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História Blood Moon (Marauders Era) - Chapter XIV


Escrita por: YourEmpress

Notas do Autor


Olá, minha gente! Quero avisar, primeiramente, que eu não vou poder postar um capítulo semana que vem, já que minhas provas começam na quinta e eu tenho que estudar 7u7. Vida de estudante não é fácil...Porém, tentarei o meu melhor escrevendo alguma coisa quando eu estiver livre!
Essa é meio que a ''segunda'' parte do capítulo anterior, já que eu disse anteriormente que iria ficar muito grande caso eu postasse tudo junto, então achei melhor separar; porque, além de terem cenas bem distintas, o capítulo teria mais de cinco mil palavras, e estou visando cada capítulo ter entre duas mil e quatro mil.
Agradeço pelas visualizações, favoritos e comentários. Tudo isso sempre me motiva a sentar na minha cadeira em frente ao pc, e escrever mais um capítulo. Deixarei nas notas finais links de fanfics minhas para vocês lerem, caso já não tenham feito isso e-e.

Capítulo 15 - Chapter XIV


Lyra olhou-se no espelho. O vestido feito por ela mesma parecia se ajustar perfeitamente no seu corpo. Tinha somente uma manga, que se estendia até o pulso dela. Era vermelho, sua cor favorita. Possuía, porém, algumas tiras trançadas, na parte superior do vestido, da cor azul claro.

O vestido parava no meio das suas coxas, então, uma longa cauda, que adaptara e costurara ao vestido, o tornava mais moderno e inovador. A cauda era curta e era da mesma cor que o resto do vestido, com a exceção das tiras que riscavam o tecido diagonalmente.

Achou-se bonita quando viu como algo que ela fez tinha ficado tão perfeito. Pensou que deveria parar de se subestimar, porque foi criativa e habilidosa o suficiente para criar não um vestido, e sim dois. O segundo pedira à Maya para deixar no quarto de Walburga. Lyra enrolara o belo vestido e o colocara cuidadosamente numa caixa, que entregou à Maya para deixar no quarto da Black.

Talvez ela goste, Lyra pensou. Espero que use hoje.

Calçou os sapatos, sentando-se na cama. Afivelou as tiras com cuidado, mesmo sabendo fazer isso desde sempre. Sorriu mecanicamente para ninguém, pensando em quantos sorrisos teria que dar naquele dia. Ah, se a liberdade ainda existisse para mim...

Com muito pesar, olhou para a varinha que teria que deixar para trás, já que um evento como aqueles não era o adequado nem o certo. Criou uma nota mental que criaria um espaço –mesmo que tivesse que tentar inúmeras vezes-, para guardar a varinha. Achava aquilo uma das ferramentas mais importantes do mundo bruxo, por ser um instrumento de defesa e ataque.

Os corredores estavam vazios, e concluiu que pudesse estar um pouco atrasada para o evento. Deu de ombros, sabendo que não teria como voltar atrás e ter feito tudo apressadamente, já que a deixaria ainda mais nervosa.

Não escutava um barulho sequer, nem o que seu vestido fazia ao arrastar-se um pouco pelo chão. Apressou-se, então, ansiosa pelo o que viria.

Quando ela entrou, pode perceber que todos os olhares se voltaram para ela. Se não estivesse acostumada, até teria ficado corada até os dedos dos pés. Sua expressão não mudou de neutra, e pela primeira vez, Lyra acreditava que tudo poderia dar certo.

Estava tão absorta olhando para tudo ao mesmo tempo, para a imensidão que a sala era, para as pessoas andando de lá para cá, que não percebera a presença de Regulus ao seu lado, até que ele pigarreou.

—Olá —cumprimentou-o, animada. —Festa linda, não?

—Linda é como você está —ele respondeu, não tirando os olhos dela. Lyra ainda se impressionava como os olhos dele poderiam ser penetrantes, e como o mesmo não tinha medo de encarar deliberadamente e sustentar qualquer olhar que lançasse. —Tenho certeza que é a mais bela de todas.

—Que nada—deu um pequeno sorriso. —É apenas o efeito do vestido.

Regulus riu levemente.

—Só concordo com a senhorita sobre a festa —Olhou para a frente, onde a festa acontecia. Agora, as pessoas tinham se dispersado, para a felicidade de Lyra. As mesas eram abastecidas em períodos de poucos minutos. Ninguém se sentava, havia vários grupos de indivíduos conversando animadamente, outros diplomaticamente. O coro de várias vozes diferentes, e a perspectiva de várias pessoas diferentes, deixava a loira ansiosa. —Não é o efeito do vestido.

