Lauren J POV
Fomos fazer pesquisas sobre atentados ou fatos extraordinários que ocorreram ao serviço secreto em busca de um padrão ou de ter noção do quanto comprometido estava.
- Mês passado, dois policiais disfarçados foram executados no carro deles por veículos em colisão. – Vero apontou. – Ninguém conseguiu entender como coordenaram isso.
- Rastrearam o carro da polícia. – Camila completou.
- Uma emboscada em um ônibus penitenciário em Houston. – Vero seguiu com a pesquisa. – Uma testemunha morta na capital.
- Trakzer se tornou nacional. – Sofi.
- E o número de mortes só aumenta. – Concluí preocupada. - Precisamos acabar com isso logo.
Saí e fui conversar com Dinah sobre as possibilidades e o que poderíamos fazer para conseguir pistas que nos levassem a quem coordenava o app.
- Quem criou esse app fez parecer ser do governo. – DJ me explicou. – Qualquer ataque feito nele atacará nosso sistema.
- Ótimo. – Disse. – Desliga-lo então será como achar uma agulha num palheiro?
- Não... – Ela disse. – Será como procurar palha em um palheiro. Uma palha bem específica.
- Okay. – Disse me levantando sem esperança.
- Você entendeu... – Ela disse.
- Sim. – Disse e pensei infelizmente.
- Na verdade... – Ela chamou minha atenção. – Espere um segundo, tive uma ideia.
**
- Eu chequei e comparei com os elementos-chave do código trakzer com o nosso banco de malware... – Dinah explicava enquanto nos dirigíamos para a sala de estudo de casos.
- Só entendi “banco de dados”. – Camila brincou.
- Cada programador tem um estilo único de codificar. – Dinah explicou.
- Como uma impressão digital. – Camila advinhou.
- E as digitais do programa combinam com um vencedor Hacktona. – Dinah falou.
- Competições para recrutar programadores. – Vero explicou o que era.
- Agora olhem quem foi o vencedor. – Dinah mostrou na tela os dados.
- A coruja chifruda. – Sofi leu.
- É o nosso cara... Como o encontramos? – Perguntei.
- Rastreei a caixa postal da inscrição dele e leva a um ap em Bed-Stuy. – Dinah apontou.
- Palha no palheiro. – Falei animada. – Bom trabalho... – Disse dando uma piscadela para DJ. – Vamos pega-lo.
**
Camila C POV
Estávamos subindo pela escada do prédio, me posicionei na escada enquanto Lauren tentava ver a entrada que estava fechada. Na porta tinham muitos desenhos, inclusive o da coruja tatuada em meu corpo.
- Não. – Lauren falou se afastando. – Sofi, vai.
Então Sofi usou o peso para abri a porta, arromba-la. E então entramos.
- FBI, mostre suas mãos. – A menina sentada na sala e confusa mostrou após o comando de Lauren. – Mãos para cima!
- O que está acontecendo? – Ela questionou assustada.
O som alto preenchia o pequeno espaço, fomos verificar se tinha mais alguém.
- Limpo! – Vero.
- Limpo! – Sofi.
Eu apontava a arma diretamente para ela e percebia todas as suas expressões, não era de alguém culpado, estava mais para desesperado.
- Desligue a música. – Lauren ordenou e assim ela o fez.
- Alguém mais mora aqui? – Perguntei.
- Não. – Ela respondeu.
- O que é isso? – Ela nos questionou.
- Aquela coruja na sua porta. Aquele símbolo, é você? – Lauren perguntou.
- É. – Ela respondeu firme, convicta.
- Você criou o Trakzer? – Foi mais uma vez questionada.
- Claro que criei. – Ela falou. – Criei para vocês. – Então eu relaxei a mão e encolhi a arma. – Eu trabalho para o governo americano.
**
Estamos observando o interrogatório que Vero conduzia.
- Eu sou a agente especial Iglesias. – Ela começou.
- Não direi nada. – A menina retrucou. – A não ser ao meu contato direto.
- E esse é.... – Vero.
- Guilherme Setúbal, Agencia Nacional de Segurança. – Ela respondeu. – Divisão de Sistemas de informação e segurança.
- E o que você faz para a NSA? – Vero questionou.
- Nada que você possa saber. – Ela retrucou. – Só peça para o seu chefe ligar para Guilherme Setúbal.
- Eu era como você. – Vero falou para ela ao sentar e o mais impressionante, estava falando em espanhol. – Jovem, irritada... Me sentia só.
- Okay. – A menina falou com um sorriso debochado. – Meu sobrenome é Gomez então eu devo falar espanhol, certo?
