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História Blood Moon (Marauders Era) - Chapter XVII


Escrita por: YourEmpress

Notas do Autor


Eu voltei! Gente, eu amo vocês mesmo. Amanhã tenho teste e estou aqui, postando outro capítulo.
Sim, ele está enorme e é o maior capítulo que eu já postei. Sim, eu sei de todas essas coisas. Já tenho ideia do próximo capítulo, e prometo quando acabar os testes já começarei o escrever. Juro de dedinho!
Agradeço todo o apoio, seja com comentários ou até mesmo com as visualizações. Sei que existem leitores fantasmas que gostam da fanfic. Estou apenas esperando o momento que eles aparecerão hehe.
Boa leitura e até as notas finais!

Capítulo 18 - Chapter XVII


—Sabia que você estaria aqui —Lyra ouviu a voz de Sirius, e levantou os olhos do livro que lia.

Apesar de ele parecer querer conversar com ela, apenas balançou a cabeça novamente e voltou à leitura.

Se sentindo desconfortada com o olhar dele sobre ela, fechou o livro tristemente e o olhou nos olhos. Decidiu ir à biblioteca, pois sabia que encontraria silêncio a sua espera. Além do mais, qual seria um melhor lugar para se ler um livro? Mas, ela possuía fortes dúvidas que ele queria apenas a olhar lendo, ou ler um livro.

—O que você gostaria de falar comigo? —disse friamente, impressionada com ela mesma.

—Nossa, Lyra...O que aconteceu?

—Você que deveria me falar isso, Sirius —rebateu Lyra.

—Não estou entendendo —O Black parecia realmente confuso.

A loira deu uma risada forçada.

—Jura? —balançou a cabeça negativamente. —Eu não me esqueci do que você disse.

—Você ficou chateada, apesar de não ter parecido, por termos feito aquilo por você?

—Não, Sirius —disse ela, impaciente. —Claro que não é por isso.

Ele afundou as mãos nos bolsos do paletó.

—Você me acusou de não ser direto, e você agora não está sendo.

—Eu quero que você reconheça o que fez. Do jeito que você está, me faz pensar que foi por impulso seu ou você realmente acha aquilo.

—Acho o quê, Lyra? —perguntou Sirius, se aproximando. —Eu realmente não sei.

—Argh, você é um idiota mesmo —tentou não se aborrecer, e permanecer o mais calma possível.

—Sim, eu sou —concordou ele. —Às vezes, sim.

—Que bom que isso ao menos assume.

Eu assumiria o que te deixou chateada, se você ao menos dissesse.

O olhar que Lyra lançou para ele foi de completa decepção e tristeza. Não conseguia por em palavras tudo o que queria dizer a ele, mas sabia que o que o Black dissera na festa tinha realmente a machucado. Pensava mais dele, apesar de conhece-lo faz muito tempo.

Quer dizer, era como se eles se conhecessem faz tempo. Não sabia dizer se ele era seu parente, ou por achar seus olhos cinzas tão familiares, como provenientes de uma memória. Concluiu que, mesmo em um espaço de mil anos, jamais esqueceria dos seus olhos.

—De você ter que ter o melhor! —ela exclamou. —Porque você é o mais velho.

—Ah, isso.

—Ah, isso mesmo! —seus olhos já estavam marejados, ela lutava para que as lágrimas permanecessem nos seus olhos verdes. —Você acha que eu valho tão pouco assim para você falar desse jeito?

—Lyra, deixe-me explicar...

—Não tem o que explicar, Sirius —Ela estava tão próxima dele, que seu nariz quase tocava o dele. Se controlou, a raiva guardada a controlando.

—Claro que eu tenho —retorquiu, segurando o braço dela.

—A sua explicação se chama desculpa —tentou girar o braço, mas sem sucesso. —E eu não quero desculpas.

—Mas eu não quis falar aquilo —Olhando para seus olhos cinzas, aparentava que ele falava a verdade. Lyra quase cedeu, decidindo de lutar por uns segundos.

