1. Spirit Fanfics >
  2. Blindspot - CAMREN >
  3. Penitencia

História Blindspot - CAMREN - Penitencia


Escrita por: _c_aquino

Notas do Autor


Olá, tá aqui o final do capítulo.

Capítulo 4 - Penitencia


Fanfic / Fanfiction Blindspot - CAMREN - Penitencia

Bradley Cooper POV

NY – 11h

Eles não iam me pagar. Eles iam.

- PAPAI. – Disse a garotinha nos meus braços.

- Cooper, o que você está fazendo? – Disse Gael em desespero olhando para a sua garota.

Eu não tinha nada a perder. Ele sim. Não queria machuca-la, mas ele não podia saber disso.

- Eu preciso de um favor, Bernal. – Disse rígido apontando a arma para a garotinha.

- Coloca essa arma pra baixo, vamos conversar. – Disse ele nervoso.

- Eu dei a eles tudo. Fiz coisas que nem posso falar em voz alta. – Disse rígido.

- Cooper, minha filha é inocente. – Ele argumentava. – Só a deixe ir.

- Eu matei muitos inocentes, Bernal. Este país me abandonou. E hoje, você vai me ajudar a dar uma lição a todos. – Minha voz falhava.

- Escute. – Ele ainda tentou.

- Você me escute, se não fizer o que eu digo, nunca mais vera a sua filha.

Eu só queria puni-los. Apenas eles.

*Horas depois*

Eu me dirigi ao meu esconderijo enquanto Gael foi executar sua parte no prédio das forças armadas americanas, era onde se faziam investigações operacionais. Ele trocaria uma central de controle, e eu teria a minha vingança. Funcionou. Eu tenho o drone.

Em posse da central de controle a distância eu coloquei as coordenadas, eu executei a primeira parte. Tchau, Comandante Wright. Fogo.

Lauren Jauregui POV

NY – Prédio do FBI – 13h

- Temos que descobrir tudo sobre esse cara. – Ordenei enquanto me encaminhava para a sala de reuniões. – Com quem ele falava, com o que ele gastava dinheiro. DJ, quero que descubra sobre os explosivos usados na explosão e quero ver o que tem dentro do cofre. – Ela assentiu. – Deve ter algo lá. Tem que ter algo.

- Pode deixar. – Disse ela batendo continência e saindo.

- A casa dele, Wright, quem é o próximo alvo? Temos que descobri. – Disse.

- Não acredito que impulsionamos o Cooper a fazer isso quando fomos falar com ele. – Disse Sofi.

Eu as vezes não a entendia. Ela queria fazer graça com minha cara?

- Do que está falando, idiota? – Disse Vero. – Não foi nossa culpa.

- Não disse que foi nossa. – Disse Sofi com a cara mais lavada e olhou para Karla.

- Sofi. – Chamei em tom de alerta. – Já chega!

Eu era amiga da minha equipe, nos tratávamos como iguais. Mas não iria permitir aquilo.

- Seguir à risca as tattoos dela é imprudente. – Sofi me encarou de volta.

Ela era uma boa amiga. Tanto quanto Vero, mas sabia ser insuportavelmente chata quando implicava com algo, e agora era Karla a da vez.

- Eu não sei se entende a importância dela, Sofi. Claramente não. – Disse seca e com o olhar duro.

- Eu acho que é cedo para lhe dar tal grau de importância. – Disse voltando a postura debochada.

- Não. – Disse como quem não quer nada. – Eu não acho. O importante agora é achar Cooper e impedir o que quer que ele esteja tramando. Então você pode se juntar a DJ e me achar alguma pista, afinal é para isso que está na minha equipe. Para cumprir ordens.

Seu olhar era frio. Eu nunca havia falado com ela assim. Eu nunca tinha falado com ninguém subordinado assim. Meu olhar sustentava a dor em fazer aquilo, mas eu sabia da importância.

- Obrigada. – Disse ela voltada para Karla que olhava de forma desconfortável a situação.

- Vamos, Sofi. – Disse Vero a puxando.

- E se ela tiver certa? – Karla ponderou. – Ela não está – Eu disse. – E se essas tattoos forem armadilhas? – Ela me questionou. – Não sabemos nada sobre quem e o porquê fizeram isso. Pessoas estão morrendo.

- Karla.... – Ela era teimosa.

Camila era teimosa.

- Karla. – Chamei sua atenção. – Isso não é sua culpa. Não é.

Encarei ela. Minhas pupilas dilataram. Nossos olhares conversaram.

- Jauregui. Comigo. – Viola passou e nos interrompeu.

- Sim, senhora. – Disse me retirando.

**

- General, que porra está acontecendo? – Viola estava realmente puta.

