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História Bloodsport - Tinha Algo Lá


Escrita por: Sunnyes

Notas do Autor


OIOIOI
Como vão vocês?
Eu queria ter atualizado a SBN também, mas eu ando sem inspiração pra ela, e não quero escrever qualquer coisa :(
Enfim, pelo menos escrevi essa
Espero que gostem ♥

Capítulo 4 - Tinha Algo Lá


— O que é aquilo? — Sussurro e aperto o meu copo de plástico com força, dando um passo em direção a sombra.

De repente, Kentin segura o meu braço. Mesmo com a minha blusa, meu braço se arrepiou com o seu toque. Abaixo meu olhar para o meu antebraço. Kentin segura firme, mas não com força. Sua mão está quente. Olho para o parque de novo. A sombra não está mais lá.

— Para onde foi? — Eu procuro os olhos brilhantes pela extensão do parque que consigo enxergar aqui da varanda. A pegada de Kentin fica mais suave.

— Do que você está falando? — Ele diz, segurando o meu outro braço, o que me faz olhar para ele. Kentin mantém a expressão séria. — Não tem nada lá.

— Não, mas tinha alguém — Procuro mais uma vez com o cenho franzido. — Eu vi.

— Rubs, você bebeu um pouco — Ele ri um pouco. Parece uma risada forçada. — Vem, eu te levo em casa.

— Mas, eu... — Eu tenho certeza que tinha alguma coisa ali. Meus pensamentos estão um pouco embaralhados e parecem piores com Kentin tão próximo de mim. Posso apoiar minha cabeça em seu peito se quiser. 

— Vem — Ele me puxa para dentro da casa. 

 Andamos até a sala, onde Alexy está conversando com algum garoto que eu não faço ideia de quem seja e Sam está dançando.

— Então você já vai? — Pergunto para Kentin. Ele ainda não soltou o meu braço, e eu não queria que ele soltasse. O contato é agradável e familiar.

— Eu vou te deixar em casa — Ele responde e lança um olhar para a cozinha, de onde viemos.

— Não, eu vim de carona com a Sam — Aponto para ela, que está dançando. — Ela vai me levar quando estiver indo embora.

— Me deixe te levar, Rubs — Kentin suplica.

Eu o fito. Suas sobrancelhas estão levemente franzidas, demonstrando preocupação mesmo no rosto sério. Eu não sei porque ele está agindo de maneira tão estranha, mas algo me diz que deve ser por um motivo importante.

— Tudo bem — Eu digo, pausadamente. — Eu vou avisá-la.

Kentin assente e solta o meu braço, se encostando na parede. 

Eu ando até Sam, no centro da sala.

— Sammy — Eu chamo. Tenho que chegar bem perto e falar um pouco alto para que ela me escute mesmo com a música alta. Ela para de dançar para abrir um sorriso para mim. — Eu já estou indo. Kentin vai me dar uma carona.

— Kentin? — Ela parece confusa. Ela está com as bochechas rosadas, provavelmente por causa da bebida, e tenho quase certeza de que as minhas estão assim também. — Por quê?

— Ele meio que insistiu — Confesso, dando de ombros.

— Vai ver ele quer passar um tempo com você — Sam observa, balançando a cabeça no ritmo da música. 

— É, pode ser — Respondo, mas depois penso melhor. Afinal, ele teve várias oportunidades para passar um tempo comigo, e decide fazer isso agora? — Enfim, até mais. Se cuida.

— Me liga amanhã, quero saber de tudo — Ela pisca para mim e eu reviro os olhos, começando a me afastar. — Usa camisinha.

Eu solto um grunhido de reprovação e ando em direção de Kentin, que se desencosta da parede e vai para a porta da frente. Penso em me despedir de Alexy, mas ele parece ocupado demais rindo com o garoto no sofá. Sam vai avisá-lo de qualquer jeito. E olho em volta procurando pelo meu irmão, mas pelo visto ele já estava se “divertindo” em algum quarto no andar de cima com a garota de mais cedo.

Assim que coloco os pés para fora da casa, uma brisa faz com que eu cruze os braços. Kentin vai andando na minha frente até uma caminhonete antiga vermelha e branca, onde ele abre a porta para mim.

— Eu não sabia que você tinha um carro — Comento e entro na caminhonete. Ela é bem bonita, apesar dos assentos com rasgos aqui e ali e estar um pouco suja. 