—Não se fala coisa dessas para uma mulher. —reagiu com firmeza ao que lhe fora dito antes.

—Você deveria pensar no meu lado também —Sirius disse ferozmente, o braço da garota segurado por sua mão. Raiva acendeu em seus olhos escuros, e ela recuou uns milímetros para trás como se tivesse levado um tapa.

—Que lado? —rebateu, não conseguindo cruzar os braços. —Que lado, Sirius?

—Simplesmente eu ter fortes sentimentos por você, mas você não poder ser minha. —Não acreditava no que tinha ouvido, não sabendo se aquilo era bom ou não. —Você deveria ser minha, não do meu irmãozinho.

O som da palma aberta de Lyra atingindo o rosto de Sirius foi abafado, nem um pouco dramático. A cabeça do Black foi jogada para trás, com a impressão da mão dela na bochecha como uma marca de gado. 

—Primeiro, eu não sou de ninguém. —Sentiu vontade de abraça-lo e pedir desculpas, mas não conseguia. Ele era culpado, e deveria ser punido. —Segundo, nunca mais fale assim comigo. E, terceiro, mil vezes seu irmão que você.

A última frase dita por ela pareceu chocar Sirius de tal forma, que ele soltou o outro braço de Lyra, a libertando. Saiu andando, sem olhar para trás, somente ouvindo o barulho do calçado contra o chão, mais nenhuma palavra vinda do Black.

Sirius limpou uma lágrima antes que ela rolasse pelo seu rosto pálido. Antes era apenas uma disputa entre ele e Regulus, no entanto, ele começou a gostar dela e a sentiu cada vez mais longe —e, consequentemente, mais perto do não-tão-querido irmão dele.

 

 

Secou as lágrimas remanescentes com a palma da mão, as últimas lágrimas. Ela havia prometido a si mesma que não choraria mais...mas, ela o fez.

Lyra não precisava olhar no espelho para saber que seus olhos estavam inchados. O cabelo estava preso, expondo seu rosto sardento que naquele momento se encontrava vermelho e com uma expressão triste.

Respirou fundo, ainda não compreendendo como tantos eventos aconteceram em pouco espaço de tempo.

Chorara mais por raiva. Já que não podia deixar esse sentimento fazê-la quebrar coisas —ou coisa pior—, chorar era uma forma de limpar sua alma. De realizar uma catarse.

Aquele rio de sentimentos e emoções a dirigiram para a casa de uma pessoa muito estimada por ela: a de Andrômeda.

A residência da Tonks era simples, no entanto, parecia ser confortável. Qualquer coisa era melhor que a Mansão dos Black, naquele momento. Olhou em volta sem propósito, como se isso pudesse resolver seus problemas.

Escutou um ‘’Já vai! ‘’ e, então, reparara que tinha batido na porta. A mão ficara parada no ar, quando a porta foi aberta. Foi recebida por uma Andrômeda com roupas de trouxa, e um brilho nos olhos que Lyra raramente via.

—Oi, irmã —Lyra sorriu amarelo.

—Lyra, o que aconteceu? —Andrômeda perguntou, preocupada. Secou as mãos rapidamente com um paninho que ficava numa mesa próxima a ela, dando passagem para a loira entrar.

Lyra não conseguia articular as palavras. Era assim que ficava, quando o lado racional dela era enxotado e o lado emocional tomava conta de sua mente.

Como a irmã já estava acostumada —de tantas vezes que acalmou Lyra, porque era a única em quem a mais velha confiava —que a ajudou a sentar, e trouxe uma xícara de chá. Esperou calmamente ela se acalmar, a estudando levemente.

A loira deu um longo gole do chá, se acalmando aos poucos. Sorriu, agradecida, à irmã.

—Me desculpa, me desculpa.

