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História Blood Moon (Marauders Era) - Chapter VI


Escrita por: YourEmpress

Notas do Autor


Heeey. Tudo bem, minha gente? Demorei um pouquinho para postar esse capítulo, que é diferente dos outros pois vocês vão poder conhecer mais o Regulus. Caso gostarem desse jeito que eu escrevi, posso escrever nos próximos capítulos sobre Sirius e outros personagens, para explora-los mais e vocês os conhecerem melhor. Eu peguei essa ideia da Jane Austen, que sempre retrata muito bem os personagens da sua trama, e eu estou me baseando em coisas de psicologia e psicanálise (transtorno de comportamento principalmente e também os 4 tipos de comportamentos), e acho que isso vai enriquecer mais a leitura e a história da mesma forma.
Obrigada pelos novos favoritos e comentários! Se puderem deem uma olhada na minha outra fanfic de HP: ela se chama 'Radioactive'.
Boa leitura e até as notas finais.

Capítulo 7 - Chapter VI


Fanfic / Fanfiction Blood Moon (Marauders Era) - Chapter VI

Regulus nascera em um berço de ouro. Tinha nascido em uma das famílias mais importantes do mundo bruxo, os Black. Estudou em uma escola relativamente boa, de acordo com os parâmetros de seus pais, e tinha conseguido excelente notas, notas mais altas que seu irmão. Foi para a casa Sonserina, o que não era uma novidade, pois todo Black deveria ser da Sonserina.

Recebeu cartas de outras escolas da Europa, e fora desse continente também, o convidando para estudar em suas escolas. Desde pequeno encantava os familiares com a sua inteligência e esperteza para uma criança. Também era bom em discursos mesmo nunca podendo dar um, sempre cabia esta tarefa à Sirius. A oratória era um talento natural para Regulus, da mesma forma que o Quadribol era para seu irmão mais velho.

Sirius era a alma das festas, e todos pareciam amá-lo e sempre convidá-lo para qualquer festa que surgisse. Enquanto isso, Regulus era excluído e não ligava por não ter sido convidado. Ninguém sabia, ou fingiam não saber, que corria gelo pelas veias do Black mais novo; ele sempre se vingava no dia seguinte, ou até na semana seguinte. Não deixava barato para quem ousasse destrata-lo, tinha confiança em si mesmo ao ponto de oferecer um duelo para resolver as contas.

Os professores amavam ele. Cada um deles poderia dizer sem rodeios que ele era um garoto brilhante e tinha um futuro próspero. Ele sempre intrigava os professores com suas deduções brilhantes e suas perguntas que vinham de um cérebro que nunca deixou de funcionar, mesmo podendo o garoto estar exausto ao ponto de desmaiar.

Se tivesse ingressado em Ilvermony, a grande escola bruxa dos Estados Unidos, teria entrado na Horned Serpent. Essa casa presava a mente do aluno. E o que Regulus tinha mais orgulho era a sua mente. 

O único indivíduo imprevisível, na mente de Regulus, era Severus Snape. Pouco sabia do garoto que também era da sua casa, mas sabia que Snape tinha um vasto conhecimento de feitiços e de Artes das Trevas também. Ele era um bom aliado para o Black, sempre achara isso. Não gostava de Sirius e repudiava ainda mais o seu grupo de amigos. Severus era uma excelente companhia como também um aliado, e foi isso que ele se tornou a Regulus.

Snape ensinou truques de Poções que o Black nunca encontra em seus estimados livros de Poções. E, em uma forma de agradecimento, Regulus sempre conseguia convencer Sirius a não fazer uma das brincadeirinhas de mal gosto contra seu aliado, que James inventava e Sirius não pensava duas vezes em não fazer.

