

– Sim.

– Então...?

Eu vejo as suas verdadeiras cores.

 

Mas eu vejo suas verdadeiras cores

Não fique infeliz, não me lembro

A última vez que vi você sorrindo

Este mundo te deixa louca

E você já aguentou tudo o que tinha que suportar

Me chame

Porque você sabe que eu estarei ao seu lado (...) – True Colors, Justin Timberlake Ft. Anna Kendrick.


Notas Finais


Pergunta de sempre: Gostaram?!

Interação e críticas construtivas são sempre bem-vindas e me fazem muito feliz ♥
Antes de frisar alguns trechos, gostaria de agradecer por todos os comentários no capítulo anterior e favoritos. Fico muito feliz e aliviada pela recepção calorosa e carinho. Adoro vocês ^^ Amanhã estarei respondendo todos os comentários que até então não pude responder e se der tudo certo, estarei atualizando a fic até o fim de semana!

No mais, como foi a chegada da Selena? Aprovaram? Particularmente, esse foi um dos meus momentos mais aguardados. Só Godney sabe quantas cenas eu pensei para esse primeiro encontro e acabei optando por essa na farmácia. Meu objetivo foi deixar tudo bem natural e com toque especial, como se uma conexão entre ambas tivesse surgido a primeira vista ♥ Espero ter alcançado tal meta, haha!
Algum palpite sobre o que aconteceu especificamente com o braço da Britney? Sabemos que ela foi empurrada, mas como? E o Preston, gente? Como não amar essa fofura ♥
Nossa Britney é muito forte, concordam? #SoOrgulho Quis fazer algumas referências à 2007 com este capítulo, no caso, a perseguição dos paparazzi e idas da Britney à supermercados e etc. Como já havia dito, Blindness se trata muito de uma releitura (vamos dizer assim), do que aconteceu a ela em 2007, só que na história se passa com a Britney de 2011.

Beijos e até o próximo, amorecos ♥


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