—Pelo o quê? —Andrômeda apertou sua mão levemente, mostrando apoio. —Você não fez nada para mim. Não deve se desculpar.

A mais nova apenas balançou a cabeça. Por causa disso, a outra continuou:

—Isso tudo é por conta do seu noivo? —A olhava com comiseração, como se pudesse sentir sua dor. Esperava que a resposta fosse não, pois o que mais queria que Lyra fosse era feliz.

—Não, não —ela sorriu quando mencionado Regulus.

—Ao menos não é isso, o problema.

—Verdade —conseguiu soltar uma pequena risada. —Regulus...ele é bem diferente dos demais.

—Mas se ele tivesse feito o mesmo, não teria causado o mesmo dano, não é?

—Não sei —respondeu, depois de um tempo. —Acho que não.

—Venha cá —Andrômeda abriu os braços, um sinal claro de abraço. Lyra deslizou o quadril pelo sofá, aproximando-se da irmã, que a envolveu em seus braços.

—De vez em quando, eu consigo ser realmente emocional —confessou, dando um longo suspiro. A irmã deu uma pequena risada.

—Ao menos um furacão não foi solto, não é? —afagou os cabelos loiros de Lyra.

—Verdade —disse apenas.

—Quero que você conheça alguém —Andrômeda disse, enquanto ouvia pequenos passos.

Lyra ajeitou-se, ficando com postura reta. Um hábito vicioso, se ela poderia dizer assim. Não adiantava, no entanto, ser formal.

Sorriu ao ver uma garotinha, de no máximo dez anos, parada na sua frente. Ela a olhava com curiosidade, os cabelos mudando de cor de roxo para azul à medida que observava a estranha.

A Black nem necessitava perguntar quem a garotinha era. Era possível ter a certeza que era a filha de Andrômeda, por causa do sorriso que essa abriu. Um daqueles sorrisos que somente a mãe dá quando sente orgulho do filho.

—Olá —Lyra sorriu para a garotinha. Essa a analisou por alguns segundos, e deu um sorriso faltando um dentinho na boca.

—Quem é essa, mamãe? —ela perguntou, olhando para a mãe, ainda com um sorriso pregado no rosto.

—Essa, minha querida, é a minha irmã —respondeu gentilmente, Andrômeda. —Ela se chama Lyra.

—Não sabia que você tinha outra irmã, mamãe —Mudou, então, a cor do cabelo de azul para verde.

—Agora você sabe —encostou, afetuosamente, a ponta do dedo indicador no nariz da filha. —Ela é a mais nova, e também a minha favorita.

A garotinha olhou novamente para Lyra.

—Que legal —pulou no sofá, sentando-se entre as duas. —Olha o que eu posso fazer, Lyra.

Após ter dito aquilo, seu cabelo parecia hospedar um festival de cores. Do mais brilhante vermelho ao lilás mais opaco. A visão da loira chegava a ficar embaralhada por conta disso. Piscou várias vezes, desviando o olhar do cabelo da garotinha.

—Não é maneiro? —perguntou ela, esperando uma resposta sincera.

—Uau —Lyra ainda piscou outras vezes. —Foi a coisa mais surpreendente que eu já vi na vida.

—Sou uma metamorfomaga —a garotinha explicou, pronunciando a enorme palavra com habilidade. Parecia estar acostumada com aquele termo, apesar da idade. —Eu posso mudar minha aparência sem uso de feitiços!

—Você já consegue mudar a cor dos seus olhos? —perguntou, demonstrando curiosidade.

Assentiu animadamente a cabeça. Com uma piscada, seus olhos estavam azuis. E com outra, verdes.

—Não sei ainda fazer com que um olho tenha cor diferente do outro —confessou tristemente. —Quando eu aprender, te mostrarei!

—Obrigada —a Black sorriu. —Qual é o seu nome?

—É Nymphadora —se remexeu inquietamente no assento do sofá. —Não me chame assim, por favor.

—Dora está bom? 