Quem não estaria?

- Esta manhã um ex-piloto explode sua casa. – Ela sentou-se encarando o todo poderoso DeVito. – Depois a sua ex-comandante morre por um ataque de um míssil.

Era melhor eu me manter fora, mas droga. Minha língua coçava.

- Por favor, me diga que esses ataques estão ligados. – Disse Viola de forma debochada.

Como eu queria ser ela agora.

- Estão conectados. – Disse o general na maior cara de pau.

Essa briga ia longe.

- Se importa em falar mais sobre? – Viola é minha rainha.

- O país precisava de um programa interno, VANT. Que pudesse além de controlar alvos. Agir. – Elaborou DeVito.

- Você está me dizendo que temos drones armados sobrevoando sob solo americano? – A retorica dessa mulher hoje estava me deixando orgulhosa.

- Último recurso. – Completou ele.

- E foi hoje usado como recurso? – Disse deferindo sarcasmo. – Último recurso. Como ele conseguiu?

- Sequestrou a filha de um especialista de aviação. – Uma garotinha, pensei. – Obrigou-o a adaptar um drone com um cartão de controle que corta o sinal com nosso satélite. – PUTA MERDA. – Permitindo que Cooper tenha total controle remotamente.

FODIDA. Resumindo a situação atual do país.

- Onde está a garota? – Foi a única coisa que pensei em questionar.

- Continua com ele. – Disse DeVito.

Aquilo me rasgou. Uma pobre garota. Sequestrada. Levada. Camila.

- E o drone, tem como rastrear, assumir novamente o controle? – Viola já não era tão sarcástica.

- Ele nos congelou. Não temos acesso. Foi projetado para escapar dos radares. Ainda tem mais dois misseis, mas minha equipe está trabalhando. – QUE PORRA ESSE HOMEM ESTAVA FALANDO?

Era uma garotinha. Era uma garotinha.

- Precisamos acha-lo antes que isso se torne maior. – Viola ponderou.

- Vocês deveriam ter sido claros sobre isso tudo desde o início. – SIM, eu estava culpando-os.

Impertinente. Sou.

- Nós não tínhamos ideia. – Disse o tal general.

- Ideia de que? – Coloquei as duas mãos sobre a mesa e encarei ele. – Que ele explodir a casa? Que ele ia explodir a comandante? Que ele ia sequestrar uma pobre garota?

- Tínhamos problemas maiores. – Concluiu.

- MAIORES DO QUE O QUE? – Exasperei. – Um drone modificado? Armado? 10 mortos? Uma garota foi levada do seu pai. – Minha voz já era dura.

- JAUREGUI. – Viola me gritou.

- Nós estamos tentando.... – Ri ironicamente do cara.

- Se alguma coisa acontecer com aquela garota.... – Ameacei.

- SAIA. – Gritou Viola.

Encarei friamente o general, para mim ali ele não passava de um mentiroso com uma farda e algumas estrelas, não me importava.

Saí.

Sofi Cabello POV

Dizer que a situação Karla não me estressava era bobagem. Algo estava errado. Eu me sentia errada perto dela. Ela me trazia lembranças que eu não quero. Ela não deveria estar aqui.

- Você não tem a impressão de que algo está errado, DJ? – Disse tentando arrumar algum apoio. – Quem fez isso com a tal Karla, ou quem quer que ela seja, sabia dos drones. Informações acima do super confidencial.

- A 1ª tatuagem ajudou a salvar vidas. – Dinah ponderou a situação. – Espero que essa também.

Sério? Todo mundo está agora protegendo essa garota?

- Talvez. Ou talvez está nos ajudando a mexer em um vespeiro. – Disse encarando-a de longe.

Karla. Ela se parecia comigo. Não só fisicamente. O jeito. Eu não gostava de pensar sobre isso. Eu não queria.

Karla POV

- Não acho que Cooper tenha me reconhecido, Vê. – Disse. – Chao não me reconheceu. Essas pessoas não estão conectadas a mim.

- Se elas não estão conectadas a você, por que diabos estão no seu corpo?

- Penitencia. – Saiu num sussurro.

As lembranças do meu eu do passado matando aquela freira.

- O quê? – A voz de Veronica soava longe nos meus ouvidos.

- Venham ver isso. – Sofi chamou nossa atenção.

Eu estava perdida nas minhas lembranças. Desconfortável na minha própria pele.

Lauren Jauregui POV

Falar que todo esse caso não está me afetando seria mentira. Com todas as conclusões que cheguei, estar perto dela. Ter um caso desse. Uma pobre garota.

- Ele está mentindo. – Disse quando Viola entrou em minha sala.

