História Blood sweat and tears - Epílogo

               ~ ANOS ATRÁS ~

- Ei, você! – Ouvi a voz de Jeon e meu corpo estremeceu de medo automaticamente. – O que pensa que está fazendo?

- N-nada – gaguejo largando os brinquedos e engolindo em seco, me afastando dos mesmos encolhida.

- Você é fraca! – riu dá minha cara.

Como uma criança poderia ser tão terrível assim? Essa pergunta habitava minha mente em todas as vezes que minha mãe dizia que iríamos passar o dia na casa da tia Jennie, meu coração congelava e ficava paralisada. Sempre me preparava fazendo uma oração dentro do carro para que ele não tivesse lá, mas a praga sempre estava.

- Me deixe em paz, Jeo bis...  – Falo tentando me levantar, mas sou impedida por seu pé que se encontra em meu peito.

- O que você disse? – apertou mais seu pé contra mim – Niguém gosta de você Chanyeol – ele dizia com naturalidade. – Por que não vai se trancar no banheiro e chorar? Não é o que faz de melhor?

- Por favor, Jeon – imploro já sentindo as lágrimas brotarem na linha dos meu olhos.

- Own, a bebê Chanyeol vai chorar? – afinou a voz de um jeito sádico. – Chora, eu quero ver você chorar Chanyeolzinha.

Funguei e deixei com que as lágrimas corressem livremente por meu rosto. Ele riu fazendo com que seu sapato aumentasse ainda mais a pressão contra meu peito, arfei de dor.

- Você é fraca – repetiu dando as costas. – Fique longe de mim, talvez idiotice pegue – deu uma olhada na última imagem de eu caída no chão chorando feito uma criancinha de cinco anos.

- Você vai pagar por tudo o que me fez Jeon biscoito, guarde minha palavras – sussurrei limpando as lágrimas e vendo-o entrar na casa com com um ar arrogante. Aish, menino abusado.

              ~ ATUALMENTE ~

- Calma, Jeon – digo tentando o acompanha já que o mesmo puxava minha mão guiando-nos no meio da escuridão.

- Shiiii, fala baixo – ele sussurro –, quer que nos pegue aqui? Fica quieta!

- Estamos em um prédio abandonado, não tem ninguém aqui – digo revirando os olhos

- Chany?

- Sim?

- Não corte minha vibe.

- Ah, certo.

Continuamos andando e subindo escadas iluminadas pela lanterna que Jungkook carregava, por mais ou menos cinco minutos. Até que ele para de supetão me fazendo bater em suas costas, faço um muxoxo.

- Está pronta, Chany?

- Espero que tenha valido a pena você me arrancar dá minha cama quentinha – resmungo notando ele se movimentar na escuridão.

- Eu garanto que vai – disse rindo e abrindo uma porta.

Era um terraço. E hoje especialmente

O céu estava incrivelmente limpo de nuvens e carregado de estrelas brilhantes. O lugar parecia estar abandonado por anos, alguns pedaços de carros antigos e papelões foram para ali de algum jeito inexplicável, deixando o ar fantasmagórico, mas relaxante. O que me chamou atenção foi a toalha  que Jungkook havia trazido e a estendido perto da borda do telhado. O olhei confusa e ele tomou minha mão na sua me puxando em direção a toalha.

- Como você descobriu esse lugar? – pergunto olhando as luzes de Seul que deixava o lugar ainda mais bonito e aconchegante. O prédio de três andares se encontrava no topo de uma colina afastada.

- Lembra quando eu tinha quinze anos e desapareci por seis horas? – Ele perguntou se deitando na toalha e colocando as mãos atrás dá nuca. – Aquele dia que meus pais contaram pra toda a família que iriam se separar?

- Sim – me deito ao seu lado apoiando a cabeça sobre seu peito.

- Eu estava correndo sem rumo, só queria ficar sozinho. Foi quando encontrei isso aqui – abriu os braços. – Esse lugar é como um bom sonho pra mim. Aqui eu posso ser quem eu quiser e fazer o que eu quiser sem ter medo de saber como serei julgado ou como as pessoas me julgaram.

- Eu nunca julgaria você Kookie – digo saindo de cima de seu peito e ajeitando ao seu lado.

- Eu sei Chany, eu sei – deixou seus braços caírem ao lado de seu corpo. Senti algo roçar meus dedos, então sua mão se entrelaçou a minha. – Você é a primeira pessoa que eu trouxe aqui. E eu o trouxe aqui por uma razão em especial.

- Qual? – Meu coração acelera, aperto sua mão com um pouco mais de força.

- Sabe... eu acho que já está mais do que na hora de eu perguntar isso – se virou ficando por cima de mim, sua coxa roçou minha intimidade fazendo com que eu corasse furiosamente. – Eu quero saber se você, Chanyeol, aceita eu, Jeon Jungkook como seu namorado.

Ergo as sombrancelhas e começo a rir. Ele ajunta as sombrancelhas confuso.

- Do que você está rindo?

- Pensei que já namorávamos – digo segurando outra risada.

- Você sabe como cortar um clima, não é?

O puxei pela gola dá camisa para um beijo calmo, que logo se transformou em um beijo necessitado.

- Só vale a boca Jungkook – disse ao colar nossas testas para pegar ar.

Ele sorriu, aquele sorriso que pretendia ver todas os dias ao acordar pelo resto dá minha vida.