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História Blood Night - A voz da razão!


Escrita por: silverx4

Capítulo 4 - A voz da razão!


Foi tudo tão rápido. Em um minuto Edgar se via em meio ao fogo cruzado, e no outro escorregando por uma clareira em meio à noite cortante.
Seu braço continuava e lhe incomodar, e sua preocupação estava totalmente direcionada a Jessica, afinal, ambos haviam se perdido enquanto fugiam pela floresta. Grande parte do seu esforço o mantinha ainda consciente, enquanto seu corpo parecia queimar por dentro. Era uma chama consistente e que perdurava tentando dominar não só seu corpo mas sua mente.
“o que eu faço... droga!”
Se apoiando em uma simples arvore, o mesmo se via perdido em meio à escuridão que o cercava.
Suspirando mansamente, seus olhos se fecharam lentamente. Ele apenas tentou se acalmar, sentindo o frio vento acariciar seu rosto confortavelmente. Uma lufada de ar que cortava sua pele, era com um doce beijo que recobrava seu espírito.
Ele estava ouvindo tudo... Quase que magicamente sua audição se tornou aguçada. Os mínimos ruídos se tornaram intensos, e novamente abrindo os olhos, ele viu o mundo de forma diferente. O revoar de asas, ou um simples coaxar de sapos, sons quase inaudíveis agora invadiam deus ouvidos.
“ela está perto... preciso me apresar!.”
Impulsionando seu corpo bruscamente, Edgar se moveu rapidamente, saltando com facilidade algumas raízes.
E por mais que ambos tenham se distanciado do centro do confronto, o perigo ainda parecia impregnar o ar.
Deslizando novamente pelo terreno íngreme, Edgar viu a terra se esfarelar perante seus pés.
Sua respiração estava acelerada, e ele apenas continuou. Continuou esquivando-se das arvores, enquanto se concentrava para memorizar a exata localização.
“só mais um pouco!”
Foi então que seus olhos lhe revelaram uma simples visão. Simples, porem deixou seu coração momentaneamente relaxado.
Lá estava Jessica, parada e cabisbaixa, encostada a uma arvore, como uma criança assustada.
Mais estranhamente, o corpo de Edgar se recusou a continuar. Cessando seus passos, sua consciência exigia uma resposta, para a seguinte pergunta:
“por quê? Por que tanta preocupação... por uma desconhecida? Por uma pessoa que você mal conhece. O que está acontecendo com você, meu caro Edgar Johnson?!”
O jovem estreitou discretamente os olhos, respondendo para si mesmo:
“têm razão... certamente o antigo Edgar não faria isso, de fato não seria errado, eu apenas me virar e seguir, qualquer um faria isso... se sua vida estivesse em jogo... mais depois de tudo que passei nas ultimas duas semanas, eu certamente... literalmente, não sou mais o mesmo!”
E ali ele permaneceu parado por um instante, percebendo como á alto piedade parecia lhe assolar.
Voltando a se movimentar, seus passos foram lentos e silenciosos. E já aproximo, ele colocou uma mão sobre o ombro da jovem, percebendo como estava fria, igualmente como ele.
— tudo bem?! — sua voz saiu baixa.
— vamos morrer... Não é?! — Jessica permaneceu imóvel, o mesmo incomodamente não conseguia ver sua face.
Edgar demorou a responder, o fato é que ele mesmo está infinitamente frustrado, e cem por cento apavorado.
“tenho que acalma-la... ela está em choque?!”
— Não vamos morrer! Se depender de mim... — o mesmo forçadamente melhorou sua expressão, e com dois passos se colocou cara a cara com a tal.
— De qualquer forma... Eu não vou fazer falta mesmo, possivelmente será até mesmo um aliviou para o meu pai, posso apostar que nem mesmo registraram meu desaparecimento. — a tal permanecia com seu olhar focado ao chão, de modo que não se via por completo sua face.
“o que há com ela... problemas familiares? Possivelmente... o fato é que temos que continuar a andar, e ela não parece disposta... desistiu de tudo? Não tenho escolha..”
“vai finalmente, ouvir a voz da razão, e deixa-la para trás?.”
Edgar ignorou totalmente sua mente, escolhendo com esmero cada palavra que diria a jovem a sua frente.
— do que está falando? Certamente... Seus pais devem estar loucos atrás de você, sem duvidas! — o mesmo botou força em sua voz, fazendo a jovem levemente erguer a cabeça.
— Sem chance... Aquele homem me odeia! Você está errado Edgar... — Sua voz estava totalmente opaca, e com um simples movimento ela ergue-o a blusa.
O jovem ficou surpreso, inevitavelmente desviando o olhar de forma natural.
— o-o que esta fazend... — ele cortou suas próprias palavras, e ficou chocado com o que lhe foi revelado. Um sentimento horrível lhe deixou com os olhos vidrados, e sua vergonha foi substituída por algo indescritivelmente ruim.
