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História Blood and Moon - A Predestinada - Encrencas no Vestiário


Escrita por: Dinny_Ives

Notas do Autor


Esse capítulo foi divertido de escrever, espero que vcs curtam-o! :D

Capítulo 4 - Encrencas no Vestiário


Fanfic / Fanfiction Blood and Moon - A Predestinada - Encrencas no Vestiário

No outro dia botei minha T-Shirt preta com um enorme contornado coração vermelho e várias estrelas com glitter prateado (tá, parece escandaloso, mas não, é muito bonitinho), meu jeans básico, um suéter bem quente, meu casaco de “marginal” e meu belo, confortável All Star.

Quando cheguei à escola não havia ninguém na frente do prédio. Acho que havíamos chegado cedo. Meu querido irmãozinho não ficou muito tempo comigo, logo seus amiguinhos desciam de uma van correndo para brincar com ele. Da mesma van desceu minha prima Mikelly e suas amigas.

- Oi Elli quer vir com a gente? – Perguntou Mikelly.

- Oi, não, vou ficar aqui. Obrigado.

Elas viraram a esquina indo para os fundos da escola. Sentei no meio fio do estacionamento, peguei meu primeiro exemplar de Harry Potter e as Relíquias da Morte e comecei a ler avidamente a parte em que Harry e Hermione vão para Godric’s Hollow, é a minha parte favorita e me assustou um bocado uma vez.

Escutei o barulho do motor, não precisava nem erguer os olhos pra saber que era o ronco do Nissan. Meu coração acelerou, mas continuei sentada.

O Nissan estacionou três vagas longe de mim, Suzana saiu do carona, dirigiu um sorriso estonteante pra mim e continuou caminhando até entrar na escola. E então ele saiu todo majestoso e gostoso. Vinha na minha direção, parou do meu lado ainda em pé.

- Oi, que você esta fazendo?

- Lendo. – Levantei o livro mostrando-o para Casper.

- Harry Potter?

- É, eu gosto muito, muito mesmo. Pode-se dizer que sou uma Potterhead. Sei que você pensa que sou nerd, não me importo.

- Não tenho nada contra os Potterhead e nerds, é só que... Hoje em dia é difícil ver um jovem lendo, ainda por cima um livro tão espesso. – Ele dirigiu um sorriso lindo pra mim.

- É você tem razão. E digamos que você não lê Harry Potter, não é? – Aff, óbvio que não né Elli? Ele deve ler aqueles livros de História contando a vida mediúcre da aristocracia do século XVIII. Sei lá, mas isso soava alto em meus ouvidos. Ele tinha jeito de gostar desses livros que não são ficticios, esses chatos que os adultos leêm.

- Na verdade não. – Viu? Foi o que pensei. – Leio Stephen King. – Ele concluiu.

É por essa eu não esperava.

- As histórias dele são incríveis. Cheias de mistério, sombrias... Desse gênero de histórias sou fascinada por Drácula de Bram Stoker e Crônicas Vampirescas de Anne Rice.

- Gosta de histórias sobre monstros? – Ele perguntou expressando algo que não pude identificar.

- Não acho que vampiros sejam monstros. Seriam apenas criaturas diferentes de nós que mergulham de corpo e alma em uma eternidade melancólica, por não ter nada de novo em sua existência e por ter de assassinar para a própria sobrevivência. Acho que quanto mais frio e cruel um vampiro for, mais mergulha inconsciente no seu próprio sofrimento... – Parei derrepente de falar, Casper estava expressando uma reflexão quase mórbida, algo de compreensível ele sentia pelo que eu dizia. – Desculpe, devo estar parecendo uma idiota lhe falando sobre algo que não seja do seu interesse.

- Não, acho seu ponto de vista formidável... Humano, mas formidável, compreende? Vampiros que gostam de matar dificilmente sofrem... Quero dizer, se existissem, pelo menos, acho eu que seriam assim.

Meu coração palpitava e meu instinto dizia que havia algo perturbador naquela conversa (tudo bem, nós parecíamos dois nerds falando sobre Star Wars, mas não era por causa da aparência da conversa, era a essência na conversa, sim havia uma verdade implorando para ser escondida nele).

- Mais uma vez penso que está errado. –  A expressão do rosto de Casper mudara para a confusão. – Eles sofrem, sofrem como um adolescente revoltado e confuso cheio de ódio e vingança. Todos têm problemas, e os que mais desejam matar e gostam de fazê-lo são os que mais se parecem com esse adolescente. Os vampiros são como os humanos, mas suas emoções são mil vezes multiplicadas e junto com elas os defeitos.

