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História Blood Moon (Marauders Era) - Chapter XII


Escrita por: YourEmpress

Notas do Autor


Olá, terráqueos, estou de volta! Olha como eu sou horrível, voltei depois de quase um mês sem postar nada. Contudo, eu estava atualizando -e finalizando -outra fanfic minha, que deixarei o link nas notas finais. Graças a Zeus, consegui fazer o tom prometido capítulo de quatro mil palavras! O bom é que foi bem tranquilo de ser feito. Eu estava pensando em desistir dessa fanfic, porque estava sendo meio difícil para mim e não queria que fizesse as coisas por obrigação. E, agradeço pelo apoio de vocês, leitoras de Blood Moon!
Btw, espero poder encontrar vocês nos comentários. Por favor, não seja uma leitora fantasma. Para você que não desistiu de mim, da minha fanfic -ou dos dois- merece um litro de suco de abóbora (ou outro suco saudável de sua preferência).
Dorcas na capa de capítulo <3
Até as notas finais.

Capítulo 13 - Chapter XII


Fanfic / Fanfiction Blood Moon (Marauders Era) - Chapter XII

Lyra estava em seu quarto, sozinha com seus pensamentos. Tinha separado todo material que usaria mais tarde, porém os eventos, que aconteceram mais cedo naquele dia, insistiram em surgir em sua mente. Pegou uma mecha de cabelo loiro e começou a enrolar no dedo indicador, pensativa. Se recordava vividamente de tudo que tinha acontecido, impressionada com a riqueza de detalhes, e resolveu escrever tudo em seu diário. Olhou para o vestido, se lembrando do propósito daquilo tudo.

Ainda se lembrava do encontro na casa de Lily. Sirius foi junto a ela. No começo, a ruiva olhou torto para o amigo, mas acabou o deixando entrar após muita insistência da parte dele. Lyra nunca pensara que a mulher poderia ter tantas amigas. Bom, ela tinha mais do que ela já sonhou em ter.

Alice estava lá. Ela sorriu quando viu Lyra, e correu para abraça-la. Feliz por ter sido recebida tão bem, a loira abriu um sorriso grandioso que fazia seus olhos verdes brilharem. Era bom estar longe da mansão sufocante e estar em companhia de gente que gostava.

Sirius ficara em um canto da sala, conversando com James, seu melhor amigo. Quando passara os olhos pelo cômodo, viu algumas moças conversando e olhando para o Black. Sem duvida, ele era lindo. Além disso, ele era de uma grande família bruxa e ocupava um alto cargo no Ministério. Lyra rolou os olhos vendo o comportamento delas. Não gostava de Sirius só por causa de sua aparência, e sim porque via nele um homem de bom coração.

Dorcas Meadows parecia ser o centro das atenções. Parte dela, pois a outra ainda era direcionada ou para Lily ou para Sirius. A mulher tinha olhos azuis e cabelos loiros mais escuros do que os de Lyra. Se vestia de acordo com a moda trouxa, e tinha o cabelo preso numa trança. Suas sobrancelhas eram bem grossas e seu rosto anguloso, o que a deixava com bochechas proeminentes. Alguma coisa na mulher dizia que era melhor não mexer com ela.

Lyra se aproximou, curiosa; Alice logo atrás. Ela conversa com um grupo de mulheres, parecendo que estava fazendo uma palestra, pois era a que falava mais. Lily sorria feliz para ela, como se estivesse orgulhosa.

—Então ele me disse: "Esse trabalho é para gente que realmente sabe jogar, e não para menininhas." —Ela riu, uma risada cheia de escárnio e repudio a pessoa que tinha falado aquilo a ela. —Então eu mostrei a ele quem era a menininha. Depois, consegui me tornar batedora dos Vespas de Wimbourne. Fui a primeira mulher a ser batedora.

Algumas das presentes ficaram admiradas. A expressão de Lyra não mudou, não duvidava que o que Dorcas tinha dito era verdade.

—Ela é realmente boa —Lily concordou, olhando para as mulheres. —Sirius admitiria isso, mas é muito orgulhoso.