—Dora está bom! —sorriu.

—Animada para estudar em Hogwarts? —perguntou. Andrômeda voltou com uma bandeja cheia de guloseimas e três canecas cheias do que parecia ser suco de abóbora.

—Mais que isso. —afundou a mão numa vasilha com doces. —Não vejo a hora.

—Ela vive especulando qual casa o chapéu vai pô-la —Andrômeda sentou ao lado da irmã, bebericando um pouco do suco.

—É verdade! —exclamou, a boca cheia de doces. —Não sei se na guerra vai ganhar Grifinória ou Lufa-Lufa.

—Guerra? —Lyra quase se engasgou com a bebida.

Mãe e filha trocaram um olhar e riram, como se uma pudesse ler o pensamento da outra.

—Não bem guerra, sabe, com varinhas e faíscas de luz no ar.…, mas sim uma disputa para que casa eu devo ir e tudo mais.

 —Ah, sim, entendi —balançou a cabeça, impressionada como Dora era inteligente. Se perguntou se era assim quando mais nova.

—Gosto muito da Grifinória, mas a Lufa-Lufa é a minha favorita. —estudou ela calmamente com seus olhos grandes. —E você, para onde foi?

—Para a Sonserina —respondeu, Lyra, fazendo uma careta.

—Ah, a mesma casa que mamãe foi —Dora disse calmamente, aparentemente não sabendo ou ignorando a reputação dessa casa. —Ela disse que toda a família foi para essa casa.

A loira balançou a cabeça. Dora retornou a falar.

—Isso é tão sem graça —revirou os olhos. —Todo mundo para a Sonserina! Têm outras casas melhores.

—Nem sempre, filha...—Andrômeda completaria a fala caso não tivesse derrubado sua caneca cheia de suco no chão e um pouco na roupa.

A primeira a reagir foi Dora. Essa ajoelhou-se, a fim de secar o que caíra no chão com um paninho. A mãe, entretanto, pousou uma mão no ombro da filha, secando a sujeira com a varinha. Lyra não conseguiu não sorrir com aquela cena. Pressentia que Nymphadora seria uma bruxa corajosa e altruísta.

—Voltando ao que eu estava dizendo —continuara a mais velha, abrindo um sorriso caloroso. —A Sonserina pode ter fama de ter formado muitos bruxos das trevas, mas não devemos generalizar. Essa casa não tem como características inclinação para a maldade, e sim astúcia e ambição. Essas, algumas vezes, guiam a pessoa para caminhos errados.

Dora talvez não entendesse o significado do que a mãe dissera, mas Lyra sim. Ela não queria saber. Ignorância não é algo bom, não em sua visão, mas era o que ela queria ter. Se questionou se Bellatrix teria redenção como Narcissa tivera.

—Não tinha pensado nisso —a voz da sobrinha a desconectou de seus ameaçadores pensamentos.

—Dora, eu e sua mãe fomos para a Sonserina, como mencionado antes, e, mesmo assim, valorizávamos características de outras casas, ou até mesmo tínhamos algumas delas—olhou para a irmã, que assentiu levemente.

—Por exemplo, Lyra era corajosa e valorizava a coragem. Da mesma forma que eu sempre valorizei o trabalho duro.

—É por isso que papai e você se casaram? —Dora perguntou, animada.

—Não sei, minha querida —deu um sorriso quando mencionado seu marido. —Quando mais velha, você vai entender tudo isso.

—Eu espero —fez uma careta, e mudou o estilo do cabelo. —Nem sei entendo as coisas que papai e você dizem, imagina sobre essas coisas.

—Certas vezes conversamos sobre o Ministério, e ela entreouve a nossa conversa —Andrômeda explicou à irmã.

Aproveitando a breve quebra na conversa entre as três, resolveu dar uma olhada na sala de estar da casa de sua irmã. A casa era de tamanho médio, não muito grande como a casa que antes moravam. A sala era confortável, dominada por assentos de qualquer jeito, demonstrando o quanto a família era receptiva a convidados, e o quão frequente os recebia.

