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História Blindspot - CAMREN - Ponto Cego - Parte II


Escrita por: _c_aquino

Notas do Autor


Obrigada a @ que me deu as imagens.

Capítulo 2 - Ponto Cego - Parte II


Fanfic / Fanfiction Blindspot - CAMREN - Ponto Cego - Parte II

Karla POV

NY – Manhã

- Eu estava esperando sonhar. – Disse em frente a Dra. Kordei. – Eu queria. Talvez assim eu lembrasse de algo. – Estava angustiada. – Alguém fez isso comigo. Tirou minha vida toda. E eu não posso fazer nada. – Disse revoltada

Ela me olhava com compaixão. Parecia querer me abraçar a qualquer momento.

- Eu trouxe café e chá para você. – Colocou os dois na minha frente. – Vamos, prove. – Disse me dando um sorriso.

Peguei os dois, tinham suas respectivas referencias etiquetadas na embalagem de Starbucks. Provei o café. Bom. Provei o chá. ECA!

- Eu gosto desse. – Mostrei o copo de café. – Esse aqui tem gosto de grama. – Disse fazendo careta.

Ela riu abertamente.

- Viu? – Disse se algo parecesse obvio. – Você lembrou a definição de chá. E segundo, você descobriu que gosta de café. – Seu rosto transmitia uma paz. Uma alegria. – Você não é impotente. Nossas escolhas nos definem e você só não lembra das suas. Continue tentando cosias novas e veja como seu corpo reage. Ou faça novas escolhas. E mesmo que você nunca mais se lembre de nada, você ainda pode se descobrir.

Lauren Jauregui POV

Estávamos olhando as tatuagens e tentando encontrar algo que batesse, ou melhor, que se destacasse.

- Essa aqui foge do padrão. – Disse enquanto apontava para o grande quadrado preto tatuado no ombro. – Estranha.

- Eu já havia reparado, ela realmente foge, não faz sentido. – Disse DJ.

- E se a Karla tivesse uma outra tatuagem antes do nosso cara pega-la, droga-la e tatuar seu corpo todo? – Disse Viola em uma pergunta quase retorica.

- Então ele tentaria encobrir. – Disse DJ finalizando o pensamento. – E isso nos daria alguma informação importante do seu passado.

- Como fazemos para olhar através dessa tattoo? – Falei.

- Talvez eu possa usar outras frequências do scanner e aprofundar e ver através. – Disse DJ quase que em tom de desafio.

Algo chamou minha atenção, Vero vinha em uma conversa animada com a nossa desconhecida.

- Vero, pensei que nos veríamos no meu escritório. – Disse tentando saber do que se tratava aquela visita inesperada.

- Kordei achou que seria uma boa ideia ela ver. – Falou Vero enquanto parava na minha frente.

A desconhecida, ou melhor, Karla estava vidrada nas telas com todas as suas tatuagens. Parecia em uma espécie de transe. Eu já estava ficando preocupada.

- Essa bem aqui, eu ainda não tinha visto ela. –Disse apontando para uns escritos em chinês.

- Bom, é porque ela fica atrás da sua orelha esquerda. É minúscula, já estamos traduzindo. – Disse Dj.

Ela foi interrompida por um súbito momento que Karla teve e estava literalmente falando chinês.

- Espera, você sabe chinês? – Disse incrédula.

- É um endereço e uma data. – Disse ela e desviou o olhar para mim. – A data de hoje.

**

- Estava debaixo dos nossos narizes. – Falei um pouco irritada.

- Debaixo da orelha dela na verdade. – Disse Sofi de forma irônica.

Olhei de forma incrédula para ela e ela deu de ombros tomando chocolate quente. Vendo Sofia agora ela me lembrava a tal Karla. Talvez eu esteja vendo coisas. Quando se tratava das Cabellos eu nunca pensava direito.

- Temos a hora? – Resolvi ignorar Sofi.

- Não, apenas data e endereço. – Falou Karla me interrompendo. Fiquei olhando com analisando o que havia acabado de acontecer.

- Av. White, 399, apartamento 7. No coração de China Town. – Disse uma agente.

- Ok. – Disse retomando a postura e focando nas informações. – Sabemos quem mora lá?

- Chao Zheng, engenheiro de transporte. Cidadão chinês. Possui o visto H-1B. Trabalha pra GE. – Disse Vero.

