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História Blood, Sweat & Tears - Wings


Escrita por: kimtaehyungg

Notas do Autor


é minha primeira fanfic, espero que gostem

Capítulo 1 - Wings


Kim Seokjin. Vinte e seis dias depois de seu aniversário de três anos, ele teve um sonho:

Atirei um limão n’água
e fiquei vendo na margem.
Os peixinhos responderam:
Quem tem amor tem coragem.

Logo após se via em sangue, suor e lágrimas.

 

No próximo ano, quase o mesmo:

Atirei um limão n’água
e caiu enviesado.
Ouvi um peixe dizer:
Melhor é o beijo roubado.

Então ele se via em sua última dança.

 

Então no ano seguinte, na mesma data antes já sabida:

Atirei um limão n’água,
como faço todo ano.
Senti que os peixes diziam:
Todo amor vive de engano.

“Leve-os todos”, o pequeno menino repetia, embora por conta de sua pouca idade, quase nada entendia.

 

E então, novamente no próximo ano:

Atirei um limão n’água,
como um vidro de perfume.
Em coro os peixes disseram:
Joga fora teu ciúme.

Logo após se via em sangue, suor e lágrimas.

 

Chega a data, parte ansiada, parte evitada, o menino já tem sete anos e vinte e seis dias.

Atirei um limão n’água
mas perdi a direção.
Os peixes, rindo, notaram:
Quanto dói uma paixão!

Então em seu pescoço sentiu uma fria respiração.

 

Mais uma vez, um ano depois.

Atirei um limão n’água,
ele afundou um barquinho.
Não se espantaram os peixes:
faltava-me o teu carinho.

E novamente o menino repetia incessantemente: “Leve-os todos.”

 

Chegou a data, o menino tem nove anos.

Atirei um limão n’água,
o rio logo amargou.
Os peixinhos repetiram:
É dor de quem muito amou.

E novamente se viu, em sangue, suor e lágrimas.

 

Novamente, um ano depois:

Atirei um limão n’água,
o rio ficou vermelho
e cada peixinho viu
meu coração num espelho.

“Meu corpo, mente, alma. Saiba perfeitamente que sou todo seu.” Recita o menino.

 

Então o dia chega, mais uma vez:

Atirei um limão n’água
mas depois me arrependi.
Cada peixinho assustado
me lembra o que já sofri.

“É um feitiço que lhe pune.” Uma voz sombria lhe conta. O menino finalmente entendeu.

 

E no ano seguinte:

Atirei um limão n’água,
antes não tivesse feito.
Os peixinhos me acusaram
de amar com falta de jeito.

“Eu o quero muito.” A voz disse.

 

Mais um ano se passou, este dia novamente chegou.

Atirei um limão n’água,
fez-se logo um burburinho.
Nenhum peixe me avisou
da pedra no meu caminho.

“Eu o quero muito.” Desta vez foi a voz do menino que afirmou.

 

Neste ano Kim Seokjin se apaixonou, ele tinha quatorze anos. Kim Taehyung, seu amor, onze segundo identidade — trinta de dezembro de mil novecentos e noventa e cinco —, mas em sua certidão diz que ele havia nascido no mesmo ano, mês e dia que Kim Seokjin.

Atirei um limão n’água,
de tão baixo ele boiou.
Comenta o peixe mais velho:
Infeliz quem não amou.

“Pêssegos e creme.” A voz sombria diz.

 

Neste a ano o menino foi traído pelo seu amor. Kim Seokjin nada sentia além de sua mais completa paixão e mágoa, mas apesar disto ele decidiu continuar ao lado de seu amado.

Atirei um limão n’água,
antes atirasse a vida.
Iria viver com os peixes
a minh’alma dolorida.

“Mais doce que um doce.” O menino desta vez sente a presença do dono da voz.

 

Neste ano Kim Taehyung, seu amado, o deixou. Então, como em todos os anos, a data chegou e ele teve seu sonho.

Atirei um limão n’água,
pedindo à água que o arraste.
Até os peixes choraram
porque tu me abandonaste.

“Bochechas de chocolate.” O menino estranha a resposta, mas nada diz.

 

Kim Taehyung se torna sua obsessão, Kim Seokjin o anseia, mas nada faz além de observa-lo à distância. E então, na mesma data já conhecida, o menino sonha.

Atirei um limão n’água.
Foi tamanho o rebuliço
que os peixinhos protestaram:
Se é amor, deixa disso.

Então o menino vê. Asas de chocolate, mas suas asas são as de um demônio.