A loira havia se sentado numa poltrona profundamente confortável, o quadril afundado nessa, que era decorada de roxo com pequenas estrelinhas. Observando aqueles pequenos detalhes, tinha uma vaga ideia de quão feliz a família era.

—Cheguei, meninas —Lyra deduziu que era o marido de Andrômeda, Ted, que havia anunciado sua chegada. Segundos depois, ele apareceu onde elas estavam.

—Ted, esta é a Lyra, minha irmã.

—Ah, sim! —o homem sorriu, mostrando todos os dentes brancos. —Creio que tenho uma pequena lembrança dela em Hogwarts. Ninguém esquece de um Black, afinal.

—É, acho que sim —foi a única coisa que conseguiu responder.

Ted sorriu, mostrando as covinhas que tinha no rosto, e sentou-se ao lado da filha. Ouviu a conversa deles por um momento, distraída. Pode perceber que a presença do homem fazia com que a filha mudasse a cor do cabelo rapidamente, a cada segundo acontecendo um novo arco-íris em seus cabelos. 

—Em breve você vai conseguir fazer isso e muito mais, filha. —Afagou os cabelos da filha, que sorriu imensamente. Andrômeda sorria com os olhos transbordando de amor pelos dois. 

A loira constatou que a estava atrapalhando um momento de família, também tendo sobrecarregado sua irmã com os problemas que já era grandinha o suficiente para os resolver sozinha. Depositou a caneca vazia sobre a bandeja, chamando, assim, a atenção de Andrômeda.

—É melhor eu ir andando. —afirmou, olhando para a irmã.

—Mas já? —a mesma perguntou, descontente.

—Eu volto outro dia —sorriu para Dora, que a olhava desanimada. —Fui uma tia péssima para você, Dora, e reconheço que deveríamos passar mais tempo juntas, em vez de eu sair te dando presentes. Eles não compensam alguns anos que eu perdi da sua infância, por causa dos meus pais. —Sua voz não era amargura, e sim cheia de determinação. Andrômeda podia notar que Lyra faria de tudo para dar os visitar, mesmo que tivesse que ser escondida. —Foi bom te conhecer, Ted. Minha irmã não agiu errado ao ir contra a nossa família, no final das contas.

O sorriso de Ted foi de orgulho. Ele sentia orgulho de sua esposa. Lyra viu isso em seus olhos, agora tão azuis como o céu, e desejou do fundo do coração poder ter o mesmo.

—Esperamos você outro dia, então —abriu um sorriso caloroso, sem mostrar os dentes.

—Vou acompanha-la até a porta —Andrômeda levantou-se, deixando a varinha para trás.

Como a porta não era muito longe, não deu muito tempo para as duas conversarem.

—Lyra, tome cuidado com aquele pessoal. —a mais velha informou. Quando a loira foi responder, foi cortada: —Sei que você sabe disso, porém não pode nunca esquecer que nem todos lá são seus amigos. Podem estar esperando um deslize seu para te esmagar. Não posso te defender lá, irmã, você tem que estar sempre com os ouvidos e olhos atentos.

—Tenho noção disso...

—Se quiser se ver livre de lá —continuou, sem se importar com o que a outra iria falar. Apoiou as duas mãos nos ombros da irmã, para dar ênfase na seriedade da coisa. —, planeje. Foi o que eu fiz. Tome cuidado, porque eles são mais poderosos. Se não tiver como lutar contra o poder deles, nem tente. Não tente, Lyra, não faça algo idiota que estrague a sua vida. Os nossos pais eram um casal de idiotas comparado ao pessoal que vive onde você vive agora.

—Entendi —deu um sorriso amarelo. —É, vou tentar fazer isso mesmo.... Obrigada.

—Venha cá, irmã —abriu os abraços, e a mais nova foi envolvida por eles.