—Agradeço, então, o elogio —fez um meneio com a cabeça. Aceitou o braço do rapaz, enlaçando o dela no dele. Lyra notou que o rapaz usava um terno novo com uma típica gravata azul, a sua cor favorita.

Algumas pessoas o cumprimentaram, mais ainda cumprimentaram ela. Olhou para o rapaz, que não parecia afetado com as pessoas que o ignoravam. Ah, Regulus, sei como é estar nas sombras. Sei como é ser o membro da família menos notado, como é ruim quando roubam seu brilho...

Passaram por algumas pessoas bem vestidas, as mulheres usando trajes bem espalhafatosos. Em comparação a elas, o vestido da loira era simples e quase considerado vulgar. Não muito longe de onde estavam, Lyra conseguiu ver Marlene.

A morena estava bonita, isso a loira não poderia negar. Usava o cabelo preso num coque, joias que deveriam ser caríssimas e um vestido espalhafatoso. Tinha sua cabeça alguns centímetros levantada, olhando sempre para as pessoas de cima para baixo. Lyra admirava a ousadia da outra ao se comportar tão superiormente e irreverentemente quando estava com pessoas da alta sociedade bruxa. Acho que todo mundo se acha melhor que todo mundo, pensou.

Lyra andava ainda com Regulus ao seu lado, o mesmo acenando para todos que conhecia e os cumprimentando. Sirius, porém, parecia conhecer todas as pessoas presentes. Ou talvez todos os conheçam. Afinal, quem não conheceria Sirius Black?

Os irmãos pareciam gostar da atenção e do reconhecimento. Em contrapartida, um parecia lidar melhor com coisas formais do que o outro. Lyra não podia dizer qual lidava melhor com aquilo tudo, pois ambos tinham habilidades sociais incríveis. Melhores até que as dela, já que eles já estavam acostumados.

Não precisou nem esticar o pescoço ou procurar muito para achar algum parente seu. Infelizmente, os achara. Não queria ter achado, já que a presença deles a trazia angústia.

Bellatrix estava ao lado de seu marido, ambos trajando preto. Conversava com um grupo de pessoas com a mesma cor de trajes, e por um momento Lyra estranhou isso tudo. Narcissa, não muito longe da irmã, era a que se vestia mais elegantemente. Seus trajes eram mais claros. A loira sempre achou que essa irmã era a que tinha mais cara da realeza, já que Bellatrix nunca tinha uma expressão neutra no rosto, nem ela mesma.

Soltou um suspiro de desanimado quando recordou que não conseguiria achar a sua irmã favorita na festa. Como tinha se casado com um nascido trouxa, a mesma havia sido excluída da árvore de família dos Black. Andrômeda tivera uma filha, que Lyra tinha conhecido, que naquele ano faria sete anos de idade.

Tenho que um dia visita-la. Estou sendo uma tia ausente à Nymphadora. E olha que as suas outras duas tias nem ligam para a sua existência.

—No que pensa tanto? —Regulus perguntou, dando um copo cheio do que parecia ser suco de abóbora a ela.

Lyra o segurou com as duas mãos, ainda pensativa. Como não respondera, o Black deduziu:

—Na sua família novamente?

Ela assentiu.

—Estou sendo uma tia tão horrível! —confessou.

Regulus olhou para a família Malfoy.

—Diz isso sobre Draco?

Lyra mordeu o lábio pensando que não podia falar muita coisa, porque assim a denunciaria. Portanto, resolveu mentir.

—Exatamente —enfatizou a mentira, ao olhar com compaixão aos Malfoy.

—Podemos fazer uma visita a eles —Regulus sugeriu, tomando após um gole de uma bebida que com certeza não era suco de abóbora. —O que acha?

A loira quase cuspiu o que tinha colocado na boca.

—A-ah, claro —gaguejou, se odiando depois por isso. —Seria muito bom. De verdade.

—Ótimo, então —ele sorriu.

—O que está bebendo? —Lyra perguntou, curiosa.

—Uísque de fogo —estendeu o copo para ela. —Quer provar?

—Acho melhor não —fez um sinal com a mão, recusando gentilmente. —Não sou muito adepta a isso.

Regulus deu de ombros.

