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História Blindspot - CAMREN - Ponto Cego


Escrita por: _c_aquino

Notas do Autor


Divirtam-se

Capítulo 1 - Ponto Cego


Fanfic / Fanfiction Blindspot - CAMREN - Ponto Cego

Narrador

08:00 pm – Times Square – NY

Gente por todo lado. Movimentada. Um dos principais pontos turísticos de Nova York se tornaria palco de uma cena incomum. Um guarda notou uma mala azul grande na calçada por onde milhares de pessoas passavam. Estreitou os olhos, olhou ao redor. Se aproximou.

- Hey, essa mala é sua? – Disse apontando para uma pessoa aleatória que passava e obviamente negou. – Hey, é sua? – Perguntou a outra.

Parou próximo a mala e observou uma etiqueta vermelhar que tinha escritos de bom dia em praticamente todos os idiomas. Parou. Franzio o cenho. Virou a etiqueta.

- Chame o FBI. – Leu em voz alta e se afastou rapidamente da mala.

**

O local que há poucas horas estava lotado, agora jazia em silencio. Com todos seus painéis acesos, uma neblina, uma luz ofuscante e um único homem se aproximava da mala. Vestia um uniforme, ele era do esquadrão antibomba de NY [NYPD]. Seus passos eram lentos e cautelosos trazia consigo equipamentos que mediam radiação. Podia-se notar alguns carros de polícia e ambulâncias. Quem teria petulância em plantar uma bomba ali? No coração de NY!?!

- Sem sinal de radiação. – Disse o rapaz ofegante e seus superiores monitoravam por um ponto instalado na roupa. Seu coração batia a mil, apesar dos treinamentos era sua primeira vez em campo. – Iniciando inspeção manual. – Ele se agachou deixando sua ferramenta de lado. – Nada de anormal no exterior. – Foi levando sua mão com cautela em direção a mala. – Vou procurar por fios, para ver com que estamos lidando.

Sua mão já pairava sob a mala quando ela se mexeu. Ele levou um puta susto e não segurou sua voz, acabou tombando para trás. Da mala veio um som. Um som de alguém, era uma pessoa ali.

 - TEM ALGO DENTRO! – Gritou se afastando poucos centímetros.

O zíper começou a se movimentar e seus olhos não pareciam crer, a mala estava se abrindo. Pegou sua arma e apontou em desespero. Sua pupila dilatada, suas mãos tremulas.

Um braço.

Sua respiração cada vez mais alterada, ele tentava segurar firme a arma para executar o tiro.

E então esse mesmo braço que saiu da mala foi executando sua abertura até que estivesse exposto todo um corpo. Uma mulher, magra, cabelos medianos, olhos confusos. Foi se libertando da mala até está com seu corpo todo fora. Seu corpo era coberto de tatuagens, por todas as partes. Ela estava nua. Nua dentro de uma mala. Ao se levantar tentou cobrir seus olhos em busca de protege-los da luz que a ofuscava. Seu corpo tremia.

- VIRE-SE! – Gritou o agente que já estava em pé e apontava a arma em sua direção. – DE JOELHOS. MÃOS NA CABEÇA.

Sua cabeça doía, a garota não entendia nada, ela foi fazendo no automático, seu semblante era de dor e desespero. Mas quem não estaria?

- Vocês estão vendo isso? – Disse o agente descrendo nos seus próprios olhos.

**

21:00 – Zona Rural de Kentucky

O grupo de resposta à incidentes críticos do FBI está se posicionando para fazer uma intervenção.

Um homem mantinha mulheres, onde as estuprava, o cara estava nervoso e falava com uma das mulheres que tentava manter o seu bebe calmo. A outra gravida e também acorrentada seguia em desespero. A equipe estava na parte de baixo da casa. Dava pra se ouvir os gritos do homem.

- FAZ ELE CALAR A BOCA. – Berrava para a mulher loira com aparência jovem e acabada dentro de um cômodo.

- SHHHHHHHH. – Ela falava para o bebe em vão.

**

Lauren Jauregui POV

- Vamos nessa. – Disse a minha equipe.

O homem estava cada vez mais nervoso e estávamos basicamente no pé da escada. Eu estava com minha arma em ponto de ataque, estava pronta para ação.

- Calma. – Sussurrou Sofi. – Nossas chances nas escadas são ruins, as coisas podem sair do nosso controle com facilidade. – Disse cautelosa como sempre.

