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História Blood and Moon - A Predestinada - Reencontro


Escrita por: Dinny_Ives

Notas do Autor


Eita capítulo fresquinho!!
Espero que gostem, boa leitura!
Nos vemos lá em baixo :D

Capítulo 40 - Reencontro


A alegria irradiava de mim. Ver Kaleb aqui comigo e senti-lo em meus braços, fazia com que as lembranças de como minha vida era antes de Londres, voltassem. Ele afastou-se um pouco para observar-me, ainda assim sem deixar de segurar  meus braços.

- O que você faz aqui? – Perguntei confusa, também o verificando, esperando ver algo diferente, para pelo menos saber quanto e como o tempo passara. Mas não havia nenhuma mudança nele, Kaleb continuava exatamente igual. Com seu cabelo curto e loiro escuro, brilhantes e alegres olhos verdes, lábios médios e definidos, estrutura muscular perfeita, sem contar que seu bronzeado continuava impecável. Sei que muitas garotas davam uma perna para poder ficar com ele, afinal meu amigo era como um astro do cinema.

- Nós viemos resgatar você e Casper. – Disse ele gesticulando para a porta de entrada e lá estavam os outros lobisomens. Shelby, Luka e Cayélle, haviam mais oito que eu não conhecia. Todos estavam felizes em me ver, até mesmo Shelby e Luka que no início odiavam-me.

Eu fui entrando na cabana, por dentro ela também era de madeira a vista. A minha frente havia um tapete persa, suas cores iam do dourado aos tons terrosos, em lados opostos do tapete, de frente um para o outro, estava dois sofás enormes de vimes com a coloração creme, suas estofações exageradas pareciam ser confortaveis ao ponto de exterminar dores nas costas. Do lado esquerdo da sala, encontrava-se a lareira feita de pedra, para além dos sofás via-se uma janela grande com cortinas brancas e uma leve tonalidade café com leite, ao lado da janela, uma estante cheia de livros, ainda ao lado da estante,  uma porta que sugeria um porão. No lado direito do cômodo, podia ver uma escadaria que levava ao segundo piso e ao lado desta, a entrada para a cozinha e mais alguns cômodos.

Todos cumprimentavam-me, Kaleb apresentava-me aos outros que eu não conhecia.

- Elli este é Christopher. – Ele apontou para um rapaz de cabelos ruivos que quase tapavam seus olhos jade, Christopher possuia pele alva e clara, era alto e forte. Estava com os braços cruzados e um sorriso petulante nos lábios. Vestia uma calça jeans folgada e rasgada nos joelhos, uma camiseta azul marinho que ficava justa em seu corpo definido.

- Olá. – Falei acenando com a mão. Ele apenas fez um movimento com a cabeça.

- Esta é Stella. – A garota tinha cabelos escuros e lisos como a noite, compridos abaixo da cintura. A franja reta a deixava com feições orientais. Os olhos eram de um castanhos claríssimo. Sua pele era branca como o luar, apesar de ter um corpo pequeno, eu conseguia ver os músculos que o definiam. Ela vestia calça de moletom preta e uma regata branca.

- Oi Stella. – Falei esboçando um sorriso.

- Olá Ellizabeth. – Ela respondeu de volta abrindo um sorriso tímido.

Então Kaleb parou na frente de um rapaz que estranhamente me era conhecido, só não lembrava de onde. Ele era novo, devia estar por volta dos 14 anos, cabelos negros, pele bronzeada e do meu tamanho.

- Este é Honovi. – Disse Kaleb.

- Suspendendo muitos lobisomens no ar Elli?

Fiquei muito surpresa ao saber que aquele garotinho era o mesmo lobisomem grandão e forte que tentou atacar Casper e sua família na primeira vez que conheci o clã de Kaleb.

- Sabe como é, sempre tentando salvar o mundo. – Falei sorrindo a ele, enquanto bagunçava seu cabelo com a mão.

Os outros que Kaleb me apresentou foram Alexander que era careca mas nem por isso feio, maior que todos ali, tanto de estatura quanto por estrutura muscular, possuía a mesma pele bronzeada de muitos ali, mas lembrava o povo egípcio. Eric era um rapaz de cabelos castanhos escuros e pele clara, olhos castanhos, mas expressão jovial e sorridente. Steven que pintava os cabelos de verde claro, Vinicios e Uriel que eram gêmeos nascidos lobisomens, eram loiros, os dois com um olho azul e o outro verde.

Estava tão feliz, parecia um sonho... Todos ali, para me ajudar, mas e se estivesse mesmo em um sonho? E se nada daquilo fosse real? Novamente a confusão preenchia minha cabeça, precisava de informações mais coerentes.