De alguma forma o que eu disse o tocou.

- Talvez você tenha razão. – Sua expressão iluminou-se acolhedora. – Porque não entramos?

Seus olhos pareciam o oceano e por um instante, deixei-me levar pelas águas profundas e depois voltei ao presente quase desacorçoada.

- Claro. – Respondi. Casper pareceu rir suavemente de uma piada que somente ele sabia.

Fui levantar do meio fil e acabei tropeçando, desequilibrei e já ia bater com a nuca no chão, ia ser certeiro. Mas Casper foi muitíssimo rápido e segurou-me antes que eu sentisse o chão em meu crânio. Meu rosto estava centímetros longe do dele. Percebi que sua pele era imaculadamente branca como uma folha de oficio, parecia ser tão macia que me contive para não tocá-la. Seus lábios cor de ameixa eram tão sedosos que eu mal conseguia parar de olhar. E finalmente seus olhos que continham uma espessa camada de cílios longos estavam escurecendo para a cor rubi. Seu cheiro era irresistível, exótico, doce; convidativo e me chamava.

Então eu estava de pé e ele ao meu lado, foi tudo rápido e nem sei bem como ele me ergueu.

- Uau! Você é... Rápido.

- É... Por causa dos exercícios que eu faço. Aumenta os reflexos. – Ele estava sem jeito.

- Legal.

- Veio mais cedo? – Ele perguntou mudando de assunto.

- É, e você? Gosta de madrugar?

- Em casa é chato, aqui na escola não é tedioso. – Seus olhos estavam intensos e ganharam um brilho especial quando pousaram em mim.

- Ei, você está bem? Seus olhos estão... De outra cor...

- Estou bem, é que...

- Já sei! – Ele deu um pulo quando falei alto e estava com os olhos arregalados.

- Você usa lentes, não é? – Perguntei.

Ele pareceu sentir alivio e relaxou.

- Na verdade você descobriu meu segredo. – Ele riu pra mim.

- Puxa e como é que elas mudam de cor? Imaginei que não existissem lentes assim.

Novamente vi a preocupação em seus olhos, afinal, porque tanto medo?

- E não existem, elas irritam meus olhos.

- Cuidado, isso pode ser muito ruim, principalmente um assunto tão delicado. – Credo! Ele pode ficar cego!

- Já estou providenciando outras lentes. Não gosto de óculos, e eu necessito usar.

- Ah, mas acho que você não ficaria mal de óculos... Ficaria bem de qualquer jeito. – Cala boca Elli! Cala boca! Morde a língua! Aimedels! Eu to flertando com ele!

Casper sorriu desinibido, eu sentia a densidade do flerte a essa altura.

- Eu também acho que você ficaria bem de qualquer jeito.

Acudam! Vou morrer, vou desmaiar, vou tudo... Ele correspondeu!!!

Casper se recompôs e começamos a caminhar na direção da escola. Conversamos mais um pouco e o sinal tocou. Entramos na sala Josh já estava sentado em seu lugar e me lançou um olhar ciumento.

A aula de literatura seguia e eu não conseguia me concentrar, também, com aquela escultura ao meu lado. Já Casper voltava toda sua atenção para o que o professor dizia de vez em quando eu o via sorrir discretamente pra mim, o que causava um reboliço enorme no meu estômago.

Fiquei sabendo que iam fazer um baile beneficente na escola para arrecadação de dinheiro. Seria divertido, adoro dançar... O problema é comprar a roupa. Não tenho paciência pra compras.

Joenna sonhava com o momento em que Josh a convidaria, Leslie pensava em mil e uma maneiras de convidar Mason e eu, não precisa nem dizer quem eu queria.

No almoço, eu estava alvoroçada pra ver Casper. Quando cheguei ao refeitório, ele estava sentado com Suzana em uma mesa um pouco longe da que escolhemos pra sentar. Seus olhos estavam azuis, mas quando ele me viu eles novamente tomaram a cor rubi. Será mesmo que era uma irritação?

Ele sorriu pra mim e eu correspondi feito uma débil mental.

- E então Elli, quem você quer que a leve pro baile? – Perguntou Joenna totalmente maliciosa.

- Ninguém. – Menti.

- Ah, qual é? Tá na cara que é o delicinha ali. – Ela apontou o polegar na direção dele. – E pelo que vejo está pintando um clima entre vocês.

