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História Blood and Moon - A Predestinada - Histórias e um Pôr do Sol


Escrita por: Dinny_Ives

Notas do Autor


Wow! Fazia tempo que eu não entrava no anime e peço sinceras desculpas pela demora gente.
Sei que deixei muita gente na mão, mas é que a faculdade tava bem puxada e pra completar deu problemas com os meus papeis do Fies e quase que perdi. Mas agora está tudo ok ^^
Bom estamos já no capítulo 28 e nossa estou tão feliz que esteja funcionando postar aqui e tudo e fico mais feliz ainda por ter vocês meus amores. Muito obrigada do fundo do coração.
PS.: Esse capitulo é grandinho.
Nos vemos lá em baixo! bjokas!

Capítulo 28 - Histórias e um Pôr do Sol


Os dias se passavam e eu continuava enclausurada na mansão. Conhecia todos os vampiros de lá, humanos que serviam Bernard. Mas nunca mais voltei a dispensa da cozinha mesmo depois dos murmurios que ouvi aqui e alí dos vampiros. Parece que Bernard soltara os humanos próximos de um hospital para que os encontrassem, fez com que esquecessem todos os momentos na mansão e os libertou. Segundo ele, o que adiantaria ficar com humanos praticamente mortos fedendo dentro da mansão? Dizem que os vampiros conseguiam sentir o cheiro de carniça no momento em que botavam os pés na porta da frente da mansão. A maioria disse que não sentia cheiro nenhum, só Bernard de fato havia sentindo tal cheiro repugnante.

Ou ele era cheio de mania e fresco, ou... Sei lá... A briga que tivemos surtira efeito, não, ele não faria isso por mim, ele não fazia nada por ninguém.

Era dificil continuar vivendo lá, eu me sentia muito sozinha, não havia com quem conversar, não havia em quem confiar, tudo era um tédio.

Eu pensava muito em Casper, minha família, meus amigos, em tudo na minha antiga vida.

Bernard continuava a ser frio, malicioso e sádico, mas não do mesmo jeito de quando o conheci, algo nele mudara. Talvez tenha se acostumado comigo.

O pôr do sol estava próximo quando resolvi descer de meu quarto e fui até os fundos da mansão. Logo “eles” acordariam e eu não queria que me enchessem o saco tão cedo.

Um imenso jardim se encontrava lá. Sim o mesmo jardim com que eu sonhara naquela madrugada que antecedia o baile da escola. Foi nesse sonho que eu vira pela primeira vez Bernard e a minha prisão. Mas naquela vez eu apenas imaginava que fosse um sonho idiota, e o esqueci rapidamente graças aos acontecimentos dos dias seguintes.

Desci os cinco degraus da varanda e comecei a andar em um caminho de pedras irregulares cravadas no chão, o caminho se ligava em vários outros parecendo tentáculos, em torno dos caminhos encontravam-se arbustos, pequenas árvores, folhagens, flores tudo praticamente morto, o jardim era grande.

Após alguns passos e lá estava ele, o salgueiro no centro do jardim. Havia muitas trepadeiras e cipós ao seu redor, os ramos do salgueiro eram arqueados e pareciam uma cortina verde que encostava o chão. Afastei alguns ramos e ali estava escondido o banco de pedra quase todo coberto de musgo.

Sentei me nele e fiquei lá vendo o restante do por do sol entre os ramos. Lindo.

- Imaginei que viria aqui novamente.

Levei um susto, ergui me do banco olhando para cima. Bernard me encarava sentado em um tronco do salgueiro, escorava as costas na árvore, deixava uma perna pendendo no ar.

- Anda me espionando? – Perguntei.

- Não seria bem um espionar, digamos que todos dias ao ver o por do sol, vejo-a vir até aqui e fiquei curioso. – Ele falou com sua expressão presunçosa. Pulou do galho ficando frente a frente comigo. – Não se assuste, sente-se.

- E porque eu sentaria? Sua presença me incomoda. – Falei indiferente.

- Porque... – Ele suspirou desabando no banco. – Por hoje estou de saco cheio desse joguinho. Queria dar uma trégua para conversarmos. – Ele me observava com, acredite só, sinceridade, pela primeira vez eu não via aquela expressão maliciosa em seu rosto. Mas apenas isso não era o suficiente para me convencer.

