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História Bloody Love - Season 2 - Capítulo 21


Escrita por: undercvr

Capítulo 21 - Capítulo 21


Fanfic / Fanfiction Bloody Love - Season 2 - Capítulo 21

Nesse ponto eu já estava sentada no chão com as mãos na cabeça. Minha cabeça girava e todo aquele universo parecia ficar cada vez mais confuso.

- Adam, eu preciso sair daqui. -falo mais uma vez, o desespero na minha voz agora se tornando presente. 

- E eu já te falei o que você precisa fazer. -responde ele, abaixando-se até mim. - Me mate e está livre. -diz, entregando-me a faca novamente.

- Eu não posso te matar! -grito, voltando a esconder meu rosto com meus braços. - Devo estar tendo alucinações demais. Precisa haver outra saída. -falo, ouvindo no fundo Adam suspirar.

- Maya, essa é a unica saída. -ele insiste. - O que mais te atormentou por anos foi o fato de Lucy ter me matado na sua frente, por eu estar morto por causa dela. Você ainda não se perdoou por isso. Para sair daqui, precisa se livrar desse peso. -Adam diz, agora também sentado no chão.

O local era um tipo de floresta vazia, como se estivéssemos no meio. Ao redor, apenas árvores altas com várias folhas pelo chão. O tempo era nublado e parecia ameaçar chover a qualquer momento.

- Por que eu imaginei esse lugar? -pergunto, ainda olhando ao redor.

- É a cidade onde você nasceu, Maya. -Adam responde, agora também admirando as árvores. - É uma trilha a alguns quilômetros da sua antiga casa. Agora o porque de você imaginar isso eu não sei. -diz, voltando sua atenção para mim.

 - Eu preciso sair daqui. -repito, dessa vez para mim mesma. 

- Já sabe o que precisa fazer. -diz Adam, ainda com a faca estendida para mim.

- Eu não consigo te matar, Adam. Odiei Lucy por séculos por ela ter feito isso então agora eu vou ser hipócrita o bastante para fazer a mesma coisa? -digo com raiva enquanto encaro Adam. - O que acontece se eu não te matar? Fico presa para sempre aqui? -pergunto, apontando para a floresta ao redor.

- Você tem até 24 horas para tomar uma decisão; ou você me mata ou se mata. Se você me matar, sai daqui. Se resolver se matar, vai para o inferno. -Adam fala direto, com frieza na voz.

- Então eu te mato ou vou pro inferno? Ótimo. -ironizo, me levantando do chão. - Preciso achar outra saída. -digo, começando a andar em direção a trilha.

-  Não tem outra saída! -diz Adam, agora também se levantando. Ele me segura pelos ombros e respira fundo. - Esse é o propósito desse lugar, fazer você combater seus pesadelos. É assim que você sai. 

- Que parte do "eu não posso te matar" você não entendeu? -pergunto entre-dentes, me aproximando dele. 

- Eu sou apenas obra da sua cabeça, Maya! Eu já estou morto. É por isso que, mesmo sendo uma alucinação, você ainda não consegue me matar. -ele fala duramente. - Você precisa ser forte e fazer isso. -Adam diz com um olhar suplicante. 

- Eu não consigo fazer isso. -falo, sentindo minha voz falhar. - Você é uma alucinação e mesmo assim não consigo te matar. -digo, soltando um suspiro pesado. - Eu morri, Adam. Não preciso voltar, todos pensam que eu não vou mais voltar. -admito, agora apoiando-me no tronco de uma dar árvores.

- Céus, Maya. Não consegue sentir? -Adam pergunta, parecendo não acreditar. Nego com a cabeça. - Safira precisa de você! -ele diz, causando uma leve dor passando pelo meu corpo. 

- Não, ela não precisa. -respondo, tentando manter a voz firme.

- E o clã, Maya? O que vai ser dele sem você? -ele me pergunta novamente. Bufo de frustração.

- Pare de fazer esses joguinhos! -grito, empurrando-o para longe de mim. - Adam, eu morri! Acabou. -falo, tentando afirmar para mim mesma.

- Não estou fazendo joguinhos. Basta se concentrar e vai ver do que eu estou falando. -ele responde, voltando a se aproximar de mim. - Feche os olhos e escute. -Adam manda, esperando eu cumprir com o que havia dito. 

Reviro os olhos e então, obedeço. De início, não escuto nada. Mas então vozes vem na minha cabeça simultaneamente, fazendo eu me perder. Consigo escutar Safira me chamar e de alguma forma, sentir suas lágrimas. E em seguida, sinto Jake me chamar repetidas vezes: "volte para mim, por favor Maya"

Balanço a cabeça, voltando a me concentrar. Adam continuava me encarando, esperando minha reação.

- Isso não é real, nada disso é. -falo raivosa, percebendo Adam se frustar.

- Maya, saía daqui e volte para eles! -ele manda, empurrando a faca para minhas mãos. Nego com a cabeça.