—Quero que você conheça alguém —Olhou para a direção que o seu chefe se encontrava. Ofereceu novamente o braço a ela, que aceitou sem hesitar.

—Em poucos dias que farei a entrevista para o emprego que eu realmente quero —Regulus explicou, quando abria caminho pela multidão. —Então, talvez Kuznetsov tente a convencer a não me mudar para o Nível Cinco.

—Está bom —ela disse, gentilmente. —Te defenderei, é claro.

—Só acho que o Nível Três não usa todo o meu potencial —Regulus confessou baixo, quase sussurrando. Lyra entendeu o motivo de ele ter abaixado a voz quando viu Dimitri Kuznetsov.

Era incrível a palidez da pele do homem, contrastando com os olhos pretos como a noite. Os cabelos eram da mesma cor que os Malfoy costumavam possuir –loiros-, porém Lyra conseguia perceber claramente que o homem não era do Reino Unido.

—Olá, senhor Kuznetsov —cumprimentou Regulus, o chefe. —Está gostando?

Então, o Black estendeu a mão para o homem apertar. O senhor Kuznetsov parecia ter um aperto firme -até demais-, já que Lyra pode perceber a mão do noivo ficando vermelha. Se não fosse por isso, nem parecia afetado pelo aperto de quase quebrar os ossos.

—Já te disse para não me chamar pelo sobrenome, Regulus! —o homem disse. Bem que Regulus disse, ele tem um forte sotaque mesmo. —Me chame de Dimitri, que está bom.

—É o hábito —desculpou-se, enfiando a mão dentro do bolso do paletó. Então, olhou para Lyra e continuou: —Essa é a minha noiva, Lyra Rosier.

—Que bela, você —Kuznetsov a cumprimentou com três beijinhos em sua bochecha, alternando os lados da face. A mesma ficou um pouco atordoada, sem saber se fazia o mesmo ou não. Por fim, o homem pareceu esquecer, pois falou algo em russo em seguida: —Поздравления жениху и невесте. Да будет крепок ваш союз!

—Perdão, mas o que disse? —Lyra perguntou, admirada em ter ouvido pela a primeira vez alguém falando essa língua.

—Pelo o que me recordo, ele está nos parabenizando por algo —Regulus disse, e logo recebeu um aceno de aprovação vindo de Kuznetsov.

—Os parabenizei pelo noivado. Talvez você, Lyra, conseguia por juízo na cabeça desse rapaz para não sair do meu Nível.

—E por que ele não deveria sair? —indagou a loira, curiosa para saber qual seria a resposta do russo.

—Porque ele é um dos melhores no meu Nível! Aliás, no outro nível, ele não ficará tanto tempo em casa. Algumas vezes terá que viajar para outros lugares.

—Mas o senhor não acha isso fenomenal? —retrucou Lyra, com os olhos brilhantes. —Quer dizer, ele não vai ficar só aqui, na nublada Inglaterra.

—Tem razão —Dimitri concordou baixo.

—Além do mais —Lyra continuou, antes que Kuznetsov dissesse algo muito rápido, ao ponto de ela não entender e ficar envergonhada: —, ele pode te visitar quando estiver aqui.

—De qualquer maneira, sentirei falta dele. Regulus foi o funcionário mais eficiente que eu conheci!

—Foi? —Lyra sussurrou para Regulus, em busca de ajuda.

—Dentro de sete dias, é que será a entrevista para a vaga—ele respondeu, mais precisamente.  

—Que tenho certeza que ganhará —bebeu um gole da bebida que pegara da mesa próxima a ele.

—Concordo contigo, Dimitri —a jovem sorriu, abraçando de lado o noivo. —A vaga já é dele.

Regulus sorria como já tivesse ganho a vaga. Não duvido nada que ele tenha capacidade e seja confiante o bastante. Talvez eu consiga aprender com ele sobre confiança, está faltando um pouco em mim.

—Quando eu for, posso te levar junto —Regulus disse, quando os dois já tinham se despedido do antigo chefe dele. —O Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas fica no Nível 4, ou seja, um nível acima do que eu irei.

—Obrigada —sorriu fraco. —Assim, eu faço alguma coisa fora dessa casa. Aceito até um emprego como secretária.

—Não aceite nada abaixo do seu nível, Lyra —ele a encarou, seus olhos azuis escuros naquela hora. —Se só tiver esse trabalho, procure em outro nível.