- Porque estaria cheio? Não temos o que conversar. – Eu era rígida com ele.

- Puxa você é sempre tão desconfiada e negativa?

- Você não me deu outra opção. – Falei ríspida.

- Estou dando agora. – Bernard disse sério.

Após alguns instantes o observando resolvi sentar.

- O que você quer conversar comigo? – Perguntei.

Bernard não me olhava nos olhos, ele observava o por do sol em silêncio.

- Meu pai plantou este salgueiro quando eu era uma criança. Essa casa pertencia a minha família desde o inicio, eu a reformei e vim morar nela. – Quando ele se calou, finalmente dirigiu seus olhos verdes para mim. – Sei que seremos do mesmo clã, mas não é por isso que lhe direi... – Ele permitiu-se pausar derrepente, respirou fundo e falou. – Você é diferente de outras humanas que eu já tive por perto, pensando bem, nunca cheguei a conhecer qualquer delas como estou conhecendo você, eu as matava na primeira oportunidade, mas sei que devo pelo menos lhe dizer isso... Desculpas, por... por tudo que tenho feito você passar. As vezes isso, esse jogo, cansa até a mim. E acho que pelo fato de logo sermos da mesma família Elli. Você deve saber da história toda. – Ele parou, respirou fundo. – Talvez depois de tudo que eu contar, seu julgamento não seja tão duro a meu respeito. – Ele sorriu levemente.

- Para mim nada fará você se transformar em uma vítima vulneravel. – Falei séria.

- É o que veremos. – Seu sorriso era de um gato calculista. – Será uma história longa por isso... Nada de interrupções.

Após meu longo silencio, ele começou a falar.

 

- Na época eu era apenas um garoto que morava com minha família. Nossa propriedade grande ficava fora do vilarejo.

“Eu gostava de minha família. Minha mãe era uma mulher bondosa e gentil com todos, meu pai era amavel com a família, mas dava muito valor as suas riquezas e seu trabalho. Meu irmão tinha quase a mesma idade que eu, era 2 anos mais novo, nos davamos muito bem. E havia minha irmã por parte de pai que não tinhamos muito contato, só nas férias passava alguns dias com nós, ela havia sido fruto de um caso com uma das empregadas.”

“Eu pensava em ter um futuro, ter minhas próprias riquezas e para isso, eu estudava muito.”

“Então aconteceu, a peste negra havia chegado com tudo na Inglaterra e muitas pessoas morreram. A primeira a ficar doente em casa foi minha mãe.”

“Skandar, meu pai, havia feito de tudo para salva-la, mas nem o remédio mais caro, nem o tratamento, nem o melhor médico, conseguiu salva-la. Ela morrera no auge de seus 34 anos.”

“A família se espedaçou desde então. Skandar se aprofundou em uma depressão, seu foco havia se tornado o trabalho e o dinheiro, o transformando em uma pessoa de coração duro. Adam, meu irmão, se fechara com todos e sumia dias voltando apenas para pegar mais dinheiro. Nesse periodo minha meia irmã havia vindo morar conosco, sua mãe também falecera da mesma peste que a minha. Katrina era tão jovem e o pouco que conhecia de sua amavel personalidade, havia se transformado em ódio e revolta.”

“Meu pai não ligava para mais nada, nem para o que acontecia conosco e no fim tudo sobrava para mim, o irmão mais velho, eu não podia ver minha família desabar sem fazer nada.”

“O estresse e a exaustão tomava conta de todos nós, e o povo comentava a desgraça que assolava em nossa casa.”

“Não demorou muito para que adoecessemos também. Foi quando ele surgiu do nada, Ahmar, hoje líder do clã romeno. Ele nos ofereceu a oportunidade de nunca adoecer, nem envelhecer de experimentar prazeres nunca imaginados. Ter vida eterna. Meu pai desesperado por estar a beira da morte aceitou, em troca o vampiro teria o apoio de nossa riquza e o poder de meu pai.”