— Meu pai quem me deu, no meu aniversário — Kentin diz ao se sentar no banco do motorista. Eu esqueci que ele passou o seu aniversário naquele maldito acampamento. — É uma Ford F150 de 1990.

— Ah. — Eu digo. Não entendo quase nada de carros, mas é uma caminhonete bem bonita e prateada. Os bancos são de couro preto, e está bem limpa por dentro.

Ele liga o rádio e está tocando o começo de Good Grief, do Bastille. Tenho que me segurar para não simplesmente apertar o botão para desligá-lo. 

Mas que coincidência, vida. Milhões e milhões de bandas por aí e era justo essa que tinha que estar tocando nesse exato momento.

— Você gosta dessa banda, não gosta? — Kentin aumenta um pouco o volume e então olha rapidamente para mim antes de olhar por cima do ombro para dar ré.

Não respondo. Passamos cerca de dois minutos em um silêncio incômodo quando Kentin resolve quebrá-lo.

— Então... — Ele diz, meio desconfortável. — Eu acho que vou entrar para o time de rugby.

Ah, não. Eu estava esperando que ele começasse a se explicar, mesmo que eu não saiba exatamente o que quero que ele explique. As coisas estão realmente esquisitas ou sou só eu? Não. Tem algo errado. Kentin mudou completamente quando viu aquilo no parque.

— Sério? — Eu olho para ele, que olha para mim com um olhar confuso. — É sério mesmo que você vai puxar assunto como se nada estivesse acontecendo?

— Como assim? — Kentin encara a estrada ainda com o cenho franzido.

— Eu não sou idiota, essa situação toda está muito estranha — Eu digo, tentando manter a calma. — Você mal conversou comigo a semana toda, e agora resolveu me levar para casa do nada. Por quê?

— Quer saber mesmo, Ruby? —  Ele evita olhar para mim, mas vejo que está irritado. — Você está bêbada. Eu nunca te vi assim antes, mas já deu para ver que você fica bem alegrinha quando bebe. Nenhum dos seus amigos estavam perto de você, qualquer um podia simplesmente chegar e se aproveitar da situação. E eu não te obriguei a entrar no carro.

Eu realmente estava tentando ficar tranquila, mas agora meu sangue ferve. Solto um suspiro de indignação, abrindo um sorriso cínico.

 — Em primeiro lugar, eles são seus amigos também e em segundo, eu bebi um pouco, ainda estou bem longe de estar bêbada. E, mesmo que eu estivesse bêbada, acabei de dizer que eu não sou idiota. Eu sei me virar, então você não precisa me proteger.

Ele abre a boca como se quisesse dizer alguma coisa, mas então muda de ideia e a fecha.

— Até mesmo porque tenho a impressão de que não temos uma conversa tão longa como esta desde o ano passado — Continuo e preciso tomar um pouco de fôlego. Estou levantando a voz sem sequer me dar conta disso. Não sei se é o álcool que está ampliando as minhas emoções, mas acredito que seja. —, então eu tenho certeza absoluta de que não foi nada disso.

Ele fica em silêncio por um instante. Eu queria tanto simplesmente descer do carro, mas estava escuro lá fora e eu queria muito colocar para fora tudo que eu fiquei pensando a semana inteira. Nós ficamos meses sem nos falarmos direito e, na primeira conversa significativa que temos, ele praticamente me chama de vadia. Me enfurece o fato de ele achar que ainda tem intimidade o suficiente comigo para mandar em mim. 

— É engraçado como eu esqueci que você era tão explosiva — Kentin comenta, com a voz baixa. Ele não parece estar a fim de brigar, e tenho que me segurar para não amolecer. — Como dá para esquecer algo assim?

— Você viu, não viu? — Volto meu olhar para ele, ignorando o que ele disse.

— Vi o quê?

— Aquele vulto no parque, naquele momento na varanda. — Assim que eu menciono o vulto, ele revira aqueles olhos verdes. — Você começou a ficar estranho depois que aquela coisa apareceu e nem venha me dizer que não tinha nada lá, eu sei que tinha. Eu mal bebi, não estou no ponto de imaginar coisas.

Quando percebo, ele já estacionou o carro na frente da minha casa. Kentin se vira para mim calmamente.