- Li seu arquivo do serviço social. – Vero. – Sei que seus pais morreram, sinto muito. – Então ela ficou tensa. – Eu entendo, meu pai foi embora quando eu tinha 5, minha mãe era alcoólatra. Meus irmãos e eu praticamente nos criamos.
- Quero falar com Guilherme Setúbal. – Selena disse em espanhol. – Compreendeu?
Então vero deu um risinho e saiu.
- Odeio adolescentes. – Vero falou quando me encontrou do outro lado. – Vou pegar a Jauregui, fique de olho nela.
E então saiu, mas algo me fazia ter uma identificação com a situação daquela garota e então após abrir a página do seu arquivo e ver novamente a imagem da minha tatuagem ali, e talvez ela possa ter alguma ligação, resolvi ir falar com ela.
- Qual parte do “não vou falar” vocês não entenderam? – Selena me falou assim que entrei.
Então eu vi que havia apenas um jeito de fazer quere-la falar. Levantei minha calça até expor a tatuagem, a mesma coruja do seu programa.
- O que é isso? – Ela me questionou. – Onde você conseguiu isso?
- Eu não sei. – Disse sentando-me.
- Está na sua perna. – Ela retrucou. – E você não sabe?
- É difícil explicar, mas você pode me dizer por favor, o que é? – Tentei.
**
- Então a coruja é apenas uma coisa pessoal? – Questionei após ela me contar sobre. – Não veio de nenhum outro lugar? Porque não conseguimos achar nenhuma referência. Você que desenhou?
- Não. – Ela respondeu.
- Você sabe quem desenhou? – Perguntei.
- Meu irmão. – Ela falou.
- Eu vi no seu arquivo que ele foi morto ano passado. – Disse abaixando o olhar. – Sinto muito. Você mora sozinha agora? – E ela se recusava a se abrir. – Toda aquela calmaria...
- Estou acostumada. – Ela falou.
- Eu não. – Disse.
- Meu irmão era mais velho, trabalha a noite, eu ficava sozinha. – Ela falou. – Aí ele desenhou aquela coruja em cima da minha cama para que eu não ficasse com medo.
- Aquela coisa era para fazer você ficar menos assustada? – Brinquei com ela que riu.
- Corujas são noturnas então ele disse que afastaria os caras maus. – Ela explicou.
- Funcionou?
- Não.
- Seu irmão parecia um cara especial.
- Não quero mais falar disso.
E então a porta se abriu e eu pude sentir o olhar fuzilante de Lauren sobre mim.
- Você falou com o Guilherme Setúbal? O que ele falou? – Ela a questionou.
- Nós falamos com a NSA e ele não existe. – Disse colocando um arquivo em cima da mesa de interrogatório.
- Está dizendo que estou mentindo? – Ela questionou.
- Não, estou dizendo que você foi provavelmente enganada. – Ela falou calmamente.
- Claro que a NSA disse que ele não existe, o cargo dele deve ser uns 100 níveis mais alto que o seu. – Ela falou zombando.
- Olhe isso. – Lauren falou abrindo o arquivo e dando a Selena.
Fotos do atentando a Zayn, fotos do horror, sangue, tiros, tudo ali. Olhei incrédula para ela, a menina só tinha 17 anos.
- São crimes recentes em veículos do governo, que foram localizados pelo seu programa. – Lauren explicou as imagens.
- Não.
- Sim.
- Meu programa não é real, é apenas uma prova de conceito. – Ela explicou. – Não era para pessoas realmente usarem.
- Bom, estão usando. – Lauren explicou. – Você algumas vez viu Guilherme Setúbal?
- Não.
- Você não deu seu programa para os mocinhos. Você deu a alguém perigoso. E cada segundo lá fora, mais vidas corem riscos. Pessoas estão morrendo, Selena. – Lauren falou se apoiando na mesa e mantendo contato visual com ela.
- Meu Deus. – Ela falou fechando os olhos.
- Selena, precisamos que você desligue o programa. – Eu pedi.
- Não posso.
- Você tem que fazer.
- Não, você não entende. – Ela falou olhando para Lauren. – Não tem como desligar.
**
- O que você quer dizer com isso? – Lauren perguntou após um momento pegando uma cadeira e sentando-se mantendo contato visual forte com a jovem.
- Trakzer não está nos meus servidores. – Ela explicou. – Está no de Shawn.
- Shawn Mendes. – Ela falou. – Ele me chamou online há uns meses. Disse que estava contratando freelancers para a firma de segurança dele. Aí eu fiz alguns projetos para ele, então ele disse que queria me encontrar pessoalmente e que tinha essa grande oportunidade para mim.
- Então ele era o cara que dizia trabalhar para NSA? – Lauren a questionou.