Pelo visto ela fez a lição direitinho. Por mais que minha equipe seja composta de pessoas novas, somos focados nas nossas carreiras e extremamente competentes.

- Algum registro? – Viola interviu.

- Não, ele está aqui 3 anos e sem passagem. – Disse Sofi que estava mais reclusa do grupo.

- Vamos fazer uma visita. – Disse saindo. – DJ, bom trabalho, continue investigando.

Vi que Karla caminhava ao meu lado, Sofi e Vero estavam na frente.

- Hey, você tem que ficar aqui. – Disse apontando para o chão e parando.

- Não. Eu vou com você. – Karla disse.

Ela só pode tá brincando. Não mereço isso.

- Não, não vai. – Disse dando um sorriso torto e balançando a cabeça em negação.

- A pista está no meu corpo. – Karla tentou se justificar. – Com a data de hoje com uma língua que eu falo e você não. Eu devo estar lá.

Ela só pode estar brincando comigo. Viola se aproximou.

-  Isso não é você quem decide. – Disse me impulsionando para sair.

- E se eu não for só uma mensageira? – Karla me interrompeu mais uma vez.

Parei. Ri de lado. Voltei minha atenção para ela.

- E se tiver algo que eu precise ouvir, ou ver? – Falava e aquilo estava me irritando. Olhei para Viola que prestava atenção nela. – Talvez eu lembre de algo, talvez ele me conheça.

- Eu não vou te levar para campo. – Será que ela acha que estou louca?

- Eu estou presa? – Karla praticamente gritou.

- Não. Você não está. – Falei mais alto que gostaria, porem ela estava me irritando já.

- Veja bem, nós nos sentiríamos mais confortáveis com você aqui, em segurança. – Viola disse.

- Bom, eu me sentiria mais confortável se eu pudesse perguntar a esse cara por que o endereço dele está tatuado nas minhas costas. Então já que eu não estou presa, eu irei. – Karla praticamente exigiu.

Eu estava a um fio de explodir com essa garota. Petulante. Olhei para Viola.

- Leve-a com você. – Disse eu não pude acreditar.

Estávamos todos em choque com a decisão dela, a louca da Karla saiu andando em disparada rumo ao elevador.

**

Estávamos no carro a caminho do endereço, chegando lá tive que praticamente obrigar ela a ficar no carro enquanto eu me certificava que era seguro. Deixei Sofi cuidando dela. Apartamento 7. Tinha um chinês lá e por mais que tentasse me comunicar parecia que mais ele falava coisas sem sentido.

- Acho que precisamos dela. – Vero disse o obvio.

- Eu sei, vou pega-la. Fique aqui. – Disse saindo.

Me praguejei por isso. Ela abriu a porta do carro ao me ver.

- Esqueceu algo?

Sarcástica. Gosto.

- Você poderia, por favor, subir um minutinho comigo? – Disse forçando um sorriso.

- Já que pediu com tanta gentileza. – Disse saindo e passando por mim.

Revirei os olhos.

- Será que posso ir também? – Disse Sofi ironicamente.

Sai na frente batendo o pé. Será que eu taquei fogo nos cds das divas do pop?

**

Voltamos e o chinês falava sem parar, Karla começou a traduzir, mas a conversa estava sem nexo com o que precisávamos.

- Pergunte se aquele é o quarto do Chao. – Disse e ela traduziu assentindo logo após. -  Karla.

Chamei ela de lado enquanto Sofi ia abrir a porta, dando-lhe visão do apartamento.

- Algo familiar? – Disse focada nela.

Ela ficou tensa. Pálida. Parecia estar aérea. Desconfortável.

- Hey, espere lá fora. – Fiz um sinal para Vero tirar o chinês também.

- Não. – Falou Karla teimando.

- Espere lá fora. – Falei seria.

Ela saiu e coloquei meu plano em pratica. Arrombar a porta. Procurar evidencias. Alguém tinha um hobby químico. Alguns tubos de ensaios. Um computador jogado que Vero já tentava entrar.

- Explosivos plásticos. – Disse Sofi após alguma analise. 

Karla POV

Estava ali do lado de fora. Encarava o nada, com um chinês ao meu lado. Minha vida não poderia estar melhor. Ouvimos um barulho que ele me falou ser o sindico e sua esposa que brigavam demais. Eu não aguentava mais. Fui até lá. Os gritos ensurdecedores.