Ele sabia que daria um herdeiro muito melhor que seu irmão mais velho. Conhecia de cor todos os nomes das famílias importantes, tinha lido mais livros que podia contar, tinha um desejo enorme por poder e sabia por as coisas em ordem. Via seu irmão não levar as coisas a sério, e sempre acabar embriagado depois de uma festa ou até nas vezes que conseguia roubar um vinho, ou coisa pior, da adega da família. Ele não ficaria surpreso se Sirius tivesse a sua própria adega no quarto.

Walburga o preferia dentre os dois. Sempre o elogiava e ajeitava a sua gravata antes de algum evento, mesmo que essa já estivesse ajeitava o suficiente, e não o desejava boa sorte, dizia que ele tinha nascido para a tarefa que ele prestaria.  

Da mesma forma que Sirius encantava mulheres, Regulus também fazia, mesmo sem querer. Seu rosto sempre aparentava ser descontraído, o rosto de um garoto distraído com seus próprios pensamentos, e isso contrastava com sua postura firme e ereta.

Seu jeito de falar era manso, até inofensivo. Conseguiu muitos benefícios com isso, e um deles foi um sorriso de orelha a orelha do pai. Orion raramente sorria verdadeiramente, a não ser, é claro, para a sua esposa e seu filho favorito.

Walburga tinha cabelos bem claros, enquanto seu filho tinha cabelos um tanto escuros. Tinham olhos fundos e sobrancelhas cheias e rosto em forma de diamante, que tinha o mesmo brilho dos seus olhos azuis. Ele tinha a barba totalmente aparada, que o deixava com a aparência um pouco juvenil. Por outro lado, Sirius tinha barba rala e um cabelo para aparar que ele dizia que dava mais charme a ele, e Orion concordava pois achava que um homem com barba era sinônimo de um homem viril.

Regulus Black não podia negar que gostava de seu emprego. Trabalhava no Ministério da Magia como obliviador, um cargo ao qual se sentia feliz em dizer que o conseguira por mérito. Sua mãe não teve que mexer os pauzinhos, ou sequer ameaçar ninguém. Ele não precisou tentar convencer os seus superiores para conseguir o cargo, esses o contrataram sem hesitar.

Fazia uns dois anos que trabalhava assim. O trabalho se tornara monótono depois de um tempo. Contudo, manter a ordem sempre foi um dos principais objetivos dele. Tentaria um cargo para o Departamento de Cooperação Internacional em Magia dentro de um mês.

Seu superior, o senhor Kuznetsov, adorava o estimado empregado. Era um homem bem alto, de ombros largos e de peso médio. Sua pele era mais clara, se assemelhando a cor do papel. Os olhos dele eram bem escuros, se assemelhando ao preto da noite, enquanto os cabelos dele eram bem loiros. Dimitri Kuznetsov tinha um forte sotaque russo, e ele gostava sempre de manter Regulus perto pois ele era um dos únicos que entendia o que ele falava e servia de porta-voz também.

Conseguindo a confiança de seu superior, Regulus certa vez o indagara como poderia conseguir um emprego no Departamento de Cooperação Internacional em Magia. Dimitri deu uma breve explicação sobre aquele nível do Ministério, e logo perguntou o motivo da curiosidade repentina de Regulus. O garoto, sem mentir, revelou que queria trabalhar no Nível Cinco.

Kuznetsov disse que ele poderia ter um futuro promissor ingressando em tal carreira, porém expôs diversos pontos negativos no Nível Cinco, aonde primeiro trabalhou até virar o chefe dos obliviadores. Sendo teimoso, e não querendo mudar sua cabeça por causa de um russo, resolveu manter suas ambições e tentar a vaga.

Durante esse seu encontro com Kuznetsov até aquele dia, tinha procurado saber mais sobre o Nível Cinco. O emprego era perfeito para ele. Necessitava saber mais de uma língua, que para ele era o francês, e ser bom em oratória. Ele conseguiu convencer a um grande respeitado funcionário daquele nível conseguir uma Carta de Recomendação a ele. Acabou descobrindo, também, que por acaso um homem desse Departamento iria se aposentar dentro de um mês, portanto uma vaga estaria aberta. E ele sabia que tinha tudo para conquistar a vaga.