- Sim, e em outras empresas menos conhecidas. – Selena explicou. – Ele disse que a NSA queria testar a segurança dos seus GPS, ele disse que se eu não conseguisse, ninguém conseguiria. – Ela falou. – Me disse que caso eu conseguisse invadir, ele me daria um emprego. Então eu escrevi o código e ele mandou para o contato dele.
- Guilherme Setúbal. – Falei. – Você não checou a história do Shawn?
- Achei que ele estava cuidando de mim. – Ela revelou. – Acho que só...
- Queria que fosse verdade. – Completei entendo sua posição.
- Me escute... – Lauren chamou sua atenção. – Quanto mais tempo esse app ficar ativo, mais pessoas vão se ferir ou morrer. – Ela falou. – Precisamos da sua ajuda para chegar a Shawn Mendes.
- Do que precisam? – Ela perguntou.
**
Lauren J POV
- A empresa do Mendes é só fachada. Mandados de acessos não autorizados a computadores, fraude virtual, roubo de identidade. – Vero explicou. – E, senhoritas ele é solteiro.
- E invisível. – Sofi completou voltando a seriedade do assunto. – A crimes cibernéticos não achou foto ou endereço.
- Posso tentear achar seu usar na Deep Web ou rastrear os bitcoins que ele usou. – Dinah se prontificou.
- Ou Selena pode nos dar o endereço, ela já foi lá. – Disse e olhei para a garota que se encontrava conosco.
- Sim, um pouco analógico, mas... – Dinah falou.
- Vamos capturar o senhor Mendes e trazer para uma conversinha. – Viola determinou.
- Hey, não é assim tão fácil, a casa de Shawn é fortificada. – Selena nos parou. – Ele mantém os servidores lá, ele não sai, literalmente.
- Ok, quebramos a porta dele. – Falei irritada.
- Não, um cara como ele tem um botão de ejetar. – Vero interceptou. – Se ele nos ver, colocará o programa como código aberto.
- Código aberto? – Camila questionou.
- Significa que colocará Trakzer com acesso gratuito. – Vero explicou.
- Se não podemos entrar, vamos fazê-lo sair. – Viola falou.
- Um falso alarme? – Lauren questionou. – Acho falho.
- E se não for um falso alarme? – Dinah disse com alguma ideia em mente.
**
Camila C POV
Estávamos no carro observando todo o plano para fazê-lo sair. Eu e Lauren acompanhávamos de lá.
- Vero.... Sofi. – Lauren as chamou pelo rádio. – Estão em posição?
O local era um galpão, todo fechado.
- Estamos em posição. – Vero falou.
- Jane, avise quando estiver pronta. – Lauren disse.
- Preciso de mais um tempo, o firewall dele é realmente bom. – Ela falou da sede.
- Por que não acessa... – Ouvi Selena falando.
- Não toque meu teclado! – Dinah gritou com a menor.
- Okay. – Ela falou tímida.
- Esse computador está no firewall do FBI, de maneira nenhuma vai tocar, criança. – Ela grunhiu.
- Ia sugerir que entrasse pela célula de segurança. – Selena falou e uma certa diversão se ouvia na voz.
- Para acessar câmeras e alarmes. – Dinah falou sem paciência. – Eu já iria fazer, se me deixasse digitar.
- Se usasse Python ao invés de Perl, ficaria mais rápido. – Selena alfinetou.
- Qual o problema?
- Nada, se você fizer um site em 1990. – Ela debochou e eu quase pude ver a expressão de Dinah para a garota.
- Que seja. – Ouvi irritação na voz de Dinah.
- E ele está mudando... – Selena provocava
- Eu ia mudar do mesmo jeito. – Dinah retrucou.
E então elas ficaram se alfinetando por mais um tempo.
**
- Você não deveria ter entrado na sala com Selena. – Lauren quebrou o silencio.
- Por que não?
- Não pode interrogar suspeitos. – Ela falou firme sem me olhar.
- Eu estava apenas conversando com ela. – Me defendi.
- Está ligada emocionalmente com ela. – Ela retrucou com desdém.
- E se eu estiver? – Perguntei sem paciência. – Ela é uma criança com medo e solitária.
- Que é o objeto de uma investigação. – Falou dura. – Agentes do FBI são treinados para manter distância.
- Eu não sou uma agente do FBI. – Disse.
- Ainda assim quer ser tratada como uma. – Falou negando com a cabeça e um riso debochado. – Você quis uma arma, e...
- Você concordou com isso, porque era perigoso. – Falei. – O que mudou de repente?
Eu não entendia onde ela queria chegar ou se ao menos se tratava realmente de Selena.
- Nesse trabalho você tem que se manter objetiva. – Falou ríspida.
