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História Blue Bird - A primeira lição de um ninja


Escrita por: rainfiorest

Notas do Autor


EU NÃO ESTAVA PRONTA PARA ESTE COMEBACK DE BTS, MINHA GENTE

Capítulo 16 - A primeira lição de um ninja


 

A primeira lição de um ninja

Para ser verdadeiro consigo próprio, Sasuke teve de admitir que não estava bem. O ombro voltara a doer-lhe, assim que a adrenalina desaparecera, e sentia que não dormia há semanas.

Contudo, quando acordou, naquela manhã – passadas quase três semanas do exame -, sentia-se estranhamente bem. Talvez fosse da alimentação, do repouso ou da medicação, mas, pela primeira vez em meses, sentiu-se completamente bem.

Pelo menos, fisicamente.

Porque agora que não tinha nada para fazer – era um homem livre e sem trabalho -, tinha tempo em excesso e não era raro dar por si a pensar em coisas que, francamente, preferia manter enterradas.

Era também frequente – mais ainda do que antes -, dar por si a olhar para a fotografia da Equipe 7. Outras vezes, a ler – vezes e vezes sem conta – o relatório do seu desempenho no exame. Já o sabia quase de cor.

Sasuke não sabia o que queria nem o que faria dali em diante.

Ocasionalmente saía com Naruto, outras vezes encontrava Kakashi e conversavam durante horas de tudo e mais alguma coisa. De todas as pessoas em Konoha, Kakashi era aquela que Sasuke sempre mais respeitara e nada mudara nesse aspeto. Quanto a Sakura, Sasuke não a via desde o exame. Também não fora visitá-la ao hospital na altura – Naruto deliberadamente dissera-lhe tudo o que precisava de saber e fora suficiente.

Não negava que sentia falta da atenção que ela lhe dava, contudo. A kunoichi sempre conseguira amenizar-lhe as dores, mesmo quando mais a repelia.

 Houvera uma altura, depois de ele partir, em que quase a odiara precisamente pelo facto de não desistir dele. Esse quase ódio convenceu-o que tinha de eliminar tudo o que pudesse enfraquecê-lo. Mas quando Naruto surgiu e lhe arrancou Sakura dos braços, ele percebeu que estivera a segundos de cometer um grande erro.

Perguntou-se porque razão se afastara ela.

Julgava que as coisas talvez tivessem mudado um pouco durante o Exame. Mas ela afastou-se mais ainda do que nas primeiras semanas depois de ele regressar. Afastou-se completamente – e desta vez, não fora ele a afastá-la.

Já dera por si a pensar em ir ao hospital, ou encontra-la algures onde ela costumava ir. Naruto e Kakashi estavam sempre a dar palpites sobre isso. Sasuke recusava imediatamente mas, em momentos como este – em que se sentia solitário e sem nada que fazer -, dava por si a considerar realmente a ideia.

Mas se Sakura se afastara, era porque não queria vê-lo. E Sasuke decidira respeitar isso.

Contudo, nada o impedia de vê-la sem ser visto.

Levantou-se, pondo de lado o livro que tinha estado a ler antes de se perder em pensamentos - era um dos antigos livros de História de Itachi. Só depois de estar na rua é que se apercebeu que não sabia por onde começar.

Como nem Naruto nem Kakashi tinham comentado nada sobre Sakura estar em missão, significava que ela estava em Konoha – e isso era um começo. Mas ela podia estar no hospital, na academia ou literalmente em qualquer sítio.

Decidiu passar pelos dois sítios mais óbvios primeiro, e depois passearia pela vila de forma aleatória. Se a visse, tudo bem. Se não visse, tudo bem na mesma. Só precisava de algo para fazer, não era mesmo?

Sakura não estava no hospital. Mas estava na academia. Escondido na pequena floresta que rodeava o edifício, não demorou muito a encontra-la, de pé e rodeada com a sua equipa. Eram três pequenos fedelhos irrequietos, reparou. Sakura tirava algo do bolso do colete verde, erguendo-o no ar. Sasuke sorriu, reconhecendo os sinos. A coincidência de estar a assistir àquele momento era demasiado grandiosa.

Não conseguia ouvi-la, mas não teve problema em ativar o sharingan para ler-lhe os lábios.

— O vosso desafio é tirar-me um destes sinos. – explicava, tirando ainda um cronómetro de outro bolso – E têm até ao meio dia para o fazer. São dois sinos, e vocês são três. Aquele que não conseguir um sino vai ser castigado. – sorriu, e o seu sorriso lembrou a Sasuke o de Kakashi. O método era rigorosamente o mesmo.

— Que castigo? – perguntou uma das alunas, assustada. Havia duas garotas na equipa.

— Ah – Sakura sorriu ainda mais — vai ser amarrado ali e ficar sem almoço. – apontou para os troncos que se erguiam do chão — E claro, vai ter de repetir o ano, porque ainda não está pronto para ser um shinobi.

Os três assustaram-se, mas não durou muito. Sentiam-se confiantes e imbatíveis. Sakura reparou nisso, tal como Sasuke.

— Ah, sim – comentou ela, sacudindo os sinos em desafio — vocês têm de querer matar-me, se querem tirar-me estes sinos. Não vou facilitar-vos na-di-nha. – pendurou os sinos no colete, cruzando os braços sobre o peito – Começam quando eu disser ‘Vão’.

Sasuke quase esperou que um dos fedelhos saltasse nesse momento ao ataque, tal como Naruto fizera quando eles próprios tinham feito aquele exercício. Mas aparentemente os alunos de Sakura tinham um nível superior de bom senso, e apenas se prepararam.

