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História Blood and Moon - A Predestinada - Família Auduwen


Escrita por: Dinny_Ives

Notas do Autor


Nesse capítulo vocês poderão entender melhor algumas coisas, sobre a família do moço e sobre o próprio moço *--*

Capítulo 3 - Família Auduwen


Fanfic / Fanfiction Blood and Moon - A Predestinada - Família Auduwen

Quando cheguei em casa ajudei minha mãe a terminar de arrumar o que faltava da mudança.

- E então filha alguma novidade?

- Dois colegas novos na escola. – Falei.

- Hmm, Auduwen certo? – Ela disse com o rosto brincalhão.

- Sim, como sabe?

- Estou trabalhando com a Amélia Auduwen. Ela, o marido e os filhos estão morando próximos daqui, na propriedade ao lado da de seu tio. – Disse mamãe.

- Sério mãe? Que legal mesmo. – Falei sentindo-me estranhamente feliz.

- O que acha de fazermos uma vizita de boas vindas?

- Acho o máximo mãe!

- Então vá se arrumar. – Ela disse sorrindo.

Subi os degraus o mais rápido possível. Tomei um banho e fui escolher uma roupa, por fim escolhi minha camiseta da Jack Daniels branca, uma calça skinny e um cuturno preto. Fiz uma trança e deixei minha franja solta.

Quando desci minha mãe terminava algo que ela havia preparado especialmente para os novos vizinhos. Ela estava bem vestida parecia até uma executiva.

- Como se fala mesmo? Você esta um arraso!

- Obrigada. Você também mamãe.

- Eu vou ajudar seu irmão se vestir, cuide dessa lasanha que eu fiz tá? Vá que caia alguma mosca. – E ela subiu os degraus.

Eu ia ver ELE novamente. Será que iria ter a chance de descobrir o que estava acontecendo com ele? “Olhos vermelhos...” Eu já havia visto algo assim, mas não conseguia lembrar onde.

Despertei de meus pensamentos com mamãe descendo as escadas com meu irmão todo bonitinho de cabelo penteado com gel para o lado.

- Vamos então? Todos prontos? – Disse minha mãe toda feliz por ter algo que a motivasse, como por exemplo ter uma amiga nova.

Vizinhos, era modo de falar. A família Auduwen era vizinhos de propriedade. Nós andamos um bom trecho de carro. Então chegamos em um casarão estilo século xv renascentista. Descemos do carro de minha mãe e ela me alcançou a lasanha. Mamãe tomou a dianteira com  meu irmão segurando sua mão, subimos alguns degraus que havia na frente do casarão.

Dei uma boa olhada no casarão, havia algo realmente sombrio, sei que era um pouco infantil, mas eu sentia um desconforto... Quase um medo, havia até uma neblininha ao redor do casarão.

Mamãe tocou a campainha do casarão que ecoou assombrosamente por todo ele, deixando um rastro de arrepios em meu corpo. “Credo que deprimente.” Dali uns instantes uma mulher abriu a porta.

Eu e meu irmãozinho ficamos de boca aberta, mamãe não, acho que já a conhecia, a mulher parecia ter saído de um conto de fadas. Tão linda que dava um golpe na auto-estima de qualquer garota. Seu rosto era redondo e delicado, seus olhos eram de uma tonalidade incrivelmente violeta, sei que apesar da cor ser diferente dos olhos de Casper, lembravam muito, talvez fosse o jeito penetrante e hipnótico dela encarar, que fazia com que me lembrasse os olhos dele. Seus belos cabelos longos, brilhantes e sedosos, eram vermelho fogo e ondulados, sua pele era tão branca que percebia-se as veias levemente arroxeadas perto da maçã do rosto, seus lábios volumosos destacavam-se pelo fato de serem vermelho.

Ela já encantava sem dizer uma palavra. Tinha o aspecto tão delicado, devia ter seus vinte e poucos ou trinta e poucos anos, eu não conseguia dar uma idade certa a ela.

Ao seu lado surgiu um homem de cabelos tão loiros que pareciam reluzir. O rosto rústico, e a mesma beleza de tirar o fôlego, que todos os membros daquela estranha família. Seus olhos escuros eram como mogno, a pele pálida, seus lábios não eram volumosos, mas suaves e muito bem desenhados.

