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História Blindness - Travessia


Escrita por: belovedgrey

Notas do Autor


Olá, people ♥

Gostaria de me desculpar por mais um hiato. Estive um pouco sobrecarregada com o trabalho e faculdade D: Logo, o tempo que tinha livre, ou estava com bloqueio criativo ou simplesmente optava por descansar. Enfim, aproveitei o feriado para escrever mais um capítulo a vamos ao que interessa:

1 - Este capitulo não estava programado. No entanto, alguns acontecimentos pessoais fizeram com que eu sentisse a necessidade de me expressar na escrita. Então, significa que é um capítulo bem especial para mim e espero que vocês possam se identificar de alguma forma também ^^
2 - Neste, teremos um pouco mais de Selena, saberão mais fatos sobre o casamento da Britney (Jason, eu escolhi te odiar) e uma surpresa ao final u.u
3 - No mais, agradeço pelos novos favoritos e comentários. Sejam bem-vindos, vocês me deixam muito feliz, além de ser incentivador saber a opinião de cada um. Amanhã estarei respondendo os comentários do capítulo anterior e novos que possam surgir!

Desejo uma excelente leitura e nos vemos lá embaixo :D

Capítulo 7 - Travessia


Fanfic / Fanfiction Blindness - Travessia

Se eu tivesse uma estrada, eu correria para longe

Se pudesse encontrar uma via seca, eu não me mexeria

Mas você está me dando um milhão de razões

Me dá um milhão de razões

Está me dando um milhão de razões

Praticamente um milhão de razões (...)

 

Toda travessia é caótica. Não importa se você está a caminho do paraíso – caso ele exista – ou simplesmente percorre um extremo e outro. Digo, a vida é sempre um bom e meticuloso inferno particular. Britney já cruzou ambos os lados, no entanto, desconhece o ponto crucial em questão: o que podemos esperar do inexplorado? Cobertor, chocolate-quente e alguma comédia despretensiosa. Ela não pedia muito. Gostaria apenas de retornar um velho hábito que perdera com o tempo. O deslumbramento de minúcias! Jason Trawick, dentre tantas ousadias, a roubara isso também. E como retornar a um lugar outrora habitado, com tantas novas vivências irreparáveis?

Trajetória. Todo mundo tem a sua. Uns mais calejados que outros, perseguem levando consigo uma bagagem misteriosa. Carregada de emoções, alegrias e tristezas inesquecíveis. A depender da companhia, pode-se dividir o peso da mesma, a não ser que estejas inesperadamente sozinha. Neste evento, prepare-se: ninguém poupará crueldade.

“Esta é a minha visão de mundo.”, dissera, segundos atrás, enquanto comia um hambúrguer comprado com as gorjetas que Selena recebera no turno da noite ao trabalhar como garçonete do Flynn’s, uma lanchonete tradicional do oeste de Los Angeles.

Não que estivessem fazendo confidências entre si, afinal, Britney estava habituada a ser uma boa ouvinte, levando em conta que não tinha muito a dizer sobre sua vida particular exposta, mas a garota lhe parecia agradável o suficiente para manter uma conversa amigável durante o percurso ao condomínio onde Cade morava.

Era este o seu plano. Sabia que o amigo provavelmente estaria na festa beneficente de Halloween, porém, como sempre o visitava, havia ganhado passe livre com o porteiro, que lhe entregava a chave extra qualquer que fosse a hora. Seria bom não ter de dar explicações a ele, que não a deixaria em paz antes de ficar por dentro de todo o ocorrido. Tudo o que precisava no momento era de paz, um banho e longas horas de sono.

– Chegamos.

– Obrigada, sério.

– Por nada. – ela sorriu.

– Nós – apontou para Preston. – ainda estaríamos presos naquela farmácia se não fosse por sua ajuda.

– Disco arranhado.

– Não entendi. – Britney franziu o cenho.

– Britney Spears é um disco arranhado. – gargalhou. – Já disse que não tem que agradecer.

– Palhaça – deu-lhe um tapa de leve, risonha.