“Quando renasci tudo era diferente e maravilhoso, mas logo percebi que nem tudo era esse mar de rosas. Se não matássemos para nos alimentarmos, a sede pioraria e nos cegaria tranformando nos em seres irracionais. Descobri logo que eu tinha um talento anormal para seduzir as mulheres, ao invés de matar cruelmente eu as matava suavemente e o menos doloroso possivel, dando lhes o último prazer.” – A voz de Bernard tornara-se derretida e quente, seu olhar explorava meus lábios. Desviei a atenção de seu olhar e ele se recompôs prosseguindo com a história.

- Skandar não parava de enriquecer , nossos laços com os romenos estava mais forte, graças à Ahmar. Viviamos escondidos dentro da sociedade, nos disfarçando como humanos. Haviam pessoas que desconfiavam de nosso modo de viver, mas essas nós silenciavamos.

“Adam não era como nós, ele nem se juntava conosco, sua habilidade era a força. Ele falava que no mundo não havia um lugar para aberrações. Nós riamos dele.”

“Katrina era a mais interessante de todos nós, quem dava vida a família. Um rosto de anjo, mas atitudes dignas de um demônio. Ela também possuí uma habilidade, a persuasão. Mas não a que nós estamos acostumados, a persuasão dela é muito mais forte, ela pode usar até em vampiros. Eu tinha um encanto tão forte por ela, que acabei me apaixonando. Sim Elli, apaixonei-me por minha irmã, um sentimento que dura até hoje. – Bernard revelou sem olhar em meu rosto, o que fiquei grata pois meu choque foi visivel.

- Acho que posso compreender. – Falei.

- Não, não pode. Muitos não compreendem. Mas continuemos.

“Por fim ela descobriu os meus sentimentos por ela, ela não sentia o mesmo por mim, mas seu fissuramento por jogos dramáticos a fez brincar comigo, e isso fazia-me sofrer. Ela não me levava a sério.”

“Com o passar do tempo fomos aumentando nosso clã, com Jonaf e Rougyne, Nicol e Benjamin, e Sophie que se tornou a nova esposa de meu pai.”

“Quando nos mudamos para Londres, Katrina não parava de falar no tal de ‘Casper’, quase nosso vizinho. Eu queria mata-lo, ele iria roubar a minha Katrina. Mas ela me impediu dizendo que o faria. E assim o fez, para somente traze-lo como um vampiro.”

“No inicio Casper odiava Katrina pelo o que havia feito com ele. Mas ela não desistia, queria conquista-lo de qualquer modo. Até que ela finalmente conseguiu tornar-se amiga dele.”

“Meu pai ensinou tudo sobre os vampiros a Casper.”

“Após algum tempo todos nós viviamos em harmonia, e por mais que eu não quisesse ter contato com ele, acabamos nos tornando amigos.”

“Casper sabia que eu amava Katrina e por isso se mantinha amigo dela a certa distância. Mas Katrina jogou-lhe tantas provocações que acabou seduzindo-o. Senti-me traído, brigamos muito, minha sede por vingança era tão grande que quase o matei.”

“Após tudo isso, Casper se distânciou de nós e começou a sentir-se culpado por trair nossa amizade e por matar humanos. E eu o odiava mais ainda por se fazer de vítima.”

“Eu pensava que era mentira dele, ou cinismo, pois quando queria, podia ser tão cruel quanto eu.”

“E então ele foi embora e levou Adam junto. Meu alivio foi genuíno, mas os outros ficaram furiosos e Katrina sofreu muito, na verdade nem sei se acabou se recuperando algum dia. A maior parte do tempo era dócil, mas quando reagia tinhamos de trancafia-la em uma jaula. Eu era o único com paciencia o suficiente para cuida-la. Ninguém mais queria saber de cuida-la, mas por razão do destino, ela me culpa pela ida de Casper. Pois é minha história é cheia de problemas desde o inicio.” – Bernard terminou de contar e continuou silenciado por mais alguns momentos.

Eu o observava atentamente, ele era frio e cruel o tempo todo, mas nem sempre foi assim. Será que foram suas desilusões e perdas que o fizeram virar um monstro?

