História Blown - The tears

~Lee SunMi on.

A frieza nas pessoas sempre foi algo que me assustou, pois tendo este tipo decomerimento não pode-se deduzir seu próximo ato e nem saber o nível de dano causado. A mágoa também é outra coisa que me deixa inquieta, pois mesmo que pessamos perdão e o outro nos perdoe, ainda haverá lembranças ruins na memória do outro.

Naquele momento eu podia ver claramente estes dois sentimentos espelhados em JinHwan, coisa que me fazia sentir totalmente com medo. O meu maior medo é que ele virasse as costas para mim por eu ter tentado confortá-lo com mentiras.

-Vai em frente!-JinHwan grita mais uma vez.-Mate-a! E me mate também! Eu não sou capaz de conviver com as mentiras que ela possou a vida me contando.-A cada palavra que saía da boca de meu irmão, mais a vontade de choro me antigia e minhas pernas ficavam bambas. Eu ameacei a cair no chão por minhas pernas não cooperarem e nem a minha pressão arterial. Senti as mãos de Bobby me segurando com força e logo me colocando sentada no sofá.

Eu não sabia que tipo de circo era aquele que Mino havia armado, mas eu sentia cada vez mais ódio por ele. É óbvio que o mesmo sabia do que estava fazendo quando colocou JinHwan aqui, e isto se comprova com o fato de ele ter pedido para Bobby fazer um contrato, evitando que JinHwan desistisse de trabalhar com ele, já que é a primeira coisa que JinHwan quer fazer depois que me encontrou aqui. Mino sabia da reação de JinHwan ao me encontrar aqui e saber toda a verdade, por isso este desgraçado quer obrigá-lo a ficar aqui e destruir a nossa relação. Relação que não foi destruida nem depois que policiais o levaram para longe de mim e de minha mãe.

~FlashBack on.

Daquele corpo deitado no sofá, da forma como estava antes quando ainda respirava, caía sangue a cada minuto que se passava. O chão que antes branco, agora estava manchado pelas poças de sangue daquele ser imundo. As minhas lágrimas caíam com grande frequência e o meu desespero se tornava maior a cada segundo que se passava. Por outro lado, JinHwan surtava, sentado no chão e com as mãos na cabeça, repetindo coisas que pra mim não faziam sentindo algum.

O que o meu irmão havia feito não era certo e ele seria julgado em sua vida e após a mesma, talvez queimando no inferno. Mas por outro lado, eu entendia o seu sentimento, era um sentimento de proteger alguém que ele ama de alguém que pode lhe fazer tanto mal, sendo assim, eu não tinha raiva de meu irmão, apenas pena, pois ele carregaria esta culpa em suas costas para sempre e não iria para o inferno sozinho, nosso pai iria junto.

Vi JinHwan se levantar do chão e então ir para seu quarto. Tendo medo do que o maior poderia fazer, fui atrás dele e quando me aproximei, o mesmo falava no telefone. Ele chorava e confessava tudo o que havia feito. Aquilo fez com que meu estado piorasse, pois a pior coisa era ver o meu irmão naquele estado; totalmente perturbado e pedindo perdão por seus atos, praticamente se humilhando.

Tudo só piorou quando eu  entendi para quem o mesmo se confessava. Não era para minha mãe ou algum parentesco, e sim para a polícia local. No mesmo instante corri até o mesmo e tentei pará-lo, mas o mais velho me empurrou com total força, me fazendo cair no chão e voltar a chorar no mesmo instante. Quando ele finalizou a ligação saiu do quarto e voltou depois de alguns minutos, se abaixou em minha frente e segurou meu rosto com suas mãos ainda sujas de sangue.

-Me ouça com atenção.-Ele fala me olhando nos olhos.-Você não vai contar para ninguém o que aconteceu entre você e aquele monstro. Nunca ouse dizer que você foi estuprada, entendeu? As pessoas podem te julgar e espalhar boatos falsos. Não importa quanto tempo eu passe na cadeia, mas você nunca deve abrir sua boca. Comece uma vida nova e cuide da nossa mãe. Também não vá e nem deixe minha mãe ir me visitar, eu não sei se tenho coragem de olhar para o rosto dela novamente. Eu vou me entregar e dizer que entrei em uma briga com meu pai e que o matei por ódio do mesmo. SunMi, eu sou um monstro, esqueça que eu sou seu irmão e me perdoe pelo o mal que te causei.-As minha lágrimas já fluiam sem parar e eu só queria pará-lo a qualquer custo, eu não podia deixar que o mesmo fizesse aquilo, era uma mentira! Se eu falasse a verdade ele não passaria por aquilo, não em maior escala.