—É, obrigada pelo conselho. Vou tentar fazer realmente isso.

—Ou podemos ir mais cedo, para eu te ajudar —ofereceu. A loira levantou uma sobrancelha, instantaneamente surpresa com aquilo. —Conheço bastante gente de lá.

—Agradeço muito a ajuda, mas não quero que faça nada por mim. Só me oriente mesmo.

—Não acho que precisa de ajuda —Regulus argumentou, esboçando um sorriso. —Acho que é capaz o suficiente para isso.

—Obrigada —sentiu as bochechas corarem, e olhou para baixo.

Depois de alguns segundos assim, levantou o olhar para as pessoas. O vestido que usava era ainda um choque para algumas, que não conseguiam tirar o olhar dela. Lyra, porém, fingia que não via, não sabendo se ficava feliz ou não, pelos olhares. Não pode deixar de notar que Sirius também a olhava, e não entendeu porque ficava ainda surpresa com isso. Estava a ponto de caminhar até ele e cumprimenta-lo, mas não podia levantar alguma suspeita. Regulus sabia conectar os pontos como ninguém.

—Não acha que deveríamos cumprimentar Marlene e Sirius? —Lyra sugeriu, dando mais ênfase no nome da morena. Talvez ele ache que é para alfinetar a mesma, quem sabe...

O noivo olhava com expressão neutra para o casal que não estava muito longe do outro. Um sorriso de divertimento apareceu em seus lábios, parecendo que a sua intenção era genuína.

—Acho, sim —respondeu, sem a olhar.

Seguiram, então, até o grupo de pessoas que os dois estavam localizados. Marlene coordenava a conversa, e as pessoas pareciam ter um grande interesse por ela e seu noivo. 

Alguns pararam de falar quando viram Regulus e Lyra se aproximando. Outros, ficaram comentando sobre o vestido da loira. A presença dos dois era ainda mais forte, o que impossibilitava da maioria fingir que Regulus não era um Black.

—Lyra, querida! —Marlene exclamou, com um sorriso de escárnio no rosto. —Não sabia que estava na moda ser vulgar.

—Da mesma forma que roxo parece estar na moda, não? —A olhou de cima para baixo, ainda se perguntando como ela comprou um vestido tão espalhafatoso e exagerado.

—Usar uma cor fora de estação é um delito bem menor que usar um vestido curto, minha cara —argumentou Marlene, apesar de Lyra não confiar nela. Achava que a primeira falava isso só para lhe dar credibilidade, pois via os olhos escuros dela brilhando de inveja de seu vestido.

—Não cabe a você a dizer o que é vulgar, ou o que não é —Lyra disse calmamente, sem sair do lugar. —Se julgar pelas roupas fosse algo verídico, você com certeza teria mais caráter do que eu. Levando em conta que as coisas não assim, o caráter de uma mulher é medido pelas suas ações, não suas roupas. —Olhou para diferentes bruxos e bruxas que tinham ou uma expressão surpresa, ou de censura ou de aprovação; e então voltou a falar: —Com licença, tenho que me retirar.

—Ela só diz isso porque vem de uma família falida —Ouviu Marlene dizer, quando já tinha dado meia volta.

Lyra parou onde estava, cerrou os punhos e tentou se acalmar. Sentiu uma mão a envolver pelos ombros, num gesto bondoso, porém ainda sim distante. Nem precisa levantar o olhar para ver que era Regulus.

—Você se saiu bem. Não se descontrolou. Não deve ligar para ela. Você não é a sua família. Além do mais, isso é inveja mesmo —afirmou. Quando Lyra o olhou, pode reconhecer o mesmo brilho nos olhos de Sirius quando estava com o mesmo.

—Obrigada por me apoiar —sentiu um olhar queimar nas suas costas, e, dando uma olhada pelo ombro, notou que era o Black mais velho. Desviou o olhar antes que Regulus visse.

Mal havia notado, mas, quando olhou para o teto viu que o lugar era bem iluminado por vários lustres com inúmeras velas. Tirou, então, alguns segundos para admirar o salão. Com tanta iluminação, parecia ter um tom quase caramelado. Não duvidaria se soubesse que a Mansão tinha um salão que usava para cada estação do ano, apesar de aquele representar melhor o outono.

No alto do teto, tinha uma claraboia, possibilitando a visão do céu estrelado lá fora. Era lindo, tinha que confessar. Tivera momentaneamente vontade de deixar sobre a grama do jardim, só para observar o céu e tentar usar seus conhecimentos para localizar alguma estrela ou constelação conhecida.