- Como vocês encontraram este lugar? Como sabiam que a propriedade de Bernard ficava aqui? – Perguntei encarando Kaleb.

- Essa eu respondo. Entrei em contato com Stephan, foi complicado explicar o que acontecia, temos um histórico de conflitos que só foi deixado para trás com um acordo... Eu lhe devia... Bem, ele intermediou o contato com os lobisomens. Mais difícil que com Stephan foi convence-los de que o que eu dizia era verdade, principalmente quando chegaram aqui, à um dia atrás. Não é mesmo lobinho? – Bernard falou finalmente, recebendo vários olhares mortiferos de lobisomens desconfiados. Seu olhar zombador parou em cima de Kaleb.

Eu havia quase esquecido de sua presença, mas não do seu tapa em meu rosto, afinal aquilo não seria fácil de esquecer... Na verdade era estranho ver tantas pessoas “vivas”, com cores saudáveis na pele e então olhar esse contraste no Bernard. A pele branca como giz, mas ainda assim com uma estrutura física igualável ao de Kaleb, olhos provocantes e verdes como esmeraldas, lábios volumosos e vermelhos que um dia me beijaram até perder o fôlego, era tão alto quanto o lobo. Ele era lindo, mesmo estando deslocado. Sua expressão não vacilava, ele sentia-se superior. No entanto, quando seu olhar profundo pôs-se sobre mim, algo nele suavizou... Desviei de imediato, meus olhos do seu, afinal a aurea que nos circundava era comprometedora e eu não queria que os outros percebessem... Tarde de mais, Kaleb me encarava enquanto minhas bochechas queimavam. Pois é, e eu estava apenas comparando Bernard aos outros. “Que raios afinal está acontecendo comigo?” Gostaria muito de poder sentir a raiva de antes, contudo meu coração era um traidor de meu cérebro.

- E ainda não acreditamos que você possa estar ajudando! – Disse Kaleb alterando a voz, agora eu enxergava apenas suas costas em minha frente, quase como se ele tentasse me proteger de Bernard.

– Quem garante que isso não é o início de um jogo doentio feito por você e seu clã de sanguessugas? – Perguntou Stella pondo-se ao lado de Kaleb.

- Eu garanto. – Falei saindo de trás dos dois. Não gostei nem um pouco desse “ato protetor” do meu amigo e da garota. – Bernard nos ajudará. Ele não é, o que aparenta. – Virei a cabeça na direção de Bernard a tempo de ver sua típica expressão convencida. – É talvez ele seja o idiota que aparenta, mas não um traídor.

Bernard rolou os olhos ao ouvir o que eu falara.

- Mas como confiar em alguém que está traindo os seus? – Perguntou Alexander de braços cruzados, segurando uma carranca no rosto.

- Meus? Eles nunca foram um dos meus! E muito menos vocês são! Se há uma razão para que eu faça isso, essa razão é a Elli. – Bernard parecia estar prestes a cuspir na cara de Alexander, ele sentira-se ofendido. – Não sou e nunca fui um traídor.

O clima dentro da cabana estava começando a ficar sufocante, e não era pelo calor. Bernard tinha personalidade forte e os lobisomens também, eles estavam ao ponto de rolarem no chão. Então algo chamou minha atenção, uma luz clara e fraca estava surgindo pela janela. “Está amanhecendo.”

- O sol. – Falei apontando para a luz que vinha de fora para Bernard.

- Senti mesmo algo começar a incomodar, pensei que era vocês. – Ele sorria com o canto dos lábios enquanto lançava um olhar sombrio aos lobisomens. – Não se preocupe, irei retirar-me agora. Depois conversaremos melhor. – E em uma fração de segundos ele sumira, ouvi apenas a batida da porta do porão. Ufa! Salva pelo gongo. Se não fosse o amanhacer, certamente a carnificina começaria.

Ao ver que a ameaça tinha se escondido, os lobisomens voltaram sua atenção a cozinha, mas desconfiei que estavam na verdade, dando privacidade para eu e Kaleb conversar, o que não iria adiantar, afinal eles possuiam uma audição invejavel.

- Não suporto ele. – Kaleb disse dirigindo-me as palavras. – Não sei como você pode atura-lo. – Ele continuava a falar em um tom quase acusatório, como se uma amizade entre eu e Bernard, fosse algo errado. E talvez fosse. Já que haviamos passado a barreira da amizade normal à tempos. Eu nem sabia mais como nomear nosso relacionamento complicado.