– Ual, que vocabulário infantil! Preston deve ter um melhor. – atiçou.

– Você não tem limites mesmo. – ela sorriu. – Há muito tempo eu não vivenciava isso. – olhava ao redor.

– Estar em um Fusca 1995? Com cheiro de chulé?

– Não! – riu ainda mais. – Afinal, há quanto tempo você não lava seu pé?

– Esse carro foi um presente do meu irmão. – explicou. – Espera, está sujo aqui – aproximou-se, levando seu polegar ao nariz dela, retirando um pedaço de alface. – Alface.

– Obrigada.

– Vivenciava o quê?

– Normalidade.

– Tu tens algum problema mental e eu não notei? Ou é uma alienígena?

– Você entendeu. – Britney desviou o olhar, fitando o lado de fora da janela. – Ter a vida que tenho não é fácil. Eu trocaria todo o luxo e vantagens que o dinheiro proporciona, por mais noites tranquilas como esta.

– Posso te dar o meu Fusca. – brincou. – Seu mundo ainda vai ser colorido, Britney.

– É tudo monocromático. Preto e branco. Não há ânimo, empolgação ou vida. Prosseguir sobrevivendo, sabendo que tudo o que tenho, um dia pode ser tirado de mim, é frustrante.

– Não ouse desistir, por favor. Pode parecer que as pessoas esperam somente seu pior nos noticiários, mas devem existir outros de mim a fora. Se sim, eles estão em sua torcida, tanto quanto eu. – sorriu. – E você tem a ele – olhou para Preston, que ainda dormia profundamente no banco de trás. – Lute, moça. Há muitas outras cores esperando por ti.

– Obrigada, mais uma vez. – a abraçou, de repente, fazendo-a assustar-se um pouco.

– Apenas autografe esse post-it – disse. –, minha irmã provavelmente me mataria se eu chegasse a casa sem ele.

– O.K. – vasculhou sua bolsa em busca de uma caneta, sem sucesso. – Eu só preciso de uma caneta.

– Aqui está. O nome dela é Gracie.

– Vou te reembolsar por todos os gastos de hoje. – entregou-lhe o papel cor-de-rosa autografado.

– Não sou o tipo de pessoa que é comprada.

– Não foi isso o que quis dizer. – explicou-se.

– Ótimo.

– Certo. – abriu a porta do carro, observando que ela havia ficado irritada. – Adeus, então.

– Adeus.

Desceu do carro e buscou Preston no banco traseiro. A dor em seu braço está feia. E, durante anos, Britney temeu ter que lidar com um ferimento dessa gravidade. Houve outras ocasiões. Por um triz. “Caiu da escada do porão quando Preston tinha dois anos.”. “Tropeçou enquanto levava o cesto de brinquedos para o quarto e bateu a cabeça na parede.”. Uma vez sua mãe quis saber por que estava com o pulso enfaixado. “Quebrei o pulso tentando construir uma casa na árvore do quintal, mãe.”. Não consegue se lembrar do seu corpo sem nenhum hematoma nos últimos anos. E agora o braço latejava, roxeado, deixando a impressão de que iria cair a qualquer instante. Ela queria poder ir para um hospital. Correr pelas ruas gritando: Preciso de um médico, preciso de um médico, PRECISO DE UM MÉDICO! Mas sabia do alvoroço que causaria, então cuidaria disso no outro dia, bem cedo, se possível.

O pequenino, sonolento, remexeu e aconchegou-se nos braços da mãe. Ela, ainda meio sem jeito pela impressão que causara, abaixou-se diante o vidro do carro e por alguns segundos a encarou, sem saber exatamente o que dizer por fim.

– Desculpe-me. De modo algum quis te comprar. É só que não acho correto ter lhe dado tanto trabalho, sem ao menos pagar pelos gastos.

– Tudo bem. – assentiu. – Vá ao médico o mais urgente possível. A careta que você faz todas as vezes que força o braço, entrega toda a dor que está sentindo. – deu uma piscadela. – Tenha uma boa noite, Britney.