 

O rapaz tem dezoito anos e vinte e seis dias, exatos um ano após a última vez que sonhou. Desta vez, ele não está mais em busca de Kim Taehyung. Ele desistira. Se cansara.

Atirei um limão n’água,
não fez o menor ruído.
Se os peixes nada disseram,
tu me terás esquecido?

“Antes da doçura, há um gosto amargo” a voz sussurra próxima ao seu ouvido.

 

Neste ano o rapaz e Kim Taehyung reataram, fora grande a sua alegria. Então, a noite em que sonha todos os anos chegou:

Atirei um limão n’água,
caiu certeiro: zás-trás.
Bem me avisou um peixinho:
Fui passado pra trás.

Kim Seokjin não acreditou no peixinho.

 

Kim Taehyung o deixou novamente. Kim Seokjin se destruía. E a noite em que o rapaz sonha anualmente chega.

Atirei um limão n’água,
de clara ficou escura.
Até os peixes já sabem:
você não ama: tortura.

Kim Seokjin concorda com os peixes em silêncio.

 

Vinte e um anos. Chega a noite em que anualmente seus sonhos ocorrem.

Atirei um limão n’água
e caí n’água também,
pois os peixes me avisaram,
que lá estava meu bem.

Então Kim Seokjin vê o reflexo de Kim Taehyung na água.

 

Neste ano Kim Taehyung volta, mas ele decide que nada quer ser de Kim Seokjin além de amigo. E, mais uma vez, chega a data que o rapaz tanto anseia.

Atirei um limão n’água,
foi levado na corrente.
Senti que os peixes diziam:
Hás de amar eternamente.

A escuridão o envolve e ele acorda coberto de sangue, suor e lágrimas.

 

No próximo ano, no mesmo dia em que Kim Seokjin anualmente tem seus sonhos, ele e alguns amigos — Kim Taehyung, Kim Namjoon, Jeon Jungkook, Jung Hoseok, Park Jimin e Min Yoongi — decidem visitar um dos museus de arte da cidade.

Entram e se impressionam com a beleza do lugar, mas não deixam de fazer suas habituais brincadeiras.

Os olhos de Kim Seokjin se prendem fixamente em uma pintura.

“Eu te quero muito, muito, muito…” ele ouve uma voz sussurrar.

A voz é muito semelhante a de seu amado, a diferença é que ele a reconhece de uma antiga lembrança, pensa talvez ser de um sonho, mas não tem certeza, porque ele sempre acorda sem se lembrar do que sonhou. Sua única lembrança é de que anualmente tem as melhores noites de sua vida, em uma data na qual ele aguarda ansiosamente. Hoje ela chegará.

O menino, agora já um rapaz, se vê seguindo a voz desesperadamente.

Se encontra em uma sala, há uma estátua no centro.

“Beije-me, não importa o quanto doa. Torne este laço mais forte, até que não possa doer mais. Querido, tudo bem me embriagar, porque agora eu bebo de você. No fundo da minha garganta, está o uísque que é você.” a voz vem da estátua. É Kim Taehyung, mas também é a voz que sussurra nos sonhos.

“Não importa o quanto doa, me aperte mais, para que eu não possa escapar. Abrace-me fortemente e me balance até que eu fique inconsciente.” Kim Seokjin diz, mas não sabe o porquê destas palavras saírem de sua boca, não é mais sua mente que a controla.

Ele não vê mais uma estátua. É seu amado, é Kim Taehyung à sua frente. Ele o chama.

“Beijarei seus lábios, esse é um segredo que fica apenas entre nós dois. Eu estou viciado nessa prisão que é você.” Kim Seokjin diz e o beija.

Eu não posso adorar ninguém mais além de você. Eu sabia muito bem que estava bebendo do cálice envenenado.

A escuridão os cerca. Kim Taehyung não está mais ali, desaparece, é novamente uma estátua. Kim Seokjin desaparece, seu corpo para sempre congelado no interior da estátua, no fundo de sua garganta, mas não sua mente. A mente do rapaz ainda funciona, vê, sente e pensa, embora nada possa fazer.

Também ele era uma tentação
Também ele era uma conexão para uma existência além
O mundo maligno do qual eu não queria mais fazer parte

 


Notas Finais


Trechos de "Lira do amor romântico"/"A Eterna Repetição" (de Carlos Drummond de Andrade) e "Blood, Sweat & Tears" (BTS, óbvio né rs).
Então, o que acharam?
Encontro vcs no próximo MV! xoxo


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