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História Blood Moon - Chapter IV - SURROUNDINGS


Escrita por: K_Valentine

Notas do Autor


Oi gente!
Mais um capítulo de Blood Moon no ar!

♦ Victoria sairá para descobrir pela primeira vez o que há nos arredores do Castelo!
♦ Na parte em que ela entra no outro bosque após as pedras, continuem lendo o capitulo ouvindo a música "Cornfield Chase" do Hans Zimmer, que está disponível na playlist da fanfic (link nas notas finais).

Se você é leitor(a) novo(a), favorite, acompanhe a história e não deixe de comentar o que está achando!

Divirtam-se! ♥

Capítulo 4 - Chapter IV - SURROUNDINGS


Fanfic / Fanfiction Blood Moon - Chapter IV - SURROUNDINGS

Victoria
24 de maio de 2062 – 07:06 AM
Quarto do Castelo
Segundo piso

***

Apesar de sonhar com coisas esquisitas durante parte da noite, dormi bem. Talvez isso tenha acontecido por causa do livro que li por muito tempo ontem. Decido me levantar para ir até o banheiro fazer minha higiene matinal e tomar um longo banho. Acho que a última banheira que vi e entrei, foi quando tinha uns sete anos de idade, no orfanato. Mas a de lá não passava nem perto dessa, pois era digna de cenários arrepiantes.

Dessa vez encontro toalhas limpas dentro da cômoda abaixo do espelho. Me enxugo e abro o guarda-roupa para pegar algo para vestir. Pendurados em cabides, há vários vestidos de tecidos sofisticados. Todos de cores escuras, na maioria pretos. Cheiro um deles para atestar se não estão mofados. A impressão que tenho é de que não são usados há muito tempo ou até mesmo nunca foram, já que se encontram extremamente bem conservados.

Minha vontade é de colocar fogo nesse trapo que o LCDH me fez vestir. Prefiro usar qualquer coisa, desde que não me lembre daquele lugar desprezível. O amasso e enfio dentro da primeira gaveta que vejo. Escolho um de mangas 3/4, negro, feito com um pano aveludado, um pouquinho pesado por conta dos demais tecidos abaixo. Marcando a cintura, o vestido é justo por causa de um corset e abaixo abre suavemente até sua extensão final. Olho no espelho e estranho. Com essa roupa, a sensação é de que estou vivendo no passado, pois hoje em dia isso não é usado mais. Eu nunca vi... Talvez a moda agora seja essa. Sempre fui alheia à essas tendências, até mesmo porque nunca tive acesso à informação. Pelo menos dentro dessa roupa meus movimentos não ficam limitados. Calço meus próprios sapatos, já que não vejo outros disponíveis e coloco o maravilhoso relógio que ganhei em volta do meu pescoço, junto com meu colar, para me lembrar das horas.

Da janela é possível ver que a neblina está presente, porém menos que ontem. Agora vejo a paisagem com um pouco mais de clareza, coberta por árvores. Creio que o castelo é rodeado por florestas, mas descobrirei se tenho razão logo mais. Desço as escadas e vou direto para a cozinha preparar meu café da manhã. Pelo visto, novamente estou sozinha aqui. Hoje a dispensa e a geladeira contêm mais comida do que no dia anterior. Que horas será que ele comprou isso? Frito dois ovos e torro um pouquinho uma fatia de pão. Me bate uma súbita vontade de tomar café, mas como só sei fazer em grandes quantidades, procuro nos armários uma cafeteira e não encontro nada parecido. Se eu deixar apenas num bule, vai esfriar. Acho melhor não desperdiçar nada.

Após limpar tudo que sujei, saio do cômodo e vou direto para fora do castelo, pela sala de estar. Hoje as portas que davam acesso à área externa estão destrancadas. Ao menos o meu comprador-que-eu-não-sei-o-nome cumpriu com sua palavra. Alguns passos depois, decido deixar meu instinto falar mais alto e entro dentro da densa floresta. Daqui de baixo a neblina parece mais densa do que vi pela janela. Ainda assim continuei caminhando segurando meu vestido para não pisar na barra. Se eu tivesse raciocinado mais dois segundos antes de chegar até aqui, teria voltado em busca de uma lamparina que vi na biblioteca, para me dar uma visão melhor do ambiente. Mas agora não tem jeito, pois já estou consideravelmente longe do castelo e logo a cerração deve acabar. Não consigo enxergar muito bem, porém prossigo com passos cuidadosos, afinal o terreno é completamente irregular, não calço sapatos adequados e posso vir a tropeçar.