- Eu sei. – Ela estava PUTA. – Mas ameaçar um general 3 estrelas não nos ajuda em nada.

Eu sabia. Eu sabia.

- Me desculpe. – Eu tentei.

Silencio.

- Como está lidando com isso? – Disse ela se chegando a mim. – Sei como isso te afeta.

Eu queria fugir. Não queria aquela conversa. Não estava afetando meu discernimento. Sim meus sentimentos.

- Estou bem. – Disse sem emoção.

- Jauregui. – Falou em tom de alerta. – LAUREN. Preciso saber onde sua cabeça está.

Eu sabia que ela precisava. Eu não queria confessar. Não queria tornar real. Medo.

- Tenho pensado na Camila. – Disse por fim. Senti todo meu corpo revirar.

Imagens. MAIS IMAGENS.

- Talvez você deva voltar a conversar com alguém. – Eu neguei. – Dra. Kordei.

- Não quero, não preciso conversar. – Disse.

- Presta atenção em mim. – Me virei para encara-la. – O desaparecimento daquela garota não foi sua culpa. – Suas palavras me rasgavam. Era. Foi. Sempre será. – Você tinha 11 anos.

Neguei. Eu precisava. Eu precisava da verdade.

- Em uma das minhas ultimas lembranças dela. – Respirei pesando sentindo um bolo se formando no estomago. – Subimos numa arvora. Eu estava acima. Ela era corajosa. Sempre querendo me provar que era tão boa quanto eu. Ela era melhor. Eu escorreguei. Atingi sua mão e ela caiu. Se cortou. Deixou uma cicatriz grande na altura do pescoço. – Viola já entendia onde eu queria chegar. Ela mudou a postura. – Karla tem a mesma cicatriz. Os mesmos olhos. – Fechei os olhos. Lembrei dos seus. – A mesma idade. Eu sei porque sou eu. É porque é ela. Karla é Camila Cabello.

O suspense. O ar pesado. Rarefeito. Tudo se encontrava ali. Alguém mais carregava meu fardo. Minhas suspeitas. Minha certeza. Viola se senta, parece ser pesado demais.

- Você acha que Karla é Camila? – Me perguntou séria.

Ela sabia minha resposta. Estava no meu olhar. Verbalizar era só praxe.

- Sim. – Disse convicta. – Não sei porquê ou quem. Mas alguém a mandou de volta pra mim.

- É impossível. – Ótimo, agora Viola está em negação. – Ela está desaparecida faz 15 anos.

- Meu nome, vai me dizer que não percebeu as semelhanças dela com Sofi. – OH GOD, Viola exasperou. – Tudo se encaixa.

Ela estava em negação. Mas eu não. Eu sabia.

- Eu abri o cofre. – Dinah brotou na sala. – Vamos.

Me levantei e segui. Daria tempo. Eu precisei.

- É um computador “air-gapped”. – Dinah precisava melhorar sua comunicação.

- Que porra é essa? – Disse irritada.

- É um computador que nunca foi conectado a internet. – Falou Vero. – Fica difícil de terceiros acessar, monitorar.

- Não tem nada demais além de documentos no Word, mas achei algo. – Dinah abriu o arquivo em uma tela. – Data, horários, localizações. Cinco deles.

- Coincidem com 5 explosões aparentemente não relacionadas. – Enquanto Sofi completava mais imagens apareciam na tela. – Vazamento de gás, acidente de carro, vítimas estrangeiras, todas do oriente médio. Tudo em solo americano.

Olhei incrédula. Aquilo era cruel.

- Ataques de drones. – Viola falou retoricamente.

- Acertaram alvos dentro do EUA. – Falei em descrença. – O general mentiu.

- Cada caso tem letras iniciais. – Cortou Vero. – “BC”, Bradley Cooper, em 3. “JM” em outros 2.  

- Acessamos os registros das Forças Aéreas, e pensamos que JM é outro piloto de drone. – Falou Dinah. – Major Jamie Foxx.

- Tem um endereço? – Disse e Dinah me encarou com cara de tedio.

- Claro que tenho, Jauregay.

Essa foi a minha deixa. Como ela pode? Eu iria matar essa girafa ambulante.

- Vamos nessa. – Não me importei em responde-la. Meu olhar já disse tudo.

Karla POV

Lauren parecia tensa. Pensei ser sobre o apelido que Dinah a chamou, e apesar de concordar que não era o local, o nome dela tem a entonação para gay no final. Será que ela é gay?

A olhei. Ela era linda. Seus olhos. Não. Hétero. Certeza.

Chegamos ao local sem tocar no assunto. Eu nem saberia o que dizer. Subi as escadas logo após eles.