Deu uma olhada rápida no relógio que ficava pendurado na parede que, coincidentemente, era a mais próxima.

—Não fiquei muito tempo fora. Não acho que notaram muito a minha ausência.

—Talvez não tenham notado mesmo —concordou a outra, também esperançosa.

Um silêncio se estabeleceu entre elas. Não precisava olhar para saber que Ted e Dora as observavam discretamente.

—Até mais, Drômeda —acenou com a mão, antes de desaparatar.

Lyra suspirou enquanto contemplava a majestosa mansão. Era como se tivessem passados vários anos desde a primeira vez que se deparara com aquele prédio majestoso, apesar de acreditar terem passado somente dois meses no máximo. As portas pareciam cerrar seus olhos para ela, em forma de censura, mostrando que sabiam do que fazia escondido. Quando passou pelas mesmas, sentiu ser engolida, devolvida ao mundo que apresentava resistência em se conformar.

No primeiro piso que dera dentro da mansão, escutou o barulho de seu calçado contra o chão criar eco, uma vez que, o silêncio tronava. O estado do cômodo era de tal paz, que preencheu todos os buraquinhos da alma de Lyra, como se isso a pudesse deixar inteira. A simplicidade a atraía, mas nunca poderia refutar que o luxo naquele lugar foi sempre algo que aspirara.

O silêncio seria reduzido quando os moradores que saíram da Mansão Black voltassem, logo, aproveitou. Deu um pequeno sorriso ao pensar o quão revigorante deveria ser correr por toda a extensão daquele lugar. A sensação de ser livre era algo intangível, por isso, prometera a si mesma que não deixaria os Black a esmagar.

Fechou os olhos lentamente, deixando a quietude a envolver como um cobertor. E então, abriu os olhos. Estava um pouco mais calma que quando voltara ao lugar. O apoio da família Tonks, apesar de eles próprios não terem percebido o que fizeram, a levantava. Não refutava que amava a companhia de quem era querido por ela, mas preferia passar um tempo sozinha.

Imaginou as paredes da grande mansão coloridas. Uma festa de cores e tecidos, pessoas com lágrimas nos olhos e dor na barriga de tanto rir...E. ao mesmo tempo, tinha como referencial a felicidade uma casa pequena, vivendo simplesmente, mas feliz com o que conquistara e com quem era. No passado, tinha em mente que seria feliz com alguém que amasse; mas, quanto mais velha se tornara, aprendera que a única pessoa que necessitava para chegar à felicidade era ela mesma. E, ela se sentia bem por pensar assim. Se ela tivesse ela mesma, teria tudo, poderia conquistar tudo.

Assim sendo, refletiu se a Lyra com onze anos aprovaria quem ela era hoje. Apesar de não ter atingido a felicidade plena, já havia dado alguns passos para essa. Não que ela se sentisse extremamente infeliz na Mansão dos Black, mas não tinha chance de ser espontânea, ou seja, poder ser ela mesma.

Lyra sobressaltou-se quando voltara à realidade. Gastou muito tempo pensando, e menos tempo se movendo. Pelas suas contas, já deveria estar parada na mesma posição por, no mínimo, três minutos.

Sentiu alguém a olhar. Passando os olhos atentamente pelo salão, percebeu Gisele a olhando, com um sorriso suave nos lábios.

—Quer tomar um chá, Lyra? —ofereceu Gisele. No rosto residia uma expressão de calma, como se já soubesse que ela aceitaria.

E foi o que ela fez.

Tentou memorizar em sua mente, apesar de apresentar dificuldade, como chegar no quarto de Gisele. Decidiu fazer isso por precaução. Considerava a mulher uma boa pessoa para a aconselhar. Via isso nos olhos azuis calmo da mais velha.

Gisele usava um vestido azul simples. Seus cabelos claros estavam presos numa trança. Era sempre o mais discreta o possível, e isso sempre intrigava Lyra. Iria descobrir o porquê naquele dia.