E seus pais não iriam poder impedi-lo. Não iriam poder contestar. Já tinha sido o filho obediente e respeitoso quando aceitou se casar com uma desconhecida que inoportunamente era parte de sua família.

No dia que havia entrado na casa dos seus tios, possuía um semblante de indiferença e desgosto. Fingiu interesse nas conversas da mesa, e enquanto isso batucava os dedos na mesa, com a cabeça bem distante de lá.
       O que mais o intrigara foi sua prima mais nova, uma garota dona de cabelos loiros cacheados e olhos claros. Sua atitude firme e determinada ao voltar para o cômodo e dizer que se casaria com ele, mesmo contra a sua vontade. Lyra parecia ser um livro aberto, porém ele sabia que tinha algo escondido pelo seu belo sorriso. Ela era bela, ele não podia negar, mas também era encantadora. Poderia conhece-la melhor quando se casassem e talvez pudesse vir a amá-la.

Não podia concluir nada sobre sua noiva ainda, não tinha conseguido conhecer como ele queria. Só bastava alguns minutos para ele concluir algo sobre alguém, e a loira sempre o dava impressão de esconder algo. Duvidava muito que por dentro era a moça amável e alegre que parecia. Alguma coisa escura parecia estar guardada no coração da garota na visão dele. Vindo de uma família igual a dele, ela deveria ter algo obscuro.

Amar era um assunto complicado para Regulus. Não tinha achado nenhuma mulher que o interessasse para desposá-la. Teve caso com algumas, mas só passava de casos abafados. Nunca iria querer ter a suja fama do seu irmão, a fama de garanhão número um de Hogwarts.

O sentimento amor era praticamente desconhecido a ele. Conhecia o afeto, o carinho, mas não o amor entre parceiros, o amor que muitos contos bruxos e até trouxas falam. Com treze anos, percebeu que esse sentimento não poderia ser aprendido e sim senti-lo. Com quartorze, não tinha encontrado em nenhum livro que pudesse explicar alguma parte lógica do amor, algo que nos torna emocionais, algo que muitas vezes nos tira de ser racionais.

Seu quarto era recheado de livros, comprado pelo o mesmo ao longo do tempo. O quarto tinha paredes azuis claro e cortinas azuis também. Tinha uma escrivaninha que estava cheia de papéis seus e canetas espalhadas por ela. Ele vivia pensando em ideias e as anotando. Às vezes acordava no meio da noite quando uma ideia para uma poesia surgiu na sua mente, e passava o resto da madrugada a estruturando. Nunca deixou ninguém as ler.

E naquela manhã de junho, tinha decidido arrumar o quarto contragosto e por sua mãe ter o obrigado noite passada. Não usou magia, preferindo usar suas próprias mãos para a tarefa. Sua mãe conseguia ser muito chata quando queria, mas nunca chegava a contestar tanto as suas obrigações.

Ajeitou um quadro que estava moldurado uma foto dele com a jovem que teria que desposar dentro de menos de um ano. Ela tinha entregado um porta retrato simples, mas que continha uma foto dele com ela na noite que saíram. Deixou o porta retrato em seu quarto como uma forma de gratidão, e não porque tinha a necessidade de ficar contemplando o sorriso de felicidade nos lábios da moça. Não, Regulus Black não se permitiria a tal coisa! Não mesmo!

Mordeu o lábio pensando no que poderia fazer aquela tarde. Já almoçara na sala que a sua família fazia a refeição às vezes com convidados, e voltado ao seu quarto. Não pode deixar de notar os olhares que seu irmão mais velho lançava a Lyra, olhares que eram inapropriados a um cavaleiro respeitável. Ela fingia não reparar, mas Regulus via suas bochechas ficarem vermelhas, e ele podia deduzir que lá no fundo ela gostava de toda a atenção.