- Karla, espere aqui. – Disse ela enquanto eu nem havia terminado de subir as escadas. – Só até avaliarmos a situação.

Aff. Ela me tratava como algo raro. Quebrável. Não tinha como eu quebrar mais, Lauren.

- Major Foxx. – Sofi batia. – É o FBI. – MAJOR.

Olhei incrédula para a situação. Neguei com a cabeça e mudei o foco. HEY. O cara. Era ele. Estava se preparando para descer as escadas.

- Jamie Foxx? – Perguntei e ele correu.

- JAUREGUI. – Gritei Lauren e saí correndo atrás do cara.

Consegui alcança-lo antes que o mesmo saísse pela escada de emergência. Entramos em um apartamento em uma briga que estava em seu início, socos, ponta pés, empurrões. Nos debatíamos nos corredores do local, consegui derruba-lo, ele levantou, me deu uma joelhada. Doeu. Consegui empurra-lo para longe, peguei um fio qualquer. Recomeçamos. Bati nele, joguei no chão. Mata leão com um fio.

- KARLA. – Gritou Lauren. Solte-o!

 Soltei.

- Queremos interroga-lo, não mata-lo. – Disse Sofi em tom irônico.

Eu poderia responde-la. Eu queria. Eu não podia.

- Vire-se. – Ordenou Lauren a Foxx.

Eu me levantei, estava atordoada, agia sem pensar. Eu não sabia o que pensar. Agia.

Levaram o cara e sobrou eu e Lauren. Eu a olhei. Ela me olhou.

- Está bem? – Assenti tentando recuperar meu folego.

Passei por ela e saí.

Chegamos fora do prédio e o cara começou a dar justificativas sobre porte ilegal de armas e afins.

- Isso é sobre o Cooper. – Disse Lauren cortando o papo.

- Ele me odeia. – Disse Foxx. – Eu que o entreguei.

- O que? – Disse Lauren de forma quase inaudível.

- Ele ia tagarelar.... – Foxx ia tagarelando e se deu conta. – Vocês não têm autorização, né?

- FALE. – Disse Lauren num tom duro.

- Quero falar com a comandante Wright agora. – Exigiu Foxx.

- Vai demorar, ela está morta. – Brincou Vero.

- O que? Desde quando?

E então eu o vi. O mesmo cara. A visão me atordoou. O mesmo cara.

- Lauren. – Disse com a voz fraca.

- Se Cooper odeia esse cara.... – Devaneou Vero.

Eu apenas o via. Eu não pensava. Nossos olhos conectados.

- Acabamos de tira-lo de casa. – Sofi concluía algo.

- Entrem. ENTREM. – Vero

Eles correram para dentro. Eu queria correr na direção contraria. Eu ia atrás dele. Lauren. Seus braços. Ela praticamente me levou a força para dentro.

BUM. Explosão. Tentei argumentar, mas BUM. Lá estava ela. O que eu não havia escutado.

Silencio. Luz piscando. Sofi gritava. Corri até ela.

- Fica calma. – Disse tentando acalma-la. – Se tirar o vidro. Você pode sangrar em minutos.

Sofi não gostava de mim. Eu gostava dela. Ela se machucou. Eu ajudaria.

Tirei o cinto da minha roupa, coloquei o pano ao redor do seu braço acima do vidro. Apertei.

- Espero que saiba o que está fazendo. – Disse ela em meio a gemidos de dor.

Como ela conseguia? Idiota.

- Eu também. – Disse por fim encerrando.

Saí eu precisava ver se ele estava lá. Fumaça. Pessoas feridas. Fogo. Destruição.

Procurei olhar para o local onde o tinha visto. Nada. Imagens. Flashes na minha mente. Ele tinha ido embora. Eu o tinha perdido. NÃO.

**

Estávamos agora assistindo Lauren interrogar Jamie, ela estava tensa, seus olhos refletiam raiva, desconforto, ela parecia estar no limite. Eu só queria atravessar aquele vidro que nos separava. Eu queria conforta-la. Conforta-la como ela fez comigo.

- Meu Deus. – Jamie. – Como ele conseguiu pôr as mãos nisso? – Disse incrédulo.

- Ele sequestrou a filha de um dos especialistas. – Sua voz era dura. Por mais que ela não culpasse o homem a sua frente, ela poderia descontar raiva nele com certeza. – Ele o ajudou a hackear o drone.

- Isso é terrível. – Jamie se pronunciou.

- Uma garotinha que precisa da gente. – Disse apertando seus olhos em desconforto. – O programa não era o último recurso, né? Vocês já vinham usando.

Ela tentava controlar a sua voz. A raiva. Estava cada vez mais no limite.

- Cinco ataques confirmados. – Concluiu Foxx. – Drones fazem bagunça.