Chegando na porta que se encontrava aberta eu vi a mulher sendo espancada. Seu rosto coberto de hematomas.

- Vem, vamos embora. – Falei em inglês.

- Ela não vai a lugar algum. – Falou seu marido com raiva.

- Cuide, se levante. – Disse sem paciência.

Viola Davis POV

- Consegui. – Disse Dinah com um sorriso travesso no rosto. – Espero que seu latim esteja bom.

Peguei a foto em sua mão e identifiquei a frase no emblema.

- Isso é o emblema da marinha. – Disse sem me importar.

- Mas nunca houve mulheres na Marinha. – Disse ela se recostando na cadeira. – E se ela fosse da Marinha estaria nos nossos dados.

- Não se ela fosse forças especiais. – Disse rindo da sua cara.

Karla POV

Outro cara chegou e perguntou o que estava acontecendo, foi de repente quando o velho tentou me bater e eu reagi. Fiquei impressionada com minhas habilidades. Entrei em uma briga feia com os homens.

Lauren Jauregui POV

- Entrei. – Disse Vero. – Esse notebook está zerado, apenas com um contador e um vídeo que foi postado há umas 4h.

O vídeo tinha Chao e ele falava em chinês. Olhei para Sofi que estava ao meu lado que deu de ombros.

- Estou indo. – Falei sem animação.

Realmente tinha que admitir que Karla estava fazendo a diferença ali. Ao chegar fora do apartamento vi que ela não estava lá. Eu não entendia o que o chinês falava, mas logo ouvi barulhos que vinham de baixo. Alguém parecia estar brigando. Puxei a minha arma e corri. Chegando lá vi Karla praticamente sufocando um cara com um pedaço de pau.

- KARLA. PARE. – Disse descendo as escadas.

Ela se libertou e se afastou. Fui checar se o cara estava vivo e graças, ele estava.

- O que aconteceu? – Disse encarando-a e colocando-a contra a parede.

- Eu não sei. – Disse desesperada. – Eu não sei, eu só queria ajudar.

Fuzilei ela.

- Aquele cara estava batendo na esposa. – Disse apontando para um senhor. – E aí esse aqui apareceu e começamos a brigar.

- Eu disse para você ficar lá em cima. Nós poderíamos ter resolvido isso. – Disse seca.

Vi que seu rosto estava machucado. Peguei suas mãos e tinham escoriações. Ela olhava assustada para a situação, como se não se reconhecesse.

- Ele está bem. – Disse após checar o pulso do cara. – Vamos chamar uma ambulância. Agora eu preciso de sua ajuda lá em cima. Vamos!

**

- Ele traduz: “As ações de hoje, sequestrar um político, a mãe dos exilados, é só o começo. O EUA ignorou o sofrimento chinês por muito tempo. O EUA senta e saboreia a liberdade, enquanto atrocidades são cometidas, e famílias são destruídas. Hoje, o EUA sentiu a dor e a perda do sofrimento. O acerto de contas já começou. ”

- Ele está falando no passado. – Disse confusa.

- Quando o vídeo vai subir para a rede? – Questionou Sofi.

- Daqui a 3h e meia. – Disse Vero.

- Então para que esse cara vai usar todos esses explosivos? – Perguntou Sofi irritada.

- Nós temos 3h e meia para encontrar esse cara e pará-lo. – Disse.

Já estávamos a caminho do carro, entrei em contato com a sede para que todos trabalhássemos com possíveis alvos e entender isso tudo.

- Meu palpite é a senadora Juliane Moore. Ela é a única marquise política em NY. – Disse após pensar um pouco.

- Moore, é a favor dos imigrantes e do comercio chinês. Mãe dos exilados é bem apropriado. – Disse Viola no ponto. – Quero toda a equipe de resgate e quero ela e tudo que seja possível alvo sob confinamento imediatamente. – Dava ordem a alguém.

- Já conseguimos entrar no celular? – Disse tentando achar um norte.

- O celular está desligado. – Disse DJ. – Os e-mails estão todos em chinês, está bem complicado.

- Preciso que todos os tradutores estejam com seus olhos voltados para isso. – Disse em tom de ordem.

- Nossos tradutores estão lutando, mas parece que é um dialeto mais conhecido como língua do diabo.

- Língua do diabo? – Disse incrédula.

- Eu posso traduzir. – Karla falou. – Eu quero parar esse cara tanto quanto você. Por favor.