- Sério? – Perguntei magoada. – É o que você fez comigo? Se manteve objetiva?
Após uma guerra com o olhar ela me respondeu sem me olhar.
- Estou trabalhando nisso. – Ela falou.
E então fomos interrompidas por Dinah que conseguiu acesso as câmeras, agora poderíamos ver dentro da casa do Mendes, e os alarmes sendo desligados, mas teríamos apenas 90 segundos.
E então deu o comando para Vero que aumentou a voltagem para criar um curto na casa e colocando fogo no servidor para fazê-lo sair. E então tudo começou a pegar fogo, Shawn ligou para a emergência que foi redirecionada para Dinah que explicou que ele tinha que sair da casa, mas ele tentou ser um herói e apagar o fogo assim inalando a fumaça e desmaiando.
**
Lauren J POV
Após salvar Shawn e voltar para a sede, Dinah trabalhou em formas de parar o Trakzer, e o app estava indisponível.
- E o senhor Mendes? – Viola perguntou. – Está cooperando?
- O que eu gosto de prender vagabundos é que eles não tem honra. – Vero riu.
- Ele está em todos os sites da Dark Web que conhecemos. – Sofi pontuou.
- O que acontece com Selena agora? – Camila perguntou.
- Ela cooperou então enquanto se manter na linha, está livre. – Viola respondeu.
- Esse caso pareceu diferente dos outros. – Disse. – Lidamos com tanta corrupção ultimamente que pensei que as tatuagens eram de um inimigo. Agencia de espionagem de fora, algo assim.
- Mas dessa vez eles expuseram um esquema que tentava prejudicar agentes, como se nos protegessem. – Viola completou.
- Então quem fez isso comigo está tentando ajudar? – Camila perguntou.
- Ou quer que achemos isso. – Sofi retrucou a irmã.
Sofi Cabello POV
Saí sendo seguida por Vero após a reunião.
- Hey o que deu em você?
- Ela quebra a lei e ainda lucra com isso.
- Ela não lucrou dinheiro algum.
- E devemos acreditar nela? – Perguntei. – E se ela foi paga com bitcoins? Não podemos rastrear, nunca saberemos com certeza.
- Por favor, Mendes era o cara. – Vero me disse. – Selena estava sendo influenciada, 17 anos, vive sozinha, tentando usar suas habilidades para sobreviver.
- Dinheiro sujo é dinheiro sujo. – Falei e saí evitando aquela discussão.
Camila Cabello POV
Acompanhei Selena até o elevador, quis me despedir dela.
- Shawn machucou muitas pessoas, se não nos ajudasse a pega-lo ele iria muito mais, deve se sentir bem.
- Eu me sinto estúpida, ele foi a primeira pessoa em algum tempo que... – Ela começou. – Esqueça.
E então paramos em frente ao grande elevador e eu não pude deixar de me sentir na sua pele.
- Você quer uma carona para casa? – Perguntei preocupada. – Tenho certeza que alguém aqui pode...
- Eu ficarei bem. – Ela respondeu.
-Olha se você quiser qualquer dia tomar um café... – Comecei.
- Eu não bebo café.
- Ou ver um filme.... – Disse. – Te garanto que nunca vi nenhum, não que eu lembre.
Então ela entrou e me disse um talvez. Eu apenas refiz meu caminho para o trabalho.
- Posso falar com você? – Lauren me chamou. Fomos até um lugar mais discreto. – Não fui clara antes? Não é como trabalhamos aqui. – Ela me disse de forma ríspida.
- Talvez vocês façam as coisas da maneira errada. – Disse chateada com tudo aquilo. – Selena não se abriu até que eu lhe mostrasse alguma compaixão. E o seu desabafo salvou vidas. – Falei com a voz mais dura também.
- O caso está encerrado e você o que? Vai convida-la para o cinema?
- Ela está completamente sozinha neste mundo. – Falei aumento minha voz. – Ela precisa de algo a mais na vida além do trabalho.
Então nos encaramos e obvio, tínhamos ultrapassado uma questão.
- Camila, se você alguma vez quiser sair com a gente, Vero, Dinah, Eu...
- Não, eu... – Fechei os olhos com força tentando me manter firme. – É bem complicado quando todos passaram o dia olhando fotos do seu corpo todo tatuado durante o dia.
- E Taylor?
- Sua irmã? – Perguntei. – O sobrenome dela está nas minhas costas. Eu aprecio tudo que vem fazendo por mim, e tudo que aconteceu só não sei se posso lidar com tudo isso agora, com você em âmbitos da minha vida, é melhor mantermos isso apenas profissional, eu preciso de espaço para respirar. – Falei e me retirei.
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