Um medo toma conta de mim... E se tiver aranhas, cobras ou até mesmo lobos me espreitando aqui, prontos para me atacar a qualquer momento? Tento me mover sem fazer barulho para não ser notada e evitar situações de perigo. Agora, estou num campo aberto com vegetação baixa, algumas pedras. Chego até numa espécie de caminho – que se assemelha com uma ponte toda feita de madeira com corrimões, porém colocada sobre o chão de terra – e passo por ele. Quando estou chegando quase no meio dessa passagem, levo um grande susto com a batida das asas de dois corvos que se aproximam de mim e pousam cada um de um lado, nas ripas verticais.

- Oh meu Deus! – dou um pequeno pulo para trás e olho para o pássaro da esquerda. – Por que tudo aqui é tão macabro? – o vento faz meus cabelos cobrirem o meu rosto, mas logo tiro as mechas e prossigo. Não vou deixar esse clima sombrio me amedrontar.

À frente, após as rochas, entro novamente em outro bosque. Este, mais bonito que o anterior, deixa raios de sol passarem através das altas árvores. O clima aqui é mais aconchegante. Posso até ouvir barulho de água corrente, que não deve estar muito longe. Começo a ficar com frio e para me aquecer sento-me num tronco caído, onde bate luz solar.

Aos poucos, a névoa vai embora e a linda paisagem fica completamente visível. E que maravilha! Sempre fui fascinada com a perfeição da natureza... Ouço o som dos pássaros cantando e avisto as lindas flores coloridas nascendo no meio dos arbustos. Mas espere... Aquele ali parece ser...

- FRAMBOESAS! – vibro.

A única vez que comi essa maravilhosa fruta, foi quando roubei da cozinha do LCDH e foi o suficiente para me apaixonar! Pego várias e volto para o lugar onde estava sentada. Limpo na própria roupa e começo a comê-las. Enquanto isso, penso em tudo que passei até chegar aqui.

- Isso aqui está saindo melhor do que imaginei! – falo sozinha como de costume. – Afinal, quando é que pensei que poderia experimentar essas delícias novamente? – rio. – Não é um liberdaaaaade, liberdade propriamente dita... Mas qualquer coisa é melhor do que estar na mãos daqueles idiotas do leilão... – fecho os olhos e suspiro fundo por um breve tempinho, sentindo a brisa e apreciando o gosto da fruta. - Apesar de agora ter um dono chato, sistemático e autoritário eu...

Paro de falar no momento que abro os olhos e vejo dois lobos parados a mais ou menos um metro e meia à minha frente, olhando para mim. Um deles é branco como neve e o outro, além dessa cor, tem pelos cinzas também. Meu coração dispara e simplesmente paraliso e com a presença deles, que continuam a me fitar. Volto a cerrar minhas pálpebras.

“Logo agora que me livrei daquela prisão vou virar comida de animais? Isso não pode estar acontecendo!” penso.

Fico assim por alguns segundos esperando o pior e nada de avançarem em mim. Decido voltar meu olhar para eles novamente. Não parecem estar em posição de ataque, pois não mostram os dentes e nem rosnam... Nunca lidei com esse bicho antes, tudo que sei sobre eles é o que li e nem sempre fora coisas positivas. Continuo parada, sem saber se saio correndo ou fico petrificada até irem embora, mas eles simplesmente olham um para o outro e depois deitam, voltando a me encarar.

- Não vão me matar? – franzo o cenho, estranhando essa atitude deles, que continuam da mesma maneira. Será que eles querem apenas me ouvir falando? Decido continuar para ver o que acontece. – B-bom, já que vão ficar aí, eu estava dizendo que tenho um dono muito autoritário e grosso. – começo a conversar. - Não aparenta ser muito mais velho que eu. Conheci ele ontem e imaginem só, nem se apresentou... E quando eu fiz isso, ele disse que não lhe interessava! – digo, indignada e ambos realmente permanecem a me escutar. – Não sei como ele se chama, o que faz da vida e nem nada! Apenas chegou impondo regras e mais regras... Como se isso não fosse algo que segui a minha vida toda... – relembro. – Infelizmente e que fique claro, contra minha vontade, tive que acatar. Segundo o fulano, se eu sair dos eixos haverão desagradáveis consequências. – tento imitar a forma como ele fala.

Inexplicavelmente, um olha para a cara do outro como se estivessem se perguntando “do que essa maluca está falando?”. Mas ainda assim prossigo.

- Pelo pouco contato que tive com ele, porque depois de terminar de falar simplesmente me deixou lá plantada cheia de perguntas sem respostas, achei-o bem esquisito. Para começar, a forma como ele fala com superioridade impondo as coisas, me irrita. Tem um jeito sombrio e misterioso que não me intimida e acho até que notou isso. Além do mais, apesar de ter aqueles desenhos na pele, parece viver no passado... Não sei ao certo porque me passou essa impressão.