—Não sou orgulhoso assim —Sirius negou, se aproximando do grupo de pessoas. Ele logo olhou para Lyra, que sorriu timidamente. —Só sou bom no que faço.

—Acho que quando você é bom em alguma coisa —Lyra se pronunciou, chamando a atenção de todas. —, você não deveria ser modesto em relação a isso.

Incrivelmente, Dorcas sorrira para ela.

—Confiança é sempre bom —afirmou, ainda olhando para a Black. —Quando você sabe o que quer, não terá obstáculos para conseguir o que quer.

—Soou bem como o que uma sonserina diria —Sirius rebateu, os olhos escuros brilhando. Lyra suspirou baixinho, feliz por ele ter tirado o seu olhar intenso dela.

—Não sou eu que sou da Sonserina aqui —Dorcas contra-atacou, sem deixar de tirar um sorriso de pouco caso do rosto.

—Você diz como se essa casa fosse inteiramente ruim —Lyra observou, sorrindo levemente. O sorriso dela ficava em contraste com a da outra, pois era sincero.  —Mas não é. Você não pode julgar a casa por alguns membros que você conheceu.

—Muito bem. —Lyra ficou desapontada ao perceber que a mulher não balançaria a cabeça. Ou sequer pensaria em fazer um ato desses; ela jamais se curvaria em respeito a ninguém. —Ganhou o meu respeito pela coragem, apesar de não gostar dos Black.

Sem a loira ter percebido, Sirius já tinha deslizado para o seu lado. Lyra não conseguia simplesmente odiar a mulher que estava na sua frente, porque admirava pessoas como ela.

—Acho que mudará de opinião quando me conhecer.

—Quem sabe um dia —Dorcas respondeu, indiferente. Sua expressão a traía, ela parecia curiosa em conversar com a Black, mais do que deixava espairecer.

—Fica ao seu critério —Lyra disse calmamente, como sempre fora ensinada. —Não preciso te provar nada. Só digo que não sou uma má pessoa porque vim da família Black ou porque sou da Sonserina.

—Tem certeza? —Dorcas replicou. Todas as mulheres as olhavam, sedentas por entrarem em uma real briga. Se fosse pela Black, isso não aconteceria, pois via em Meadowes uma boa aliada.

—Você falou sobre confiança, e é o que eu tenho em relação ao que falo. —Virou-se, deixando as pessoas digerirem aquilo tudo. Não tinha se saído tão bem como queria, mas acreditava que seria dada a chance de conhecer a outra bem.

—Meus parabéns —Sirius disse a ela, envolvendo um braço em seus ombros. —Você foi suave a conversa toda, não aumentou a voz e não se deixou abalar.

—Eu não queria ferir ninguém ali, só defender eu mesma e a casa que eu pertenci —Se lembrou da Sonserina amargamente, desejando poder ter tido liberdade suficiente para ter caído na que mais se identificava quando tinha onze anos.

—Estava certa —Sirius balançou a cabeça, mesmo Lyra sabendo que ele não gostava da Sonserina.

—Cadê Alice? —Ela perguntou.

—Acho que foi ajudar Lily com algo. —O Black deu de ombros.

A loira deu um suspiro.

—Acho que fiz algumas inimigas. —comentou, olhando para algumas que a olhavam com raiva.

Sirius deu um pequeno aperto em seu ombro.

—Elas são estão com inveja que você está comigo. —sussurrou.

No mesmo momento, a Black se desvencilhou dele.

—Não quero que elas estejam assim por causa disso —murmurou, sentindo as bochechas corarem.

Se o homem foi afetado pelo gesto dela, pareceu não ter ficado. Por fim, disse:

—Vou pegar um pouco de cerveja amanteigada. Quer?

Ela apenas concordou com a cabeça. Sentou-se num dos sofás, sozinha. Algo dentro dela fazia se sentir orgulhosa por não ter abaixado a cabeça; e, outro dizia que ela poderia ter evitado aquilo e feito amizade com Dorcas.

Mas, não importava mais.

Sentiu dedos fortes cutucarem seu ombro, e se virou.

—Nem tive a chance de me apresentar e já lhe tratei daquele jeito —comentou amistosamente Dorcas, dando a volta no sofá para se sentar perto dela. —Dorcas Meadowes.