— Vão! – ordenou a Haruno. Mas eles simplesmente deixaram-se estar no mesmo sítio. Sakura ergueu uma sobrancelha. – Sabem, é para começar.

O rapaz, agarrando na sua kunai, lançou-me sobre Sakura. Ela apenas agarrou no pulso dele e atirou-o ao chão, desarmando-o no processo. Não durou mais que alguns míseros segundos.

As outras duas raparigas juntaram-se, segredando. Sasuke não conseguia ler o que elas estavam a dizer, e Sakura parceria fazer de conta que não ouvia. Aguardou. As moças pareceram chegar a uma espécie de acordo, antes de se voltarem novamente para Sakura.

Sasuke observou enquanto elas abordavam a kunoichi de lados diferentes, tentando distrai-la. Mas não durou muito. Depressa ficaram cansadas e afastaram-se. O rapaz entretanto tinha-se levantado e juntou-se às colegas.

— Vocês  – disse Sakura – deviam estar escondidos. Essa é a primeira lição de um ninja. Tentem apanhar o inimigo desprevenido e, se ele for mais forte, escondam-se até terem essa oportunidade. – ergueu um dedo, quase como se estivesse a citar um manual — Eu sou uma jounin, e vocês são genin. Estão em desvantagem, por isso têm de encontrar algo por onde consigam derrotar-me. E agora — fez rapidamente vários selos de mãos, terminando com os dedos entrelaçados junto ao peito — vamos à segunda lição.

Os três ficaram imediatamente com os olhos vidrados, mas já antes Sasuke percebera que ela iria fazer um genjutsu. Kakashi fora duro com essa lição – assustara verdadeiramente Sakura -, mas ela parecia estar a ser leve com os seus estudantes, considerando o relativo sossego deles.

Depois percebeu que eles na verdade estavam paralisados.

Não evitou um sorriso, que quase se transformou numa risada quando Sakura cruzou os braços sobre o peito. Depois os três caíram desmaiados e ela sentou-se no chão.

— Que é isto, Sasuke?

O Uchiha amaldiçoou-me imediatamente por ter a guarda baixa. Concentrado em Sakura, desligara para tudo o resto. Virou-se lentamente.

— Kakashi. – reconheceu.

— Hmm. – o jounin semicerrou os olhos num sorriso suspeito – A espiar?

— Estava a passar. – mentiu Sasuke. Depois virou-se novamente para onde estava Sakura. Os alunos começavam a despertar. – É muito familiar.

— Sem dúvida. – concordou Kakashi — É a segunda equipa dela. É uma boa sensei.

Sasuke não respondeu. Na verdade, não duvidara por um momento que fosse das capacidades de Sakura para ser sensei.

Ficaram os dois em silêncio mais um pouco, ambos observando enquanto Sakura dava uma lição sobre genjutsu aos alunos. Depois Kakashi disse algo sobre ter assuntos para resolver e foi embora. Sasuke pouco depois começou a sentir fome. Sakura acabara de amarrar o rapaz a um dos troncos quando ele finalmente veio embora.

Regressando pelo mesmo caminho de onde viera, Sasuke foi para casa. Pelo caminho, contudo, continuava a pensar na aula que acabara de assistir.

Sakura parecia bastante bem. Julgara que estaria mal, talvez deprimida, talvez furiosa, talvez debilitada. E Sakura era o tipo de pessoa que não conseguia esconder emoções. Mesmo estando a trabalhar, Sasuke sabia que ela teria alguns sinais do seu estado.

 Mas ela simplesmente parecia bem. Nada como a tinha visto nas semanas antes e durante o exame.

A única conclusão a que chegou, e encontrou-a assim que chegou a casa, foi que o problema de Sakura era ele próprio. Estar longe dele talvez lhe fizesse bem.

Mas, se assim era, porque razão ele não conseguia acreditar realmente nisso?

 

 

≈≈ ₪ ≈≈

 

Sasuke saiu novamente de casa e dirigiu-se ao antigo distrito Uchiha.

 Vasculhou os caixotes onde estavam as suas coisas, na casa de um dos tios. Pelo menos não as tinham deixado na casa dos seus pais. Ainda não tivera tempo nem, sinceramente, vontade de ir arrumar as suas coisas. Já tinha ido buscar o essencial quando voltara e não sentia necessidade do resto.

Mas havia algo de que ele precisava e já devia ter ido buscar há muito tempo.

Aproveitou que, já que estava a remexer no passado, para ir já arrumando as coisas enquanto procurava o que ali fora buscar. A maioria dos caixotes tinham apenas roupa, algum já corroída por traças e ratos, que ele simplesmente enfiou num saco de plástico e atirou para um canto. A roupa que estava em bom estado não lhe servia, e não sabia bem o que fazer com ela, mas colocou-a num saco diferente e pôs de lado. Tudo o resto era roupa de quarto – lençóis e cobertores, almofadas, cortinas -, e outras utilidades de casa, e também essas foram divididas em sacos de acordo com o seu estado.

Por fim, chegou às caixas dos objectos propriamente ditos. Havia apenas duas caixas – Sasuke nunca tivera muitas coisas. Uma estava cheia de livros. A outra, de toda uma variedade de coisas, desde fotografias até a pisa papéis.

Contudo, em nenhuma das caixas encontrou o que procurava.

Procurou pelas várias divisões da casa, e depois aventurou-se pelas outras casas. Nada.

Onde, pelos diabos, poderia estar a maldita fotografia?


Notas Finais


NÃO ESTAVA


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