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História Blindspot - CAMREN - Navy boys and girls


Escrita por: _c_aquino

Notas do Autor


Voltei :)

Capítulo 5 - Navy boys and girls


Fanfic / Fanfiction Blindspot - CAMREN - Navy boys and girls

Karla POV

NY – 21h – Casa de proteção do FBI

- Não faça barulho. – Tinham mãos fortes sobre mim. – Eu vou abaixar a mão e....

Arregalei meus olhos com a visão daquele homem, como ele entrou aqui? O que ele queria? Ele me daria respostas, no mesmo momento entramos em uma luta inglória. Consegui imobiliza-lo, mas ele logo usou algum material duro e acertou minha cabeça.

- Pare. – Ele pedia. – Eu não quero te machucar.

Me machucar? Ele sairia machucado. E eu, com respostas. Fui com tudo para cima dele e ele parecia evitar um confronto apesar de revidar alguns socos. Consegui mobiliza-lo contra a parede.

- Como entrou aqui? – Perguntei bufando de ódio.

- Eu vim aqui para te ajudar. – Disse ele sem folego quase. – Nós.... – Ele realmente se esforçava para respirar, então eu afrouxei o aperto. – Evitamos identificação. Faz parte do treinamento.

As memorias. Elas vieram com tudo. O treinamento. Eu. Ele. Tiros. Minha cabeça doía.

- Eu me lembro de você. – Disse com tom de irritação.

- O quê? – Disse ele com os olhos arregalados. – Isso é impossível.

- QUEM É VOCÊ? – Disse o pressionando ainda mais. – Quem sou eu?

- Eu te digo, se me soltar. – Disse ele em um murmúrio.

Eu estava com raiva. Eu o empurrei uma última vez e saí de lado. Me encontrava de costas para a janela da pequena sala que dava para a rua. Ele se encontrava de frente para mim. O desconhecido. O homem que tinha as respostas que eu preciso.

- Já encontraram a tatuagem da Marinha? – Disse ele em um tom de desdém.

- Quem fez isso comigo? – Falei com irritação. – Por que me mandaram para o FBI?

- Você não pode confiar neles. – Ele disse enquanto se aproximava de mim.

Tiros. Contei pelo menos 3. Eu me abaixei e me protegi com as mãos enquanto o cara caía, na minha frente, olhos arregalados. Tiros certeiros. Agonizando. Morrendo.

Lauren Jauregui POV

Sede FBI - NY

- Como que essa porra foi acontecer? – Disse mais irritada que o normal.

- Não sabemos. – Disse Sofi.

Não sabemos? Isso não é resposta. Não para mim. Não para a minha equipe. Não quando se trata dela.

- Não tem sinais de invasão. Procuramos à fundo. – Completou a menor.

- Quero todos eles suspensos. – Disse Viola com autoridade.

- Esses caras são bons. – Disse Sofi com descrença no que ouvia.

- Então como ele chegou lá? – Finalizou Viola.

Não precisávamos disso. Não agora.

- E o atirador? – Cortei.

- A trajetória mostra que ele estava no telhado do outro lado. – Vero enfatizou. – O prédio está abandonado. Sem balas, sem vestígios.

- Me diz, por favor, que sabemos quem esse cara é? – Dei um falso sorriso.

- Foto, dentes, analise de sangue não batem com nada no sistema. – Vero falou.

ERA IMPOSSIVEL. QUE PORRA.

- Faremos uma autopsia... – Ia finalizando.

- Ele é como Karla. – Sofia a cortou. – Um fantasma.

- Eu não acredito em fantasmas. – Minha voz era dura. – Tudo que sei é que não conseguimos protege-la.

Eu sabia o peso das minhas palavras. As intenções por trás delas, mas não poderia ser diferente.

- Como ela está? – Vero soltou em um fio de voz.

- Fodida. – Viola.

- Quando vamos pôr um fim nisso? – Falei retoricamente.