Estendeu-lhe a mão, que Lyra demorara um tempo para apertar.

—Lyra, Lyra Rosier.

—Sei quem você é —pegou um copo que estava sobre a mesa na frente delas, e girou o copo, fazendo o conteúdo balançar. Fez uma careta. —, mas pensei que iria usar o seu último sobrenome.

—Vou me casar com um Black, então prefiro só ser chamada com esse sobrenome após o casamento. —argumentou, soando coerente.

—Se endogamia não fosse algo tão comum no mundo bruxo, eu provavelmente torceria o nariz para isso. —disse a outra.

—Coisa idiota de linhagem pura! —Foi tudo o que Lyra conseguira falar, enquanto lutava com a força que Dorcas exercia sobre o lugar. Ela era um bom intimidante, isso a loira não conseguia negar.

—Realmente. —Tentara pegar da mão de Sirius um dos copos que ele trazia. Porém, fora mais rápido. Desviara na hora certa. Lyra abriu um sorriso, olhando para os sapatos. Tinha feito com tamanha sutileza, que foi uma das coisas mais discretas do evento. Ela era ao contrário, conseguia ser estabanada e algumas vezes tropeçar. E, então, Dorcas continuou: —Essa coisa de linhagem pura é idiota. Além do casamento.

—Não se casou? —perguntou, logo tendo a confirmação vendo nenhuma das mãos da mulher com anel de casamento ou até um de noivado. —Ah.

—Nunca achei isso necessário. —O respeito que Lyra tinha pela aquela mulher aumentou na hora que aquelas palavras foram ditas.

—Talvez você não encontrou quem amasse. —disse, acreditando que existia alguma coisa que mudara a visão da mulher sobre união matrimonial. Para a loira, era um tanto incomum uma mulher não querer se casar. Não que ela achasse a ideia absurda, mas porque fora ensinada que, quando atingisse seja idade, deveria arrumar um parceiro.

—Eu amo a mim mesma, se isso serve para você. —respondeu ferozmente, recebendo da outra um olhar de compaixão.

—Você ao menos teve a chance de escolher, Dorcas —A voz de Sirius saiu fria como gelo. Lyra conseguia ver ódio nos olhos dele, os deixando mais escuros.

—Coitado dele! —Dorcas zombou. —Um garoto que sempre teve tudo na mão, que nunca precisou gastar uma gota de suor.

A mão do Black se cerrara num punho. O maxilar estava trincado; Lyra podia não conseguir ver além das roupas dele, mas podia imaginar o quão tencionado ele estava. Prevendo o que poderia acontecer, envolveu a mão de Sirius com a própria.

Soltou um suspiro de alívio ao perceber que o rosto do homem ficara mais calmo.

—Dorcas, por favor, se retire de perto de nós —Lyra pediu, com a voz firme. Olhara ao redor e viu que algumas pessoas os olhavam, esperando o que poderia vir. A última coisa que ela queria era que uma briga eclodisse.

Meadowes soltara um resmungou incompreensível. A Black olhou para ela em agradecimento, não perdendo a firmeza.

—Odeio quando me dizem algo do tipo —confessou, se recostando no sofá. O sofá tinha a mesma cor dos cabelos do rapaz, negros como uma noite sem estrelas no céu. Era grande, mas Sirius estava esparrado em uma posição que só mais um lugar ficava vago.

—Está ansioso para seu sobrinho nascer? —perguntou, mudando de assunto. Bebeu um gole do líquido que ele a entregara.

—E muito —Sirius confirmou, abrindo um sorriso enorme. —James e eu estávamos até apostando em que casa em cairá quando for para Hogwarts.

—Se ele sair como a mãe, talvez tenha chance de cair na Corvinal.

—Está fora de cogitação. —Ele balançou a cabeça negativamente. —Grifinória ou Sonserina.

—E você está apostando em Sonserina por quê? —Lyra franziu o cenho.

Ele colocou o copo vazio de cerveja amanteigada na mesa e estalou os dedos, confortavelmente.