-Não, oppa...por favor, não faça isso.-Falo chorando e agarro seu braço com força.-Conte a verdade para todos eles!

-Não, SunMi! Você vai ficar calada e eu também!-Ele fala.-Eu preciso pagar pelo o que fiz de qualquer forma!-Ele fala e deposita um beijo no alto de minha cabeça e me deixa ali no quarto. Apenas escutei a porta se fechando e quando escutei a sirene do carro de polícia, fui até a porta para tentar impedi-lo pela última vez, mas a mesma estava trancada. JinHwan havia me trancado ali e evitado que eu lhe desse um abraço antes do mesmo ir para em uma cela fria, com a completa solidão e milhares de sentimentos e pensamentos de culpa. Naquele momento eu tinha necessidade de provar a qualquer custo que meu irmão estava apenas me protegendo quando matou o seu próprio pai e eu tinha uma verdadeira prova para isto.

~FlashBack off.

Vendo JinHwan expressar toda a sua angústia por meus atos ali, eu podia imaginar o que ele pensava. Que ele me protegeu atoa, que passou anos em uma jaula atoa, que matou nosso pai atoa, que abriu mão de sua liberdade por mim atoa.

-Eu não vou matá-la.-Mino fala no mesmo tom de voz que JinHwan falava.-Eu não serei capaz de fazer algo assim com ela. E muito menos com você! Vocês são úteis pra mim.-Ele fala e sorri, mas naquele momento eu não me sentia nem um pouco hipnotizada pela forma como ele sorria, eu sentia meu ódio crescer a cada vez mais.

-Eu já falei que não vou entrar nisso.-JinHwan pega suas coisas rapidamente.-Passar bem!-Ele fala e saí da mansão batendo a porta. Antes que eu pudesse me levantar e ir atrás dele, Bobby segurou meus braços com força e me lançou um olhar de reprovação.

-O que está fazendo, Mino?! Não vai atrás dele?-Bobby indaga confuso.

-Ele vai voltar.-Mino fala e sobe as escadas, logo desaparecendo de meu campo de visão.

-Acho melhor você descansar um pouco.-Bobby fala.-Você não está bem.

-Eu estou ótima!-Falo o fazendo largar meus braços e me levanto do sofá. Subi as escadas e eu estava prestes a ir para meu quarto, mas ao pisar naquele corredor eu sentia a vontade incontrolável de falar o que estava preso em minha garganta.

Fui até seu quarto e abri a porta sem ao menos bater, o mesmo estava deitado em sua cama enquanto via algo na televisão e ao me ver logo desligou o aparelho, entrei no cômodo e fechei a porta com força.

-Como pôde fazer isto comigo?-Falo e ele me olha sério.-Eu sempre perdoei quando você trazia mulheres e transava com elas para eu saber, quando você me bateu e até mesmo quando me machucou com suas palavras, mas desta vez você passou dos limites, MinHo.

-Eu não fiz isto de próposito...

-Mentiroso! Você o trouxe pra cá sabendo que ele era o meu irmão!-Grito.-Você não traria alguém para dentro de sua casa sem saber a vida completa dele. Você está se divertindo com toda esta situação que você criou? Está feliz por me fazer sofrer? Está, MinHo?

Ele permaneceu calado e aquela era a primeira vez que eu tinha a audácia de gritar com ele e ele não falar nada. Eu podia sofrer as consequências, mas eu não podia morrer calada.

-Para de gritar.-Ele fala baixo.-Se acalma, por favor!

-Me acalmar? Como você quer que eu me acalme sabendo que você destruiu a minha relação com o meu irmão!-Continuo a gritar.-Como quer que eu fique calma sabendo que meu irmão, a única pessoa que me ama neste mundo, pode virar as costas para mim?

-Eu já falei pra parar de gritar, porra!-Ele grita desta vez e mostra toda a sua impaciência.-Cedo ou tarde ele iria descobrir de todas as mentiras que você contava para ele sobre estar vivendo uma vida tranquila e dentro da lei! De qualquer forma ele saberia que você transa com alguém que rouba as pessoas e que está longe de estar dentro da lei! Suas mentiras iriam ser descobertas de qualquer forma, eu apenas acelerei o processo!