- Sabe Elli, eu acredito veemente que o que sinto por Katrina é uma maldição. Sentir o que sinto por ela, uma pessoa que não merecia nem um pouco da atenção... Eu sou siente que Katrina é indomável, que ela é muitas vezes um pesadelo. Ela brincava com meus sentimentos, envolvia-me a um triângulo amoroso. Ela gostava de me tratar como um imbecil, e eu a odeio por isso, ódio e amor tão juntos. Mas meu ódio por ela nem se compara pelo ódio que sinto de Casper. – Bernard falava como se estivesse cansado e com uma certa tristeza no olhar.

- Mas ele nunca a amou de verdade, ele não tinha culpa. Ele me contou isso. – Falei na defensiva.

- Elli, sei que ele te ama. Mas por mais que o tempo tenhya passado, as feridas continuam abertas. Eu sempre o odiarei por ter amado Katrina e depois a abandonado. Somente eu sei o que ela passou, e ve-la sofrer, fez-me sofrer também.

Eu afinal compreendia. Não havia encarado a história toda nessa forma. Sou uma estranha, deslocada... A história dos três era mais antiga do que eu, havia uma profundidade ali que talvez eu nunca fosse entender.

- Ele tem culpa por ter o coração de Katrina e por deixar tudo para mim concertar.

Bernard olhava o horizonte revivendo seu passado em sua mente, ele dizia a verdade eu podia ver, mas então porque Casper escondera tudo de mim?

Eu estava confusa tentando entender, talvez Casper nunca imaginou que Bernard contaria tudo à mim. Ou talvez Casper ainda não havia esquecido Katrina, então quer dizer que ele nunca me amou? Ou talvez o que ele sinta por mim não chegue nem perto do que ele sente pela Katrina.

Essa Katrina é uma pedra no sapato, devo admitir, afinal, que tipo de mulher usaria os sentimentos de alguém dessa forma? Não, uma mulher não faria, mas uma vampira sim.

Agora eu podia entender o porque de Bernard ser e aceitar esse monstro dentro de si, esse monstro era uma fuga de seus sentimentos. Mas e quanto a mim? O que devo fazer? Vale a pena mesmo arriscar tudo para salvar Casper? Droga Elli claro que vale a pena! É o Casper! Ele sempre te ajudou nos piores momentos desde que se conheceram e você o ama mais do que tudo, nunca se perdoaria se algo acontecesse com ele.

Então por ele, pela sua salvação, eu decidi que arriscaria tudo. Doi sim saber que ele sempre escondeu essas coisas de mim, mas ele deve ter tido bons motivos.

- Elli você está bem? – Perguntou Bernard, não havia real interesse em sua pergunta.

- Sim estou.

- Sabe não é dificil adivinhar que ele escondeu tudo isso de você. – Bernard disse calmamente.

- Porque? – Perguntei.

- Está estampado no seu rosto – Bernard disse esticando seu braço, encostando sua mão levemente em meu queixo, no mesmo instante dei um tapa nela.

Ele me encarou com a expressão dura enquanto afastava sua mão de meu rosto. Cara, pela primeira vez ele faz um gesto verdadeiro sem intenção alguma de me agarrar e eu lhe dou um corte. Elli sua idiota! Ele está finalmente se abrindo com você e você o afujenta!

- Desculpe, é força do hábito. – Falei em surpresa pela minha ação.

Ele apenas fez um gesto com a cabeça, mas eu sabia que ele tinha odiado meu tapa.

- Você não está falando tudo isso para me deixar com raiva do Casper, não é?

Bernard soltou um suspiro forçado e me encarou.

- Você realmente acha que eu jogaria tão baixo?

- Eu não sei o que pensar Bernard! Como eu poderia saber que Casper esconderia tudo isso de mim? E como eu adivinharia que você me contaria essa história? – Eu suspirei tentando me acalmar. – Ao meu ver agora, ele parece não me amar e o mais óbvio é que você esteja me contando toda essa história para eu ficar contra o Casper.

- Claro é mais fácil eu estar fazendo isso e mentindo do que seu “querido Casper” fazer algo de errado. – Bernard perdeu a paciência. – Não se engane Elli, só porque eu ajo contra seus príncipios, não significa que não eu não tenha um caráter a zelar. Eu conheço Casper a mais tempo que você, e tenho certeza que ele não lhe mostrou nem um pouco do seu verdadeiro lado.