Eu já não conseguia pensar direito. Estava acontecendo. De novo. Eu preciso protege-la.

**

Karla POV

Sede do FBI – NY – Sala Dra. Kordei

- É normal se sentir chateada. – Ela tentava.

- Não estou chateada.

- A invasão de domicilio...

Mas que porra, ela não entendia?

- Não é minha casa. – Disse de forma seca.

- A invasão é uma violação intima... – Ela ponderou. – Mas é uma chance de...

- Eu fui drogada. – Fui dura. – Minha memória apagada. Meu corpo inteiro foi tatuado sem o meu consentimento. – Jorrei as verdades entaladas. – Uma invasão no meu “esconderijo” é a menor das minhas violações.

Será que ela não entendia que não se tratava do acontecimento em si. Mas da falta de resultado.

- E sentimento de raiva e ressentimento são totalmente naturais.

Eu revirei os olhos com suas palavras. Sério? Eu entendo que o trabalho dela é me dá perspectiva para lidar com tudo, mas não necessito de falsas prioridades agora.

- Você se sente segura, Karla?

- Eu posso cuidar de mim.

- Eu posso ver isso, mas é o que eu perguntei. – Finalizou.

- Você confia que o FBI pode te manter segura? – Falou se ajeitando na cadeira afim de me encarar.

Eu confio? Ponderei. Eu realmente não sei a resposta para essa pergunta.

**

Lauren Jauregui POV

Sede do FBI – Sala de reuniões

- As evidencias do caso Camilla Cabello chegaram esta manhã. – Viola despejou em mim. – Dinah acredita que pode ter o resultado do DNA até o final do dia. Se elas são a mesma pessoa, saberemos hoje.

- Deveríamos falar para ela que estamos fazendo isso.

Eu sabia que não, mas queria. Eu sabia que o resultado seria positivo.

- Antes do resultado? – Viola questionou com desdém. – Claro que não. – Finalizou com autoridade.

- Ela é parte da investigação. – Ponderei. – Deveria ser incluída.

- Ajudando – Ela enfatizou a palavra. – Na investigação. – Riu de si mesma. – Como você pode ter tanta certeza que podemos confiar nela? – Ainda manteve a pose. – E se estiver errada sobre isso tudo? Se criar falsas esperanças e ela não for Camila? Imagina como ela se sentirá. Kordei acredita que mexer com o psicológico dela dessa forma pode gerar conflitos de confiança em nós.

Ela tinha um ponto. Mas eu sabia. Era ela. E ela não tinha motivos para confiar em mim, Camila sempre confiou.

- Não estou errada. – Disse convicta.

- Precisamos esperar. – Finalizou.

Viola era teimosa, mas eu não poderia passar por cima de suas ordens, até tentei argumentar, mas logo meus olhos caíram sobre ela. Karla. Ela estava nos observando da sala de controle. Olhos preocupados. Resolvi dá por encerrado aquilo e fui ao seu encontro.

- Kordei te liberou? – Disse simpática.

- Sim. – Falou em poucas palavras. – Minha mandíbula está me matando. – Sorriu fraco seguida por mim. – O que você e Viola estavam falando?

Curiosa, hãn?

- Sobre outro caso. – Tentei disfarçar. – Me desculpe pelo que aconteceu, Karla.

- Qual parte? – Tentou soar descontraída. – Muita coisa aconteceu.

- Por tudo. – E eu quis me desculpar por tudo mesmo. – Nós vamos te mudar para um local mais seguro.

- Sabemos quem ele era? – Perguntou com esperança.

- Não. – Disse desapontada. – Ele era como você, nada no sistema.

- Eu lembro dele. – Ela falou enfática. – Nós nos conhecíamos antes disso. Treinávamos.

Paramos e nos entreolhamos.

- Ele disse algo a você? – Perguntei tentando saber mais.

- Acho que ele era meu amigo.