Revirei os olhos. Paciência não era o meu forte. O choro do bebe se fazia mais desesperado. Eu pensei um pouco e tive uma ideia.

- Quantos explosivos temos? – Disse e Sofi me olhou confusa. – Vamos usar! – Disse enfática.

A movimentação lá em cima continuava tensa enquanto nos organizávamos o que eu tinha em mente.

- EU PRECISO DE SILENCIO. – O homem gritou.

As mulheres começaram a fazer muito barulho desesperadas, ele estava se movendo para fora dos cômodos indo em direção ao correndo até que seu passo soou embaixo do nosso ponto de explosivos.

- ALGUÉM NOS AJUDEEE. – Gritou uma das mulheres.

Explosão. O cara caiu com tudo no andar de baixo e com isso sua arma parou distante do corpo e eu logo o alcancei com minha arma apontada para ele, imobilizando-o.

- Vire! – Disse apontando a arma para ele.

O mesmo gemia de dor pela queda, mas aquilo não me trazia pena alguma.

- Eu acho que minha perna quebrou. – Gemeu ele e senti vontade de revirar os olhos.

- Cala a boca. – Fui colocando as algemas nele. – Ou eu quebro mais que sua perna.

Eu não posso de dizer que faço o estilo mole. Sou bem dura, assim como a vida foi comigo. Eu fui apenas me moldando. E digamos que com o trabalho que tenho, eu precisava ser dura.

Carros de polícia e ambulâncias já estavam por lá. Aquele barulho todo hoje parecia me incomodar mais que o comum. Eu deveria estar acostumada, né?

Enquanto as mulheres eram atendidas, e recebiam ajuda eu me direcionei para fora do casebre. Mais uma missão cumprida. Avistei um helicóptero que pousou próximo. Um homem do FBI se aproximou de mim com pressa.

- Agente Jauregui, tivemos um incidente na Time Square. Precisamos de você lá agora! – Assenti enquanto ele me levava para o helicóptero.

Minha mente estava confusa, nem mesmo o agente sabia me informar do que exatamente se tratava, mas deveria ser um assunto crítico. Deixei minha equipe para trás e estava a caminho de lá.

**

- Ela parece bem aérea, e provavelmente dopada. – Disse Viola Davis me colocava a par da situação.

Viola como prefere ser chamada, é a assistente de diretor da sede de NY, ou seja, o cabeça do nosso departamento.

- Marcas de cordas nos pulsos e pés. – Continuou e eu continuava seguindo-a pelos corredores atenta aos detalhes e como aquilo estava ligado a mim, ou minha equipe.

- Doutora Viola. – Disse uma linda morena se aproximando de nós com um jaleco e vestido azul por dentro e saltos.

- Doutora Kordei. – Falou Viola parando e dando atenção a ela. – Essa é a agente especial Lauren Jauregui.

- Nossa. – Falou com surpresa a doutora Kordei. – UAU.

Não entendi sua admiração e com certeza minha cara demonstrou o que eu estava sentindo.

- O que você conseguiu? – Cortou Viola.

- Nós temos os exames toxicológicos já. – Disse enquanto tirava sua atenção de mim, mas logo voltou e seus olhos brilhavam. – Vocês não vão acreditar nisso. – Disse enquanto fazia o caminho conosco. – Conhecem o PKM – Zeta, o famoso PIZ?

Já estávamos em sua sala onde tinha um slide com várias moléculas e assuntos biológicos na apresentação. Eu não estava entendendo.

- Eu acredito que nossas conotações sobre o que é “famoso” são bem distintas, doutora. – Disse Viola com seu jeitinho carinho de ser.

Ele deu um sorrisinho amarelo, mas também não estava entendo onde ele queria chegar. Tentei ficar atenta, mas tudo parecia muito complicado. Me mantive calada.

- Proteína de Interação Zeta. – Finalmente explicou. – É uma droga ainda em teste para tratar TEPT. – Franzi o cenho, realmente biológica, genética e afins nunca foram meu forte. – Como vítimas de crise emocional, o uso dosado pode apagar determinadas memorias.

- E você achou traços da droga na nossa garota? – Disse Viola chegando a mesma conclusão que eu.

- Traços não. O sistema dela está infestado. Nunca vi isso antes. É um caso de amnesia química, ela não consegue lembrar quem é, ou de onde vem, nada antes de sair daquela mala.

Aquilo parecia muito confuso e não via como aquilo tinha relação com o meu trabalho no FBI.