-Você me enoja.-Falo e o mesmo me olha discrente.-Eu estava vendada o tempo todo quando o assunto era do que você é capaz de fazer, eu nunca quis me prender ao seu lado desumano, mas a cada dia que se passa a sua máscara cai.

-E você notou isto apenas agora, SunMi?! Eu pensei que já sou soubesse do que eu sou capaz de fazer e até mesmo do que sou capaz de fazer com você.-Ele fala.-Você tem nojo de mim? Tem tanto nojo e tira as suas roupas para mim? Tem tanto nojo e beija a minha boca? Tem tanto nojo e toca o meu corpo inteiro com sua boca? Você tem certeza de que tem nojo de mim?-Ele fala e a única coisa que consigo fazer é deixar que as lágrimas deslizem por meu rosto.-Me responde! Você tem tanto nojo assim de mim como diz?

Não, eu não tinha, pois eu era capaz de fazer tudo aquilo que ele havia falado. Eu era capaz de esquecer todo o nojo que sentia por seu lado desumano quando eu estava com sozinha com ele, eu esquecia tudo isso quando o mesmo me beijava e quando me levava ao paraíso, eu esquecia tudo isso por amor a ele. Mas eu não poderia esquecer isto, pois ele não tinha apenas me machucado, ele machucou a minha única família também.

Eu não conseguia respondê-lo e não queria olhar para seu rosto e voltar atrás com os meus pensamentos de agora, eu não queria achar que eu estava errada nesta situação e ir para seus braços como se nada tivesse acontecido. Saí de seu quarto e logo daquela casa, eu não queria e nem conseguiria respirar o mesmo ar que Song MinHo por um bom tempo.

Conforme eu andava pela rua sem rumo algum, eu me via perdida na confusão de meus pensamentos e a única coisa que eu conseguia fazer era chorar. Eu só queria falar com JinHwan, explicar tudo e ver sua mágoa se diminuir, eu só queria que JinHwan me abraçasse, dissesse que ficaria tudo bem e que ele ainda me amava.

[...]

As horas foram se passando e eu não me dei conta de que haviam se passado horas que eu estava sentada um meio-fio ao lado de um ponto de ônibus. Eu não sabia o porquê de ter ido parar ali, mas poderia ser pelo fato de que eu queria ficar mais longe daquela mansão possível. Senti meu celular vibrando no bolso de meu shorts e era ZhouMi que me ligava naquele momento. Respirei fundo e tentei me livrar da minha voz de choro.

"Alô."-Falo ao atender.

"-SunMi!"-ZhouMi parece animado no outro lado da linha."-Como está?"

"-Estou bem."-Falo sem ânimo algum."-E você?"

"-Eu estou bem. Deu tudo certo em minha reunião!"

"-Que ótimo!"

"-Você parece triste. O que houve?"-Ele pergunta e sabe quando alguém quer chorar por apenas o outro perguntar se está tudo bem quando não está?! Pois é, eu sentia isto neste momento. Respirei fundo e tentei não chorar.

"-ZhouMi..."-Falo e eu já chorava."-...você pode vir me buscar?"

"-Onde você está? Eu estou indo agora!"

"-Eu estou no ponto de ônibos de número setenta e um."-Falo.

"-Chego aí daqui a pouco!"

Finalizei a ligação e soltei o choro que eu segurava por alguns minutos da ligação. Eu sentia que não havia feito o certo ao preocupar ZhouMi e ainda lhe pedir ajuda, mas eu não tinha mais ninguém para fazer aquilo por mim. Pessoas que estavam esperando por seus ônibus me olhavam com certa curiosidade e me faziam me sentir incomodada e suplicar para que ZhouMi chegasse logo.

~ZhouMi on.

Eu dirigia com certa velocidade e tentava ser o mais rápido ao chegar até SunMi. Quando aproximei meu carro do tal ponto de ônibus, logo avistei uma garota sentada com a cabeça abaixada, enquanto abraçava os joelhos. Parei meu carro ali perto e saí do mesmo, corri para chegar na garota e quando me viu, a mesma veio até mim. Seus olhos estavam vermelhos, ela não estava tão elegante como sempre quando me encontrava, ela não usava saltos ou maquiagem, usava apenas roupas simples, mas ainda sim parecia deslumbrante aos meus olhos e de qualquer um que a visse. Vendo a mesma se segurando para não chorar, a puxei para meus braços e a abracei com toda a vontade de confortá-la que eu tinha. Eu podia não saber o que se passava com ela, mas eu sabia que deveria confortá-la.