Riu pelo o nariz. Todas gostavam de ter atenção vinda de Sirius. Ainda mais para ela, a Black não muito conhecida ou que muitos prestavam a atenção. Duvidava que sequer seu irmão olharia para ela se não tivesse na situação que estavam agora. 

Também não poderia dizer que McKinnon tinha sido uma má escolha de esposa. A morena era relativamente bonita e até poderia ser considera engraçada, mas ele sabia que por atrás de seus cabelos cuidados, existia uma mente vil e manipuladora. Desejou que a noiva do irmão não fosse desse jeito, odiaria ter uma pessoa ali a sua altura. Marlene poderia vir a ser uma boa aliada a ele ou uma boa inimiga; o que a definiria seria o modo dele conduzir as coisas. E para uma mente astuta como a dele, ele já tinha preparado tudo.

Andava pelos corredores de forma robótica, o corpo parecia o conduzir ao invés de sua mente. Tirara o paletó e vestia uma blusa simples com mangas curtas, o calor da Inglaterra não era muito rigoroso, mas odiaria sentir pingos de suor em seu corpo caso usasse uma roupa mais friorenta.

Viu Lyra Rosier com um ar sonhador em sua saia preta rodada e suas sandálias que deixam a mostra seu pé delicado e um pouco grande pois a moça era um tanto alta. Ela acenou para ele e abriu um sorriso amigavelmente.

–Oi, Reg! –ela o saudou. –O que estava planejando a fazer?

–Essa tarde? –ele perguntou e ela assentiu. –Talvez dar uma passada na biblioteca. Nada demais. E a senhorita?

–Ah, eu não sei! –exclamou a loira. –Estou muito agitada hoje, creio que eu não seria uma boa companhia a você caso te acompanhasse a biblioteca. Quando eu fico agitada não consigo me concentrar em nada, e não paro quieta.

–Posso imaginar como seja. –disse compreensivo. –Nunca fui assim, mas tenho uma vaga ideia. Contudo, a senhorita não me contou o que faria hoje!

–Desculpe-me ter sido tão sem modos. –abaixou a cabeça. –Ouvi dizer que na Mansão tem um jardim, certo? Seria bom caso eu pudesse visita-lo. Sempre gostei muito de plantas, ainda mais das flores. Algumas flores são tão belas...

–De fato são- concordou Regulus. –Qual a sua flor favorita?

–Margaridas. –respondeu sorrindo.

–Não sabia que gostava de Chrysanthemum leucanthenum- falou com curiosidade.

–É leucanthemum– o corrigiu sem intenção que o deixasse aborrecido. Ele sorriu de lado. Poderia ter ficado irritado por alguém o corrigir, porém o jeito tímido da garota ao fazer isso fez ele não ficar irritado.

–Muito bem, Lyra- ele sorriu fraco. –Devo concluir que a senhorita tenha algum conhecimento por botânica, certo? Suponho que gostava muito das aulas de Herbologia.

Ela concordou.

–Sim, como eu gostava delas! –falou, como se fizesse anos que não tinha uma aula dessa matéria. –Posso te ensinar algumas coisas, se quiser, é claro...

–Nenhum conhecimento deveria ser rejeitado, nem por um homem como eu. Sugiro que devemos dar um passeio pelo grande e exuberante jardim, correto?

–Corretíssimo- ela concordou aparentemente feliz. –Tenho que perguntar, esse é o momento certo para um passeio nosso? Quero dizer...não já estava pensando em passar o dia na biblioteca?

–Sim, me lembro de ter dito isso. Posso abrir uma exceção, creio eu. Não perderia por nada uma oportunidade de visitar os jardins com uma moça dotada de intelecto sobre esse tipo de assunto, botânica quero dizer.

–Agradeço o elogio, Reg– A intimidade do apelido ainda o incomodava, e ele se limitou a dar um sorriso afetado ao ouvir novamente o apelido. Ela não pareceu se importar. –E a minha roupa está própria? Sua mãe se veste de um jeito mais elegante e ornamento até para sair do quarto. Enquanto isso, eu estou aqui, com uma blusa simples e uma saia preta.