- Da pra falar mais baixo? E não, não esta rolando clima nenhum. Imagina se o deus grego ali vai querer algo com a desajeitada aqui. Ele é muita areia pro meu caminhão.

- Odeio quando você fala assim. – Leslie entrou na conversa.

- É se menosprezando. Fica aí viajando na maionese. Elli acorda você é bonita. Esses olhos verdes e esse bocão aí chamam atenção até não querer mais! – Joenna falou fazendo cara feia pra mim.

- Quem é que não vai querer dar um beijão nessa boca de Angelina Jolie? Hein? Acorda! – Leslie concordou de seu jeitinho especial.

- Tá bom, vamos parar com essa conversa. Que tal trocar de assunto? – Perguntei em uma tentativa de mudar o rumo da conversa.

- Já sei um assunto muito gostoso. – Joenna apontou para Casper.

- É isso aí. – Leslie ajudou Joenna.

- Ai meninas! – Resmunguei.

- Já pensou vocês lindos no baile? Que casal perfeito não seria? – Perguntou Leslie.

- Ou melhor, já pensou se você e ele se beijassem. Que amasso não seria?- As duas riram, não pude deixar de rir junto.

- Tá, já pensei sim. Mas acredito que isso não vai rolar.

- Sei não, ele te dá mole. Vai saber, quem sabe logo, logo... – E Joenna fez um gesto com as mãos demonstrando como seria se eu e ele nos beijassemos.

- Bobagem. – Falei. – E você e o Josh?

Joenna parou de rir e fez uma expressão triste.

- Ele nem percebe que eu dou indiretas.

- Josh é um tapadão, se você mostrar mais claramente o que sente por ele, tudo vai ser diferente.

- Será? – Ela perguntou.

- Com certeza.

Nesse instante Mason chegou e chamou Leslie para conversar a sós. Logo ela voltou parecendo estar no mundo da lua.

- Ele me convidou!

- U-HU! É isso ai garota, bota pra quebrar. – Falei rindo.

- Só falta eu. – Joenna choramingou. – Tá me conta os detalhes. – Ela se voltou ávida pra Leslie. Eu comecei a rir. As duas começaram a conversar.

Olhei para Casper e Suzana. Os dois estavam saindo de suas mesas e colocaram a comida intocável no lixo. Fala sério! Nunca comem pra que comprar comida se nunca comem? Essa gente rica adora botar dinheiro fora. Havia um pouco de humor brincando no rosto de Casper, principalmennte quando ele dirigiu-me um sorriso de infartar o coração. E então, os dois saíram elegantemente do refeitório.

Na aula de Química o professor explicava alguma coisa sobre íons, eu não prestei atenção, estava pensando no baile, quer dizer, em Casper.

Entrei no vestiário na aula de Educação Física, então a diretora chamou Suzana para esclarecer algumas dúvidas sobre o histórico dela.

- Ora, ora... Olha quem eu vejo, a albina desengonçada.

Encarei a loira bronzeada que ria de mim.

- Cala boca Vivian, não quero me estressar. – Falei baixo, mas sem deixar de ter um tom frio.

- Estressar? Rá! Olha aqui garota estou cheia de você! Depois que entrou aqui, é só Elizabeth isso, Elizabeth aquilo! Tá na hora disso terminar!

- Não posso fazer nada se você é invejosa, procure um tratamento. – Disse virando as costas para ela.

- Como ousa falar assim comigo? Sabe quem eu sou? – Senti ela segurar meu ombro, me virar e empurrar com tudo no armário do vestiário. Ela não me largou. Seu rosto tomado de fúria a centímetros do meu.

- Ah já sei. Você está assim porque o Casper chutou seu traseiro magro. – Dei uma pausa rindo baixo, como se sentisse pena dela. – Está me perseguindo só porque eu consegui aproximar-me dele sem mostrar 70% do meu corpo, e sem me roçar feito uma cadela no cil.

As garotas do vestiário começaram a rir. Menos Vivian e suas amigas, estavam preparando meu funeral.

- Só porque ele teve pena de você, não significa que vai namorar você ou transar com você. – Ela disse sorrindo malévolamente. Ok, isso foi cruel e acabei me sentindo um lixo.

Empurrei ela com força para trás, fazendo-a me soltar.

- Ei, quer saber de uma coisa? Não aceito a opinião de uma piranha como você que venderia o corpo por míseros cem dólares.