O temor que me consumia, foi se esvaindo. Se esses dois lobos fossem me atacar, já teriam feito isso há muito tempo. Talvez só estavam solitários tanto quanto eu. Por que não aproveitar dessa companhia inusitada?

- Queria muito saber por qual motivo ele me comprou. Para fins sexuais pelo visto não é... Desde que cheguei, não sinto que fui usada contra minha vontade, como já aconteceu antes. – confesso. - Apenas notei uma dor no pescoço.Creio que a adquiri quando caí por causa dos efeitos dos remédios que me deixaram dopada. Na certa bati em algum lugar no momento da queda. – balanço a cabeça, concordando com minha própria fala. – Agora encontro com ele só à noite. Não me contou, mas presumo que trabalhe o dia todo, pois acordei mais cedo hoje do que ontem e já não estava em casa. sobre sua pessoa. Detesta que eu faça perguntas e gosta de fazer suspense nas coisas. Mas eu vou descobrir. Vou tentar espiá-lo, sem ser percebida é claro e ficarei sabendo o que há por trás daquela pose de durão. Na certa é solitário também, pois até então morava sozinho naquele lugar. Só se seus familiares estão viajando... – penso um pouco. – Não, acho pouco provável. Será que aconteceu alguma tragédia com eles? - levanto essa hipótese. – Enfim, caso consiga descobrir e se por acaso nos encontremos novamente, conto a vocês.

Levanto-me com cuidado.

- Vou pegar mais. – mostro a última frutinha que tenho nas mãos.

Os lobos acompanham meus passos com o olhar, porém sem sair de onde estão. Volto para meu lugar e continuo.

- Como será que vocês se chamam? Sempre tive a dúvida se animais também tem nome, que nem seres humanos. Mas vou tomar a liberdade de apelidá-los. Você, - aponto para o branco. – vou chamar de Snow, tudo bem? Já você, Grizzly. Acho que combinou! – sorrio.

Continuo lá conversando com eles por muito tempo. Caminharam junto comigo enquanto eu descobria mais partes daquele lugar, que percebi ser imenso! Nem se quisesse conseguiria explorar tudo hoje... Vou gastar vários dias para conhecer cada canto, sem contar que estou na parte que dá para os fundos do castelo, ainda tem a frente e os lados... Da próxima vez vou vir melhor equipada e trazer um pouco de comida para não ficar com fome.

Percebo que as seis da tarde se aproximam e decido voltar.

- Será que vocês conseguem me conduzir até aquele caminho em formato de ponte, perto das pedras? – pergunto gesticulando, na ilusão de conseguirem entender meu pedido.

Por incrível que pareça, Grizzlyme olha e balança a cabeça indicando para onde devemos ir. Sigo os dois para ver o que é e me levam justamente até onde pedi.

- Meu Deus, vocês me trouxeram mesmo! – digo, perplexa. – Bom agora eu acho que sei voltar sozinha! Obrigada e até qualquer dia!

Pensei em acariciar suas cabeças, mas fiquei com medo de levar uma mordida e mudei de ideia. Quem sabe da próxima vez. Aceno para eles que ficam parados me vendo ir embora.

Victoria
27 de maio de 2062 – 08:46 PM
Cozinha do Castelo
Primeiro piso

***

Depois de terminar meu jantar e limpar todos os utensílios usados, fui saindo da cozinha para ler um pouco na biblioteca antes de ir dormir. Mas algo, ou melhor, a presença de mais pessoas me fez recuar de volta para o cômodo e espreitar através da porta.

Dois caras, também vestidos de roupas escuras e com a pele tão branca quanto a do meu dono, entram no castelo e são recebidos por ele.

- Andy, o que você fez? – um deles já dispara a pergunta de forma séria.


Notas Finais


PO que vocês acharam das impressões que ela contou à suas duas novas amizades sobre o Andy?
E quem foram esses dois que chegaram no castelo? Quero saber dos palpites de vocês!

Me contem tudo que estão achando nos comentários! ♥

♦ Eventualmente, se aparecer alguma palavra ou expressão que possa surgir dúvida e não for explicada no contexto, colocarei o significado aqui nas notas finais.
♦ Pretendo atualizar a história com novos capítulos a cada 15 dias, pois ainda tenho outra fanfic em andamento, que é do Tokio Hotel e se chama SECRETS
(Link: https://spiritfanfics.com/historia/secrets-6042545 ).

~ Playlist de Blood Moon no Spotify:
https://open.spotify.com/user/itsleticialima/playlist/1WO2MkzP7UWe0paru0dYn1
A primeira música da lista, We Don’t Belong Here do BVB, é a que eu imagino ser a trilha sonora da introdução da fanfic. Sigam, ouçam e me contem o que acharam!


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