–Não será julgada pelas as suas roupas- assegurou, tentando não ficar impaciente ali mesmo. –E sim, elas estão próprias para um simples passeio ao jardim. Está tentando impressionar alguém?

Lyra ficou extremamente corada com a pergunta. Regulus nem precisava ouvir uma confirmação, que ele sabia que não teria, e já tinha conectado todos os pontos. Só que, é claro, não entregaria os pontos.

–Claro que não- disse ela. –Não tenho quem impressionar aqui. Nem preciso o impressionar, pois eu e você estamos nos casando sem amor.

As palavras dela não o atingiram do modo que Lyra pensou que atingiria. Ele ficou com uma expressão impassível. Ela teria que melhor se quisesse realmente alfineta-lo, para atingi-lo na ferida.

–Bem fora de hora o que você disse– destacou apertando o livro mais contra o peito. –Sua sinceridade é notável, mas cuidado com ela por aqui. –sua face ficou sombria por um momento.

–Tomarei- Lyra prometeu.

Regulus passou impacientemente como se comparecer a biblioteca fosse algo urgente, e ela pode sentir o cheiro marcante do seu perfume. Ela se arrependeu um momento pelo o que disse, que realmente fez o garoto se lembrar do casamento idiota que seus pais o obrigaram a ser noivo, e ela o chamou.

Ele a olhou pelo o ombro e sorriu.

–O passeio fica para outra hora. Até outra hora, Rosier.

Estava a caminho da biblioteca, tentando esconder o sorriso vitorioso dele, até que vê Sirius parado, apoiado na porta dupla que dava origem a biblioteca. Regulus não deixou de arquear uma sobrancelha. Não era hábito de seu irmão querer ir à biblioteca e muito menos espera-lo para algo.

–Se esperava me afetar sendo amiguinho da Rosier, só posso dizer que eu não poderia me importar menos. –disse amargo não se esquecendo de lançar um olhar bem superior a Sirius.

–Eu, querer te afetar? –retrucou como se fosse a coisa mais absurda do mundo inteiro. –Como se eu fosse desse tipo.

–Eu te conheço muito bem, Sirius. Sei como você é, sei o que você faria e sei, também, que você é muito previsível.

–Você acha que eu roubaria a noiva do meu irmãozinho? –Sirius exclamou quase irritado. –Vou apenas sair com ela hoje a noite, nada demais. Só conhecer a minha cunhada, só isso. Repetindo: não sou desse tipo. Se me conhece tão bem, me conte então o que eu farei em seguida.

Ele riu de escárnio. Sirius realmente achava que ele era babaca a este ponto ou estava só o testando?

–Eu contar o que você vai fazer em seguida! Ah, mas é óbvio que não. Sempre fui melhor em planejar coisas de você, mas não duvido das suas habilidades quando o assunto é de mulheres.

–Por que se importa tanto com isso? –perguntou Sirius, mudando de assunto. –Você não gosta dela…certo?

–Querido irmão– ele disse, sorrindo maliciosamente. –Eu não me importo com ninguém. Não queria trazer desgraça a nossa mãe se ela soubesse o que está acontecendo entre vocês...

–Sua mãe– ele rosnou e Regulus tinha atingido o nível que ele queria. Às vezes conseguia aborrecer as pessoas sem ao menos se esforçar muito. –E você não ousaria.

–Não ousaria caso eu ganhasse alguma recompensa- ele continuava com o sorriso debochado que Sirius queria tirar do rosto do irmão. –Sei que você vai sair com ela hoje a noite.

–Exatamente, eu vou sair hoje a noite com ela. Eu encontrei ela hoje de manhã.

–Não sabia que isso tinha virado uma disputa para quem conquistaria mais rápido a donzela, irmão.