Oh sim! Essa fofoca se espalhou algumas semanas atrás sobre Vivian. Mas ninguém tivera a coragem de dizer algo a respeito na cara dela. Vi seu rosto empalidecer, devo admitir que não me senti vingada e nem um pouco contente pela minha atitude, mas também não podia deixar ela fazer isso comigo, a zoação dela e de seu grupinho acabaria com o meu humor todo o santo dias, então não obrigada, eu não precisava disso.

Muitas garotas ficaram interessadas no que estava acontecendo, certo que amanhã a cidade inteira já estaria sabendo. Vivian perdeu o foco e andava em minha direção, pela expressão em seu rosto, ia me cagar a pau.

Eu me preparava para lhe enfiar a mão na cara.

- O que está acontecendo aqui? – Era Suzana e pelo seu rosto, já adivinhara.

- Nada que te interessa esquisita.

Suzana a encarou intensamente pensei que avançaria em Vivian, mas havia mais naquele olhar, um brilho demoníaco.

- Você não tem educação cadela? – Algo em Vivian se intimidou. Suzana se aproximou dela. – Pobrezinha... Com um tapa meu, voaria longe.

Isso deixou Vivian de cabeça quente, ela ergueu a mão para acertá-la, mas Suzana segurou seu pulso com força e pude ver o sangue fugir do rosto da loira piranha.

- Você não deveria. Agora farei de conta que você não ergueu a mão para mim e a deixarei ir. Mas se voltar a perturbar a Elli, vou esquecer sua fragilidade de vaca e abrirei sua garganta. – Suzana disse hostilmente.

- ENTENDEU? – Ela acrescentou sibilando.

- Si-Sim. – Vivian respondeu recuando intimidada feito um cadelinha acuada.

Todas ali estavam receosas. Antes estava normal um conflito adolescente de duas garotas, mas no instante que Suzana surgiu, o clima mudou bizarramente.

Os olhos de Suzana estavam rubis, mas de um jeito assustador. Será que o que Casper tinha nos olhos era irritação de lentes mesmo? Já não acredito com fervor sobre o que ele me disse. Será que todos tinham o mesmo problema? Não acredito que Suzana use lentes. Há algo de muito estranho e eu preciso descobrir o que é. Ela me puxou pelo braço até o fundo do vestiário, onde não havia ninguém. Sua mão apertava com força meu pulso, ela tremia.

- Suzana o que esta acontecendo? Você esta bem? – Perguntei tentando esconder meu medo.

- Elli tenho distúrbio de personalidade e preciso que você me distraia para não voltar lá e matar aquela... – Suzana estava rígida, mas largou meu pulso que ficou dolorido.

Era melhor fazer o que ela pedia.

- Hã... Você vai ao baile?

- Baile? – Ela respirava fundo para se acalmar.

- É um baile beneficente que irão fazer na escola.

- Pode levar pessoas de fora? – Ela perguntou.

- Pode.

- Então irei com Adam. – Estranhei, tanto garoto por aí e ela vai levar o irmão? – E você, com quem vai? – Agora ela voltava toda sua atenção para mim.

- É, não sei ainda... Ninguém me convidou.

- Sério? Bom, quem sabe meu irmão não a leve?

- Porque? Ele disse algo pra você? – Me interessei.

- Não, mas ele tem estado muito próximo de você. Quando vai ser a festa?

- Daqui duas semanas.

- Droga, ele vai ter que viajar.

- Onde ele vai? Ele volta, não é? – Ai que tristeza, que inferno!...

- Volta sim, tem alguns assuntos a resolver no Alasca.

- Alasca? Que assuntos ele vai resolver lá? – Nem percebi que já estava alterada, senti vergonha pela minha atitude. Suzana tentava disfarçar um sorriso, e depois se recompôs.

- Elli, vou te dar um conselho: tome cuidado com meu irmão, ele não é como os outros garotos.

- Tá bom, parece até aqueles diálogos de filme. – Sorri. – Só falta você me dizer que ele é um psicopata assassino. - Falei brincando.

Suzana ficou séria e depois falou:

- Elli, não brinque, estou te avisando, cuidado.

Fiquei estática. Ela falava sério mesmo?

- Então tá. Obrigada, ah, e obrigada também por ter me defendido contra a loira azeda. – Fiquei desacorçoada com o que ela me falou.

- Não, aquilo não foi nada. – Ela sorriu docemente para mim. Sua aparência normal.

Então voltamos para a aula de Educação Física como se nada tivesse acontecido.


Notas Finais


Ai ai essas garotas... kkk Tadinha da Elli tri chateada por causa do baile :/
Mas e aí o que acharam do cap.? Comentem! :D


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