- Eu não posso deixar você aqui, Adam. Eu não posso te matar. -confesso, me sentindo derrotada. 

- Eu sei, Maya. -ele fala, em seguida segurando meu rosto com as duas mãos. - Eu conheço você. 

- Sabe o que? -pergunto, confusa. 

- Eu sei que você ama Jake. -Adam diz, agora alisando meu cabelo. Sinto minha garganta formar um nó. - Não precisei do papinho de Lea para saber, apenas pela forma que vocês se olharam na festa em sua mansão.. eu entendi tudo. -ele explica, olhando para meus olhos. Não sei bem o que dizer. - Maya, você pertence a outra pessoa. Não fique presa ao passado. Não fique presa na dor. Não deixe o orgulho vencer você. -Adam pede, analisando meu rosto. - Não tem nada de errado em amar. Não se ache fraca, não esconda, não negue. -diz com um sorriso de canto. - Deixe o passado para trás e vá viver um futuro com Jake. -suplica ele, agarrando minhas mãos, fazendo nossas mãos segurarem a faca. 

- Adam.. -tento dizer algo, porém ele nega com a cabeça, interrompendo-me. Em séculos, matei milhares de pessoas. Inocentes, adultos, adolescentes, bruxos, lobisomens, fadas. Porém nunca fiquei tão nervosa quanto estava agora ao ter que matar Adam.

- Volte para Jake, Maya. -ele sussurra, entregando a faca para mim.

[...]

- E vai funcionar? -Safira pergunta escorada perto da janela do quarto. Lucy e Ryan estava começando a preparar o quarto para o feitiço e Emma estava lendo seu grimório. 

- Espero que sim. -Lucy responde, agora parando de arrumar. Ela olha em volta, e em seguida para mim. - Precisamos deixar claro.. todos concordam em ressuscitar Maya, certo? -pergunta, fazendo todos se entre-olharem. - Quem aqui é contra? -ela pergunta novamente.

- Sério mesmo? -pergunto sem acreditar, cruzando os braços.

- Ela já tentou me matar, Jake. É uma pergunta válida. -Emma diz para mim, também cruzando os braços.

- Então quer dizer que não querem ressuscitar Maya? -eu pergunto, Lucy suspirando.

- Não é isso, Jake. Mas todos sabemos que Maya não é nenhuma santa e que ela já fez coisas ruins. -Lucy diz, agora virando-se para mim.

- Eu posso fazer uma lista. -Emma sussurra, eu bufo. - Estou mentindo?! -ela pergunta para mim, agora em voz alta.

- O que Emma quer dizer, é que as vezes Maya estar morta as vezes é o melhor. -fala Lucy, em seguida ficando cabisbaixa. 

- Melhor para quem? -Safira pergunta, agora indo até Lucy. - Sabemos que Maya não é nenhuma Virgem Maria, mas ela não é mais um monstro. -diz, fazendo todos no quarto prestarem atenção. Ela se vira para mim. - Enquanto você e Adam sumiram, ela tomou conta de tudo sozinha. Protegeu o clã, procurou por vocês, ela cuidou de mim. E por mais que ela já tenha feito coisas ruins e mentido, não posso deixar que todas as coisas boas que ela fez sejam em vão. -Safira fala, agora olhando para o corpo de Maya deitado na cama. - Ela está ali porque nem eu nem Jake conseguimos salvar ela; agora é nosso dever ajudar ela. 

O quarto permanece em silêncio enquanto todos olham para Safira. Foi a primeira vez que a vi falando com tanta coragem. Ela havia virado uma adolescente durante os meses que estive fora e agora, parecia totalmente diferente da garota de um ano atrás. Não era mais uma menininha, e sim uma jovem igualzinha a Maya.

- Então o que estamos esperando para começar? -Lucy pergunta quebrando o silêncio.

[...]

- Vá embora, Adam. -falo, me afastando dele. Volto a caminhar para longe dele, tentando pensar em uma solução. 

- Não posso ir embora. -ele diz, me seguindo. Fecho os olhos com raiva.

- Você tem que ir embora! Saia da minha cabeça, Adam. Pare de mexer com minhas memórias e apenas me deixe ir para o inferno. É assim que tem que ser. -eu falo insistente; 

- Não é assim que tem que ser, Maya. Você pode voltar, você precisa voltar. -ele diz, voltando a se aproximar de mim. Dou um passo para trás.

- Vá embora. -mando, travando minha mandíbula. 

- Quem irá cuidar de Safira? -ele pergunta, dando mais um passo para frente. - Ou quem irá tomar conta do clã? -Adam pergunta, chegando mais próximo.

- Jake pode fazer tudo isso. -respondo, voltando a me distanciar de Adam. Parecia não fazer efeito, pois Adam dá mais alguns passos e se aproxima de mim e me segura pelos ombros novamente.

- Pare de fugir, Maya! -ele grita, me sacudindo. Empurro-o com força. Sinto vontade de chorar, porém seguro as lágrimas. Quem diabos eu estava me tornando?