A memória exata dele dizendo para não confiar neles. Mas quem eram eles? O FBI? A Lauren?

- Vocês realmente não sabem nada dele? – Falou dispersando o assunto. – Como ele entrou lá ou quem atirou?

- Não. – Disse sem vontade. – Estamos trabalhando nisso.

Ela negou com a cabeça.

- Não, ele não disse nada. – Bufou. – Ele não teve tempo.

Eu sentia o peso no seu olhar. Eu queria ajudar.

- Então não estamos perto de saber quem eu sou? – Sua voz saiu dolorosa.

- Não. – Eu tive que mentir. – Me desculpe, Karla.

Estávamos ali, uma conversa entre olhares, mesmo que nunca se verbalizasse.

- Hey. – Sofi nos interrompeu. – Vocês vão querer ver isso.

Eu quebrei o contato e me forcei a andar.

**

- Houve um assalto à uma loja de joias esta manhã. – Dinah passava as informações. – A maioria fugiu, mas um assaltante foi pego.

Ok. Mas não é nosso trabalho lidar com assaltantes.

- E o que isso tem a ver conosco? – Falei soando prepotente.

- Ele tem uma tatuagem da Marinha. – Dinah completou como quem não quer nada.

- Milhões de pessoas tem tatuagens da Marinha. – Disse Vero em um tom divertido. – É a nova borboleta.

- Verdade, mas ele tem a mesma tatuagem da Karla.

Dinah como mexendo no computador e lá estava a comparação perfeita. Mesmo padrão.

- É a nossa chance. – Disse feliz.

**

Fui com Karla até o hospital, no meio tempo via como seu rosto se iluminava de esperança, eu queria lhe dar mais. Eu queria que ela voltasse. Para mim.

- Senhora, precisamos de informações sobre o assaltante. – Disse mostrando o distintivo.

- Aí está ele. – Ela apontou com a cabeça.

Um cara careca, narigudo, barba malfeita, deitado em uma maca sendo levado com tubos para respiração.

- Hey, Lauren Jauregui, FBI. – Falei com o policial que o acompanhava.

- Sargento Vasquez, Policia de NY. – Se apresentou. – Ele ainda está mal, estão o levando para uma nova cirurgia.

Meus olhos cravaram em Karla, toda sua esperança, sumindo. O policial não sabia muito sobre o cara, mas resolvi deixar meu cartão de visitas com ele. Assim que ele acordasse, nos avisaria.

- Ele não pode morrer. – Karla disse em suplica.

- Não se preocupe, vai dá tudo certo. – A confortei com o olhar. – Espero que Vero e Sofi estejam com mais sorte.

**

Sofi Cabello POV

Parece que mesmo quando não se tratava de Karla tudo se resumia a ela. A minha irritação com ela só crescia, eu realmente me sentia estranha em relação a ela.

- Eles são conhecidos como “baleiros”. – Disse mostrando o novo caso.

- O quê? – Vero questionou.

- Por conta das máscaras coloridas. – Disse revirando os olhos. – São um famoso grupo de assalto. Interpol tem um arquivo considerável sobre eles. Invadiram joalherias de todos os EUA, Paris, Mônaco, Dubai, Hong Kong. – Eu realmente gostava de pesquisar a fundo nossos alvos. – Nos 2 últimos anos eles escaparam com US$ 7milhoes em joias e metais preciosos.

- E esse arquivo diz quem eles são?

Vero fazia cada pergunta.

- Não, eles são bons, entram e saem em menos de 1 min e usam máscaras. Até hoje.

- Eles se acharam demais. – Vero disse descontraída.

- É disso que a testemunha está falando.

Eles entraram na joalheria e faziam uma espécie de contagem regressiva, sendo que um deles estava extremamente violento, as vítimas no chão, tiros para amedrontar, quebraram quase tudo.

- Já descobriu quem esse cara é? – Questionei.