- Certamente com muita paciência. – Falei a Kaleb, sem querer demonstrar a confusão em minha mente.

- Como você está? Parece cansada. – Seu tom de voz estava mais leve, ele sentara no sofá e deu alguns tapinhas no estofado ao seu lado para que eu sentasse.

- E estou, desde que cheguei em Londres...

- Ele te machucou?! – Kaleb disse ficando em pé num pulo.

- Não! Claro que não. – Disse o acalmando, fazendo-o sentar novamente. - Mas devo confessar que no início Bernard foi uma pedra no sapato, depois de muita paciência consegui... a amizade dele. – Falei escolhendo muito bem as palavras que saiam de minha boca. Eu podia sentir que algo em minha conversa estava entalado na garganta de Kaleb, ele não conseguia engolir a minha conversa.

- Deve ter sido dificil passar por tudo isso, longe daqueles que você ama. – Ele dizia a verdade, eu via em seus olhos. Mas era evidente a curiosidade que crescia nele. Aposto que se perguntava sobre o que ocorrera este tempo todo comigo.

Engoli em ceco. Tanta coisa passara comigo e não faltava-me vontade de lhe contar, mas e se Kaleb não entendesse? Minha consciência, no entanto, dizia-me que aquele cansaço mental não sairia até desabafar com alguém e não haveria melhor pessoa que ele para isso. Meus outros amigos estavam longe, nem desconfiavam sobre a existência de vampiros e muito menos de meus sentimentos por Bernard.

- Foi perturbador. – Falei finalmente. – Não tive paz um dia se quer no inicio. – Pausei calmamente. Desviei meu olhar dele e passei a observar o sol subindo ao céu pela janela. – Algo mudou em mim. Posso sentir essa mudança mesmo tendo sua presença nostálgica comigo. É como se fosse outra vida ou quase isso. – Kaleb fazia muito silêncio ao meu lado, parecendo não estar realmente ali. – Posso confessar que não é nem um pouco reconfortante estar em um local onde sua presença é indesejável.

Já podia imaginar o que se passava na mente de Kaleb. Pensava que eu fosse revelar situações traumáticas causadas por Bernard, o sádico. Esperava ouvir “aquelas” palavras que o incriminariam, podendo assim, ter verdadeiros motivos para mata-lo. Não precisava esforçar-me para saber que ele o odiava.

- Contudo, dentre toda aquela escória, Bernard foi o único à demonstrar afeição por mim. – Respirei fundo antes de continuar. – Acho que... Acho que estou realmente gostando dele.

Ouvi um arfar. Olhei para Kaleb e seu rosto estava cheio de surpresa.

- O que?! – Ele exclamou.

- Shhhhhiu! – Fiz direcionando um olhar preocupado à porta da cozinha.

- Elli, até esse teu “shiu” eles ouviram. Mas são educados o suficiente para saberem que o assunto não tem nada haver com eles. – Kaleb passou a mão pelo rosto deixando-a em cima da boca enquanto me observava com o olhar de cima à baixo. – Esse cara é o pior tipo mesmo entre os vampiros. E o Casper? Enquanto o cara está sabe-se lá onde, você estava de rolo com esse maldito repulsivo! – A indignação dele era bem audível e digamos que Bernard não ficaria nada contente com seu hospede gritão. Mas o fato dele estar berrando a plenos pulmões como se fosse meu pai, não me afetou, fiquei estupefada mesmo com o que ele jogou na minha cara.

- Hey! Não foi o que aconteceu! Sabe que eu não sou desse jeito! – Minha voz explodiu, franzi o cenho e tanto meu coração como minha respiração estavam irregulares.

- Não sei Elli! Você acaba por me dizer que está mudada! – Agora ele estava alterado, suas mãos gesticulavam na altura de sua cabeça.

Estavamos um encarando o outro e já não nos encontrávamos sentados no sofá. Kaleb continuava com as mãos imóveis na altura da cabeça, somente seu peito subia e descia, mais nada mexia. Eu estava totalmente paralisada.

Inspirei e expirei profundamente para acalmar-me antes de voltar a falar.

- Acha que escolhi esse sentimento? Acha que me diverti, enquanto Casper, Suzana e Adam  passam por torturas? Eu só contei isso pra você, pois pensei que fossemos amigos, precisava de alguém ao meu lado que não fosse um interesse romântico ou algum julgador hipócrita. – A explosão foi chegando aos poucos e quando terminei de falar já berrava de fúria no rosto de Kaleb.