Olhou para o noivo, se lembrando das vezes que se encontrava com o irmão dele, e até mesmo todas as palavras e alguns beijos trocados. Não conseguia o olhar sem pensar no quanto gostava daquilo tudo.

—Se importaria se me deixasse sozinha? —pediu ela, firmemente. —Eu preciso falar com alguém.

—Tudo bem —ele concordou, sem discutir, com um quê de suspeita no rosto. —Qualquer coisa, me procure.

—Está bem —procurou na multidão alguém não específico. A verdade era que não tinha a mínima noção de quem poder trocar uma simples palavra.

Considerou as hipóteses. Não trocaria cumprimento nenhum com alguém da sua família, e não achava a família Potter, já que obviamente eles não tinham sido convidados. A mesma coisa com Lupin. Restava Alice, quem não conseguiu achar. Deduziu que o estágio da gravidez da amiga estava avançado demais para ela simplesmente comparecer todos os eventos que quisesse.

Sentiu –e escutou- sua barriga roncar, assim percebendo que não tinha comido fazia uma boa quantidade de horas. Não muito longe dela tinha uma mesa longa e lateral com vários tipos de comidas e bebidas.

Não hesitando, se direcionou até lá. Se serviu de uma comida estrangeira que não sabia o nome, mas o gosto era bom.

—Está com fome, hein? —escutou uma voz atrás dela dizer.

—Faminta —o corrigiu. Quando levantou o olhar, percebeu que Sirius estava ao seu lado. —Mas você não desiste, não é?

—Não posso falar com a minha futura cunhada? —retorquiu ele, com um sorriso maroto nos lábios.

Lyra, porém, não o respondeu.

—Qual é! —falou um pouco alto, depois dando uma pausa percebendo o que falara e o tom que falar. —Hm.…quer dizer, não tem razão para ficar assim. Só vim aqui porque te vi meio deslocada.

A garota deu um sorriso amargo.

—Não é nada —respirou fundo, repousando o copo vazio de volta à mesa.

—Claro que é alguma coisa —olhou para ela, tentando ler a expressão facial da mesma. —Me conte.

—Não irei te contar.

—Para de bobagem, Lyra. O que custa contar para mim?

—O que custa? —ela perguntou. —Sirius, você sabe muito bem que não deveríamos ter essa intimidade toda.

—Mas eu só disse para você me contar o motivo que a fez ficar assim!

—Exatamente por causa disso —suspirou, Lyra. —Por que você não vai encher o saco da Marlene? Ela bem que merecia você tagarelando toda a hora no ouvido dela.

—Porque é mais fácil ela acabar com a minha paciência, do que eu a dela.

—Ah, sim, me esqueci que quem realmente é insuportável é ela...—Lyra murmurou desinteressada. —Deve ser ainda mais difícil ter que imaginar a aguentar até Merlin sabe quando.

—Por isso que eu preferia você —Sirius disse. A loira pode ver brilho nos seus olhos, e desejou que aquele sentimento que eles compartilhavam fosse mentira.

—Por quê? —se atreveu a perguntar. —Por que eu?

O Black demorou um pouco a responder.

—Porque eu sou o filho mais velho —por fim respondeu, não conseguindo olhar em seus olhos, então, resolveu olhar para as pessoas, mesmo que estivesse bem distante de lá. —E, como tal, eu tenho que ter o melhor.

Então, a deixou. Não tinha palavras para mostrar a vontade que tinha de fazer o Black pagar pelo o que tinha dito. Acima de tudo, eu não sou um objeto. Nem para você, nem para meus parentes e para ninguém. Sou mais que isso, e vocês todos verão.

Olhou para Walburga Black que trocava algumas palavras com o marido, sentada numa gigante cadeira preta e adornada com pedras preciosas.

Foi cumprimentada por algumas bruxas, que observavam seu vestido com inveja nos olhos. Elogios, por vezes, saíam da boca de certas moças, e a maioria dos presentes pareciam a reconhecer. Tanto no mundo bruxo quanto no trouxa, rolavam notícias. Lyra não se admiraria se ouvisse um botado falso seu. Quando as pessoas não têm mais o que falar, elas começam a falar sobre os outros.