- Quase. – Vero verificou algo na tela do computador. – As digitais voltaram. Owen Wilson. Passou bastante pela polícia quando jovem. Criança abastada, envolvendo-se em vários problemas. – Falou de forma sarcástica. – Quando tinha 18 foi diagnosticado com alta inteligência, amoralidade total e violência inerente. Advinha quem achou que poderia adicionar?

- Alguém que pode adicionar honra, coragem e compromisso. – Falei com desdém. Marinha.

- A marinha o recrutou junto com os irmãos, Luke e Andrew, e então eles desapareceram por 10 meses, não há nada no arquivo deles.

- Mais fantasmas. – Disse sem vontade.

- Sim, até dois anos atrás. Foram todos dispensados. – Vero completou.

- Há dois anos foi quando os baleiros começaram os roubos. – Liguei as coisas.

- Com certeza não é coincidência, eles iriam o que se aposentar após ser treinado pelas forças especiais?

- Não, eles usaram suas habilidades. – Concluí. – Precisamos achar os irmãos, se Owen conhece Karla, eles provavelmente também.

Nos saímos para encontrar Viola.

- Então a marinha via amoralidade como recurso. – Tentei montar uma linha de raciocínio. – Karla é da marinha.

Vero me empurrou contra uma parede de vidro.

- Qual seu problema com ela? – Vero falava com irritação. Eu me soltei.

- Não a conhecemos. – Tentei novamente.

- Eu confio na Laur e você também deveria. – Disse finalizando o assunto.

Eu confio na Lauren. Confio com minha vida, mas.

- Me diga a última vez que uma vítima foi convidada a participar das investigações do FBI. – Tentei manter uma linha de raciocínio. – É tudo que estou dizendo.

**

- Vocês estão familiarizados com RAPC? – Dinah protelou.

- Tipo ração de cachorro? – Chutei.

- Não... – Dinah disse indignada. – Reconhecimento Automático de Placa de Carro. Ele monitora câmeras de pedágio e radares de estradas. É uma montanha de dados, então... – Ela realmente tem o QI diferenciado. – Comecei a pesquisar placas que tenham conexão com nossos suspeitos, e eu consegui. Modelo sedan, pertence a um primo deles. De acordo com o padrão ele deveria estar estacionado na Filadélfia, onde o primo trabalha.

- Então onde está? – Vero questionou.

- Rodando os bairros de NY. Alguém acha que é coincidência?

**

Lauren Jauregui POV

Eu e Karla estávamos voltando para a sede, em busca de mais informações. Em busca de esperança. Estávamos no elevador, em silencio, mas não aquele constrangedor, eu só parei do lado oposto a ela que tinha a cabeça levemente abaixada e brincava com os dedos das mãos, minhas pernas cruzadas e meu corpo apoiado na parede de metal, encarando-a. Quando a porta se abriu demos de cara com Sofi e Vero.

- Boa sincronia. – Vero falou. – Ele te reconheceu?

Sofia me empurrou de novo para o elevador e eu fiquei surpresa.

- Ele ainda está em cirurgia. – Disse Karla.

- Achamos que um dos nossos suspeitos está em um shopping no Queens. – Sofi cortou.

- Ok. Me atualize no caminho. – Disse encerrando por hora a conversa.

Minha cabeça rodava, eu precisava de algo.

**

Chegamos no estacionamento do tal shopping e parecia estar movimentado, Sofi estacionava e Vero ao seu lado arrumava o ponto de escuta.

- Eu vou ter um desses? – Karla me questionou apontando para o ponto.

- Você tem um. – Disse apontando para o rádio preso no carro. – Ali.

Senti Sofi prender um riso mal preso.

- Está preso no carro. – Karla pronunciou de forma óbvia.

- Sim. – Dei um sorriso debochado. – E você também. – Tratei de ignora-la. – Ok, vocês dois. Quantas lojas tem aqui? Iremos nos dividir e verificar uma a uma.