O quarto de Gisele não era discreto. Várias pinturas estavam penduradas na parede colorida. Lyra observou vários tipos de quadro, do tipo que você poderia ficar o dia todo observando que não enjoaria. Alguns eram tão abstratos que ela tinha vontade de procurar algum significado neles.

Um dos quadros havia chamado mais a sua atenção: um casal de possivelmente namorados, estava num lugar iluminado, olhando para um festival de cores. Um festival de cores só para eles. O homem olhava mais para a mulher do que para a linda cena que ela observava. Lyra interpretou, por conta da admiração da mulher pela a paisagem, que acontecia na mente dela aquela maravilha. Enquanto, para ele, aquela cena estonteante era a própria amada,

Num cantinho do quarto, uma pequena mesa estava disposta. Sobre ela, uma bandeja com um bule de chá, biscoitos, um pote do que deveria ser açúcar, alguns talheres e xícaras.

—Por isso que eu não a vejo tão frequentemente —Lyra pensou alto, logo depois corando ao perceber que tinha verbalizado seus pensamentos.

Gisele, no entanto, riu levemente.

—É uma das razões, para falar a verdade —sentou-se em dos assentos coloridos. A loira apenas concordou, ainda envergonhada. —Pode se sentar, caso tiver vontade.

—Ah, obrigada —deu de ombros, escolhendo o lugar ao lado da amiga.

Ficou algum tempo presa a comtemplar aqueles quadros, admirada com a inspiração do artista que as pintara.

—São bonitos, não? —comentou Gisele, ainda com um sorriso no rosto.

—Sim, eles são —a mais nova concordou. —Quem os fez tem grande talento.

Gisele nada respondera, apenas a olhava. Lyra, então, conectou todas as coisas.

—Nossa...eu....eu não fazia a mínima ideia que...

—Essa é a reação de todos. —tomou um pouco do chá numa xícara, depois de esperar a garota tentar falar algo, coisa que não conseguia.

—Eles não deveriam te subestimar —Lyra afirmou, os olhos verdes presos em outra pintura. As pinceladas eram simples mas, de alguma forma, fazia o quadro ser simplesmente maravilhoso.

—Eles não me subestimam, querida, apenas não me conhecem.

A jovem piscou os olhos algumas vezes. Havia se assustado com a calma da voz de Gisele, e isso que a tirara de dentro de sua introspecção.

—O que você quer dizer com isso?

Tomando um longo gole do chá, respondeu a amiga calmamente, mas com um tom de amargura notável em sua voz:

—Você nunca se perguntou o porquê de eu pouco aparecer nos eventos sociais dessa mansão?

—Sim, apesar de eu sempre pensar que era porque você não gostava mesmo...—Àquela altura, sentia constrangimento por ter sido tão superficial e pouco sensível. —Mas, então, por que você não comparece?

—Querida Lyra, sei que não considera a minha irmã a melhor pessoa do universo, mas primeiro tem que saber que ela é uma melhor mulher do que pensa que é.

Apenas balançou a cabeça em afirmação, indicando à mulher que entendia e que a mesma poderia continuar.

—Aquele dia que você me conheceu, foi realmente ao acaso que eu estava tão bem vestida. Prefiro usar roupas simples. Bom, simples na visão dos nobres bruxos —deu uma pequena risada, como se achasse aquilo bobagem. Coincidentemente, a mesma coisa Lyra pensava. —Serei direta: o motivo por eu não aparecer frequentemente em eventos sociais, se deve pelo o fato da minha varinha ser quebrada ao eu ser expulsa de Hogwarts.

—Você...expulsa? —perguntou, de queixo caído. Era difícil para ela imaginar Gisele sendo expulsa de algum lugar.

—Sim, eu fui —confirmou. —Antes de eu continuar, não quer comer algo?

—Ah, sim —pegou um biscoito, só para deixar a outra feliz.