Olhei para ela e suspirei.

- Tudo bem. DJ, mande todos os e-mails para o tablete da Sofi, ligue o celular dele e me dê a sua posição agora. – Falei mais duro que gostaria.

- Consegui. – Vibrou DJ na linha. – Flatbush e Livingston, sentido oeste.

- Ok, estamos a caminho. – Disse já entrando no carro.

Karla estava atenta aos e-mails e eu a ela.

- Como está? – Simplesmente escapou.

- Eu não tenho um parâmetro. – Disse dando um sorriso fraco. – Por que eu? Como eu posso fazer isso tudo? O idioma. A luta. Eles poderiam apenas ter te ligado, para que tatuar no meu corpo?

Eu sentia pena dela, ao mesmo tempo ela era corajosa.

- Eu realmente não sei, Karla. Mas a gente vai achar esse cara e ele vai nos dar respostas. – Disse e ela assentiu.

- Chegamos na zona. – Disse Sofi nos interrompendo.

Fomos lentamente analisando a tudo e a todos.

- Ali. – Karla gritou apontando para Chao.

- Sofi, pare. – Disse já abrindo a porta. – Vero, fica deste lado. Fique de olho na Karla. Me avise se ele voltar, ok?

- Por favor, traga-o vivo. Ele é o único que pode ter respostas. – Ela implorou.

- Farei o meu melhor. – Disse antes de sair.

Perseguimos Chao com cautela. Ele estava no metro. O desgraçado nos notou. Estávamos dentro do trem. Uma perseguição quando de repente o trem pareceu parar. Parou. O cara desconectou os trens. Cheguei ao fundo e abri a porta. Olhei para o lado. Explosivo.

- PORRA. – Bati com força na porta.

- Não podemos mexer nos pinos. Está programada pra se auto destruir. – Disse Sofi. – Eu já vi isso.

- Tem certeza? – Perguntei e ela assentiu.

Pulei do trem.

- Leve todos para trás.

Saí correndo e tirando um pouco da massa. Eu iria reduzir o estrago para ver se salvava aquelas pessoas. 05 segundos. Joguei o mais longe que pude. Voltei correndo. Explosão. Senti minhas costas ser atingida e fui lançada para frente.

- Jauregui. – Ouvi Sofi gritar no ponto. – JAUREGUI.

Estava caminhando de volta para o trem. Roupa totalmente destruída.

- Está bem? – Sofi perguntou.

- Não muito. – Disse fazendo uma careta.

Saímos de lá e fomos ao encontro de Karla e Vero.

- Perdemos Chao. Ele tentou nos explodi, mas não era o objetivo. Ele improvisou. Sabia que estávamos atrás. – Disse encontrando-as.

- Eu li os e-mails. – Karla disse de maneira rápida e descompassada. – Acho que descobri o motivo. A mãe dele foi morta em uma prisão de chineses. Ele e a irmã vinham implorando ao governo americano por anos para o governo americano tentar liberta-la.

- A mãe dele? “Mãe dos exilados”. – Disse concluindo.

Tudo fazia sentido agora.

- É um poema. “ Dai-me os seus fadigados, seus pobres, suas massas encurraladas...” – Respirei. – Está em uma placa na maior atração turística da cidade.

É, talvez eu gostasse de ler poemas.

- Mãe dos exilados? – Disse Sofi com deboche.

- Chao vai explodir a estátua da liberdade. – Concluí incrédula.

**

Lauren Jauregui POV

NY – A caminho da estátua da liberdade

-  Viola, estamos quase no Battery Park. Precisamos de um barco para a ilha da liberdade. – Disse e ela disse estar conseguindo isso.

- O prefeito tinha um evento lá, mas o DPNY o tirou de lá para lidar com a explosão no metrô. – Disse Viola.

- Isso explica a referência política. – Falou Vero.

- Isso deve ser bom, né? A segurança na ilha deve estar reforçada. – Disse Sofi dirigindo o mais rápido possível.

- Digamos que explosivos não passarão nos detectores, mas ainda pode passar um detonador, um iPhone, uma fivela. – Disse fazendo concessões.

- Sendo assim ele ainda terá que montar em um lugar escondido. – Disse Vero.

- Então vamos encontra-lo antes que ele o faça. – Disse convicta.

- Encerrei o serviço de balsas, comecei a evacuar a ilha. – Ponderou Viola.

