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História Blood Night - Inferno.


Escrita por: silverx4

Notas do Autor


Espero que gostem!

Capítulo 2 - Inferno.


Fanfic / Fanfiction Blood Night - Inferno.

Edgar se manteve silencioso por um breve momento, parece que palavras não podiam descrever o que sentia . E foi com uma explosão de sentimentos, uma bomba feroz e cheia de emoções, fortes, corrosivas, destruidoras e impensáveis que não só explodiu mas sim o atordoou, que ele disferiu dois chutes ao pé da porta, seu olhar agora era unicamente de ódio, seus olhos estavam inflamados, era assustador pois parecia que um olhar e ele mataria uma pessoa sem pensar duas vezes.

Ele literalmente havia ido de um estremo a outro, e foi vendo sua ação, que Jessica arqueou discretamente suas sobrancelhas, enquanto lhe observava assustada, para ela, vê-lo naquele estado era surpreendente porém aterrador.

— se acalma! Você apenas vai piorar tudo... — Julian se pós de pé com urgência, havia necessidade de intervir, ou a situação que já não era animadora somente se tornaria mais tempestuosa.

— Piorar... Pode ficar pior?! — o jovem se viu surpreso consigo mesmo, ficando cabisbaixo, ele apenas queria se acalmar, para ele a situação já estava um caos, e nas sombras da sua mente nem mesmo a luz poderia transpassar.

— tudo bem?! — Jessica lhe perguntou em tom baixo, fazendo a única coisa que podia, se sentia impotente naquela cena, como se qualquer ato fosse inútil.

Edgar lhe fitou mansamente em um olhar calmo e sereno, sabendo que por mais que a pergunta seja idiota, ouvir alguém lhe perguntar isso era reconfortante, pois mostrava preocupação e isso acalentava seu coração.

— vou ficar... — Ele apenas deixou o cansaço vencer, se sentando de forma rápida, seu corpo relaxou, seus músculos antes tensionados agora estavam relaxados e sua mente antes em uma turbulência parecia um tranquilo lago.

Jessica parecia mais conformada, e com um leve suspiro continuou:

— Como se chama?!

— Edgar... Edgar Johnson! — ele respondeu lentamente, enquanto olhava calmamente os arredores, seus olhos fitavam cada detalhe, cada canto e por mais que não visse frestas ou rachaduras, ele ainda tinha um fio de esperança.

“tenho que sair logo daqui... logo...”.

— me chamo Jessica! — a mesma expôs.

Edgar sabia plenamente o que a mesma estava fazendo. Puxar papo, para esquecer-se de tudo ao redor. Em outras palavras: se iludir com um otimismo cego, tal proeza para ele não servia de consolo. Fugir da realidade e apenas creditar que todos temos nosso fim, essas palavras não estavam e nunca estariam gravadas na mente do jovem.

— temos que procurar uma abertura... Tem que ter uma saída. Esse lugar está aos pedaços, podemos abrir uma saída. — o jovem falou em tom alto, fazendo todos o ouvirem com clareza. O tom da sua voz era forte, e os ecos chegará aos ouvidos de todos.

Julian pareceu surpreso, se aproximando da dupla.

— será pior... Nem mesmo sabemos onde estamos. Eu acho que se nos quisessem mortos... Já estaríamos. — ouvindo suas palavras, Edgar trincou os dentes. Como podia? Como aceitará a morte de tão bom grado sem lutar? Para Edgar aquilo era uma presente demonstração de fraqueza e ele odiava isso.

— já estaríamos?! Que parte do: “FOMOS ENTERRADOS VIVOS, VOCÊ NÃO ENTENDEU?”. — o mesmo retrucou bruscamente. O tom raivoso assustará Julian que se manteve em silêncio, ele sabia que insistir era apenas gastar palavras e o ar inutilmente.

Antes mesmo de ouvir qualquer resposta, Edgar se levantou novamente, continuando:

— se você vai esperar pela morte, é problema seu. Eu vou sair daqui... Jessica! Preciso da sua ajuda...

A jovem lhe fitou igualmente surpresa, respondendo sem pretensões:

— o que eu posso fazer? Eles podem apenas nos matar mais rápido... — sua voz carregava unicamente receio, em sua mente Jessica pensava que ajuda-lo apenas enfureceria aqueles que os prenderam e isso traria consequências pesadas.

— talvez seja verdade... Mais eu prefiro morrer tentando... — estranhamente suas palavras demonstravam certa coragem. Mesmo ele estando visivelmente com medo da morte, para Edgar apenas se entregar a morte era uma ideia inconcebível.

Com o silencio que se formara, Edgar deu alguns passos. Seus olhos procuravam algo, qualquer coisa que lhe pudesse ser útil. Um pedra, uma faca qualquer coisa para furar, ele lutaria e nada o impediria.

