1. Spirit Fanfics >
  2. Blood and Moon - A Predestinada >
  3. A Torção

História Blood and Moon - A Predestinada - A Torção


Escrita por: Dinny_Ives

Notas do Autor


A persuasão é o dom que eu gostaria muito de ter.

Capítulo 5 - A Torção


Fanfic / Fanfiction Blood and Moon - A Predestinada - A Torção

Fazia 30 minutos que nós estávamos jogando futebol, jogar é modo de dizer, isso se você chamar de jogo ficar parada no meio da quadra. Era deprimente ver todo mundo se movimentar e suar a camisa, menos eu. Mas eu não estava nem aí, estava muito ocupada pensando no que Suzana havia me dito. Não fazia sentido. Porque ela falaria daquele jeito do próprio irmão? O que, afinal, ele escondia? O que realmente aquela família escondia?

Então a bola veio em minha direção, respirei fundo e preparei-me para correr atrás dela. Estava conseguindo levá-la até o gol, eu podia sentir a expectativa do professor, podia sentir o grito de vitória se formar na garganta de meus colegas, até Suzana parou naquele momento para observar. E quando estava bem a frente do gol, tentei lembrar-me do melhor chute que dei e mentalizá-lo, mas cheguei a conclusão que nunca tive um. Mais um passo e o chute perfeito sairia...

Empolguei-me muito e invés de dar o passo, pisei feio em cima da bola e torci o pé. Caí sentada no chão, eu tinha a impressão de estar vendo estrelas de tanta dor, era aguda e latejava.

O professor veio correndo até onde estava e junto com ele todos meus colegas e não sei por que, mas derrepente a idéia de eu ser uma piada não parava de passar pela minha cabeça, era só olhar para o rosto deles. Senti minhas bochechas enrubescer.

- Não foi nada Elizabeth. – O professor disse isso depois de examinar meu tornozelo. – Mas sugiro que vá por gelo nisso.

Tentei levantar do chão e a dor se tornou mais aguda, se é que fosse possível, meu pé já parecia uma orquestra musical.

- Alguém a leve a enfermaria. – Falou o professor.

- Eu a ajudo professor. – Disse Suzana se aproximando de onde eu estava.

Ela me apoiou com seu braço em minha cintura.

- Você não precisa fazer esforço para me carregar. – Falei quando estávamos no corredor vazio da escola.

Suzana soltou um riso leve, musical, um som gostoso.

- Eu, fazer força? Puxa Elli você nem sabe o quanto é leve, não é?

Tudo bem que eu fosse magra, mas ela era quase do meu tamanho e tenho certeza que meu peso seria um incômodo grande, prestei atenção nela e Suzana estava certa, ela não se cansara.

Eu devia estar distraída por isso não percebi quando ele se aproximou de nós duas, mas levei um susto, já Suzana pareceu nem se abalar com a chegada de Casper.

- O que aconteceu? – Ele perguntou, e então foi como se eu nunca tivesse ouvido sua voz. Minhas lembranças eram borrões da verdadeira realidade desde seu físico até o som de sua voz. Meu coração acelerou e como eu não respondia, devido à beleza divina daquele ser, foi Suzana quem respondeu:

- Ela torceu o pé tentando jogar futebol em Educação Física.

Deu-me vontade de rir quando ela disse que eu estava “tentando” jogar.

O som sedoso da risada dele reverberou dentro de mim mesmo sendo suave, era como ouvir um anjo.

- Jogando futebol? Queria ter visto.

Puxa! Ele está rindo de mim? Mas que droga!

- Posso levá-la a enfermaria Suzana?

Como ele sabia...? Espera aí! Ele disse mesmo que quer me levar à enfermaria?

- Porque não pergunta a ela? – Falou Suzana.

Casper me olhou esperando minha resposta. Engoli em seco, acho que desmaiaria só de sentir as mãos dele me tocando.

- Mas você não tem aula agora? – Perguntei.

- Tecnicamente estou no banheiro. – Ele respondeu.

- Por mim tudo bem. – Falei.

- Ótimo, tenho que terminar a partida de futebol mesmo. – Disse Suzana me passando para Casper, que me segurou no colo. – Tchauzinho.

Sentir suas mãos me segurando era tão intenso, era quente e então quando olhei para seus olhos cor do oceano, senti algo me puxando para ele e percebi que tínhamos uma ligação, não era somente eu que sentia isso. Seus olhos estavam muito vidrados em mim e eu não consegui parar de olhar aquele mar azul, aquele oceano... Preenchia-me, inundava, me afogava. Então percebi que seus olhos perdiam aquele azul e adotavam aos poucos, fiapos de um tom rubi que preenchiam o azul. Casper virou o rosto e isso me fez voltar a si.

- Você não precisa me carregar. – Falei um pouco envergonhada.

Ele voltou a me olhar e seus olhos não apresentavam mais o tom rubi, talvez fosse coisa da minha cabeça. Casper tinha uma pontada de humor nos olhos, fora isso parecia estar sério.

- Claro que é preciso, você é uma donzela.

- Está dizendo que vivo em perigo e que não sei me defender? – Perguntei.

- Não, estou dizendo que você é uma dama, alguém que é sensível, delicada e bela como uma rosa.

Uau! Eu diria que ele estava me cantando.

- Ainda assim é constrangedor.

- Você é teimosa.

- Minha mãe costuma dizer que eu sou teimosa como uma mula.