– Você também... – ela gritou, em resposta, mas não soube se pôde ser ouvida.

Selena arrastara o velho Fusca azul-marinho, sem dizer uma só palavra a mais.

– Agora somos somente eu e você, meu amor. – beijou a testa de Preston, dirigindo-se a entrada do condomínio.

Como de costume, o porteiro logo a reconheceu e cedeu à chave extra, avisando-lhe que Cade saíra há exatamente 25 minutos. Já passava das 21h e ela, sem perder tempo, entrou no elevador, deixando-se admirar antes que as portas do mesmo fossem fechadas, o salão principal, iluminado por um lustre enorme de cristais e com poltronas e sofás postos estrategicamente. Seu melhor amigo, definitivamente, tinha bom gosto e se bem o conhecia, o térreo de um edifício era um fator importantíssimo antes de finalizar uma compra.

“Sempre tão vaidoso.”, pensou, vendo as portas se fecharem.

Chegar finalmente ao último andar pareceu um século. Este fora comprado por ele. Nenhum outro morador tinha acesso. O que o tornava suntuoso e íntimo. Perdera a noção de quantas vezes tinha ido ali. Chorado no colo do amigo e dançado Just Dance em sua companhia. Agora, andando lentamente pelo corredor silencioso, desejou que ao abrir a porta, ele estivesse presente, para ouvir suas reclamações de ódio a Jason Trawick e um “Tudo vai ficar bem, B.”. Contudo, o que ouvira ao adentrar o apartamento, foi uma outra voz masculina familiar:

– Ah, você voltou – barulho de porta sendo fechada. – A camisa coube perfeitamente, Cade. E obrigado também pela gravata. Se não fosse por você, teria de perder ao menos uma hora para ir a casa e trocar de roupa...

– Justin? – Britney arregalou os olhos, surpresa.

Toda travessia é caótica. Toda trajetória é incerta, tempestuosa. E você nunca sabe o que pode acontecer durante ela. Morte, vida, sobrevivência. E você nunca sabe o que vai encontrar do outro lado. Ás vezes, o desconhecido te faz suspirar, aliviada, ás vezes, ele só te faz querer recuar e recomeçar tudo de novo.

 

Eu me ajoelho para orar

Eu tento fazer o pior se tornar um pouco melhor

Senhor, me mostre o caminho

Para me libertar do couro gasto dele

Eu tenho cem milhões de razões para ir embora

Mas querido, eu só preciso de uma boa razão para ficar (...) – Million Reasons, Lady Gaga.


Notas Finais


Pergunta de sempre: O que acharam?

Críticas construtivas e interação são sempre bem-vindas!
Antes de expor algumas interrogações, não vou fazer promessas sobre quando postarei um novo capítulo, mas aproveitarei o tempo livre e inspiração, para entregá-los um novo o mais rapidamente possível!

Voltando ao capitulo, o que acham da Selena? É confiável? Será que temos uma grande amizade ou amor surgindo? Me deixem saber o que pensam da personagem, afinal, ela é nova na história e quero saber se vale a pena investir na mesma!
Quis mostrar um pouco mais do eu interior da Britney em relação ao caos da sua vida. Como ela se sente "anormal" na maior parte das vezes e em um momento simples como conversar dentro de um carro e comer hambúrguer, é especial e ao mesmo tempo triste. Novamente, repito, essa fic é uma releitura da Britney de 2007, com a mesma de 2011.
Sobre as referências que fiz ao relacionamento abusivo, alguém se candidata a esganar o Jason, mais uma vez? Quero a cada capítulo, mostrar um pouco como a Britney se sentia/sente em relação a isso. Neste, foi através das aspas "Eu tropecei..." e etc. Ela é uma guerreira, concordam? ♥
Esse final, alguém esperava? Haha! Como eu disse, o capítulo não foi programado e como neste aconteceria uma nova participação do Justin, para não deixá-lo completamente para o seguinte, resolvi deixar uma prévia. Preparem-se, vai ser babado u.u

Beijos, amores e até o próximo!


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