- Por que Gibson queria detê-lo? – Lauren.

- Ele era um dos melhores pilotos, mas não conseguia suportar a morte de tantos civis. – Serenamente Foxx ia revelando tudo.

- O quê? – Lauren parecia surpresa. – Então ele iria entregar tudo?

- Sim, ele me pediu ajuda. – Foxx abaixou a cabeça. – Mas eu o entreguei. Eles as autorizações, revogaram a pensão, ameaçaram a família. Nós o pressionamos ao limite. Destruímos sua vida.

Então o cara que nós estávamos atrás na verdade estava tentando fazer uma boa ação.

- Então Cooper era um cara legal? – Disse para Vero que me acompanhava na outra sala. – Ele só queria que parasse as matanças.

- Ele matou 10 pessoas inocentes hoje. – Disse Vero me encarando. – Pessoas boas não fazem isso.

Ela tinha um ponto. Não poderia dizer que ele agiu de forma ruim, mas foi o meio para o fim que ele achou.

- Acha que pessoas boas nunca fazem coisas ruins?

Falei com o intuito de me convencer que eu era uma boa pessoa. Eu tinha que ser.

- Eu acredito que pessoas ruins, fazem coisas ruins. – Vero tomou um sopro de ar. – E pessoas boas as impede.

Dizer que as imagens de mim matando a freira a queima roupa, de forma covarde, num lugar “santo” não me revirava a cabeça seria uma hipocrisia. Eu era boa? Eu era ruim? Qual meu objetivo final? Quais meios eu estava usando? Ou será que estou?

- Gibson surtou, está imprevisível. – Jamie pareceu pensar. – Ele ainda tem um míssil. Qual o próximo alvo?

- Eu esperava que você me dissesse. – Lauren disse se recostando de forma desleixada na cadeira.

- Eu não sei cara, ele é vingativo. Ele está tentando ferir quem o feriu. – Disse em tom de descrença na situação. – Wright, eu, quem é o próximo da lista?

**

Lauren Jauregui POV

Essa situação estava ficando fora de controle, a falta de informações, eu tinha que pensar em algo rápido. Aquela garotinha dependia de mim. Dependia.

- General, de onde os pilotos operam? – Disse entrando na sala de reuniões.

- Isso é confidencial. – Disse ele.

Ele só pode está de brincadeira com minha cara. Eu estou com os nervos à flor da pele. Não gostaria de ser expulsa hoje.

- Cooper quer vingança, odeia o programa e quer que todos saibam da existência. Então onde ele atacaria para causar mais danos?

Tentei ser o mais profissional possível, eu não estava pedindo nada além do que possibilidades.

- General, por favor. – Viola ponderou.

- Daqui. – Disse o general quase em um sussurro. – Eles operam deste prédio. Mas se ele quisesse explodir esse local, por que esperar? Por que?

- A mudança de turnos. – Concluiu Viola.

Aquela situação estava cada vez mais confusa. Toda hora uma porra nova.

- Os drones ficam no ar por dias. – Esclareceu DeVito. – Os pilotos fazem turnos de 12h para não haver sobreposição. Duas vezes ao dia, todos os pilotos estão aqui. Neste prédio.

- Ele está aguardando o momento perfeito. Impacto máximo. – Disse Viola.

- Um ataque bem feito derrubaria o prédio. – DeVito concluiu.

- E quando acontece isso? – Disse quase entrando em desespero.

- Em uma hora. – DeVito.

PUTA QUE ME PARIU.

- Precisamos evacuar. Todos precisam sair. AGORA. – Disse.

- Não podemos. – Viola me interrompeu. – Se ele ver pessoas evacuando atacara imediatamente. Ainda sim serão muitas perdas.

- Meu pessoal está quase conseguindo retomar o controle dos drones. – DeVito.

Palhaçada. Esse cara tratava tudo isso como uma grande brincadeira. Idiota.

- Não é o suficiente. – Viola. – Temos 60 minutos para achar Cooper e pôr um fim nisso.

- Deixa comigo.

Disse já me retirando. Aquele cara não ia concluir o seu trabalho. Eu não iria deixar. Aquela criança retornaria para sua casa. Sã. Salva.

**

- Temos que dá um jeito de rastrear esse cara. – Disse e olhei para Dinah que revirou os olhos.

- Eu consegui a frequência que ele opera os drones, retrilhei e ao que tudo indica é no Brooklyn. Ele tem que está operando de algum lugar muito alto, tem que manter contato visual com o drone.

- Então agora é só ir para o Brooklyn e invadir todos os arranha-céus em 60 min. 60 min para salvar o mundo. – Disse Sofi bem irônica.

