História Blood Sweat Tears - Mercado

P.O.V. Namjoon
  Cheguei na entrada do hospital que eu trabalhava e adentrei o local cumprimentando algumas pessoas que passavam por mim. Dirigi-me com passos largos até minha sala onde tirei o terno preto que vestia, colocando-o atrás de minha cadeira e logo em seguida vestindo meu jaleco branco costumeiro. 

   Sentei-me na cadeira vazia onde jazia meu terno e encarei meu celular fixamente. Peguei o aparelho e o desbloqueei dando de cara com o número do garoto de cabelos rosa de uma boca inesquecível, o qual não conseguia tirar de minha cabeça. Pensei algumas vezes antes de apertar o botão de discar e após alguns toques ouvir uma voz doce e delicada.

  - Alô?! Quem é?! – sua voz parecia falha e sua respiração estava um pouco sôfrega.

  - Olá, eu só liguei para saber se você conseguiu dar um jeito no seu problema ou precisa de ajuda? – disse me lembrando de uma certa cena que não saia da minha cabeça.

   - Problema? Como você conseguiu meu número? E você ainda não me disse quem é! – seu tom se alterou de calmo para irritado em alguns instantes, certamente ele sabia quem era do outro lado da linha.

   - Ainda não me reconheceu? Fiquei magoado agora. – fingi uma voz triste - Eu acho que você sabe muito bem quem eu sou. – disse sussurrando.

  - Escuta aqui, seu pervertido, eu não ligo se você ficou magoado ou não – ele, com toda a certeza, estava muito irritado - mas isso se chama invasão de privacidade! Eu não sei como você conseguiu meu número, então espero que você não me incomode mais, por gentileza.  

  - Viu? Eu sabia que você me reconhecia. - e essas foram as últimas palavras que consegui pronunciar antes do irritadinho desligar o telefone na minha cara. Ri com isso e larguei o celular em cima da mesa começando a folhear os papéis que ali estavam, logo em seguida minha secretária abre a porta, tirando-me dos meus devaneios matinais anunciando que o primeiro paciente do dia havia chego.

P.O.V Jin
  Depois de dar uma bronca no Jimin por ter passado meu número para aquele médico moreno, alto, lindo e sensual... AISH! Pare de ter estes pensamentos Kim Seokjin!!!! Enfim, depois de xingar até a terceira geração dos Park, saí apressado da casa do platinado fechando a porta do apartamento bruscamente atrás de mim, seguindo diretamente ao elevador que por muita sorte, estava no andar que eu precisava. No andar térreo, passei pelo porteiro mal-humorado sem me despedir, afinal, não gostaria de mais uma resposta vazia.  Entrei em meu carro estacionado a poucos metros do local logo dando a partida e saindo dali com pressa para ainda conseguir tomar meu banho e fazer um almoço merecido.

  Estacionei o carro na garagem um pouco espaçosa de minha casa e desci do automóvel andando até a entrada do móvel, abri a porta pesadamente e adentrei minha residência. Respirei fundo sentindo o cheiro de baunilha que existia no local, sentindo-me orgulhoso com a limpeza e organização que possuía. Fui com calma até meu quarto e me deparei com uma cama a box ainda muito bagunçada devido ao meu pequeno atraso... Decidi arrumar depois que voltasse da aula para não ter o perigo de me atrasar novamente.

  Andei até o banheiro e tirei minhas roupas brancas, jogando-as em um canto qualquer e anotando mentalmente que eu deveria colocá-las para lavar mais tarde. Adentrei no box e girei o registro fazendo com que uma água gelada saísse do chuveiro isso me fez dar um pequeno pulo pra trás, logo que a temperatura estava quente o suficiente, entrei embaixo do chuveiro e deixei com que o líquido tirasse todo o estresse do meu corpo, porém, algo ainda me incomodava. Aquela voz grossa, o olhar marcante e aquela boca...ahhh a boca... AIGOO... de novo Jin?! Tenho que parar de pensar nesse homem antes que eu enlouqueça.

  Desliguei a ducha que caía sobre meu corpo depois que terminei meu banho merecido, saí de dentro do box, peguei uma toalha, enrolei-a na cintura. Voltei para meu quarto e andei até o pequeno closet que havia ali. Peguei uma calça preta rasgada e meu moletom rosa favorito, jogando-os em cima da cama para que eu pudesse vestir depois. Vesti minha boxer preta, primeiramente e logo em seguida a roupa que havia escolhido. Coloquei minhas meias e calcei o chinelo para andar dentro de casa, o que era muito confortável para mim. Desci até a cozinha já pensando no que iria comer e peguei os ingredientes necessários na geladeira para fazer um delicioso bulgogi (comida coreana) para mim.