Sentia-me um pouco cansada, como se tivesse feito esforço. Observei a expressão de meu amigo, ele estava perplexo, com os olhos bem arregalados direcionados a mobília da sala que flutuavam a alguns centímetros do chão.

Meu olhar percorreu toda sala enquanto eu girava calmamente sob o mesmo lugar. Eu estava impressionada. Com um “back” alto tudo voltou ao chão como se os tivessem jogado.

Percebi que não era somente eu e Kaleb naquele aposento, havia uma plateia parada na frente da porta da cozinha, amontoavam-se para observar o ocorrido de olhos arregalados.

- Ah podem continuar com a conversa. – Disse Christopher. – Faz de conta que não estamos aqui. – Terminou com um sorrisinho, mas ao ver nossa expressão séria calou-se e voltou para a cozinha.

- Minha nossa, você é incrível mesmo! – Exclamou Vinicios de olhos arregalados.

- Eu disse que ela era. – Interveio Shelby quase revirando os olhos para o lobo.  O que me deixou surpresa, pensei que Shelby ainda tinha algo contra mim.

- Como fez isso? – O espanto estava bem visível na voz de Kaleb.

- Isso acontece as vezes quando estou abalada emocionalmente. – Falei deixando escapar duas lágrimas dos olhos, as limpei rapidamente, mas o movimento não passou despercebido por ele.

- Da última vez que fez isso na minha frente, você ergueu um lobisomem no ar e precisou de muito repouso para se recuperar. Agora os únicos vestígios de cansaço são apenas duas lágrimas. Você está evoluindo rápido Elli. - A preocupação soava em alto e bom som da voz dele, dizia como se fosse algo anormal. Eu concordaria se isso não estivesse saindo da boca de um lobisomem.

- Sim está acontecendo cada vez mais rápido, talvez seja porque eu consigo controlar os poderes de um jeito melhor sem fritar meu cérebro. - Voltei a sentar no sofá descansando a cabeça no encosto.

- Você andou praticando? – Ele perguntou surpreso ainda em pé.

- Claro, não tinha muita coisa com o que eu me entreter. O que pensou que fiz esse tempo todo? – Falei irritada por uma coisa tão óbvia como essa ser tão surpreendente para meu amigo.

Kaleb ficou com as bochechas rubras, estava totalmente sem jeito.

- Elli desculpe-me. Mas isso foi a ultima coisa que passou pela minha mente. – Ele passou as mãos pelo cabelo desviando seu olhar de mim.

O silencio estava incomodando-me. Constrangimento, o constrangimento que eu sentia, ou melhor, a humilhação que me enchia da cabeça aos pés arrasava com meu humor. Nunca imaginei que Kaleb fosse subestimar-me desse modo. Eu não conseguia nem falar, estava chocada.

- Pois é, gente acho que não há mais o que olhar. – Falou Shelby empurrando os outros lobisomens para dentro da cozinha com ajuda de Stella.

Kaleb aproximou-se de mim e sentou-se ao meu lado. Seu rosto demonstrava arrependimento.

- Perdoa-me, estou agindo como um imbecil. Você é minha amiga. Deveria estar feliz por vê-la bem e não a magoando. – Ele segurou uma de minhas mãos e começou à brincar com meus dedos, então parou e observou meu rosto com certa inquietação. – Mas ainda é complicado de entender, você alimentando sentimentos por alguém como ele. – Sua voz soou frustrada enquanto apontava para o chão, onde Bernard estava.

Não consegui falar. A verdade era que nem eu sabia como acabara gostando de Bernard, ainda mais pela situação em que todos nós nos encontrávamos. Bernard era meu captor, eu namorava seu inimigo, afinal eram de clãs diferentes que se enfrentavam à muito tempo. Deveria sentir ódio dele por tudo que me fez passar e a Casper também. Mas no entanto, aqui estava, alimentando sentimentos por ele, iludindo-me, pois sei bem que não há possibilidades de... NÃO! Não há nem como cogitar essa ideia em meus pensamentos! Primeiramente, porque amo Casper! Segundamente, porque Bernard é cruel e isso nunca vai mudar, até mesmo porque ele não o quer. E terceiramente, a profecia... Ele não aceita que a profecia seja cumprida, ama ser imortal e eu não posso competir com isso.

Por mais que estejamos no mesmo lado agora, tenho certeza que no futuro estaremos em lados opostos.

Não, não posso continuar com essa besteira. Sinto-me tão infantil e irresponsável, minha nossa! Eu tenho vidas em minhas mãos, não posso fazer com que corram risco por eu estar “confraternizando” com o inimigo.

- Elli?

Voltei de meus pensamentos e avistei os olhos de Kaleb cheios de preocupação.