— Mas foi exatamente o que aconteceu, Ruby — Ele diz para mim pausadamente. — Você imaginou coisas. Não tinha nada lá. 

— Então por que é que você se levantou e ficou olhando para o “nada”? 

Kentin desvia o olhar. Ele quase parece culpado e, para mim, ele é culpado. Queria que ele abrisse o jogo comigo, mas aparentemente isso não vai acontecer, então desisto de manter qualquer conversa.

— Quer saber? Você está certo. Eu nem sei porquê eu aceitei essa carona — Eu abro a porta do carro, com os nervos a flor da pele. — Eu preferia mil vezes o Kentin de antes! — Berro antes de fechar a porta com força.

— Ruby! — Kentin chama, mas eu nem sequer olho para trás.

Entro pisando duro em casa e tranco a porta. Me seguro para não gritar e ao mesmo tempo me seguro para não voltar até lá e exigir explicações.

— Ruby? — Minha mãe pergunta, me dando um susto.

Estou tão nervosa que nem vi minha mãe sentada no sofá marrom da sala, assistindo a televisão com as luzes apagadas.

— O que aconteceu, querida? — Eu vou até ela e me sento ao seu lado. Ela está com um olhar preocupado e sonolento. — De quem era o carro ali na frente?

— É a caminhonete de Kentin — Eu suspiro, tirando as botas. 

— Eu ouvi você batendo a porta com força — Mamãe interroga, virando a cabeça levemente para o lado. — Não foi essa a educação que eu te dei, não é?

— É, a gente discutiu e eu perdi um pouco da noção, me desculpe. — Resmunguei, envergonhada com a bronca. — Depois explico melhor. Enfim, o que a senhora está fazendo acordada?

— Eu pedi comida para jantar e já estava me preparando para ir dormir — Ela se levanta, pegando a caixinha de comida japonesa que estava na mesa de centro. — E vou para a cama. Boa noite, querida.

— Boa noite, mãe. — Me levanto, desligo a TV e vou para o meu quarto.

Depois de tomar um banho e vestir meus pijamas, me deito em minha cama. 

O meu quarto é pequeno, com as paredes pintadas de vermelho. Tem o meu guarda roupa na direita, minha cama de casal na esquerda e uma escrivaninha logo abaixo da janela. Sem nada demais, mas é dessa maneira que eu gosto. Prometo a mim mesma que vou limpá-lo amanhã. 

Assim que fecho os olhos, começo a pensar na discussão com Kentin. Tudo bem, talvez eu tenha sido um pouco rude demais, concluo. Mas ainda continuo com raiva dele. Se ele quisesse mesmo passar um tempo comigo, como Sam sugeriu, ele não teria reclamado das cervejas que eu bebi. Não é da conta dele. E quanto ao vulto no parque, começo a imaginar que talvez tenha sido outra coisa. Não pode ter sido uma pessoa, ninguém é capaz de sumir rápido daquela maneira. Talvez tenha sido uma coruja, os olhos refletindo as luzes da casa. É, quem sabe.

------- ♦ -------

Acordo com a música What I Like About You do The Romantics tocando e tateio a cama em busca do meu celular. Eu realmente preciso trocar esse toque. A foto de Sam aparece no visor.

— Alô? — Minha voz sai completamente rouca. — Céus, Sammy, que horas são?

— Liga a sua tevê no noticiário. — A voz de Sam está séria, o que significa que é urgente.

— Por quê? — Eu me sento na cama, esfregando os olhos. Minha cabeça dói. Ressaca.

Agora. — Ele aumenta o tom de voz, ordenando.

Eu vou até a sala, onde Andrew já está esparramado no sofá assistindo a um programa qualquer da MTV, o que significa que eu não acordei nada cedo, mas mamãe não parece ter levantado ainda. 

— Você está horrível — Andrew ri da minha cara enquanto me aproximo e tomo o controle da mão dele. — Mas que porra? Eu estou assistindo.

Aperto os números do canal e a casa de Troy aparece na televisão. Meu estômago revira completamente ao ouvir o que a repórter tem para dizer.

— ... então não temos muitas informações até o momento, além de que o jovem foi encontrado morto atrás das cercas, poucos metros longe do parque. A família não quis prestar depoimento.


Notas Finais


Aqui deu pra entender um pouco mais da personalidade da Ruby, né? Só digo que ela é ariana, viu gente -q


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