- Mas ele tem uma vantagem. Ele já está lá.

Aquele cara não ia se dar bem. Não depois de todo esforço hoje. E quando eu o pegasse. Ah.

- Jauregui, me tire do viva-voz. – Ordenou Viola.

Fiz o que ela pediu.

*Ligação Viola*

- Sim.

- Você estava certa. O quadro negro estava ocultando outra tatuagem.

Dei pulinhos por dentro. Amo estar certa.

- Uma águia segurando um tridente e uma ancora. Achamos que ela pode ter sido da marinha.

Olhei incrédula para Karla que me observava as ruas.

- Isso explica algumas coisas.

A luta por exemplo.

*Ligação Off*

Chegamos e já estávamos equipados. Coletes. Pontos. Armas.

- Hey, onde pensa que vai? – Disse segurando Karla que já nos seguia. – Karla, volte para o carro.

- Não, eu vou com você.

Será que ela é teimosa assim sempre?

- Não! Não, vai. Fique aqui.

Tentei controlar meu tom de voz, mas minha irritação insistia em se fazer presente.

- Eu vi o mapa no tablet da Vero. – Insistia e aquilo me estressava. – A ilha tem 57 mil Km2. Vocês têm três agentes, precisam de outro par de olhos lá. Não posso deixar aquele homem matar um monte de inocentes.

Eu olhava para todo lado em busca de algo para convence-la. Seus argumentos eram plausíveis, mas eu não poderia deixar ela ir. É perigoso. Estou em uma luta interna, sei da capacidade dela.

- E se ele tem alguma noção de quem eu sou ou do que está acontecendo. – Disse quase implorando. – Você sabe que eu posso ajudar. Por favor.

Saí e fui em direção ao carro. Droga. Não acredito que vou fazer isso.

- Levante os braços. – Deslizei o colete no seu corpo magro. Olhei fundo nos seus olhos. – Você fica ao meu lado.

Pegamos o barco e a tensão aumentava. Sofi não conseguia disfarçar a insatisfação. Dei as instruções para nos espalhar. Fui com Karla e quando conseguimos avista-los seguimos por um caminho estreito e ele acabou atingindo ela no braço. Me arrependi. DROGA.

- Eu estou bem. – Ela gemia de dor. – Vai!

- Pressiona isso aí. – Disse e fui atrás do bandido.

Dei as informações aos outros e persegui ele. Fui até o fim da escada e entrei em confronto com Chao. Ele batia pesado, mas não poupei golpes. Ele conseguiu me desarmar e agora estava com uma faca. Tentei acerta-lo, mas acabei ficando a sua mercê. Ele tinha a faca sob minha garganta.

- Abaixa a arma. – Disse Chao.

Karla estava na ponta da escada, apontando a arma na direção dele.

- Larga a arma ou eu vou mata-lo. – Tentou mais uma vez.

- Ela não vai fazer isso, Chao. – Disse tentando convence-lo.

- LARGA. – Disse ele pressionando a faca mais fundo.

- Se você me matar, ela terá que mata-lo. – Disse num tom quase debochado.

- Jauregui... – Karla ponderou.

- Chao, isso não trará honra a sua mãe. – Ele já afundava a faca em mim, eu sentia a lamina queimar minha pele.

- É muito tarde. Não tem volta. – Disse ele e o sangue escorria levemente sob minha pele.

- Eu não sei se consigo fazer isso. – Disse Karla totalmente perturbada.

DROGA. Não poderia ser alguém mais centrado para estar ali. Resolvi confiar e assenti. Seus olhos castanhos dilataram. Eu pude ver o quão bonito são. A arma disparou.

Ela o atingiu no braço. Tiro certeiro. A faca caiu de suas mãos. Karla parecia atordoada. Em transe. Me certifiquei em manter uma distância segura de Chao e dei atenção a ela.

- Eu lembro de algo. – Disse quase caindo e eu a segurei. – Eu lembro de algo.

Tirei a arma de sua mão e me abaixei para acolher seu corpo que parecia estar sem força. Ela se aninhou em meus braços. Nós tivemos um momento.

**

- Diretora, eu não tenho dúvidas que ela foi treinada pelas forças especiais ou inteligência. – Disse enquanto estávamos reunidos na sala. – Suas habilidades são muito especializadas. – Apenas eu e Sofi estávamos em pé. – Habilidades elevadas de linguística, proficiência mão a mão, ótima pontaria sob pressão. Ela é profissional.