Jessica com uma mão mantinha sua blusa elevada, revelando apenas parte do seu abdômen. Seus dedos deslizavam lentamente, apontando certas cicatrizes. Duas eram claramente maiores, aparentemente feitas por um canivete, ao redor se revelavam queimaduras de cigarro, junto a hematomas. O corpo maltratado da jovem fizera Edgar paralisar, com certeza as cicatrizes e queimaduras foram feitas por ódio e repulsa.
— o que acha dessas obras de arte... Essas são as que não sumiram... Se ele vai sentir falta, certamente vai ser do seu passa tempo estranho, de me usar como cinzeiro... Ou como saco de pancadas! — Finalizando suas amargas palavras, a mesma endireitou sua roupa, seus olhos estavam distantes, mais agora exibiam um profundo e forte tom de vermelho.
Edgar estava sem palavras, não acreditando no que lhe foi dito, muito menos no que lhe foi mostrado. Ele não queria acreditar!
No final ele ainda era um jovem de 17 anos, inocente e alheio à realidade do mundo que ele tanto ignorou. O verdadeiro mundo onde nem pais tem piedade de seus filhos, onde irmãos matam uns aos outros e até uma mãe mata a criança em seu ventre.
— Sinto muito... De verdade... — essas foram às únicas palavras que vieram aos seus lábios, sem prévio aviso.
Ele a encarou diretamente nos olhos, não ligando para a mudança visível em seus olhos.
Jessica tinha seus longos cabelos escuros terrivelmente bagunçados, demonstrava visivelmente seu cansaço, e certamente que não estava disposta a continuar.
— eu que tenho que me desculpar... Não vou mais lhe atrapalhar, eu nem mesmo devia ter fugido daquele lugar... Apenas vá! Eu ficarei aqui mesmo... — ela falou centrada mente, agora desviando seu olhar. “não... não... Por que disse isso?! Não quero ficar sozinha...”.
Edgar tinha sua expressão fechada como um muro, de forma que era totalmente impossível ler seus sentimentos.
Ele se virou sem cerimonia, ainda permanecendo em silencio.
— por quê? Você mente tanto para si mesma... Eu já mais poderei imaginar o que você passou... Muito menos acho que teria suportado, e eu me colocando em auto piedade quando meus pais morreram... Agora me sinto um idiota, que provavelmente eu sou. Mais eu sei de uma coisa... Você não quer desistir! De forma alguma... — o mesmo se virou rapidamente, se aproximando a passos apresados, e colocando suas mãos sobre os ombros da tal, de tal forma que teria sua total atenção.
— Estou certo??! — Edgar indagou em tom elevado, não se importando com nada a sua volta.
Jessica foi pega totalmente de surpresa, seus olhos carmesins agora se viam vidrados, e seus lábios projetaram secamente uma simples resposta:
— NÃO!
Edgar trincou os dentes, ele estava literalmente irritado. E por mais que sua resposta tal estivesse cheia de uma suposta “verdade.” Seu semblante dizia totalmente outra coisa, ele via claramente... Através do seu tão bem feito disfarce de moça forte.
— você está mentindo!! — ele expôs três tons mais alto, enquanto com cuidado encurralou Jessica contra a arvore.
— Quem você pensa que é?? Como você acha que me conhece? Como você pode dizer isso! — ela igualmente respondeu em tom alto, sua voz suou mais aguda, seus olhos se estreitavam gradativamente, enquanto tentava se desenvincilhar sem sucesso.
— Eu afirmo novamente... Você não quer desistir! Não quer! Se quisesse não teria saído daquele caixão... Não teria se escondido atrás daquele otimismo forçado... E não teria um tão chamativo pedido de SOCORRO NO SEU ROSTO!
E como que em um “click.” Jessica parou de resistir, seus ombros se tornaram relaxados, e seu corpo se tornou leve.
“droga... Eu fui muito radical? Acabei falando de mais...”.
Edgar permanecia imóvel, sem sua explosão de coragem ele agora era um simples garoto encabulado.
— Edgar Johnson... Poderia... Por favor, me ajudar a voltar para cidade?! — ela tinha sua expressão em parte oculta, por mexas de cabelo, que repousavam sobre seu rosto pálido. Sua voz saiu totalmente inofensiva, por mais que seu olhar ainda suasse enigmático.
— Claro!! Vamos sair desse lugar escuro! — o jovem inevitavelmente deixou um pequeno sorriso escapar, incrivelmente um otimismo parecia lhe preencher.
E foi no silencio da noite, que um trovão fortemente ecoou, parecendo cortar o céu.
Edgar olhou discretamente para o céu, percebendo que logo a chuva seria um problema eminente. “SERIO?!” e antes mesmo de terminar seu pensamento, gotas tocaram seu rosto, gotas tão frias quanto sua pele. A fina manta de chuva molhou ambos que não se incomodavam com o frio e apenas seguiram seu caminho sobre a terra molhada.

Notas Finais


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