—Não acha que seria engraçado caso um filho de dois grifinórios cair na Sonserina? —perguntou, olhando para ela com seus olhos cinzas tempestuosos.

—Se ele for. O que eu não acho que seja possível. Ele terá influência o suficiente para preferir a casa dos pais, já que entre essas duas casas tem uma rivalidade ridícula.

—Ridícula? Sim —sorriu, em concordância. —Mas não desnecessária. Admita que sem competições, Hogwarts ficaria parada e sem graça.

—É uma escola — repreendeu Lyra, olhando acusatoriamente para ele.

—Não venha me dizer que não gosta de conflitos —A loira desviou o olhar dele para um grupo de moças que conversavam não muito longe dali. Entre elas estava Alice, rindo contente como se fosse contada uma piada a cada batida de seu coração.

—Pois eu não gosto. Não quando são desnecessários.

—Hm, ainda mudaremos isso —ele murmurou, alto o suficiente para ela ouvir.

—Estou bem do jeito que estou. —afirmou, convicta. Observou Lily abrir a porta, mesmo grávida prestes a dar a luz, e abraçar Lupin. Ele acenou para Lyra e Sirius, depois indo cumprimentar James.

—Aposto que você já quis brigar com Marlene. —disse ele, na defensiva.

—Brigar no sentido de discutir, sim —confirmou, dando de ombros.

—Que sem graça —Ele suspirou, arregaçando as mangas da camisa social escura dele.

—Você é o filho mais velho e herdeiro do Black —lembrou à Sirius, delicadamente. —Deveria dizer que essas coisas são desnecessárias e tudo pode ser resolvido com diálogo. —Fez uma pausa, observando o rosto dele. O Black deu um sorriso maldoso. —Mas é claro que ninguém sabe disso. Você sabe fingir muito bem.

—Não sou o meu irmão para não gostar de uma boa briga —disse amargamente, a lembrança do irmão ainda o deixando com gosto de ácido na boca. —Tenho que fingir, porque fui ensinado a isso. Ao contrário de você, que aprendeu que a melhor forma de não estar numa briga é não causar uma.

—Mas é claro!

—Tem medo de ofender alguém? —adivinhou Sirius, curioso.

—Por favor! —ela riu com desdém. —Olhe quem são minhas irmãs.

—Tem razão. Não são flor que se cheire.

—Que bom que sabe —disse Lyra, monotonamente.

Alguma coisa em Sirius fazia ela sentir como se calor emanasse dele. Balançando a cabeça, tirando o pensamento da cabeça, pediu licença. Se juntou ao grupo com que Alice conversava, e sentiu suas energias renovadas depois de as ter perdido no tempo que passava sozinha na mansão. Surpreendentemente, nenhuma delas fez alguma pergunta intima a ela. Lyra ficou aliviada, pois queria esquecer um pouco da razão que estava na Mansão dos Black durante aquela tarde.

Como nunca tinha ido para uma festa daquelas, Lyra ficara um pouco confusa. Alice também, pois, como ela, era sangue-puro e Lily estava seguindo uma tradição trouxa.

Ah, se Regulus tivesse aqui! Talvez seus olhos ficassem tão brilhantes quanto o lustre no teto.

Seu olhar caiu para Sirius, que estava sentado no mesmo sofá. Ela tinha se sentado em outro, com suas novas amigas ao seu lado. O olhar do moreno estava nela, e pensou por um momento que ele poderia estar examinando seus pensamentos; porém, descartara a hipótese, pois além de infantil, considerou que poderia ser um hábito comum de Sirius. Outra coisa o roubara a atenção, e ele começara a prestar a atenção no que a ruiva contava.

—Não precisava, Lyra —Lily disse docemente, quando viu uma grande caixa que continha o nome da loira.

—É que você não viu o melhor. —Levantou-se do assento, pegou a varinha na bolsa e apontou para o berço que dera de presente.

Caules de videiras prateadas se enrolaram no objeto. Trazia uma segurança extra ao berço, além de ornamenta-lo de tão bela maneira que todos ficaram sem fôlego por alguns segundos. Em cada vértice, um apoio em formato de pequenas uvas púrpuras ficava.