- Meggy? – A voz da mulher soava tão melodiosa, era música, sinos de vento.

- Oi Amélia, você lembrou de mim. Nós viemos fazer uma vizita de boas vindas a vocês.

- Isso é muito bom. – A mulher sorria estonteantemente. – Crianças. – Chamou ela, mau terminou a palavra e três jovens surgiram atrás dela. – Temos visita. – Ela falou simpaticamente. – Meu nome é Amélia Auduwen, este é meu marido Diggory Auduwen. – Ela gesticulou para o homem ao seu lado. – E estes são nossos filhos, Suzana, a mais nova... – A irmã de Casper era muito mais bela de perto. -... Este é Casper... – Sim, ele me encarava e quando meu coração começou a acelerar ele desviou seu olhar para o chão como se pudesse ouvi-lo. -... E este é o nosso primogênito, Adam.

Quando ouvi esse nome vi-me engolindo em seco, lembrei da conversa de Casper pelo celular.

Já havia esquecido como era estar na presença de Casper, sei que ele era educado e um cavalheiro, mas havia algo nele, algo que não era nem um pouco amistoso. Casper me lembrava um homem que vi uma vez em um filme, esse homem escolhia suas companhias e era solitário, não gostava de lugares cheios de gente e muito menos de pessoas que não fossem escolhidas por ele. Era um filme triste e dramático.

A família toda era estranhamente detalhista e friamente calculista, eu não gostava nem um pouco disso. Eles perceberam minha reação e agora me observam.

Adam tinha o cabelo cobreado, era muito mais alto que Casper, seu corpo era do tipo atlético, daqueles que faz garotas suspirar, o mais surpreendente era sua postura impecável, para seu tamanho ele poderia ser muito bem desajeitado.

- Bem esse é o meu menino Natan e está é minha filha Ellizabeth. – Disse minha mãe.

Quando a família de Casper ouviu meu nome, me encararam com bastante interesse, apenas Casper... Que estava... Presunçoso?

- Elisa, leve o presente para a Amélia. – Disse mamãe.

Eu passei por minha mãe e alcancei a travessa de lasanha para Amélia. Ela lançou-me um olhar tranqüilizador, fechou os olhos e inspirou fundo. De repente ela os arregalou e a íris mudou de cor. Um rosado, de rosado para bordô e estava começando a tomar a coloração rubi. Novamente ela fechou os olhos, e pareceu se controlar e quando os abriu, estavam mais uma vez normal.

Amélia trocou um breve olhar com Diggory e se voltou pra mim. Vi tudo aquilo pasmada, sério era de arrepiar, gente, pareciam monstros, sei lá, vampiros. Mas como eu não acreditava nas minhas ficções deixei essa idéia de lado. Olhei para mamãe e meu irmão, pelo jeito nem notaram a estranha reação de Amélia. - Casper faça a gentileza. – Disse Amélia, sua voz não passava de quase sussurro.

Olhei nos olhos de Casper, ele estendeu as mãos para pegar a lasanha. Sem querer, a palma de sua mão tocou a minha. Sua pele era fria. Senti uma pequena corrente elétrica passar pelo meu corpo. Seus olhos me pediam desculpas como se ele mesmo tivesse feito algo de muito errado. Casper se foi pra dentro do casarão todo apressado.

- Querem entrar? – Perguntou Diggory, sua voz era derretida e irresistível como mel.

- Claro. – Disse mamãe.

Meu queixo caiu quando entrei na casa. Se o casarão já era bonito por fora, por dentro não podia ser diferente. As paredes eram de madeira forte, escura e avernizada. Os móveis também eram escuros, rústicos e robustos. O chão todo revestido de carpete vermelho.

Todo o conjunto que formava a casa parecia ter saído de um belo filme de terror. Inspirada, talvez no filme de Drácula de Bram Stoker?

Suzana e Adam levaram-me para outra sala, mostrando a casa. Já que os adultos teriam uma conversa chata, mamãe quis que meu irmão ficasse com ela.

- Sente-se, por favor. – Disse Suzana educadamente. Ela sentou no sofá. – É ótimo saber que temos vizinhos tão gentis. – Disse ela.