Depois de alguns minutos fomos para meu carro e eu dei partida. Eu não perguntei o porquê de seu estado, preferi apenas dirigir e deixar que ela se acalmasse aos poucos. Enquanto dirigia eu podia escutar alguns soluços vindos dela, mas ela tinha seu rosto virado para a janela, evitando que eu visse suas lágrimas.

-Você não comeu, certo?-Pergunto e ela afirma.-Então, vou levá-la para minha casa, okay?-E ela afirma com a cabeça.

Chegamos em minha casa depois de alguns minutos e a ajudei a sair do carro. Quando entrei em casa, um de meus empregados veio me avisar que o almoço já me esperava, agradeci e fui até SunMi, que estava sentada em um dos sofás na sala de estar. Me abaixei à sua frente e a mesma me direcionou seu olhar.

-A comida já está pronta. Vou me lavar e você já pode comer.-Falo.-Subindo as escadas, no final do corredor há um banheiro caso queria usá-lo.

-Obrigada.-Ela fala.

-Já volto.-Falo.

Subi as escadas e fui até meu quarto, lá me despi por completo e fui até o banheiro para tomar banho, depois de cinco minutos no banho, saí e fui até meu armário. Peguei uma calça jeans escura, um suéter branco felpudo e me vesti. Arrumei meus cabelos e saí de meu quarto, chegando na sala de jantar, avistei SunMi comendo lentamente e sem muito ânimo. Sentei-me ao seu lado e me servi, pela primeira vez tomei a coragem de lhe perguntar o porquê de estar daquela maneira.

-Eu não gosto de vê-la desta forma.-Começo.-Posso saber o porquê de sua tristeza?-Indago e ela me olha.

-Eu desapontei a única pessoa que tenho neste mundo.-Ela fala e noto que não quer falar sobre aquilo por tanto tempo.-Eu discuti com alguém que amo e isto está me sufocando.

-Eu não vou mais perguntar, tudo bem?-Falo e ela balança a cabeça positivamente.-Só quero que saiba que pode se apoiar em mim se precisar.-Falo. Eu de fato já tinha sentimentos por Lee SunMi, sentimentos que eu não tinha por alguém a um bom tempo. Era algo que ocupava todo o meu ser e não me deixava pensar em ninguém que não fosse a SunMi, e era por isto que eu tinha a vontade de mantê-la ao meu lado e ajudá-lo no que fosse preciso. Este sentimento era algo muito repentino, mas eu me sentia totalmente hipnotizado quando a via assim como na primeira vez que a vi.

[...]

Eu havia cancelado um compromisso que tinha pela tarde para fazer companhia à SunMi. Passamos a tarde juntos e aos poucos ela melhorava seu estado. Eu a propus que passasse a noite aqui em casa caso precisasse, ela relutou, mas aceitou quando eu falei que não faria nada para deixá-la desconfortável. Depois do jantar, propus que fossêmos ver algum filme e fizemos isto até quando KyungIl chegou, ele nos cumprimentou e foi para seu quarto. SunMi estava sonolenta, então a levei até o quarto de hóspedes, ela havia tomado banho e eu havia emprestado uma camisa minha e uma bermuda para que ela passasse a noite. Ver a mulher elegante que ela era vestir aquilo era de fato fofo e engraçado, tanto que eu não consegui parar de rir quando vi a mesma vestida naquelas roupas.

-Para de rir.-Ela fala e dá uma risada.-Sua blusa serve de vestido pra mim.-Ela ri.

-Você está muito fofa vestida nestas roupas!-Falo ainda rindo.

-Ai meu Deus!-Ela revira os olhos e deita-se na cama de casal que havia ali. Fui até a mesma e a ajudei a se cobrir.

-Durma bem.-Falo e lhe dou um beijo no alto da cabeça.-Se precisar de mim, o meu quarto é ao lado.-Eu estava prestes a me virar quando ela pegou em meu braço e me fez virar para a mesma.

-Obrigada por sempre me fazer me sentir bem.-Ela fala séria.

-A verdade é que eu só estou fazendo o que você faz comigo.-Falo.-Faz muito tempo que não gosto de alguém assim.-Falo e em um gesto rápido sou puxado para mais perto dela, aquele ato era completamente inesperado por mim, porém era bom poder sentir seus lábios macios nos meus e logo sentir meu coração palpitar freneticamente dentro de meu peito.