Sofia as vezes deveria aprender a ficar de boa fechada.

- Os explosivos na casa dele. – Continuou DJ. – São fabricados exclusivamente para Smith construções e adivinhem? – Fez uma carinha de expectativa e eu revirei os olhos. – Ele trabalhou nas duas últimas construções da empresa. Dois arranhas céus no Brooklyn!

- That’s my girl. – Falei animada. – Sofi e Vero vão para um, eu e Karla vamos cobrir o outro.

Saímos, tínhamos que achar aquele cara, nosso tempo estava esgotando. Minha paciência também.

- Eu menti para você. – Disse Karla. Olhei incrédula. – Na sala de tiro eu lembrei de algo.

- O quê? – Disse irritada. – Isso é bom, o que foi? – Tentei ponderar.

- Algo imperdoável. – Karla falou com a voz tremula. – E se eu fui uma pessoa horrível antes disso?

Lagrimas já se formavam em seus olhos. Eu estava dirigindo. Eu queria conforta-la.

- Eu não creio que tenha sido. – Foi o máximo que consegui dizer. – E não importa o que você foi, o que importa é o que você é agora. – Desviei os olhos da estrada e foquei nos seus. – Seu primeiro instinto é ajudar as pessoas. A mulher em China Town, Sofi que tem antipatia por você hoje. Você não hesita, Karla. Você age. – Voltei a focar na estrada. – E você faz coisas boas, não sei qual o contexto ou do que exatamente está lembrando, mas eu realmente acho que é uma boa pessoa.

Você sempre foi. Sempre será, Camila.

O resto do trajeto foi silencioso, Karla estava imersa em pensamentos, eu não quis incomoda-la, precisava focar. Chegamos ao local. Uma construção.

- Estou indo para o telhado. – Disse enquanto pegava um radio e minha arma. – Fique aqui e me avise pelo radio do carro se o ver.

Ela assentiu e eu corri. Fui a procurava de Cooper ou qualquer outra pista. Subi pelo elevador improvisado. Quando dei por mim estava em meio a um tiroteio. Eu contra Cooper. Ele conseguiu escapar pelo elevador. Ele estava indo na direção de Karla.

- Karla. – Tentei contatar ela. – Você está me ouvindo? – Zoadas estranhas. – HEY. – Droga de rádio. – ELE ESTÁ DECENDO.

Dei um jeito de descer, ele não iria machucar ela. Ouvi tiros. Muitos. DROGA. Me apressei em descer aquilo tudo. Quando chego finalmente ao térreo vi que Karla o perseguia com o carro.

- Droga! – Pensei comigo. Peguei o celular. – Vero, achamos ele. Tenta rastrear meu carro, Karla está perseguindo o cara. Vou dá um jeito de encontrar vocês.

Ouvi Sofi rir ao fundo. Idiota.

- E ela sabe dirigir? – Questionou Vero.

- Pelo visto, sim. – Encerrei a ligação.

Vi um carro ali e resolvi usá-lo. Quebrei o vidro, fiz ligação direta. Corri. Consegui seguir atrás deles a uma distância razoável. Nem piscava. A última coisa que vi foi Karla batendo com a SUV no fundo do carro que Cooper estava e logo em seguida capotando.

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO – Gritei.

Saí do carro, corri até ela. Karla. Não. De novo não. Olhei e ela estava acordada.

- Karla. – Respirei por fim. – Vem, deixa eu te ajudar a sair.

Ela parecia atordoada. Eu estaria. Ajudei ela e vi seus olhos. Medo. Desespero.

Vi que Cooper tentava sair do carro e corri até lá com a arma empunhada. Encostei aquele verme contra o carro.

- Cadê a garota? – Empurrei mais forte. – Cadê ela?

**

Eu estava voltando para o prédio. Prédio que havia trocado tiros com Cooper. Achei uma porta trancada com corrente e cadeado.

- Emily? – Tentei abrir. – Emily?

Eu a sentia atrás daquela porta. Peguei um ferro e deferi ataques contra a corrente. Abriu. Olhei para ela que tinha a cabeça baixa e chorava. Ela estava acorrentada. Aquele crápula. Me aproximei.

- Emily. Oi. – Disse olhando em seus olhos. – Meu nome é Lauren. Estou aqui para te levar para casa.

Ela ficou com medo que eu a machucasse, mas meus olhos lhe passaram confiança.

- Tudo bem, Lern. – Eu ri com a sua pronuncia.

Aquela criança. Salva. Eu consegui. Ela se jogou em meus braços. Me apertou. Meu coração apertou. Eu a tinha sã e salva nos meus braços. Como tantas vezes eu sonhei em ter Camila. Salva. Levei ela no colo, ela se aninhou mais ainda. Eu me conectei ao passado. Eu sufoquei.