Senti os olhos de Karla queimando em mim, sentia vontade de rir de sua cara, mas ela não lidava muito bem com meu jeito debochado desde criança, iria apenas protege-la.

- Karla, nos avise se o ver no estacionamento. – Disse saindo e logo fomos seguidos por ela. – Karla, por favor.

- Eu acho que já mostrei que sou útil em ação. – Ela disse. DEUS COMO PODE SER TÃO TEIMOSA. – Não?

- Sim, você já. – Disse irritada. – Por isso está aqui. Fique no carro de olho no estacionamento.

- Não, eu...

- Karla, se quiser discutir seu papel neste time está beleza, mas não aqui, não agora! – Disse com o olhar duro. – É importante que alguém fique vigiando aqui fora.

Ela bufou voltando para o carro de mau grado.

**

Karla POV

Eu entrei bufando dentro daquela SUV, Lauren me irritava, não importa o quanto eu mostre que tenho condições de ir a campo, ela sempre dava um jeito de me deixar para trás. Peguei o arquivo e olhei novamente as fotos dos irmãos Wilson.

As memorias chicoteavam minha cabeça, os questionamentos para Lauren da conversa dela com Viola. Estava faltando algo. Eles não me contavam tudo, eu me sentia de fora. Mais do que realmente estava. Saí do carro e resolvi olhar pelo estacionamento, meus olhos dançavam nas pessoas, eu vi uma loja, ficava bem em frente o carro, eu o vi, era um dos irmãos, o Luke. Ele entrou de novo na loja, e eu fui atrás. Meus olhos percorriam o ambiente, encontrei no final do último corredor, ele me olhou me analisando, eu olhei para o chão me aproximando, tentando disfarçar. Tentando. Ele me olhava cada vez mais desconfiado.

- Calma. – Disse rendendo as mãos. – Eu só tenho algumas perguntas.

- Claro. – Disse já se voltando para correr.

- Espera. – Disse me pondo a correr.

Persegui ele o mais rápido que pude. Fomos para o fundo da loja e olhei para os dois lados, era um beco. Fui na direção esquerda e quando estava indo ele me atingiu me chocando contra a parede e me batendo na cabeça. Caí e ele apontou uma arma para mim.

- Quem é você?

- Eu esperava que me dissesse. – Disse sarcástica.

- O que? – Ele disse se surpreendendo.

Aproveitei seu descuido e dei um chute fazendo-o cair e parti para cima. Ele atirava e nossa luta para dominar a arma era cada vez mais perigosa, ele conseguiu me derrubar e eu pensei no pior. Um tiro nos chamou atenção e ele saiu correndo e eu fui me esconder da troca de tiros que vinha.

- Beco dos fundos. – Vero dizia.

Ele atirava frequentemente na nossa direção já que estávamos nos acobertando atrás de um contêiner de lixo.

- Você está bem? – Vero questionou.

- Vai. – Disse incentivando ela. – Vai.

Ela se foi e logo Sofi surgiu pela porta do fundo da loja em que estávamos. Sofi correu atrás de Vero e logo Lauren apareceu.

- O que aconteceu?

- Ele pulou em mim.

- Você deveria ter nos chamado.

- Não, se não ele teria escapado.

Lauren me fitou com o mais gélido dos olhares. Eu me encolhi.

- Ele escapou. – Vero chegou correndo. – Nós o perdemos.

Meus olhos denunciavam minha culpa. Minha irritação. Os olhares de Sofia sobre mim, até mesmo os de Vero. Lauren negou com a cabeça saindo. Fui atrás.

- Você não confia em mim. – Afirmei para Lauren.

- Você não facilita. – Disse ela de forma dura.

- Se eu tivesse um rádio ou uma arma....

- Se tivesse ficado na porra do carro teria um rádio.

- Minha posição era ruim, eu o teria perdido.