“por quê?! Por que tanto cuidado com a entrada da luz?!” ele já havia percebido, como todas as entradas possíveis estavam totalmente seladas, minuciosamente seladas, impedindo qualquer chance de iluminação. Por que? Essas indagações martelavam sua cabeça com tanto empenho que quase lhe causará uma dor de cabeça.

Enquanto parado, imerso em pensamentos, o mesmo escutou:

— Edgar... Olha isso... — se virando lentamente, ele observou a jovem Jessica de joelhos, sua atenção estava totalmente dirigida ao pé da parede à esquerda.

Em silencio seus passos foram apresados. Seus olhos se focaram ligeiros, observando o que lhe fora mostrado. Foi tão natural... Um sorriso de canto se formou em seu rosto, tão natural que nem mesmo ele percebeu.

— Cupins?! — sua indagação se fez necessária, enquanto ele vislumbrava uma grande oportunidade. Pequenos insetos que eram capaz de até devorar concreto maciço. Sua mente logo se iluminou com uma ideia até pretensiosa.

— você tem razão... Também não quero esperar pela morte sentada. — suas palavras foram pouco audíveis, por mais que fossem sinceras. Jessica se levantou de forma rápida, se espreguiçando discretamente. Já Julian deu passos para trás, sua voz saiu puramente assustada:

— não é uma boa ideia... Você vai nos matar.

— não mesmo! Se continuar com essa atitude, não sou eu que vou te matar! — Edgar retrucou calmamente, sem nem mesmo lhe encarar. Julian se calou, uma ameaça tão firme devia ser levada a sério e ele sabia disso.

Apoiando suas mãos na parede, ele se posicionou. E com um simples chute, ele viu o pé da madeira envelhecida se despedaçar. Aquele simples som da madeira podre se quebrando era como um hino de liberdade, finalmente livres era o que sua mente gritava com todas as forças.

Enquanto continuava “literalmente.” Cavando sua saída, algo lhe incomodava. Seus pensamentos que outrora eram positivos agora maquinava indagações e sem parar sua feição que estava leve agora se encontrava rígida.

Sim... Por que estava tão fácil?! Por que facilitar tanto? Por que essas pessoas se dariam ao trabalho de sequestra pessoas, e as deixarem tão soltas? De fato... Diferente das acomodações de antes, esse lugar era um hotel cinco estrelas.

Sua mente havia se tornado simplesmente um turbilhão de perguntas. “eu só estou pensando de mais.” E foi com essa certeza, que Edgar viu uma abertura se formar. Era pequena, mais a luz pouco a pouco invadiu um pequeno espaço próximo ao seu pé. Aquele raio de luz era como um milagre para seus olhos.

Instintivamente o jovem se agachou, procurando ver qualquer coisa do lado de fora.

Fora grama alta, e um terreno sujo, mais nada ele viu. Era uma visão desanimadora, nenhum sinal de civilização, nem pequenas casas ou fazendas.

— e então? — Jessica estava claramente tensa.

— nada... Com certeza estamos no meio do nada. — o mesmo fitou decidido há abertura.

Julian se mantinha distante, apernas observava disfarçadamente.

— Não podemos perder tempo. Vamos nos apressar. — a jovem parecia urgente, e certamente igualmente decidida.

— certo... Vamos aumentar essa abertura. — Edgar respondeu calmamente.

Por mais que levasse certo tempo, não seria tão trabalhoso abrir uma saída. Afinal, a parede estava claramente fraca perante os cupins que pareciam viver a muito no lugar.

Foi então, que eles começaram a quebrar pedaço por pedaço a parede.

“o que está errado? O que não está batendo nessa estória?!.” Edgar se questionava repetidamente. Aquilo parecia lhe consumir de dentro para fora. Tão fácil, tão repentina essa brecha dos cupins, sua mente não deixava de agir montando um quebra cabeça que encaixasse esses fatos mas peças estavam em falta e isso o consumia como a ferrugem que devora a beleza do metal.

— como se sente? Digo... Se sente diferente? — curioso o mesmo indagou.

Jessica pareceu ficar momentaneamente pensativa, respondendo sem muita certeza:

— Na verdade sim... Quem não se sentiria? Nessa situação...

—não é disso que estou falando... Não do medo, não do temor, e sim... Não sei ao certo, e como se... — suas palavras pareciam sumir no ar, tão rápido quanto surgiram. E por mais que Jessica quisesse lhe perguntar, ela se deteve.

“é como se eu fosse outra pessoa?!”

E novamente ele sentiu aquilo. Aquele medo profundo, o medo do desconhecido. Algo pior parecia estar por vir, algo violento, mortal, assassino que até mesmo os mais fortes temem. Mas como poderia saber se até seu medo não tinha sentido, mas mesmo assim ele sentia esse temor.

* * * *

Com 10 minutos de esforço, a saída se via exposta. Era de tamanho mediano, mais era suficiente para uma pessoa passar sem grandes problemas.