Essa mulher era tudo que eu não esperava dela, ainda conseguia ser extremamente linda.

- Ela me salvou hoje. – Disse relembrando o momento.

- E também teve sua primeira lembrança. – Disse Sofi me trazendo de volta.

- Que seria... – Viola procrastinou.

- Um curso de tiro ao ar livre. É só um fragmento, mas combinado com o que vimos hoje. Faz sentido. – Sofi continuou.

- Quem é essa mulher? – Viola fez a pergunta do milhão.

Quem era a bela mulher com olhos castanhos doces, corpo magro de dar inveja, curvas dignas de um Oscar, e habilidades de meter medo?

- Eu não sei ainda. – Divaguei. – O que eu sei... – Disse me voltando ao presente. – É que uma dessas tattoos nos ajudaram a salvar centenas de pessoas. E ela está coberta delas. Ela pode ser o recurso mais importante que já tivemos, e você.... – Apontei para Viola. Digamos que eu sou bem incisiva nas minhas opiniões. – Arriscou a vida dela a deixando ir hoje.

- Por Deus, ela salvou a sua vida. – Viola falou em tom de desdém. – E recuperou uma memória. Estamos mais perto de respostas e de acabar com isso. Eu diria que valeu a pena.

- Eu ainda não entendo o porquê. Quer dizer, para que se dá a esse trabalho todo. Fazer tudo isso? – Disse incrédula.

- O que sabemos é o que temos, mas não onde vão nos levar. – Ponderou Viola.

- Uma coisa é certa. – Disse dando um sorriso torto e voltando minha atenção as telas com as tattoos. – Alguém gosta de jogar, e esse é só o começo.

Viola Davis POV

- Bom, descansem. Amanhã nos reagruparemos. – Disse por fim.

Eles saíram e eu peguei uma pasta com algumas encriptações.

Assassinato.

Desfalque.

Viola Davis.

Arquivo do caso: Z81899Z

Ela tinha o número do caso em uma das suas tattoos. Alguém sabia. Bufei.

Karla POV

- Chao disse algo? – Perguntei a Lauren que veio me fazer uma visita.

- Não, não. – Disse e seus olhos bateram no meu braço coberto por uma atadura. – Ele acabou de sair de uma cirurgia, vamos interroga-lo amanhã.

- Ok. – Disse desanimada.

- Como está? – Lauren perguntou incerta e passou seus dedos onde foi baleado.

- Fisicamente, bem. – Respirei fundo. – Estou um pouco abatida, mas meu braço ficará bom. – Olhei em seus olhos e ela me analisava com cuidado. – Emocionalmente, eu... – Me perdi. – Como sabia que eu atiraria?

Lauren parecia de uma forma torta confiar em mim. Ela confiou sua vida a mim.

- Eu não sabia. – Disse ela olhando nos meus olhos e dando um sorriso torto. – Testei minha sorte com você.

Ri sem emoção. Meus olhos insistiam em lacrimejar.

- Nada disso parece real. – Disse incerta.

- Karla. – Se aproximou. – Você vai ficar bem. – Olhou profundamente em meus olhos. – Eu prometo.

Eu queria acreditar. Mais que tudo.

- Eu não sei como é isso. – Uma lagrima caiu.

Ela me agarrou por impulso. Me puxou contra ela e eu pela primeira vez desde que tudo isso aconteceu me senti protegida. Eu só queria morar ali. No seu abraço.

Desconhecido POV

Eu havia vigiado a esquipe que foi a China Town, tudo certo até agora. Me disfarcei de medico, entrei no quarto que Chao estava. Tirei a máscara.

- Saiu tudo como planejado. – Disse ele com a voz fraca.

- Não. – Ri. – Você deveria ter morrido. Esse foi o acordo. Você pela sua irmã. 

Injetei uma porção letal e saí.

*Flashback*

- Uma vez que eu injetar isso, será totalmente apagada. – Disse a Camila. – Tudo que você é, deixará de existir.

- Eu sei. – Disse ela calma. – Mas é minha única saída.

Então eu injetei o soro nela. Suas pupilas dilataram. Ela dormiu. 


Notas Finais


Comentem, me deixem feliz, porque essas montagens me deixaram tristes. UAISHDIUSAHd


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