- Não acho, você tem persistência, não muda de opinião facilmente e isso é uma qualidade boa. – Nossa mais um elogio.

- Você é a primeira pessoa que fala isso.

- Sério? – Ele perguntou sorrindo de canto.

- Pode crê que sim.

Então ele abriu a porta da enfermaria. Quando a enfermeira viu Casper me carregando, veio logo saber o que havia acontecido.

- Ela torceu o pé. – Disse Casper e nesse instante lembrei-me da dor.

- Pode deixá-la nessa cadeira. – Disse a enfermeira saindo da sala.

Casper me pôs delicadamente sentada na cadeira.

- Se você quiser pode voltar pra sua aula. – Falei a ele.

- Não quero voltar. – Ele falou cada palavra com um tom charmoso, sorrindo e erguendo uma sobrancelha.

- É... V-você irá perder a aula.

- Não ligo você é mais importante.

Senti meu rosto rubro.

Nesse instante a enfermeira voltou. Nós nos calamos e Casper voltou a ficar com o ar sério. A enfermeira tirou meu tênis e minha meia e examinou o pé todo.

- Hmmm... Não foi muito grave. Nenhum osso quebrado... Está inchando... Querida, segura essa bolsa de gelo no seu tornozelo? Já volto. – E lá se foi ela novamente.

- Então como se sente? – Perguntou Casper voltando ao seu charme de antes.

Tenho certeza que ele esbanja charme sem perceber, a única conseqüência é a minha cara de imbecil quase derretida.

- O gelo está aliviando a dor. – Falei.

- Isso é muito bom. Agora já sabe né? Quando for jogar futebol, não se esqueça da armadura de guerra. – Disse ele sorrindo.

- Claro, claro... Pode deixar. – Sorri de volta.

A enfermeira entrou com um copo na mão e um Tylenol na outra, ela ofereceu pra mim.

- Tome querida, vai melhorar a dor... Eu recomendo repouso, garanto que até amanhã você estará melhor. Já que é a última aula acho que posso liberá-la mais cedo. – Falou a enfermeira gentilmente e novamente saiu.

- Vou ter de ligar pra minha mãe... – Falei pegando meu celular.

- Não precisa eu te levo. – Disse Casper.

- Não, imagina, não precisa.

- Eu insisto. – E então não discordei mais.

A enfermeira voltou com uma autorização para eu poder sair mais cedo.

- Quer que eu ligue para sua mãe? – Ela perguntou.

- Eu me responsabilizo de levá-la.

A enfermeira se virou para Casper.

- Desculpe, mas não posso autorizar um menor... – Algo fez com que ela parasse no meio da frase quando ela olhou nos olhos dele.

- Pode sim, e fará a autorização agora. Afinal Elizabeth está machucada e você não pode incomodar a mãe dela já que tem um maior de idade se oferecendo pra leva - lá. Ah, e a propósito, esqueça que tivemos essa conversa. – Casper falou cada palavra com uma ênfase intensa como se explicasse vagarosamente uma ordem e o mais estranho aconteceu um segundo depois, a enfermeira parecia ter acordado de um sonho, concordou tudo com Casper sem abordar nada, como se nunca tivesse tido a conversa com ele.

- Como você fez aquilo? – Perguntei enquanto ele me carregava até a secretaria.

- O que? – Ele perguntou confuso.

- Lá atrás, você a convenceu, ou sei lá, fez lavagem cerebral nela.

- Aquilo foi simplesmente persuasão.

- Persuasão?

- Sim, é só saber usá-la e terá uma grande aliada ao seu favor.

- Legal... Ei, isso também funciona com mães e irmãos?

Casper sorriu e respondeu:

- Talvez.

Entramos na secretaria e Casper me soltou gentilmente sentada em uma das cadeiras. Logo depois foi levar a autorização à Alby.

- Foi Carla quem fez a autorização? – Perguntou Alby totalmente derretida por ele.

- Sim. – Respondeu Casper sem dar importância a reação dela.

- Er... Desculpe, mas não sei se eu posso permitir a sua saída com Ellizabeth mesmo com a autorização. – Alby estava constrangida por falar aquilo à ele.

- Porque não Alby? Você sabe como ninguém que eu nunca me meto em confusões. – Casper havia voltado ao seu tom persuasivo que havia usado em Carla, e mais uma vez funcionou.

- Está certo Casper, você nunca se mete em confusões mesmo. – Ela abriu um sorriso radiante pra ele.

Eu estava chocada Alby havia caído na conversa dele feito uma pata.

Casper me segurou pela cintura e me levou dali. Chegamos rápido até o carro dele. Lá fora, no estacionamento, estava frio e havia um vento cortante, a paisagem não era exatamente branca, pelo menos não ainda.

Ele abriu a porta do carro e me soltou no banco do carona. Eu nem acreditava que estava ali, no carro de Casper Auduwen, nem acreditava que ele me carregou no colo... Falando nisso como ele sabia que eu estava sendo levada até a enfermaria?

- O que foi? – Casper estava parado na minha frente agachado, ainda com a porta aberta, me observando.

- Ah, nada... Só estava me perguntando, como você sabia que sua irmã estava me levando para a enfermaria?


Notas Finais


Até quando o Casper vai continuar com essa lenga-lenga de que ele é uma pessoa normal? '-'

Sou fissurada por vampiros de olhos vermelhos, presas enormes e garras afiadas, se liguem nos monstros que estão por vir ;)

Comentem o que acharam do cap. bjokas


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...