- E o que isso tem a ver comigo? – Disse um tanto curiosa, um tanto impaciente.

**

Estávamos a caminho da sala aonde faziam alguns testes médicos na garota. Paramos em frente a porta que tinha uma janela transparente e eu a avistei, rodeada de médicos e enfermeiros.

- Reconhece ela? – Me perguntou Viola.

- Não. – Disse analisando a garota que parecia estar um tanto perturbada com tantas mãos e objetos médicos a sua volta. – Nunca a vi na minha vida.

Viola bateu na porta e os agentes que estavam com a garota a ajudaram a levantar e a viraram de costas para onde estávamos. Seu corpo estava coberto apenas pelo traje clinico e foi aberto dando visão de sua costa toda tatuada.

- Então por que seu nome está tatuado nas costas dela? – Disse Viola num tom desconfiado.

**

Desconhecida POV

NY – Madrugada do dia seguinte

Aqui estou em um quarto se é que posso chamar dessa forma, não tenho noção de tempo ou de quem sou, olhando por uma janela que tem uma vista totalmente desconhecida para mim. Tudo é um branco só. Me sento na cama. Meus braços cobertos por desenhos. Pelo menos eu lembrava o que era um desenho. Eu conseguia reconhecer coisas básicas como fala, formas, objetos. No meu pulso tinha uma etiqueta. Analisei ela cuidadosamente.

Karla.

Desconhecida.

48234784745.

Lauren Jauregui POV

- Quem é Karla? – Disse falando com minha equipe. – Por que foi deixada na Times Square? E por que diabos meu nome está tatuado nas costas dela?

Vestia umas roupas informais, era chefe da minha equipe, isso me permitia algumas vantagens. Por todos os monitores da sala já haviam fotos da desconhecida, informações sobre o histórico médico. Dali tentaríamos conhecer sua história. Seu passado.

- Vão para os meus históricos de casos. – Disse convicta. – Verifiquem se houveram solturas recentes nos meus casos. Eu não lembro de nada parecido, ou algo que possa vir a gerar essa situação, mas posso estar deixando algo de lado. – Todos me olhavam atenta, apesar da minha pouca idade, eu era boa no que fazia. – E quanto a tal Karla, vamos procurar a agulha nesse palheiro!

Dispensei minha equipe e fui ter uma última conversa com a Dra. Kordei.  Ela acabou por explicar o que já previa, ela sabe as coisas básicas, mas não tem conhecimento aprofundado sobre tais coisas. Sabe o que é música, mas não sabe quem é Rihanna ou Adele. Tenho pena da pobre garota. Perguntado se sua perda de memória seria permanente, ela confessou que não há como saber, é algo novo para a ciência como um todo, mas que algo pode acabar por desencadear alguma memoria, e estou a caminho de tentar ao menos fazer isso.

**

- Não tem como ela ter surgido do nada. – Disse somente para a minha equipe principal enquanto analisávamos as imagens obtidas do local onde ela foi encontrada. – Não acho que tenha sido carregada. – Veronica andava de um lado para outro enquanto eu falava. – Se fosse eu, usaria uma van. – Sofi analisava tudo com as mãos na cintura. – Porta de correr, descarte rápido.

- Vero, traga todas as imagens e veja como ela chegou lá. – Ordenei e ela assentiu.

Fui ao encontro de Dinah Jane, chefe forense do FBI, aquelas tatuagens contavam algo, eu preciso saber.

- DJ, quero Karla impressa, fotografada e digitalizada nos bancos de dados de desaparecidos e redes sociais que existir. Faça uma hashtag no twitter. Analise de DNA. Colha tudo que puder, não teremos um resultado seguro sem antes cobrir cada canto. Precisamos do máximo de informações.

Karla POV

Falar que tem sido fácil não é verdade, meu corpo doía, pessoas me tratavam como um objeto a ser estudado, ninguém realmente se preocupava com meu estado mental e físico. Eles só queriam respostas. Eu as queria e estou tentando colaborar.

- Isso está doendo? – Disse uma loira, alta, bonita e que tentava ser simpática.

Ela colhia minhas digitais e estava se referindo as tatuagens.

- Sim, elas estão um pouco doloridas. – Disse num fio de voz.

- Suas tatuagens. – Passou a mão por elas. – Eu vou precisar tirar algumas fotos. – Ela era cuidadosa.