—Estou sem palavras! —Lily exclamou, passando a pequena mão pelo berço ornamentado. Ele brilhava ouro e prata.

—Também estou, querida. —James confessou, passando um braço pelos ombros da esposa.

—Considere presente dela e meu também —Sirius disse rápido, quando ninguém conseguia ainda tirar os olhos do presente.

—Presente seu! —Potter retorquiu, sorrindo de lado. —Black, você não tem criatividade para isso.

Eu fui a fonte de criatividade para ela. —Apontou para a loira, que já tinha se sentado. —Meus olhos são da mesma cor do que ela fez com o berço! Não estava óbvio.

Lyra sentiu o rosto ficar vermelho de vergonha na hora. Parte dela sentiu vontade de dar um beliscão em Sirius. Se eu tivesse ao menos transformado em bronze e não em prateado...

—Menos, Black —A voz de Dorcas se sobressaiu sobre as outras. —O mundo não gira em torno de você.

—É porque eu tenho o meu próprio —gabou-se, ignorando o insulto.

—Poupe-me do seu narcisismo —A mulher rebateu, revirando os olhos.

—Se se sentiu incomodada, eu ficaria agradecido em te mostrar a saída —Sirius apontou para a porta da entrada da casa feita de madeira. Era impressionante a expressão calma em seu rosto, porém Lyra conseguia ver seus olhos escurecerem de raiva. Desejou estar perto dele para poder o acalmar.

—Não vim aqui por sua causa, e não sairei por sua causa.

—Muito bem, já é o suficiente —Lily encerrou a discussão, como uma mãe faria quando dois filhos estavam brigando por um pedaço de bolo. —Caso não, expulso vocês dois daqui. Não têm razão para esse estresse todo, a grávida sou eu.

—Eu não tenho um útero —James se pronunciou, sentando ao lado do sofá a qual sua mulher estava. —, mas estou também. Cuidado com o bebê, gente! —Apontou para a própria barriga, que estava inchada com o que Lyra pensava ser muita comida ingerida em pouco tempo.

—Acho que você deveria se mexer menos —Lyra sugeriu, acenando com a cabeça para ele. James não parava quieto no sofá. —Caso contrário, pode acabar vomitando.

—Portanto —Sirius emendou, sorrindo maldosamente para o amigo. —, o bebê não receberá a quantidade de nutrientes da tonelada de comida que você comeu.

James deu de ombros e soltou um arroto demorado. Lyra cobriu o rosto para não mostrar que estava rindo. Pela aquela hora, já tinha bem menos pessoas; mas, as que ainda estavam, riram da atitude do Potter.

—Muito educado você, Potter! —Alice repreendeu, o olhando furiosamente.

—Aprendi com o meu querido amigo, o Padfoot —Sacudiu o ombro de Sirius, esse bebendo um longo gole de suco de abóbora, se ajuntando na brincadeira de arrotos.

—Que isso, Prongs! Você que me denegriu.

Potter concordou com a cabeça, sentindo orgulhoso de si próprio.

—Verdade, verdade.

—E pensar que eu achava que o Sirius era um santo —Lupin disse, e pela primeira vez no dia, Lyra ouviu sua voz. Era o mais quieto dos três, e também o mais tímido.

—E Peter? Onde está? —Alice perguntou, vasculhando com seus olhos escuros o recinto inteiro.

—No meu bolso que não —Sirius murmurou, levando uma almofada na cara de Lily.

—Boa mira! —Alice parabenizou a amiga. 

—Acho que ele anda muito ocupado esses dias —Lily respondeu. —Vou ver se consigo entrar em contato com ele.

—Até hoje não o conheci —disse a loira, inquieta pensando como ele poderia ser. Conhecer pessoas sempre a deixava mais energética e viva.

—Ainda terá a sua oportunidade —James a acalmou. —Ele também vive com a gente.

—Não é à toa que são quatro Marotos, James —Lupin lembrou, levando uma almofada na cara dele.

—Seria engraçado caso Alice e Lily dessem luz no mesmo dia —riu com o que ela própria disse, pensando que seria uma baita coincidência.