- Nunca saberemos com certeza, não é? – Disse ela com desdém.

Eu não a entendia. GOD.

- O que você e Viola conversavam hoje?

- Como é que é? – Ela me fitou com irritação.

-Hoje pela manhã.

- Karla. – Lauren disse em tom de alerta, mas eu já estava irritada demais para isso.

- Não! – Exasperei. – Como iremos trabalhar juntos se não confia em mim?

- Não, você que não confia em mim. – Falou de uma forma extremamente dolorosa.

Eu conseguia ler que tinha mais que irritação em seus olhos, eu a tinha desapontado, mas ela tinha que entender meu lado.

- Você acha que a deixei como punição? – Ela despejava. – O que teria acontecido com você? Se você se machucasse? Se eu te perdesse? – Praticamente gritava.

E então eu entendi. Ela tinha medo que eu me fosse. Sua obsessão era na verdade proteção.

- Nós três trabalhamos juntos por anos. – Suas palavras eram duras. – Nós temos um ritmo. Você saindo da linha quebra esse ritmo. – Eu me sentia uma criança traquina acuada. – Você quer que eu confie em você? Começa a ouvir o que eu digo. Mereça. – Disse olhando nos meus olhos e logo se afastando. – Entre no carro. AGORA.

E foi tudo antes do meu mundo desmoronar. Tudo que Lauren vinha fazendo é me entender. Me achar. Me ajudar. Confiou em mim. E eu só lhe trouxe problema. Entrei naquele carro com vergonha, ela não me olhava, Sofia tinha um sorriso de satisfação, Vero parecia entediada.

**

Lauren Jauregui POV

Sede FBI – NY

Karla me irritava. Eu perdia a paciência. Mas não por muito tempo, logo ficava culpada pela forma que falava ou o peso duro de minhas palavras. Quando chegamos ao prédio tratei de trabalhar. Duro.

- O que ele estava comprando? – Questionei.

- Antenas, um GPS, cabos. – Vero dizia. – Um tradutor de bolso e celulares pré-pagos.

- Parece que vão fugir. – Sofi ponderou.

- Ou seja, estamos sem tempo.

- Não podemos perder esse cara. – Karla se manifestou depois de tanto tempo em silencio. – É a única chance que temos para descobrir quem eu sou.

- Não fomos nós que o perdemos. – Sofi falou com deboche.

- Chega. – Disse com o olhar duro sobre Sofi.

- Achei algo. – Dinah chegou falando. – Essa mulher... – Já projetava nas telas as informações. – Veio dia sim, dia não, nas últimas duas semanas, provando, olhando, mas nunca comprou nada.

- Estava sondando. – Tentei encurtar.

- É o que eu acho. – Dinah concluiu. – Nenhum dos nossos suspeitos tem perfis em redes sociais, obviamente, mas os familiares, sim! Então eu fui atrás e achei isso. – Mexeu em algo no tablet.

- Cléo Pires. – Sofi leu no perfil social.

- Ela é amiga de uma das primas de Andrew. – Completou Dinah.

- Tem precedentes? – Vero.

- Furtos, agressões. Presa por pouco tempo, nada grande. – Dinah.

- Moça bonita, bem vestida, os caras da joalheria se abririam feito puta. – Vero disse sem filtro.

- Onde ela mora? – Intervi.

- Sunset Park. – Dinah respondeu rapidamente. – Mas ela está trabalhando agora. II Porto na rua Washington.

Seguimos e vi Karla nos acompanhando.

- Você. – Apontei para ela. – Fica.

- Por que?

- Damos conta. – Dei uma piscadela e fui embora.

**

Karla POV

Deixada para trás. Eu sei que talvez merecesse uma punição, mas isso era injusto. Fui atrás de Dinah para ver o que ela estava aprontando no seu lab.