  Após desfrutar de meu delicioso almoço, me direcionei até a saída, troquei meus chinelos por um tênis preto com alguns detalhes brancos e fui para fora de casa. Tranquei a porta, andei até meu automóvel adentrando no veículo, girei a chave na ignição e dirigi em direção a faculdade, o trânsito estava tranquilo, por isso, não demorei muito para chegar ao local. Estacionei perto da entrada e sai do carro, peguei minha mochila colocando ela sobre meu ombro, olhei para o banco do caroneiro e avistei meu celular sobre o couro bege. Apanhei o eletrônico me lembrando da conversa que tive de manhã com o palestrante pervertido. Fechei a porta enfurecido  e apertei o botão da chave para cadear o auto, logo em seguida ouvindo o barulho do apito confirmando que o carro havia sido trancado. 

  Andei calmamente até minha sala e, para conferir, olhei para o relógio que marcava 13:50, faltavam ainda 10 minutos para que minha aula começasse. Percorri o caminho até a porta da sala e avistei minha carteira que ficava no meio da sala, ao lado da do Jimin. Coloquei minha bolsa no chão ao lado da mesa e me sentei na cadeira virando o rosto para que eu pudesse encarar um Park que me olhava receoso pois não sabia se eu ainda estava bravo com ele. Apenas dei-lhe um sorriso doce e sincero para lhe mostrar que já havia o perdoado. Vi que o alívio tomou conta de seu corpo fazendo-o relaxar na carteira. Conversamos sobre algumas coisas fúteis e logo o professor entra começando mais uma aula sobre anatomia, minha favorita, aliás!

P.O.V Namjoon
  Depois de um longo dia de trabalho, vi o horário no computador, que marcava 18:35, meu turno já havia acabado. Levantei-me e tirei o jaleco branco que usava, pendurei-o no gancho que havia na parede da minha sala. Vesti meu terno preto novamente, peguei minhas chaves e celular que repousavam em cima da mesa e apaguei as luzes saindo do pequeno espaço extremamente limpo, trancando a porta em seguida.  Despedi-me de alguns pacientes, enfermeiros e médicos ao longo dos grandes corredores e finalmente consegui sair do hospital. Respirei aliviado, ficar o dia inteiro dentro de uma sala refrigerada artificialmente me deixava sufocado. Andei até meu carro que estava estacionado em uma seção especial para os funcionários, destranquei-o e entrei  jogando minhas coisas no banco de trás. Dei a partida saindo do estacionamento do hospital.

  Dirigi até em casa e estacionei meu automóvel na garagem espaçosa. Peguei minha maleta que estava no banco de trás junto com algumas coisas que eu tinha deixado da última vez que eu havia usado esse carro. Desci do veículo e adentrei minha casa, ela é ridiculamente grande, um pouco desnecessário, eu sei, mas eu gosto de espaço, o problema é que às vezes me sinto muito sozinho aqui, suspirei baixo e subi as escadas desabotoando os botões de minha camisa no caminho. Entrei em meu quarto e joguei minha pasta em cima da cama, junto com meu terno e minha camisa. Fui me despindo enquanto chegava no banheiro me direcionei para dentro do box de vidro e liguei o chuveiro e fiquei um bom tempo embaixo da ducha de água quente caindo sobre meu corpo, pensando, até minha barriga me dar um sinal de vida. Fechei o registro. Saí do box, sequei-me e andei até o closet. Vesti um jeans qualquer e um moleton amarelo um pouco chamativo demais.

  Baguncei meu cabelo e fui até a cozinha em busca de algo para matar minha fome. Abri a geladeira e suspirei me lembrando que havia esquecido de passar no mercado mais cedo. Decidi que hoje era o dia de fazer mercado, afinal, o que eu poderia comer sem ter nada para preparar? Fechei a porta do refrigerador, peguei minha carteira em cima da mesa de jantar e direcionei meus passos para fora de casa. Coloquei meu capuz e as mãos no bolso e andei até o mercado que tinha ali perto, não havia a necessidade de pegar o carro para isso. Adentrei o local, pequei uma cestinha e comecei a procurar pelas coisas que eu precisava para ter pelo menos umas boas jantas e alguns almoços talvez, geralmente eu fico no hospital nesse horário, então eu como qualquer coisa da cafeteira de lá.  Passei rapidamente pela parte das bebidas e de relance vi algo que não acreditei. Era o rosado de lábios vermelhos inesquecíveis! Ele estava ali na minha frente como uma presa indefesa! "Má analogia, melhor parar."  Era minha chance, nada estava me impedindo de ir falar com o ele.
 
  Me aproximei com passos silenciosos até o garoto que havia me tirado a atenção toda hoje de manhã.

  - Seokjin? – perguntei e vi seu olhar parar em mim e seus olhos se arregalarem.