—Não seria engraçado! —Sirius argumentou, ajeitando uma mecha de cabelo negra que insistia em cair em seu rosto. —Seria muito bom. Poderíamos fazer uma grande festa para os dois.

—Seria maravilhoso —Lily concordou, radiante com a ideia.

—Bom, estamos perto disso, certo? —Alice perguntou retoricamente, acariciando a própria barriga que já estava grande.

—E pensar que quando eu tinha onze anos, nem ousava em imaginar que ficaria grávida —A Potter suspirou, balançando a cabeça, como se dissesse, mas sem palavras, o quanto era ingênua naqueles tempos.

Então Lyra imaginou que acabaria engravidando de um Black, um primo dela. Tentou expulsar o pensamento de sua cabeça, pois o casamento ainda nem acontecera. Porém, não negou que se sentiria satisfeita se a criança herdasse seus cabelos claros, já que é comum dos Black terem cabelos escuros.
          E, as únicas Black, de sangue, que se lembrava terem cabelos claros era ela e Narcissa. Fez uma careta ao pensar em ter uma criança com os mesmos traços de sua irmã; era simplesmente desconcertante.

Ou talvez ela seja como a Andrômeda. Talvez com olhos calmos e cabelos castanhos, mesmo sabendo que seria bem difícil cabelos castanhos em meu filho ou filha.

Então pensou que, mesmo que não saísse exatamente como ela, ela criaria a criança para ter bondade no coração.

O que falta em alguns Black.

Se lembrara de Walburga, olhos azuis gélidos e cabelos claros. Ela era bonita, imponente mas achava que isso não compensava o coração negro que tinha.

Ah, não! Amanhã terá um evento na Mansão, e eu não fiz o que queria fazer!

Mordeu o lábio inferior, e levantou-se rapidamente, a ponto de pontos pretos encobrirem sua visão.

—Tenho que ir. —disse, enquanto pegava a bolsa e guardava a varinha que até agora havia esquecido de guardar. —Preciso fazer algo que procrastinei desde que me veio a ideia.

—Que é.…? —James quisera fazê-la falar, o que não dera certo.

—Depois conto a todos —Olhou, então, para Sirius. —Ou talvez Sirius fale antes de mim. —Viu todos a olharem curiosa, mas tinha muitas pessoas ainda para contar. Teria que deixar para depois. —Agora, tenho que realmente ir. Adeus!

Em poucos segundos, ela já tinha aparatado. A sensação que a acompanhava quando aparatava, parecia ter sido reduzida a apenas uma leve tonteira. Como não podia aparatar dentro da Mansão —pois, além de ser algo desrespeitoso demais, o lugar era protegido contra aparatações —, decidiu aparatar no jardim, um lugar que tinha certeza que não teria problemas. Conseguiu visualizar o espaço em sua mente, se lembrando de ter visto um pedaço dele quando vagava pelo castelo, sem mesmo tê-lo visitado.

Incrivelmente, não caíra assim que aparecera no jardim. Não, seus pés estavam bem plantados no chão. Ainda era tarde, apesar do sol estar se pondo lentamente. O céu estava tingido de laranja, contrastando com o azul das flores daquele ponto do jardim. Do que Lyra se lembrava, azul era a cor complementar do laranja. Era impressionante ver duas cores diferentes parecerem tão incríveis, quando juntas em um mesmo cenário.

Podia sentir o cheiro leve que as flores produziam, e se segurou para não arrancar uma flor para prender no cabelo. Ela não poderia fazer isso, já tinha perdido tempo demais.

—Admirando a beleza do lugar? —Lyra ouvira uma voz perguntar, não muito longe dela.

Virou a cabeça em direção ao som. Sorriu, ao perceber quem era.

—Gisele.

—Olá, querida, tudo bom? —perguntara a mulher, levantando-se do banco que estava. Usava um conjuntinho roxo escuro, uma calça até os pés, e uma camisa até os cotovelos.

—Estou bem, sim, obrigada por perguntar. —respondeu gentilmente a loira. —E, você, está bem?

—Igualmente, sim —balançou a cabeça, se direcionando até ela. —Verde ficou realmente bom em você, combinou com seus olhos.

—Obrigada, novamente.