- Ah imagina, era o minimo que podiamos fazer. – Falei sorrindo.

- Você estuda comigo na aula de Educação Física não é mesmo?

- Sim, eu era aquela que estava parada no meio da quadra o jogo inteiro.

Suzana ria gostosamente, seu riso enchia a sala como música.

- Quer dizer que você não gosta de esportes? – Disse Adam dando um meio sorriso, sua voz era potente e bonita. Ele estava próximo de mim, senti desconforto ao lembrar da conversa dele com Casper pelo celular.

- Pois é, não sou nem um pouco útil em esportes.

- Que pena. – Disse Adam ainda sorrindo.

Da porta que havia ao norte da sala saiu Casper.

- Então, conhecendo nossa nova vizinha? – Perguntou Casper a Adam. Ele estava totalmente confortavel em sua casa, nem um pouco rigido ou calculista como na escola.

- Ah sim, jovem encantadora. – Disse Suzana piscando seu olho para mim.

- E então, o que achou de minha casa? – Perguntou Casper.

- Linda. Vocês basearam-se no Renascentismo italiano, não é?

- Minha mãe é um pouco vidrada nessa época... Acho que todos nós nos deixamos cativar por esse período. – Adam e Suzana concordaram com ele.

- E você, o que está achando da cidade?

- Estou gostando bastante, ainda mais agora que descobri vizinhos tão hospitaleiros. – Disse ele sorrindo de um jeito que fazia meu coração partir... Desviei de seu rosto envergonhada.

- Que fatos o levaram a se interessar pela cidade? – Perguntei observando a sala onde estavamos, por fim fitei seus olhos azulados, hipnóticos e quase perdi o fio da meada.

- Muitos fatos... – Ele ia continuar a falar, mas parou derrepente.

Senti uma leve brisa soprar meus cabelos vinda das janelas. Casper se enrijeceu a íris de seus olhos começou a escurecer, tomando a tonalidade rubi, ele ficou em pé se afastando de mim. Suzana correu na direção de Casper, Adam também.

- O que houve? Precisa de ajuda? – Perguntei me aproximando dele.

Suzana me surpreendeu, seus olhos tomavam a mesma tonalidade dos olhos de Casper.

- Não precisa, pode deixar conosco.

Voltei a me sentar vendo Suzana apoiar sozinha Casper e sumir na escuridão de um corredor. Achei muito estranho aquilo tudo, eles não eram normais, acho que escondiam algo, eu tinha certeza.

Algo me revoltava o estômago e então me senti enjoada.

- Adam, por gentileza, onde fica o banheiro? – Perguntei.

- Ali no corredor, segunda porta, à direita.

Engoli em ceco, era o mesmo corredor que Suzana havia entrado.

Quando cheguei ao banheiro, do outro lado do corredor havia uma porta um pouco aberta, ouvi sussurros, aproximei-me.

Era um escritório, Suzana e Casper estavam sentados em um divã enorme.

- Casper, por favor, só mais alguns dias.

- Está sendo difícil Suzana! – Casper arfava, sentindo... Dor?!

- Shhh! Quer que a garota escute seus devaneios? Casper, eu imploro pelo nosso clã. – Suzana quase suplicava.

Clã?! Mas que tipo de merda estava acontecendo?

- O cheiro Suzana... O cheiro, o aroma... É de dar água na boca! Isso vai alem de meu controle! – Eu não conseguia ver seu rosto, estava baixo ele olhava para o chão.

- NÃO! Casper isso é contra as regras! É incoerente e inaceitável! – Suzana enrijeceu o queixo.

- Estou quase... Ah, Suzana!

- Não me diga que esta quase desistindo? Você não pode! Depois de tudo... Não Casper, você tem de aguentar firme!

Como é?! Ela estava motivando o Casper?! Mas para o que?

Ela viu algo no rosto de Casper, que a fez sentir pena.

- Olha, é só mais uns dias logo a sua tortura acabará. Bem, não completamente, mas quando a hora chegar você poderá dividir o fardo conosco. E Casper não é só você, o aroma meche com todos nós, eu sei que é difícil, mas você sabe, o destinado a isso é você. Foi o que Stephan disse. – Suzana o abraçou como se fosse sua mãe.