- Emily. – Vi que seu pai se aproximava chorando quando chegamos ao solo.

- Papai. – Ela falou e eu a liberei dos meus braços para ir.

Meus olhos não saiam daquela cena.

- Você a pegou de volta! – Disse Karla em tom de animação.

- É. – Sorri fraco em sua direção. – Eu a peguei de volta. – Olhei em seus olhos.

Eu te encontrei Camila. Eu consegui.

**

Estávamos todos na sala de reuniões, analisando as últimas horas, os últimos fatos.

- Águia 2 pousou com segurança. – Disse Sofi com seu habitual tom sarcástico.

- A FA está dizendo que as duas explosões foram acidentais. Problema de no motor e vazamento de gás. – Disse Vero em tom de ironia.

- O público tem direito de saber. – Dinah enfatizou.

Concordei mentalmente.

- Não é nós quem decidimos. – Viola a cortou.

- Alguma coisa a mais no banco de dados das tatuagens? – Falei tentando mudar o assunto.

- O quê? – Sofi falou indignada. Lá vem. – Nós não vamos continuar fazendo isso, né? – Parou em frente a mim, me encarando. Fala sério, Sofi. Sério? – Nós incitamos um homem a usar violência hoje.

- Fala sério. – Disse inconformada com sua atitude. – Você acha que ele fez o cartão de controle e não planejava usá-lo? – Fui retorica. – Ele vem planejando isso. Sim, nós o forçamos a adiantar o plano, mas se ele pudesse esperar... Ele teria sido obtido perfeição. Não o pararíamos. Então as tatuagens ajudaram. Karla ajudou.

- Essa é um jeito de se interpretar. – Sofi me enfrentou com fogo nos olhos.

- Ok. – Disse Viola. – Acho que já deu. Vão!

Vero se dirigiu para fora seguida por Sofi. Eu fui logo atrás.

- Jauregui. – Viola me chamou.

- Sim. – Parei.

- Se você acha que Karla é Camila. – Viola.

- Eu tenho certeza. – Disse convicta.

- EU quero ter certeza. – Disse com tom autoritário. – Pedi que os arquivos do caso Cabello fossem mandados para os nossos laboratórios. Dinah vai poder testar os DNAs e compara-los.

- Vai dá certo. – Disse. – Mas não seria mais fácil, Sofi... – Olhei para ela que negava. – Ou os pais?

- Não vou dá falsas esperanças. – Disse ela. – Vamos testar e aí vemos o que fazemos. – Disse ela se levantando. – E você sabe que seria pedir muito para a Sofi nesse momento.

- Uma hora ela terá que encarar a verdade. – Disse.

- Será? – Disse com desdém. – Se ela realmente é Camila Cabello, onde ela esteve? O que andou fazendo? Por que apareceu agora? Por que as tatuagens?

- É ela. – Disse dando de ombros. – Posso sentir.

Saí sem esperar a resposta. Eu tinha certeza. No meu coração. Na minha alma.

**

Karla POV

Eu não conseguia parar de pensar sobre Cooper. Sobre mim. Penitencia. Eu havia tido o resto da visão enquanto capotava. Eu fui até a freira e peguei uma espécie de pen drive. Eu tinha um objetivo. Mas por que matar? E se fosse para algo bom? Seria justificável?

- Você está bem? – Lauren me tirou dos meus pensamentos.

- Não realmente. – Disse tentando me convencer de algo. Obter conforto. – Essa história toda com o Cooper. O que ele fez foi horrível, mas no final das contas ele só queria ajudar.

Falei como quem não quer nada. Obter conforto. Preciso.

- Ele deixou que vingança afetasse sua cabeça. – Disse Lauren em tom de negação. – Uma coisa é querer chamar atenção. – Ela realmente tinha um ponto. – Outra é tirar vidas.

Eu sou uma pessoa horrível. Meu semblante caiu. Eu era. Eu sou.

- Obrigada pelo que disse mais cedo. – Disse. – Sobre meus instintos e por tudo que tem feito.

Mesmo eu não acreditando mais neles.

- O que aconteceu com você foi horrível. – Ela falou e encontrei conforto em seus olhos. – Algo bom pode resultar disso.

- Estive pensando.... Eu posso ser só a mensageira, mas seu nome está nas minhas costas. – Disse em meio a entender isso tudo. – Poderiam ter dito somente FBI. – Senti Lauren endurecer aos meus olhos. – Por que ele me mandaram para você?

Ela mantinha os olhos nos meus. Olhos que eu queria desvendar. Que eu podia desvendar, mas algo não deixava. Talvez ela. Talvez eu. Medo. Receio.