Gisele entrelaçou seus braços.

—Vamos dar uma caminhada pelo jardim?

Olhou atentamente para a mulher. Ela tinha um rosto com expressão neutra, e algo nos seus olhos a convidava para fazer a caminhada, como se fosse realmente fazê-la bem.

—Pode ser mais tarde? —sugeriu, continuando em pé onde aparatara. —Tenho que fazer algo agora.

—Tudo bem —ela concordou. —Podemos ir, então, conversando até o seu quarto?

—Eu adoraria —disse Lyra, sincera. Não faria mal uma conversa até seu quarto, onde começaria seu trabalho.

—Meu sobrinho estava certo quando mencionou a sua beleza —disse Gisele, olhando sempre para a frente.

—Seu sobrinho? —Lyra perguntou, curiosa e parecendo demasiadamente animada.

—Sim, meu sobrinho —a outra confirmara. —Regulus.

—Ah, sim, Regulus —exclamou a garota, não conseguindo conter o sorriso.

—Não quero que se sinta incomodada —Gisele se pronunciou, com orgulho na voz. —, mas meu sobrinho não é lindo?

—Sim, ele é —sorriu Lyra, não podendo negar isso.

—Sei que são noivos, então não teria problema eu perguntar isso.

—Realmente, sem nenhum problema —murmurou a loira, engolindo em seco. Entretanto, ficara aliviada da mulher não ser tia de Sirius, e sim de seu noivo.

—Um evento aqui, na Mansão, está chegando —Gisele informou, Lyra guiando o caminho. —Já sabe o que irá usar?

—Na verdade, sim —respondeu, já conseguindo ver a porta de seu quarto se aproximando. —O vestido é lindo.

—Deve ser mesmo. —O que impressionava Lyra naquela mulher era que sempre olhava nos olhos das pessoas, sem temer. Queria aprender com ela, pois sempre desviava o olhar, algumas vezes olhando para seus próprios pés. —O que vim dizer é uma mensagem curta.

Agora estavam em frente a porta que dava o seu quarto. Lyra ficou de costas para a porta, olhando para a mulher, ansiosa em ouvir as palavras que a outra queria dizer.

—Você pode não ser a mais importante aqui, cabendo esse cargo a Marlene, mas tente deixar a sua marca —Os olhos dela eram azuis como um céu sem nuvens. Ela falava com uma gentileza que até Lyra não era capaz de ter. Carrega sabedoria em cada palavra que pronunciava. —Seja em como se veste, ou em como trata as pessoas. Faça algo para te notarem, para verem o seu valor.

Encarou Gisele antes de dizer algo. Sorri mostrando os dentes.

—Agradeço muito. Vou relevar o seu conselho, sim.

—Espero que sim, querida —Gisele disse calmamente. —Até o jantar.

—Até o jantar —Lyra respondeu, entrando no quarto.

Fechou a porta atrás de si, refletindo sobre o que a mais velha tinha dito. Ela tinha razão, pensou. Lyra acreditava que sua imagem continuava apagada, até mesmo quando tinha se mudado para àquela Mansão; e, não queria que isso continuasse a acontecer. Estava determinada a fazer qualquer coisa, desde que não implicasse meios sujos, para conseguir reconhecimento.

Sentiu algo crescer dentro de si, um desejo tão forte de conseguir aquilo, que fazia ela impulsionar para frente. Queria mostrar o seu valor, que qualquer rumor ruim sobre sua família não se aplicava para ela. Não usaria da manipulação, pois achava que era desnecessário, pois sempre foi boa com pessoas, e isso já era o suficiente para atingir o fim que aspirava.

Já tinha tudo em mente, só faltava começar aos poucos. Pegou um pedaço de pergaminho, uma pena e fez um pequeno projeto do que estava por vir. Guardou na gaveta de seu criado mudo, entre alguns pertences seus. Esquematizou tudo na sua cabeça, porque teria que ser organizada. 


Notas Finais


Hey, obrigada por ter chegado aqui! Depois de ter lido essa quase Bíblia, poderia passar na área dos comentários e dar a sua opinião? Isso ajudaria muito.
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Até o próximo capítulo!


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