História Blue Bird - Corações conectados

Se o pássaro azul pudesse falar, ele contaria a mais bela história. O único ser que presenciou tudo, a angustia, a dor, a felicidade, o amor e o orgulho... Seus pequenos olhos refletiam os mais puros sentimentos, ele via, ele podia ver tudo, o arrependimento de uma briga, a dor de uma discussão, e quanto isso doía. Balançava sua cabeça para os lados em busca da compreensão, mas não entendia e, talvez, nem quisesse entender.

Lúpus o pássaro, dado nome por Jungkook, o mesmo que o amava observar e ouvir seu suave canto, sem igual.  Aquele calmo dia, o dia em que ele chegou, Jimin tinha razão quando disse a si mesmo que aquele pequeno animalzinho o trouxe a felicidade.

Voando, talvez, sem rumo pela imensidão do céu azul, foi admirado de longe. Jeon, cabisbaixo e estressado perdeu-se no tempo e beleza, sentia a suave brisa que balançava em seus cabelos, viu o pássaro e se permitiu sorrir ‘’Queria ser como você amiguinho, não sabe o quão feliz eu seria se pudesse voar... Ser livre de toda dor. ’’ suspirou triste, talvez, seguiu o pequenino que parecia o guiar com rumo. E realmente o tinha, seguindo-o lentamente parou, viu a enorme empresa e não entendeu, mas acredite tudo, exatamente tudo sempre tem um motivo, sendo ele bom ou ruim sempre a um por que.

E foi ali o seu por que, foi ali que Jeon finalmente acreditou que o amor existia, foi ali que ele acreditou que o pássaro azul era seu anjo... Mas por algum motivo, as pessoas não acreditam em anjos.

Foram tempos de amor, tempos de alegria, a qual Jeon jurou que nunca se acabaria, mas pobrezinho, mal sabia que o para sempre, sempre se acaba... O mal do mundo, o orgulho excessivo, as brigas enciumadas, os arrependimentos que não passavam de palavras sem sentidos, o perdão... Há o maldito perdão! Como era difícil assumir a culpa e pedi-lo com sinceridade. O olhar de canto com tristeza, os ouvidos atentos ao silencio, a boca sangrenta de anseio... Há como doía.

‘’ Então diga que não vai sair da minha vida, diga que não passa de mentira quando dizem que o amor morreu... Então diga que o tempo fecha todas as feridas e que para nos existe uma saída que nem por um segundo me esqueceu... ‘’ Já dizia fresno, as musicas para os corações tristes.

O amor de Jeon, o amor, aquele primeiro olhar, as insistências, as caricias, o tão esperado pedido, o tão esperado sim... Foram se desmanchando com tempo, foi rude sem aviso prévio  , foi devastador. Há se Park Jimin pudesse voltar no tempo e calar a própria boca para que não saíssem tantas asneiras sem sentidos, há se ele pudesse voltar e matar o orgulho e seguir o coração... Mas o tempo não volta o presente não muda e o futuro não se planeja, tudo à de acontecer naturalmente, infelizmente.

Em meio a corações partidos a uma historia ainda mais triste, o que Jimin não sabia, seu amado já sofrerá com depressão e não podia, não aguentaria sofrer novamente, não queria. Depois de um dito momento de raiva o inevitável aconteceu...   

‘’Talvez algum dia, você vai perceber que eu te amei e quando perceber vai ser tarde demais, por quê? Por conta desse amor incontrolável, me matei. ’’

jeon seguiu para bem longe assim como Park o pediu. Em sua casa preparava as ultimas coisas e, antes do ultimo adeus sumido no ar, deixou uma carta a qual não podia caber seus sentimentos inteiros, porém cabia um adeus, e como ouve soluços abafados nas madrugadas, noites mal dormidas e pensamentos onde ambos lembram o que era realmente a felicidade.

Os dias se tornaram mais difíceis, as noites se tornaram mais frias e o amor? Há o amor, simplesmente deixou de existir. E lá estava ele mais uma vez, Jeon soluçava no cantinho mais escuro de seu quarto, a dor em seu peito não se compara as gotas do oceano, as estrelas no céu ou ate mesmo os grãos de areia, era mais, doía mais...

- Jimin... Me perdoe. Eu prometi que voltaria, mas... Mas eu não consigo! Eu estou sofrendo tanto sem você, mas não consigo voltar... Já não tenho mais forças para isso. Me perdoe, me perdoe, me perdoe... Eu só... Amo você.

Fraco, fraco era a palavra certa, Jeon estava fraco, doente, depressivo... Doía. Sua pele estava pálida, seu corpo gélido... Ele estava adoecendo ‘’Eu vou morrer?’’ este foi seu ultimo pensamento antes de um temido apagam.

Já não via mais a luz, já não sentia mais... Estava morto? Ainda não, ainda não podia. Você acredita em almas? Pois foi nisso que se transformou, era como um fantasma. Abriu os olhos e se viu em uma sala, conhecia aquele local, era calmo agradável, era a casa dele, de Jimin. Os olhos curiosos não saiam da silhueta que se encontrava abraçada as pernas, soluços, choros e palavras que diziam o quanto sentia muito... Jeon o viu e sorriu ‘’Não chore. Eu estou aqui para você... ’’ sussurrou choroso, um apagão, não via nada, não tinha nada, era apenas a escuridão e si.

 E do outro lado o pássaro azul parou de cantar, voou para perto de Jimin e como um gesto afetivo o esfregou suas penas, o pássaro sabia e temia o que estava por vir, só, apenas esperava que o céu ficasse azul novamente.

A angustia aumentava no peito de Park, inquieto, pensava no que acabará de acontecer, ele viu, ele viu Jungkook não pode estar louco, não pode. O coração apertava a cada passo e era como se ambos estivessem conectados, Jimin sentiu e caiu, a visão turva apenas o permitiu olhas por míseros segundos as gostas de chuva que acabará de cair.

O céu escureceu e estremeceu, os relâmpagos clareavam o quarto escuro e frio do hospital, lá estava seu corpo adormecido, tão calmo, tão sereno, a chuva era forte juntamente aos batimentos de Jeon, e então tudo parou.