- Bernard eu não quis falar isso, que você não tenha caráter...

- Tudo bem, não quero começar outra discussão.

Um silêncio gélido insistia entre nós.

- Quanto tempo você os conhecia? – Bernard cortou o silêncio abruptamente, fazendo-me sobressantar-me.

- Ah... Bem, três meses. – E então quando eu falei, me dei de conta que três meses era um tempo insignificante. Bernard o conhecia à quase um século e sejamos francos três meses não é nada para um humano, imagine para um vampiro.

- E como estava meu irmão? – Percebi que Bernard ignorou meu constragimento da resposta anterior.

- Estava bem. Na verdade eu o achei muito alegre e nervosinho também.

- Adam sempre foi assim quando éramos humanos. Mas depois que transformou-se em vampiro nunca o vi sorrir. – Bernard se perdeu em pensamentos novamente.

Achei aquilo tão surreal? Adam nunca rir. Eu não conseguia era imaginar seu sorriso sumir em uma carranca.

- Você e Casper... Estavam juntos todos esses três meses? – Bernard me olhou pelo canto dos olhos, sendo cauteloso pois sabia que o assunto era campo minado.

- Mais ou menos dois meses. – Droga, mais contrangimento, realmente, eu ainda não conhecia Casper.

O sorriso de Bernard iluminou seus olhos.

- Estou curioso, Casper não tinha um controle dos melhores quando o assunto era mulher, como ele não te...

- Nós tinhamos uma relação limitada. – O cortei no meio da frase falando rápidamente.

O Casper deve ter sido o terror das mulheres na época em que os dois saiam para se divertir. Isso me fez ficar com ciúmes, Casper com outras humanas e experimentando o estilo Bernard de matar... Eu imaginava algo como Brad Pitt e Tom Cruise na melhor interpretação de Lestat e Louis. Repugnante.

- Então, quer dizer que vocês dois nunca? – Ele perguntou com uma sobrancelha arqueada como se fosse a coisa mais impossivel e estúpida no mundo.

- Nunca. – Falei o encarando, soltando faíscas dos meus olhos.

- Isso é bem... Diferente... E estranho. – Ele começou a frase sério tentando compreender, mas na última palavra mal segurou um riso.

- Hei! Isso não é motivo de piada, é de orgulho. – Falei ficando cada vez mais braba.

- Aham, ok, a vida é sua. Mas não me diga que nunca teve curiosidade em saber como é?

Bernard estava agora tão próximo de mim que eu podia sentir o cheiro da colônia que ele usava. Meu coração disparou com sua aproximação, mas porque? Isso não fazia sentido. Seus lábios estavam muito próximos dos meus. Ele me encarava como se eu fosse sua presa, sua caça.

Minha garganta secara, minhas mãos tremiam e suavam... Mas que raios acontecia comigo? Isso tinha que parar! Então virei meu rosto para o outro lado.

- Bernard por favor pare. Não quero saber como é... E muito menos com você. Se já tive curiosidade ou não, é problema meu.

Ele já estava sentado na outra extremidade do banco, afastado de mim, com o corpo relaxado.

- Ok, era só dizer não. – Ele disse com seu jeito malicioso.

O ignorei. Não podia acreditar que depois de tudo que ele me contou, ainda podia ser tão idiota. E o que foi aquilo antes? Eu sei muito bem o que sinto pelo Casper, mas o que foi aquela reação com o Bernard?

Os dois eram tão diferentes um do outro, como poderiam ter sido amigos? Como Casper aguentava Bernard? Casper deve ter mudado muito desde aquela época.

Porque ele nunca me contou sobre Bernard? Sei que não gostava de falar do seu passado, mas eu tinha o direito de saber, afinal agora eu saberia o que fazer nessa situação.

- Pensando em mim e no que quase “rolou” entre a gente? – Perguntou Bernard malicioso.

- Não. – Falei rápido de mais fazendo parecer meu não, uma mentira.

- Nã sou tão repugnate como você pensa. – Ele disse derretidamente como uma serpente.

- Eu não estava pensando em você. – Falei franzindo o cenho quase de nojo. – Eu me perguntava o porque de vocês beberem sangue humano.

Ele deu de ombros.