Eu não entendia para que tantas coisas. Eu estava começando a ficar preocupada e desconfortável.

- De todas? – Perguntei assustada. Ela assentiu.

O próximo passo foram as fotos. Entrei em um lugar nua já que tinha aqueles desenhos por todos os cantos do meu corpo e algumas luzes verdes se faziam presente. Ela havia explicado que era para digitaliza-las. Outras fotos foram feitas à mão.

Lauren Jauregui POV

- Não é de surpreender que 70% das câmeras estão fora do ar, de posição ou de foco. – Disse Vero de forma debochada. – Mas consegui isso. Van. Porta lateral.

O vídeo tinha uma van branca aparecendo, parando rapidamente, saindo e logo após a mala surge.

- Você não cansa de estar certa? – Riu torto enquanto tirava sarro de mim.

- Não. – Ri. – Conseguiu placa?

- Não. – Disse fazendo uma careta. – Mas segui pela rede de câmeras. – Ela entra nessa zona sem câmera e nunca mais sai. – Disse mostrando o caminho percorrido no computador.

Karla POV

NY – Alguma hora do dia

- Qual seu nome? – Disse um outro agente.

- Eu não lembro. – Foi tudo que consegui responder.

Ele estava usando um aparelho em mim. Havia me falado que era para constar no sistema. Poligrafo.

- Quem é o atual presidente dos EUA? – Me perguntou e analisava a tela do notebook com algumas linhas em diversas cores que alternavam.

Tentei forçar a memória e NADA. Eu sabia o que era um presidente, mas não quem era.

- Qual o nome da sua mãe? – Me perguntou mais uma vez.

Aquele teste estava me deixando desgastada emocionalmente, eu não sabia nada. Eu não lembrava de nada. Eu só queria chorar.

Lauren Jauregui POV

- Todas as tatuagens dela são novas. – Disse Dinah enquanto eu e Viola analisávamos as imagens.

- O que? – Disse Viola em descrença. – O quão novas?

- Julgando pela cicatrização. Eu não daria mais que algumas semanas.

Aquilo tudo me parecia absurdo.

- O corpo todo dela foi tatuado de uma vez só? – Disse Viola. – Por que diabos eles iriam fazer isso?

- É um mapa do tesouro. – Disse convicta.

Costumava brincar daquilo na infância e querendo ou não aquilo tinha me influenciado nas escolhas profissionais que fiz na vida. Tudo para achar o tesouro. Agora o que tinha de especial nesse tesouro?

- Como? – Viola disse já que não tinha prestado muita atenção.

- Olha isso. – Apontei para umas tattoos que números e pareciam estar encriptadas por um certo tipo de código, ou aleatoriedades. – Não tem um X que nos faça ter realmente um caminho a percorrer, ou um lugar certo para acharmos. Mas essas letras escondidas e esses números aleatórios querem dizer algo. Partes de mapas, nomes, é um quebra cabeça. E o início não poderia ter sido mais claro. – Disse enquanto olhava para o meu nome tatuado na costa da garota.

Karla POV

- Você já esteve direta ou indiretamente ligada com organizações terroristas? – Disse o cara.

Sério? É para isso que estamos aqui gastando tempo? Eu não lembro nem meu verdadeiro nome.

- Quantas mais tem? – Disse impaciente.

- Tente limitar suas respostas a sim ou não. – Disse me cortando de forma seca.

- É a mesma resposta. – Disse já sentindo as lagrimas se formarem no meu olho. Eu estava frustrada. – Eu não sei o que está acontecendo. Não sei o que se passa comigo. E não sei como deixar isso mais claro para você.

Aquela palhaçada acabava ali. Fui tirando os fios que me monitoravam com raiva.

- Espere. – Disse ele tentando me impedir. – Senhorita?

- Senhorita o que? – Disse impaciente o encarando. – Senhorita quem? Eu não tenho um nome. Deixei vocês fazerem tudo que quiseram, me furar, digitalizar, eu estou cansada. Eu quero falar com alguém que me dê respostas. Eu quero falar com alguém no comando.

- Respire fundo. – Disse ele tentando me acalmar.

- EU QUERO FALAR COM ALGUÉM QUE ESTEJA NO COMANDO! – Exasperei minhas frustrações.

**

A porta se abriu e uma jovem e linda mulher com uma postura ereta e intimidante, eu diria até dura, caminhava na minha direção com uma pasta na mão. Seus olhos verdes focados, penetrantes, intimidadores.