Observou que isso não era tão desvirtuado como pensava que poderia ser. Não precisava ser um observador sempre presente para notar que algumas pessoas falavam até dos dois filhos de Walburga. Porém, ninguém se atrevia a falar da mulher, temendo o pior.

Orion se ajeitou na imponente cadeira, depois se dirigindo ao público:

—Agradecemos a presença de todos. Apesar dessa celebração não ter algo para ser celebrado, ficamos feliz em poder encontrar rostos conhecidos. —O casal abriu um sorriso, sendo o de Orion o que parecia ser mais verdadeiro. —Contudo, sugiro que todo nós façamos um bride às duas senhoritas: Lyra Rosier e Marlene McKinnon.

Marlene não parecia estar surpresa. Abriu um sorriso de orelha a orelha, mantendo sempre a cabeça levantada. Sua família estava perto dela, e seu irmão, pai e mãe batiam palmas fervorosamente. Os três usavam roupas pretas elegantes, porém sem tantos adornados quanto a de Marlene.

No caso de Lyra, sua família chamava mais a atenção que ela queria. Cygnus e Druella começaram a falar de quanto sua filha era bela, e a loira ficava envergonhada quando eles faziam isso. Queria ser surda naquela hora, assim não precisaria escutar os comentários dos pais que a vendeu.

Enquanto isso, Bellatrix batia palmas sem vontade, e Narcissa abria um sorriso para a irmã mais nova. Não sei o porquê da Malfoy estar um pouco diferente quando me olha, mas irei descobrir.

Abriu um sorriso como o de Marlene, só que realmente verdadeiro. Ficou momentaneamente feliz, porque tivera reconhecimento e ela, algumas vezes, se sentia confortável com os holofotes.

Walburga se levantou, assim facilitando para todos verem o seu vestido. Ele tinha duas cores. A parte de baixo era completamente azul escura, a saia feita com alguns babados. A parte de cima era rosa escuro na região da primeira costela até a cintura, sendo da mesma cor da saia dali até quase a clavícula. O vestido tinha mangas curtas, o ombro quase descoberto senão fosse por uma capa rosa escuro que a Black usava.

—Deveríamos todos aplaudir Marlene McKinnon —o sorriso de Walburga era frio, como seus olhos. —, já que foi a mesma que criou este belo vestido.

Não surpreendentemente, Marlene pareceu surpresa, porém logo cobriu sua reação com outro sorriso falso. A família parecia um pouco surpresa, aplaudindo da mesma maneira. O único que parecia desconfiar era Regulus, pois seu olhar se fixara em Lyra, que olhava a situação com olhos arregalados.

Não consiga pensar em alguém pegando seu mérito. Acreditava que a morena sabia que ela que tinha feito, mas nada fazia. É claro que ela não falaria nada, ela quer a glória. A glória que deveria ser minha.

Sentiu o rosto ficar vermelho de raiva, então se prontificou a se controlar. Respirou e inspirou várias vezes, também esperando que todos se calassem para se pronunciar.

Quando isso aconteceu, ficou admirada como a sua voz soou alta e confiante:

—Acho que a senhora está totalmente equivocada, já que fui eu que mandei entregar o vestido feito por mim mesma ao seu quarto. —Um silêncio perturbador se instalara, bom o suficiente para a sua voz ecoar pelo salão. —Em uma caixa dourada, com uma fita azul. Se ainda não acreditar em mim, posso provar a todos vocês —fez um gesto abrangendo o espaço inteiro—, que fui eu mesma quem fiz o vestido. O que acha de uma competição amistosa, Marlene?

Esperava que a mesma fosse ficar com raiva, olhos faiscantes, mas a sua reação foi fria.

—Eu adoraria, Lyra.

Olhou, então, para Walburga, esperando que a mesma falasse algo. Com a visão periférica, pode ver Sirius a olhando preocupado, então resolveu o ignorar.

—Ótimo. —Alguns não podiam ver, contudo Lyra via nitidamente faíscas de ódio no rosto da Black. Claramente, ela não deixaria as coisas fáceis para Lyra daquele dia em diante. —Amanhã será a disputa. Todos estão convidados para assistir no mesmo horário que o evento de hoje começou.

Abriu um sorriso de confiança, tendo a absoluta certeza  que tinha ganho, só faltando esfregar a vitória na cara da sua nova inimiga. 


Notas Finais


Que bom que chegou até aqui. Espero poder te encontrar na área de comentários.
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Até o próximo capítulo!


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