- Você está bem? – Perguntou-me.

- Estou, desculpe o que dizia?

- Estava apenas comentando sobre a reputação de Bernard, algo que não é de hoje em dia. Ele é um monstro. – Meu amigo estava concentrado, lembrava-se de algo pela expressão em seu rosto.

Senti como um baque no meu peito. Aquela sensação nostálgica e lembranças invadiram minha cabeça. Recordei de todas as conversas que tive com Bernard, Kaleb não era o único que pensara assim a respeito do vampiro, eu pensara com toda a certeza de todo mundo que ele era a personificação da perversão e crueldade, mas após tudo que me contou a respeito de sua vida e transformação... Bernard passou por tanta coisa, foi e ainda é incompreendido, tudo que o acusavam, essa mascara tornou-se a verdade dele. Eu queria ter conhecido ele em uma outra época quem sabe poderia tê-lo ajudado.

Ele tinha uma parte boa e me mostrara parte disso. Eu sabia que todos estavam errados a respeito dele. Claro que isso não justificava todas as mortes, como eu havia pensado um dia, essa escuridão nele era sua fuga da realidade que o assombrava todos os dias em seu ser.

- Me pergunto o que você viu nele. – Kaleb ainda dizia com os pensamentos distantes.

- Foi exatamente o que ninguém conseguia ver que chamou minha atenção. As pessoas julgam pela primeira impressão, não dão chance para conhecer o outro lado da moeda. – Pausei encarando o lobo finalmente, minhas palavras o prendeu. – Casper não pode saber ainda. Quero contar a ele quando estivermos bem e seguros.

Kaleb me observava concentrado, sem mover-se, analisava bem meu rosto procurando por algo.

- Você pode até estar certa Elli, mas que opinião ter de alguém que não te dá a oportunidade de “conhecer seu lado da moeda”? O que pensar, quando essa pessoa não é capaz de misericórdia e assassina as crianças de toda uma alcatéia? – Ele dizia sério, a revolta estava lá também revirando calmamente e devastadora dentro de seus olhos.

Mas o que Kaleb dizia? Que história era aquela? Ele já havia conhecido Bernard? Claro, isso não me surpreendia nada quando a idade real de ambos surgia em minha mente. Entretanto era difícil acreditar que alguém fosse cruel o suficiente para fazer isso que Kaleb estava me contando. No entanto a lembrança daquele tapa ainda era viva em minha mente, a sorte de Bernard que não estava mais inchada minha bochecha se não Kaleb o espedaçaria.

Era notável a luta interna que ele travava contra seus verdadeiros sentimentos, mas por fim cedeu. Soltou um suspiro revelando uma expressão calma, mas cansada.

- Pode deixar, se depender de mim não contarei nada, nem mesmo o pessoal. – Kaleb deu uma pequena olhada em direção a cozinha e só podemos ouvir uma voz vinda de lá.

- Não abriremos o bico.

- Viu? – Disse Kaleb como se quisesse mostrar que todos ali presentes eram confiáveis, e eu confiava mesmo. – Que merda Elli, você e Casper eram tão próximos. – O pesar de suas palavras era muito perceptível.

Senti um murro em meu peito. Mas ainda eramos próximos, não é?

- Ainda somos. E é por isso que estou aqui planejando o resgate dele. – Falei ceca, sentindo-me ofendida. Desde quando Kaleb ficara tão amigável com Casper? – Falando nisso vocês já tem algum plano?

- Mais ou menos. Não podemos fazer muita coisa sem o morcego ali em baixo. Ele é o único de nós que conhece o castelo do Drácula. – Kaleb não teve esforço algum para mudar de assunto.

- Isso quer dizer que devemos esperar até o anoitecer para resolvermos isso? – Não podia acreditar que após tudo isso ainda teríamos que esperar. Havia esperado muito tempo.

Andei até a porta do porão, bati três vezes nela. Nenhuma resposta. Olhei para trás, Kaleb continuava sentado no sofá e seus amigos estavam espiando da porta da cozinha.

- Venham, vamos resolver isso. – Falei à eles gesticulando com a mão para que se aproximassem.

- E ele não vai ficar furioso por atrapalharmos seu sono de princesa? – Perguntou Cayélly.

- Ele já deve estar. – Eu ria enquanto abria a porta. Finalmente toda aquela merda teria um fim.


Notas Finais


E então o que acharam desse capítulo?
Comentem, comentem! Nem que seja para dizer "Nossa ta horrível!" Vamos lá gente! Não se acanhem!
Espero que tenham gostado! Beijão!


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