Edgar se mantinha parado, ligeiramente observador. Ele estranhamente agora, se sentia ameaçado. Ameaçado pela saída? Não, ele não sabia ao certo, mais algo parecia lhe impedir de dar o próximo passo. Era como uma sensação pesada, algo devastador, desumano e frio. Ele morreria se passasse pelo buraco, disso seu antro tinha certeza.

E foi com o ranger do velho piso, que Edgar foi trazido abruptamente de volta à realidade.

Uma cena se formou perante seus olhos. Algo que ele não parecia acreditar.

Era Julian... Que mantinha Jessica junto ao seu corpo. Uma de suas mãos se mantinha firme no pescoço da mesma, enquanto a outra circundava a cintura da jovem. Os olhos de Edgar arregalaram ao ver a cena, Julian parecia diferente, mais animalesco, selvagem. Era o mesmo sentimento que Edgar tinha quando viu o buraco, esse sentimento transbordava de Julian o sentimento de morte.

Ele parecia descontrolado, seus dentes estavam expostos. E seus olhos agora tomados inexplicavelmente por um tom avermelhado vivo. Era um monstro em carne humano. Demoníaco, um lobo sedento em pele de cordeiro apenas se divertindo com o medo das suas presas.

— o que está fazendo?! — Edgar perguntou, dando dois passos afrente.

Já a tal, mantinha seus olhos fechados. Suas pernas pareciam bambas, o medo havia lhe dominado. A morte segurava sua mão, para ela parecia tão certo que hoje seria seu último dia, que nem lutava pela vida.

— vai pro inferno! Você quer me matar não é?! É isso que tem planejado não é? — suas indagações foram descontroladas, e mais pareceram rosnados de uma fera faminta. Estranhamente seu tom de voz era de medo misto de ódio e seu olhar era fulminante.

— você é louco? Solte-a agora mesmo... — Edgar retrucou igualmente em tom alto, por mais que ele estivesse decididamente ameaçado.

— não posso... Estou com fome! Eles fizeram algo... Algo estranho... Preciso me alimentar. — seus olhos já estavam semicerrados, quase era possível ver sua fome delirante. Ou seria sede?!

“droga... droga!!.”

E quase que subitamente um grito abafado ecoou.

Edgar ficou descrente com o que vera. Suas pernas se moveram rapidamente, e seus passos foram largos.

Julian não já era mais humano. “uma fera carnívora.” Isso resume bem sua atual existência. Ele mordia freneticamente o pescoço de Jessica, que se via paralisada, pouco a pouco tendo sua vida drenada. O sangue quente vertia das pequenas feridas no pescoço da jovem, o liquido rubro descia a garganta de Julian o alimentando, saciando sua fome.

Com um pequeno salto, Edgar eliminou a distancia, seu punho já estava flexionado.

E com um único movimento, seu punho afundou no rosto de Julian. Ainda no impulso Edgar o puxou pela gola da jaqueta, o jogando contra a parede. Jessica caiu brandamente, se apoiando sobre os joelhos. O cheiro de sangue inundava o ar, enquanto o liquido carmesim deslizava pelo pescoço da tal.

Julian lambia os lábios vagarosamente, seus olhos se mantinham inalterados, seu rosto estava banhado pelo vermelho.

“sangue... esse aroma, por que me parece tão bom? Tão atraente? Tão irresistível...”.

Recuando com pressa, Edgar se agachou rapidamente, seu rosto estava tenso.

Ele ficou levemente sem ação, percebendo o sangue abundante.

— que droga! Isso tá ruim... — jogando suas palavras no ar, ele colocou uma de suas mãos sobre o ferimento, enquanto a outra mantinha sobre o ombro da mesma.

— o que estou fazendo? — as palavras de Jessica foram quase inaudíveis, e suaram puramente melancólicas. Edgar só então percebeu, quando viu as lagrimas banharem o rosto da tal. Mais não foi isso, que o fez ficar levemente imóvel. Ela tinha suas mãos banhadas com seu próprio sangue, assim como seus lábios.

Usando sua mão livre, ele segurou seu pulso, á impedindo de continuar a ingerir seu próprio sangue. A expressão de Edgar é unicamente de pavor, levemente enjoado, ele apenas falou forçadamente:

— você está bem! Vamos ficar bem...

Mais atrás Julian foi ao chão, se apoiando sobre seus braços. Ele aparentemente havia “despertado.” Do seu estado incompreendido. Levando suas mãos aos lábios, ele parecia tentar conter seu enjoou. — o que eu fiz... — suas palavras forma cortadas, quando ele colocou tudo para fora.

Edgar Johnson havia entendido... Que ele aparentemente estava no “inferno.”. Não era um prisioneiro e sim apenas um receptáculo para algo pior.


Notas Finais


Espero que tenham curtido.


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