- Eu não sei. – Lauren falou.

Sua boca, suas palavras não transpareciam o que eu via nos seus olhos. Ela desviou os olhos.

- Hey, achei você... – Dinah Jane nos interrompeu. – Chegaram os resultados da autopsia de Chao. – Parou diante de Lauren. – Altos níveis de cloreto de potássio.

- O que isso significa? – Disse confusa.

- Ele foi envenenado. – Dinah.

- E o tal médico? – Lauren questionou.

- Sondamos e nada. Ninguém sabe.

Lauren parecia irritada. Parece que toda vez que estávamos perto de algo, simplesmente escorregava por nossos dedos.

**

Lauren Jauregui POV

Tudo que acontecia. Cada passo que dávamos, logo em seguida voltamos a estaca zero.

Camila. Karla. Logo saberíamos. Eu já sabia. Eu precisava desabafar. Normalmente faria isso com Sofi, somos muito amigas ou com Vero. Envolve-las nisso não me parece correto. Elas entenderiam como uma persistência idiota de uma ilusão da minha cabeça.

É ela.

Eu sei que é.

Estava esperando Taylor e agora eu estava contando para ela.

- Oh meu deus. – Foi tudo que saiu de sua boca.

- Não tem provas ainda. – Tentei ser prudente.

Afinal isso afetava todos a minha volta. Todos que eu amava. Que me importava. Taylor. Sofi. A mim.

- Queremos verificar o DNA dela com o do arquivo de Camila. – Conclui.

- Você percebe o que isso pode significar? – Ela me questiona.

Sim.

Eu sei.

Abaixei minha cabeça e olhei para a garrafa de cerveja em minhas mãos.

- Nosso pai foi acusado de sequestra-la. De mata-la. – Ela insistia.

Aquilo me doía. Me matava aos poucos. A morte dela levou o melhor de mim.

- Não importa que não podiam provar. – Taylor chorava já. – Ele é acusado desde o dia que ela desapareceu. – Sua voz estava embargada pelo choro. Eu não conseguia olha-la. – Mamãe o deixou. – Doía. Em mim. Nela. – Laur, você passou 15 anos convencida de que tinha sido ele. Que ele tinha matado ela.

Para.

Eu queria gritar.

Não queria pensar.

- Se Karla é realmente Camila Cabello, então papai é inocente. – Taylor declarou.

Ainda não.

Ainda.

Não.

- Talvez. – Disse num tom fino de voz.

- Não. – Taylor me cortou. – Não tem “talvez”, Laur. Ele é inocente. Você tem que ir vê-lo.

- Taylor.... – Disse colocando a garrafa na mesinha de centro.

- Ele está morrendo, Laur. – Taylor soltou a bomba. Eu a encarei. – Câncer no pulmão. Ele não tem muito tempo.

Meu pai.

Morrendo.

Abrir e fechei minha boca algumas vezes. Tentei digerir aquela informação.

- Por favor, Lauren. – Disse Taylor aumentando o choro. – Vá vê-lo. Conserte isso antes que seja tarde demais.

Neguei com a cabeça e virei para o outro lado. Lágrimas insistiam em se formar.

Eu não tinha certeza.

De nada.

A conversa acabou ali. Não respondi só me retirei. Fui banhar e troquei por um moletom confortável e uma regata qualquer. Minha cabeça doía de tanto que eu pensava.

- Tia Laur. – Ouvi uma vozinha na porta.

Levantei e fui abrir.

- Chris, o que faz fora da cama mocinho?

- Minha mama não está. – Disse ele coçando os olhinhos.

 Agarrei ele no colo e seu rosto logo afundou no meu pescoço. Droga, Taylor. Verifiquei a casa e ela não estava. Eu não queria estar ali.

- Tudo bem, você deita comigo.

O pequeno assentiu e voltamos para o meu quarto. Brinquei um pouco com ele. Ele parecia com papai. Tinha seus traços. Ele dormiu. Dormiu abraçado em mim. Eu o abracei de volta. Chorei.

Karla POV

Cheguei em casa, se é que posso chamar de casa. Tirei a roupa, comi, fui banhar. Meu corpo já não doía mais pelas tatuagens, elas pareceram estar boas já. Passei pelo corredor e parei em frente ao espelho. Retirei a toalha. Ela caiu no chão. Já estava virando um habito olha-las. Tentar entender. Eu estava de calcinha e top. Passei os dedos por elas perdida em pensamentos.

- Não faça barulho. – Tinham mãos fortes sobre mim.

O cara, o mesmo cara da visão. Tinha uma mão tapando a minha boca. 


Notas Finais


Espero que gostem. Algumas mudanças, sim.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...