- Eu sou a agente especial Lauren Jauregui. Sou responsável pelo seu caso. – Falava com convicção enquanto seus olhos penetravam os meus.

- Me diz que sabe o que está acontecendo. – Falei quase em suplica. – Quem sou eu?

- Não sabemos ainda. – Disse mexendo no seu cabelo e vindo para mais próximo.

- Com todos esses testes vocês não sabem nada? – Disse incrédula.

- Sabemos que está falando a verdade. – Falou se sentando. – Estamos certos disso agora. – Seus olhos não abandonavam os meus e aquilo me deixava tímida.

- Claro que estou por que eu.... – Tentei falar.

- Senhorita. – Disse chamando a minha atenção. – Não tem combinações em nossos sistemas. DNA, digitais. Reconhecimento facial. – Me senti perturbada e abalada. – Não encontramos nada em nossas bases de dados.

Abaixei minha cabeça e me recusei a acreditar naquilo.

- Você me reconhece? – Disse ela e eu me perguntei se seria outra sessão de perguntas estupidas.

Olhei fundo em seus olhos. Deus, como eram lindos.

- Por que eu iria? Digo, nem me reconheço. – Falei sarcasticamente.

- Dra. Kordei acredita que estímulos familiares podem desencadear memorias em você. – Explicou calmamente.

- Por que você seria familiar? – Disse intrigada.

Ela respirou e abriu a pasta pegando uma foto e colocando-a em cima a minha vista.

- Porque meu nome está tatuado em suas costas. – Disse e aquilo me chocou.

Como assim?

- O que está acontecendo? – Disse quase em forma de desespero.

- Eu não sei senhorita. – Novamente seus olhos me penetraram. – Mas talvez você de alguma forma me conhecia.

- Eu não estou entendo nada. – Disse balançando minha cabeça em negação.

- Eu sei que é complicado, mas por favor, tente. – Disse e eu senti verdade naquilo.

Olhei mais uma vez em seus olhos e me aproximei cautelosa. Eu sentia confiança nela. Como aquilo era possível? Talvez realmente eu a conhecesse. Toquei sua mão que estava em cima da mesa. Ela por impulso tentou recolher, mas logo obrigou a mão a ficar estática na mesa. Alcancei elas e dei atenção ao seu rosto, o alcançando com a outra mão. Toquei seu rosto, apertei sua mão. A sensação era de conforto, mas não, eu não conseguia lembrar, quanto mais eu a tocava mais queria, porem ela estava totalmente desconfortável.  Até que tirou seu rosto da minha mão e eu recolhi as mesmas.

- Alguma coisa? – Disse Lauren com uma ponta de esperança.

- Não. – Disse quase chorando. – E então, o que acontece agora?

- Nós vamos liberar uma foto sua a imprensa. – Disse com um tom mais duro de voz. – Alguém deve saber quem você é.

- Não nesse sentido que falei. – Respirei fundo. – Eu digo, o que acontece nesse exato momento? Eu não tenho para onde ir.

**

Já era dia e eu estava em uma casa a qual a agente havia me levado com alguns seguranças.

- Então esta é uma casa segura, nós usamos para proteger pessoas em custodia. Está mobiliada, tem tudo que precisa.

- E os caras lá fora? – Perguntei. – É para manter pessoas fora daqui ou para me manter aqui?

Uma coisa que já tinha percebido é minha perspicácia.

- Não, é somente para mantê-la segura. – Disse ela com um sorriso torto. – Só para chegarmos ao final disso. – Disse novamente mexendo no cabelo. – Bom, fique à vontade.

- Como assim? Já está indo? – Disse com medo.

- É, você precisa dormir, comer. Não se preocupe, pode pedir qualquer coisa para os seguranças, eles podem comprar o que você gosta. – Disse num tom despreocupado.

- Espera, eu não sei o que eu gosto. – Disse em forma quase de suplica.

Ela não esperava aquilo. Ficou totalmente sem graça.

- Eu vou pedir para eles trazerem várias coisas. Você vai vendo o que gosta. Tchau. – Disse saindo.

Eu fiquei ali. Estática. Após ela sair fui em frente a um espelho. Olhei meu rosto, passei a mão por ele. Passei por algumas tatuagens. Tirei a roupa, olhei meu corpo. Coberto. Por que? Me permitir chorar, me aninhei em torno dos meus braços no chão. Chorei.


Notas Finais




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