- Me deixe em paz! -grito para ele, deixando uma lágrima escapar.

- Me mate! -Adam grita de volta, fazendo a faca aparecer novamente em suas mãos. A raiva toma conta do meu corpo.

- É isso que você quer? Que eu te mate e me liberte disso? Quem não garante que eu fique pior?! -pergunto amargamente. - Sua morte me assombrou por décadas, Adam. Demorei muito tempo para me libertar dessas memórias para agora você me dizer que preciso fazer o que tanto tive medo? Isso aqui já é o inferno. -eu digo, sentindo as lágrimas voltarem. - Eu estou ferrada. -falo, passando a mão no cabelo. 

- Maya, eu conheço você. Não sei como você pode duvidar, mas você é mais forte do que isso. A vida toda você foi a pessoa mais forte que eu já conheci. O que você precisa ter agora é coragem e fazer o que precisa fazer. -Adam diz em um tom sério, parado na minha frente. - Precisa voltar para sua vida. Seja a líder do clã, cuide de Safira e se permita amar Jake. Não fique presa no medo, Maya. Essa não é você. -fala ele, encarando-me.

De repente, as árvores começam a se movimentar com uma forte ventania. Olho em volta, notando que o céu começa a escurecer. As folhas do chão começam a pairar pelo ar.

- O que está acontecendo? -pergunto confusa, tentando me proteger do vento. Adam olha para o céu.

- Está na hora de você se decidir. -ele fala, voltando a olhar para mim. Adam saca a faca novamente e então entrega na minha mão. - E então, o que escolhe?  -pergunta ele enquanto o céu fica cada vez mais escuro e tudo parece desaparecer.

[...]

- Não consigo alcançá-la. -Emma diz, voltando a abrir os olhos. Todos estávamos tentando o feitiço de conexão há horas, sem nenhuma resposta. Ryan e Lucy também ajudavam enquanto eu e Safira permanecíamos calados.

- Jake, estamos tentando há muito tempo. Eu acho que.. -Lucy diz, não completando a frase. 

- Tem certeza que não podem tentar mais? -pergunto com o resto de esperança que me resta. 

- No começo até conseguia sentir Maya. Mas agora.. é como se estivesse um vazio. -Emma diz decepcionada. Apoio a cabeça na parede. - Sinto muito Jake, mas acho que Maya realmente se foi. -fala em um tom triste. Consigo ver lágrimas escorrendo dos olhos de Safira, fazendo-me engolir a seco.

- Desculpe, não consigo mais. -digo, me levantando da poltrona e saindo do quarto. Desço as escadas e vou para o jardim, desabando no chão. Olho para o céu noturno, agora cheio de estrelas. Nuvens se formavam no céu, anunciando uma possível chuva.

- Sinto muito, Maya. -falo, agora fechando meus olhos. Sinto alguns pingos de chuva atingirem meu rosto, anunciando uma chuva que iria cair. Assim que me levanto para entrar novamente, vejo sua silhueta na porta de entrada, fazendo meu coração parar.

[...]

Após mais um clarão tomar minha visão, tento abrir os olhos e então, finalmente consigo. Quando respiro, tenha a impressão de engasgar-me, fazendo minha cabeça ir para frente. Sinto um par de mãos segurando as minhas, então abro os olhos novamente. 

- Maya?! -escuto uma voz familiar chamar. Começo a tossir fortemente, recuperando o ar. E então, abro os olhos de vez, notando que estava na cama em meu quarto. Emma, que segurava minha mão, agora havia saltado para trás com o susto. Em seguida, vejo Lucy vir em minha direção. - Meu Deus, você conseguiu voltar. 

Engulo a seco, olhando em volta; sento-me na cama. Safira vem em minha direção e me abraça fortemente. Eu havia conseguido. Levanto-me da cama, sentindo as pernas falharem um pouco. Me apoio na parede.

- Onde Jake está? Ele está bem? -é a primeira coisa que pergunto. Lucy dá um pequeno sorriso de canto e então aponta para a porta.

- Ele desceu. -diz ela, agora vindo até mim. - Maya, você acabou de voltar, você não deveria estar de pé.. -Lucy tenta dizer, porém já havia descido as escadas.

O andar de baixo estava completamente escuro. Passo pela sala principal e cozinha, não tendo nenhum sinal dele. E então assim que abro a porta principal, vejo-o sentado no jardim. O vento do lado de fora me faz sentir um pouco de frio enquanto sopra meu cabelo. Jake se levanta e então me vê, me fazendo engolir a seco.

- Maya? -ele pergunta, sem acreditar. Começo a andar em sua direção.

- Jake. -digo, e então ele começa a correr até mim. Acabo também correndo até ele, e então, fazendo nossos corpos se chocarem em um abraço. Sinto os braços dele me abraçarem com força, enquanto suas mãos passeiam pelas minhas costas. Apoio minha cabeça em seu ombro, finalmente suspirando. Havia realmente voltado.



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