- Achou algo nesse padrão? – Perguntou a alguém de sua equipe que negou. – Alguns pontos parecem mais escuros. – Dinah monologava. – Procure por padrões. Algo em braile, código Morse.

Em suas telas minhas tatuagens, pedaços desconhecidos de mim. Por um momento eu me senti levada para ali. Aquela visão.

- Oh, você. – Dinah disse quando se deu conta de mim. – Pensei que estivesse com a equipe.

- Não. – Disse sem graça. – Eles foram sem mim.

Tratei de ir analisar mais de perto tudo aquilo.

- Estava tentando ajudar. – Devaneei.

- Ah. – Ela apareceu atrás de mim. – Vem comigo. – Me puxou para um canto do lab. – Suspirou. – Eu não acho que seja isso. Isso tudo é novo, estamos tentando nos adaptar. – Ponderou de forma fofa. – Você sabe o que é um tangram? – Disse de uma forma nerd e desajeitada e eu neguei. – É um quebra cabeça com 7 peças geométricas chatas, ao juntá-las pode formar diversos tipos. – Eu ainda não conseguia entender. – Esse time tem uma mesma forma há tempos. E você é uma peça nova. Só estamos tentando descobrir como se encaixa. Vai levar algum tempo. – Disse torcendo a boca e suas covinhas aparecendo.

O único problema é que eu não parecia me encaixar em nada. Absolutamente nada.

Lauren Jauregui POV

Limites. Era sobre isso que se tratava a punição de Karla. Fomos atrás da senhorita Cléo e a encontramos no seu trabalho como Dinah disse.

- Eu não posso me envolver com a policia. – Disse ela.

- É só colaborar. – Disse concluindo.

- Andrew sempre vinha aqui, uma prima costuma trabalhar aqui. – Ela foi dizendo. – Um dia conversamos sobre eu já ter sido presa, ele me ofereceu US$ 10 mil adiantados e eu só precisava sondar o local. Ver os guardas, onde ficavam as coisas.

- E podemos falar com a prima? – Sofi questionou.

- Não, ela voltou para o Brasil.

- E o resto da equipe? – Vero.

- Eu não tenho ideia. – Cléo falou.

- Pensei que não queria voltar para a cadeia. – Vero disse e quase soltei um riso.

- Eu não sei. – Quase gritou.

- Cléo... – Disse em tom de alerta.

- Andrew tem um barco. – Concluiu de olhos fechados. – Ele disse que me mostraria um dia. Acho que mora nele, em Manhattan.

**

- Manhattan tem três marinas: North Cove, Surfside 3 e Boat Basin na 79ª rua. – Sofi adiantou suas pesquisas. – Nenhuma tem um barco no nome de Andrew.

- Ele pode estar usando outro nome. – Disse.

- Avisei a guarda costeira para verificarem todos com destino ao exterior. – Vero chegou dizendo.

- Pedi ajuda da polícia para irmos ao mesmo tempo as 3 marinas. – Sofi já se arrumava.

Meu celular tocou, parece que Owen acordou de sua cirurgia.

- Owen acordou.

- Precisamos verificar se ele me reconhece. – Karla apareceu do nada me dando um susto.

- Vocês dois ficam com as marinas e me informem. – Disse rapidamente. – Eu levo Karla ao hospital.

Vero saiu, mas o olhar de Sofi de reprovação em cima de mim. Agora não.

- Jauregui. – Me chamou. – Eu respeitosamente sugiro que você vá para as marinas e eu levo a Karla para o hospital.

Ela tinha um tom baixo, mas crítico.

- Por que?

- Eu acho melhor assim. – Ela disse. – Você parece estar apegada.

Eu não acredito nisso. Neguei e abaixei a cabeça. Olhei para Karla que me esperava olhando com dúvida nos olhos.

- Eu não acho. – Disse com um sorrisinho torto.

- Bom, eu acho.

- Vá para as marinas. – Disse saindo.

- Laur. – Sofi agarrou meu braço.