- Satisfaz, tem um paladar fascinante, não necessitamos nos alimentar toda hora.

- E precisa trata-los tão horrivelmente e mante-los em cativeiro? – Só a lembrança me dava arrepios.

- Eles são comida, e a comida a gente guarda. E de qualquer jeito eles nem estão mais aqui os mandei embora, fediam de mais. – Ele disse simplesmente como se fosse a coisa mais natural do mundo.

- Você os libertou mesmo? – Perguntei desconfiada.

- Claro.

- Porque fedem não é mesmo? – Perguntei com uma sombrancelha arqueada.

- Sim porque fedem, e pode tirando de sua cabeça, eu não fiz isso pela discussão profunda que tivemos aquele dia e nem por você. – Ele falou zombando de mim.

Mas eu não sei porque, sentia que tudo que ele havia dito era mentira, havia outra razão para ele soltar os humanos, nada a ver com o fedor deles.

- Ainda assim eu não entendo, porque trazer outras pessoas até sua casa e bem vestidas para estas festas?

- Porque é divertido, são como brinquedinhos. – Ele falou sorrindo, mostrando suas covinhas, como uma criança radiante.

Meus olhos se arregalaram, enquanto uma parte de minha mente ficava horrorizada com a monstruosidade dele, a outra parte admirava seus belos olhos verde musgo, suas covinhas nas bochechas, os lábios vermelhos e volumosos curvados no sorriso. Balancei levemente minha cabeça para os lados, acordando dessa ilusão.

- Bah que divertido deve ser brincar com vidas inocentes. – Falei alterada e com raiva.

- Pelo o que sei as vacas, os bois, as galinhas... São seres mais inocentes que humanos e vocês os comem. – Bernard disse desfazendo seu sorriso, deixando a indiferença tomar suas feições.

- Nós temos raciocinio! Eles são... Animais feitos para isso! – Falei indignada.

- E vocês foram feitos para nós. – Bernard estava calmo, sorrindo levemente.

- Não. – Pausei. – Temos almas. Eles e nem vocês as possuem. – Eu disse séria o encarando.

O sorriso de Bernard se desfez dos seus lábios e ele me encarou sério.

- Então é isso? Questões religiosas?

- Não, isso se chama verdade. Uma verdade que existe até na ciência, procure o significado de psiquê.

- Não importa Elli, essa é a minha natureza! – Ele disse alterado.

- Sua natureza? É essa a sua desculpa? Casper escolheu. Todos tem escolhas. – Falei rispida.

- Sim, todos tem quando não são criados em um lugar cheio de desgraças. – Ele disse alterado e continuou falando cada palavra vagarosamente. – Eu aprendi a me aceitar e gostar do jeito que sou.

Os olhos dele escureciam, até atingir o vermelho sangue, ocupando todo globo ocular deixando apenas a íris preta dilatada. Era assustador.

- Com licenssa, preciso beber, estou com muita sede. – Sua voz era bestial e arrogante, eu podia ver suas presas saliente e pontiagudas.

Ele deu as costas para mim e começou a caminhar de volta para a mansão.

Eu pensei no que ele havia dito, e certo fiquei arrependida, um pouco, pelo jeito que o tratei. Ele não tinha toda culpa de ser como era.

- Bernard... – O chamei em um tom baixo.

Ele apenas parou, mas não se virou na minha direção.

- Me desculpa. – Falei.

Seus olhos estavam em mim e instantes depois, Bernard não estava mais lá. Acho que finalmente eu o tirei do sério, ele ficou tão alterado e incomodado por te-lo chamado de monstro... Era isso então? Bernard no fundo odiava ser vampiro? Interessante, talvez sua humanidade estava sufocada em algum canto dentro dele.


Notas Finais


Bom galera, o que está acontecendo entre a Elli e o Bernard afinal? Mesmo estando sempre brigando os dois não conseguem ficar um longe do outro... Sentimentos intensos ao extremo... Como será que isso terminará?
Devo dizer a vocês que o Bernard é um personagem muito especial para mim, pois é.
Bom espero que vcs estejam gostando, e se não for pedir muito espalhem essa fanfic por aí, quanto mais leitores melhor.
Bjokas amo os! :*


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