–Não é disputa quando só há um jogador– ele sorriu feliz com o seu aparente raciocínio brilhante.

–Por isso mesmo eu poderia denuncia-lo a mamãe por causa da sua falta de respeito e de sua extrema petulância.

–Você fala como se fosse o filho perfeito. –disse Sirius ácido o olhando com desdém.

–Ninguém é perfeito. Mas tenho a plena certeza que eu seria um primogênito muito melhor que você. Eu daria orgulho à família Black.

–Isso é inveja, querido irmão. Coitado de você, o filho esquecido. Os holofotes estão todos direcionados a mim.

Poderiam estar, pensou ele. Mas quem que conseguia a admiração dos conselheiros do seu pai por causa do seu carisma? Quem era que sempre comparecia a reunião do seu pai com seus sócios, sempre dando apoio a Orion? Era ele, Regulus Black, o irmão com nada além de sua linhagem, e sem a primogenitura. E será que ele realmente estava em desvantagem? Será que ele já não tinha um dedo em tudo que acontecida na família Black, no império Black?

–Sem a sua iminente coroa, Sirius, – o nome dele soou amargo em sua boca. –sem sua primogenitura, você é um nada– Regulus continuou, e as palavras que seguiram pareciam ter afetado Sirius, de modo que ele virou o rosto, como se tivesse levado um tapa. –Não é inteligente, habilidoso e sabe fazer nosso pai passar vergonha. Você só tem a primogenitura e a boa aparência para te ajudar. Se não fosse por isso, quem convidaria Sirius Black para as festas? Quem seria amigo de Sirius Black se ele não fosse popular?

–Você diz isso, mas não é melhor do que eu– Sirius sibilou, olhando descrente ao irmão, ainda pasmo que ele poderia ter dito palavras tão insensíveis e frias à ele.

–É claro que eu sou– Regulus rosnou. –Troféus de Quadribol não indicam nada, meu irmão.

–E suas notas nos N.O.M’s ou nos N.I.E.M’s indicam algo?

–Que bom que me lembrou disso. Indicam, sim, é claro. Indica que eu não sou um preguiçoso igual a você, e sempre garanti nas minhas notas. Nunca precisei de um melhor amigo para colar com seus esquemas ridículos.

–Pelo menos eu tinha um melhor amigo– Sirius rebateu. –E você? Ninguém, se é que Severus Snape significa algo.

–Ao contrário de você, ele é muito inteligente. –Regulus defendeu o garoto que ele podia chamar de aliado, se é que Snape o chamaria assim também. –Poderia te destruir em termos de Poções ou até feitiços, coisa que você não se esforçou para aprender, certo?

–Tinha coisas melhores para fazer além de ficar com o nariz metido em um livro o dia inteiro.

–Coisas melhores! –exclamou Regulus. –Como o quê? Sei todos seus segredos, irmão. Você pensa que eu estou um passo atrás. Não mesmo! Eu sempre estou um passo a frente de todos vocês.

–É um tolo se acha isso.

–Olha quem fala. Você só fala asnices. Ficaria feliz se você tivesse caído na Grifinória, poderia finalmente ser desertado da família. Seria até bom, sabe, menos lixo para sujar o nome dos Black.

–Chega! –Sirius falou alto, praticamente gritando. –Chega, Regulus. 

–Isso ainda não acabou, querido irmão– ele deixou Sirius sozinho ainda se apoiando no batente da porta e voltou para seu quarto, ainda segurando um livro.

Sirius ofegava, como se tivesse saído de uma briga física. Regulus sorriu feliz consigo mesmo. Ainda não tinha acabado e ele não deixaria fácil para ninguém. Se fosse para sentir pena, ele não seria quem era. Se fosse para sentir remorso durante a noite, não seria quem era. 


Notas Finais


Obrigada por ter chegado até aqui! O que acharam até aqui? Gostaria de saber a opinião de vocês. Até o próximo capítulo. Beijos <3


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