- Vá para as marinas. – Disse olhando duro. – É uma ordem.

**

Dinah Jane POV

Estávamos trabalhando para conseguir algum padrão. Eu pessoalmente estava lidando com as amostras do caso Camila.

- Acho que encontrei algo. – Disse Ashlee Juno, uma das minhas melhores. – Veja aqui. – Projetou algo na tela maior. – Logo acima do cotovelo direito da Karla. – Disse apontando. – Vê? Z 818992.

- É um caso do FBI. – Disse concluindo. – Solicite os arquivos.

- Não tenho permissão. – Disse numa carinha tristonha.

- Ok. – Fui até meu computador.

Entrei com minha senha, mas não tinha muito acesso então digamos que eu burlei o sistema e logo achei o arquivo, mas estava todo bloqueado por tarjas pretas.

- Preciso de uma cópia disso. – Ordenei.

**

- Uma tatuagem apareceu no banco de dados. – Disse entrando na sala da minha chefinha preferida, Viola.

- Não entre assim. – Ela me repreendeu. – O que achou?

- O código de um caso do FBI. – Disse fazendo uma dancinha ridícula com os arquivos em minhas mãos e o jogando na sua mesa, abrindo-o. – Grande parte está bloqueada, mas tem algo a ver com Wagner Moura, líder da gangue Nuestro Sangue. Você foi a responsável por esse caso. Lembra desse arquivo?

- Eu dou uma olhada. – Disse não dando muita importância, mas algo estava errado.

Ela parecia tensa. Nervosa. Fiquei parada na sua frente, mas ela não tirou a cara do computador.

- Depois. – Disse revirando os olhos.

- Oh, Okay. – Disse sem graça me retirando. – Só me avise caso... – Olhei para ela. – Entendi.

Lauren Jauregui POV

Hospital - NY

Fui conversando sobre amenidades com Karla até o hospital, tentando melhorar nosso clima, mas tudo voltava para a investigação. Tudo voltava para o seu eu perdido. Chegamos ao hospital e fomos encaminhados para o quarto onde Owen Wilson estava.

- Podemos falar com ele? – Perguntei a um enfermeiro ou médico que estava checando algo.

- Ele está entubado, mas quando estiver acordado podem usar linguagem de sinais, pode dá certo.

O médico se foi e tudo que sobrou foi um cara entubado com uma respiração pesada e um silencio mortal entre mim e Karla, mas claro, se dependesse dela e sua teimosia, não duraria.

- Se eu tivesse uma arma... – Foi dizendo e eu revirei os olhos.

- Eu não vou te dá uma arma. – Disse convicta.

- O que mais eu tenho que fazer para.... – Ela ia começar com seu joguinho.

- Pode começar me dizendo o que o barbudo te disse.

Se ela acha que eu nasci ontem ou comecei agora ela está enganada.

- E você pode começar a segurar informações sobre meu caso. – Disse de forma pretenciosa me encarando.

Eu tive que rir fraco. Nos encaramos. Eu não recuaria. Ela se deu por vencida e desviou o olhar.

- Ele disse não confie neles.

- Não confie em quem?

- Eu não sei. Estou tentando descobrir o dia todo.

- Você acha que estava falando sobre nós? – Dessa vez meu espanto escapou.

- Eu não sei. – Ela suspirou. – O que você e Viola estavam conversando?

- Eu te falei. – Foi a minha vez de desviar. – Era outro caso.

E então tudo apagou. Pessoas gritaram. Um estrondo.

- O que foi isso? – Ela me questionou.

Verifiquei o interruptor, as linhas telefônicas, tiros ecoavam.

- Então era isso. Eles estavam projetando um bloqueador.

- Um o que?

- Para cortar o sinal.

Saquei minha arma e fiquei em posição de alerta.

- Ele cortou as linhas principais, não conseguiremos chamar por reforços. Estamos por nossa conta.



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