Mas afinal, que tortura era essa? E que cheiro era esse que o perturbava tanto?

- Eu sei Suzana, mas o problema é comigo e não com ela! – Ele colocou as mãos no rosto.

Se segundos atrás eu estava prestes a vomitar, agora o enjôo havia ido com a mesma rapidez que surgira.

- Pois então Casper, a força tem que vir de você! Resista, por favor. Logo, logo tudo irá terminar.

Uma força interior renovou as expressões dele e notei a determinação em sua voz:

- Esta bem.

Ao perceber que a conversa havia terminado, me apressei para o banheiro e no instante que fechei a porta, os dois já estavam no corredor. Encostei-me na porta completamente desnorteada. O que Casper teria de fazer que o deixara tão perturbado? E quem era “ela”? Algo dentro de mim gritava para tomar cuidado, que havia grande chance dessa “ela” ser eu. “Mas será mesmo que ele se referia a mim? Ou... Ah, droga! Isso é uma loucura!”

Eu tinha de me acalmar, afinal, não podia ficar ali no banheiro pra sempre. Respirei fundo, abri a porta e antes de decidir que era hora de suportar toda aquela esquisitice, reparei no primeiro de vários quadros que existia naquela parede do corredor. Cheguei perto do quadro para enxergar melhor e também para certificar-me que meus olhos não estavam me enganando.

Ali naquele quadro, vestindo roupas clássicas, estava a figura de Casper com toda pompa de, talvez, um Lord do século XIX. Era de autor desconhecido, mas me contive para não ter uma crise de histeria ao botar os olhos na data em que a pintura havia sido finalizada.

 

19-10-1893

 

“Não, não, não! É engano aquele cara não pode ser o... Não, só pode ser brincadeira.” Novamente especulei o quadro, o rapaz desenhado era idêntico a Casper, até o jeito de olhar era o mesmo hipnotizante. A sensação estranha de quando vi Casper pela primeira vez estava me atormentando.

Era ele. Podia ver a essência estampada no seu rosto pintado.

“Caraca! Ele tem mais de 100 anos!” Tentei me convencer de que era impossível, mas a mesma parte que me avisara para tomar cuidado era a mesma que fazia com que um pequeno pedaço de mim acreditasse naquilo e que tudo estava inteiramente errado e ao mesmo excitante, pelo menos eu teria com o que me entreter.

Tomei coragem (Não sei da onde), e atravessei o corredor. Casper era o único sentado na sala. Então toda a coragem que eu havia arranjado se desfez feito um castelinho frágil de areia. Talvez fosse exagero meu, mas estar sozinha com um cara de cento-e-não-sei-quantos-anos não era nem um pouco reconfortante.

Ele parecia perceber meu desconforto, pois quando me olhou nos olhos sua expressão tornou-se rígida. Eu afundada em meu pleno desespero, tentei disfarçar. Derrepente a sala foi dominada por uma calmaria aconchegante deixando-me completamente relaxada e a vontade.

- Sente-se. – Disse Casper suavemente.

- Você está bem? – Perguntei sentando-me na poltrona que estava na sua frente.

- Estou aquilo não foi nada... Talvez não tenha me acostumado muito bem com a comida daqui ou o ambiente.

- Mais alguns meses e você se acostuma.

A alegria de seu rosto foi se acentuando.

- Não pretendemos ficar muito tempo na cidade.

Caraca!...

- Ah, que pena, eu já estava simpatizando com meus novos vizinhos. – Eu estava um pouco sem graça.

Ele estava prestes a dizer algo, mas fomos interrompidos por um barulho que eu conhecia por “limpeza de garganta”. Era minha mãe, percebi que eu e Casper estávamos um inclinado para o outro. Ele foi mais rápido que eu e se recompôs.

Mamãe não parava mais de comentar como os móveis de Amélia eram cuidados, como a casa era bonita e como a família era simplesmente perfeita. Enquanto eu achava a família estranha de tão perfeita, começava a desconfiar de que eles não eram normais..., mas isso não me impedia de querer conhecer melhor meu vizinho super gato, não é? Pelo menos foi o que pensei.


Notas Finais


Então o que acharam do capítulo? Comentem!


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