—Continuando, eu fui expulsa e minha varinha quebrada. Mas, isso tudo aconteceu quando Walburga já tinha se casado com Orion. —fez uma pausa. —Um pouco antes do Regulus nascer, para falar a verdade. Ela me aceitou, persuadindo Orion antes, é claro. Meus pais iriam me deserdar, isso é inevitável. Ficar aqui era melhor que a humilhação. Uma das melhores coisas foi poder assistir Regulus crescendo.

—Vendo por esse lado, sua irmã tem um coração —Lyra disse, sentindo um pouco de compaixão por Gisele. —Aliás, você parece gostar bastante do Regulus.

—Ele é um bom menino —Rapidamente, colocara uma mão na boca, com vergonha. —Sempre me esqueço. Esqueço que ele foi um menino, agora é um homem.

—Os anos passam rápido, verdade.

—Eu gosto bastante do Regulus —Gisele confessou, orgulhosa do sobrinho. —É como se fosse um filho para mim. Ele quem me levou para um museu trouxa. Foi o lugar que eu aprendi a gostar de pintura, o que virou um passatempo para mim.

—A mesma coisa comigo. Apesar de que, ele não é como se fosse um filho para mim.

As duas trocaram curtas risadas.

—Aliás, os quadros são magníficos. Mesmo alguns serem parecidos com os originais trouxas, seu talento é enorme, Gisele.

—Obrigada, Lyra, você é muito gentil.

—Se me permite perguntar: de qual casa você foi? —a mais nova pescou outro biscoito. O sabor era de morango, e parecia ser o melhor biscoito que ela já havia provado.

—Não era você que deveria me responder isso?

—Não mesmo, Gisele —balançou a cabeça negativamente. —As pessoas mudam com o passar dos anos. Você pode não ser a mesma com dezesseis anos do que foi com onze anos, por exemplo. Meu palpite seria Lufa-Lufa, mas duvido que com onze anos você deveria ter cogitado essa casa.

—Está certa, eu não cogitei —ela sorriu, com tristeza nos olhos. —Talvez essa casa tivesse sido uma boa para mim. Contudo, eu fui para a Corvinal.

—Seus pais, o que eles disseram sobre isso?

—No começo, não gostaram muito disso. Como a maioria das famílias bruxas, eles prezavam o tradicionalismo. No caso, a casa Sonserina. Com o tempo, eles acabaram aceitando pela Corvinal ser considerada a casa dos inteligentes.

Lyra riu.

—Foi bom eles terem achado isso, certo? Quer dizer, em todas casas há pessoas inteligentes, não necessariamente na Corvinal.

—Sim, querida —assentiu levemente. —Enfim, vamos conversar sobre algo melhor que coisas do passado?

A mais nova concordou, e ambas conversaram até que a hora do jantar chegou. Lyra sabia que havia criado uma amiga, mesmo com a diferença das idades. Havia esquecido de Sirius e de tudo que ele falara. Tinha a certeza que havia pessoas para a apoiar, e que ela era querida. E, isso era uma das melhores coisas que poderia ter.  


Notas Finais


Quadro que a Lyra se apaixonou>>> http://www.katiaalmeidaart.com.br/image/cache/data/1/171-1200x1200.jpg
Histórias minhas:
Radioactive (Draco Malfoy) >> https://spiritfanfics.com/historia/radioactive-5080292
One Shot Dramione >> https://spiritfanfics.com/historia/wildest-dreams--dramione-7708417
Here’s To Never Growing Up (Weasley Twins Fanfiction) >> https://spiritfanfics.com/historia/heres-to-never-growing-up-8544448
Espero que tenham gostado do capítulo. Seria muito bom os encontrar nos comentários. Peço novamente desculpas devido a minha demora. Sabiam que isso vai acontecer frequentemente, visto que eu ando muitíssimo ocupada coma escola.
Muito obrigada por ter chegado aqui <3
Até mais!


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