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História Blood and Moon - A Predestinada - O Nascer Lupino


Escrita por: Dinny_Ives

Capítulo 21 - O Nascer Lupino


- Elli, Elli você consegue me ouvir? – Eu escutava a voz mais linda desse mundo.

            Abri meus olhos e Casper estava bem na minha frente, apoiva suas mãos em minhas costas, meu corpo ainda estava no chão e com todos ao meu redor. Quando todos me viram abrir os olhos sentiram alívio. Então o chefe dos lobisomens se aproximou de mim não se importando com Casper.

            - Elli, de hoje em diante nossa lealdade estará com você. Peço desculpas pela pequena confusão que causei, eu não iria mandar um dos meus tentar mata-la, nunca iria fazer, ainda mais por você ser uma humana, então tivemos a idéia de descontrolar... o Casper. Como ele já havia perdido o controle antes, só precisamos provocar sua ira contra nós e não contra você para que não corresse perigo. – O líder da matilha me olhava com orgulho. Sério? Isso tudo foi um plano improvisado dele? É o cara me surpreendeu.

            - Tudo bem, fico feliz em ter sido útil e por ter ganhado sua confiança. – Falei me sentindo instável.

            - Você, me siga. – O líder disse para Casper dessa vez sua voz não estava tão rude, mas eu podia ver a desconfiança nos olhos do chefe, mesmo que eles tivessem prestes a fazer uma aliança, isso não significa que seriam melhores amigos, a desconfiança seria óbvia enquanto a confiança não fosse merecida.

            Casper o seguiu comigo. Eles saíram da barraca acompanhados da família de Casper, que seriam loucos em deixar Casper com inimigos perigosos, seguido por Kaleb. Entramos em uma barraca menor lá havia algumas camas e pertences de pessoas, em um canto se encontrava uma mini cozinha. O líder fez um gesto para que me soltasse na cama, logo que Casper me soltou eu sentei, então uma garota loba me trouxe uma tijela com sopa, estava delicioso e tomei tudo. Enquanto eu comia via o líder e Kaleb conversar e descutir sobre tudo que estava para acontecer comigo.

            Decidiram que os lobisomens também me vijiariam e me protejeriam contra qualquer ameaça que surgisse. Isso queria dizer que veria Kaleb regularmente quase todos dias. O líder dos lobos chamou os Auduwen para conversarem longe de minha vista, acho que ainda tinha alguns assuntos a ser discutido.

            - Você está melhor? – Perguntou Kaleb sentando ao meu lado.

            - Estou muito, essa sopa é revigorante. – Falei sorrindo.

            - Com certeza, ela tem propriedades medicinais. – Kaleb ficou sério então, mudando de assunto. – Como você fez aquilo Elli?

            - Não sei, é algo confuso e estranho. Só acontece quando eu estou com adrenalina correndo nas veias.

            - Posso entender o que você sente, eu sentia o mesmo nas minhas primeiras transformações.

            - Kaleb, sei que é um assunto pessoal, mas você nunca chegou a comentar como foi transformado.

            - Você gostaria de saber mesmo?

            - Sim.

            - Ok então lá vai, prepare-se para uma história super emocionante. – Kaleb tentou sorrir, mas seus olhos estavam tristes. Então percebi que a história não seria tão emocionante. – Em meados do século XII vivia em um feudo, no que seria hoje a Nova Zelândia. O feudo ficava próximo de Woodhill, eu não passava de um servo. Aqueles eram tempos de trevas em que as pestes assolavam os reinos, pessoas miseráveis estavam por todo canto e os vampiros e lobisomens dominavam todas as raças.

            “Eles guerreavam entre si, ignorando a raça humana como um igual, os humanos para eles só existiam como alimento. Acho que esse era o mal deles, enquanto o homem evoluia, eles continuavam em costumes antigos, pensando que o progresso dos mortais seria algo passageiro.”

            Enquanto Kaleb contava tudo para mim, eu conseguia imaginar as construções romanas e góticas que estavam em seu auge naquele periodo. Paredes sufocantes de tão espessas, janelas pequenas por onde mal passava a luz do dia, que por essa razão tornava o local claustrofóbico, mesmo o teto sendo a muitos metros de distância de sua cabeça. Lugares limpos de qualquer decoração no interior, mas que por fora possuía diversas formas esculpidas e lapidadas.

            Uma época em que a crença cegava a razão e superstições era tido como a mais pura e verdadeira sabedoria.

            - Eu começara a trabalhar no campo desde cedo. O que ganhava mal dava para sobreviver, mas ainda assim era grato pelo o que tinha. Meus pais moravam em outra propriedade, quando fiz 13 anos meu senhor feudal me vendera a um outro proprietário.

            “Seis anos depois morando naquela propriedade, comecei a ouvir muitos boatos vindos de todos os lugares, sobre criaturas mortais que devastavam lugares por onde passavam. Diziam ser demonios ou cães do diabo, eu pensava que era apenas fofocas. Até que um dia no meio da noite, ouvimos uivos e rosnados, passos que mais pareciam cavalos vinham em nossa direção. Fui rápido o bastante de me esconder em um alçapão que servia de dispensa na casa dos empregados.”

            “ Dali segundos, destroçaram a porta e as janelas. Monstros enormes começaram a matar as pessoas como se fossem apenas frutas a serem colhidas em um jardim. O cheiro que estava no ar me enjoava devido ao sangue em abundancia. Um deles farejava o alçapão então seu farejar mudou para mordidas insanas e arranhões feitos por suas garras afiadas. Após vários segundos de investidas sobre a madeira, finalmente ela cedeu. A esta altura, eu estava tomado de terror, tentava me esconder no canto mais escuro do alçapão. Quando a fera entrou veio direto em minha jugular e naquele momento eu sabia que morreria. Mas então o lobisomem me largou jogado ali e foi embora. Eu não sentia mais dor, estava com o ferimento dormente e incrivelmente cansado, exausto na verdade.”

            “Quando acordei, já era noite do outro dia. Meu ferimento sumira como um milagre, me sentia muito bem e me surpreendi ao notar que conseguia ouvir muito melhor, enchergar o que seria impossivel com olhos humanos, sem comentar na velocidade em que podia correr. Minha agilidade havia melhorado muito.”

            “Meus primeiros dias como lobisomem foi doloroso, cada processo de transformação era uma tortura, meus ossos quebravam e crescia enquanto outros encolhiam. No início durava horas, hoje em dia é quase tão rápido do que um piscar de olhos. Nunca descobri quem me transformara. Eu já tinha 3 anos lupinos quando encontrei Anahir e sua matilha.”

            Kaleb terminou de me contar sua história com um pesar nos olhos.

            - Super emocionante né? – Ele disse sorrindo mas ainda de olhos tristes.

            - Não nem um pouco emocionante. -  Respondi timidamente.

            Logo Casper  e o restante de sua família voltaram para ver como eu estava. Nos despedimos do líder dos lobos e de todos e fomos embora.

            - Parece que você tem nos dado sorte Elli. – Disse Casper enquanto voltavamos para a cidade.

            - Porque? – Perguntei.

            - Desde que te encontramos as coisas só melhoraram, começando pela profecia. – Disse Amélia sorrindo para mim.

            Eu refleti sobre o que disseram e ponderei. Quem sabe eles não estariam certos? Afinal nasci com esse propósito de ajuda-los.



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