POV Nico.
Não foi difícil encontrar o estacionamento já que minha mãe já havia avisado para a administração. Will parece nervoso por estar aqui... Não, nervoso não. Ele está ansioso. Posso ver isso pela maneira que ele está se movendo. Will estaciona o carro. É quase imperceptível, mas posso ver que ele está respirando mais profundamente e seus movimentos estão mais tensos. Acho toda essa situação engraçada. Nunca pensei que Will ficaria ansioso, ele era sempre tão confiante:
— Você sabe... — começo a falar, Will olha pra mim, até o momento ele ainda estava com as mãos no volante encarando a entrada do prédio — Você não precisa se preocupar.
Will acena com a cabeça e volta a olhar para frente, mas ainda parece inquieto:
— Hey. — digo ao estender a mão direita pra acariciar sua nuca, Will volta a me olhar aparentemente surpreso com minha atitude.
Sorrio:
— Minha mãe já te adora. Você não tem com o que se preocupar.
Will me observa por um momento, ele parece gostar do carinho:
— Você falou de mim pra ela? — pergunta.
— Um pouco. Ela sempre pergunta sobre você.
Will esboça um pequeno sorriso:
— Por quê?
Respiro fundo antes de dizer minha próxima frase:
— Ela está sobre a impressão de que eu gosto de você. — digo enfatizando a palavra gosto.
Will engole em seco:
— Você gosta?
Sorrio:
— É claro. — digo em voz baixa, retiro a mão de sua nuca pra tirar meu cinto de segurança — Eu não aturaria você se não gostasse. — digo ao sair do carro.
Will sai do carro em seguida com um enorme sorriso no rosto, pegamos nossos pertences no porta-malas e seguimos para dentro do prédio:
— Sua mãe sabe? — Will pergunta assim que atravessamos a porta de entrada.
Imediatamente sei do que ele está falando mesmo que ele não tenha especificado:
— Eu não contei ainda. — digo.
Digo oi ao porteiro, Will diz bom dia com seu típico sorriso cheio de dentes e posso ver que já conquistou a simpatia do porteiro:
— Você vai? — pergunta.
Entramos no elevador, aperto o botão que indica o segundo andar:
— Quando for à hora certa. — Will apenas acena sem me pressionar — Seu pai sabe? — pergunto curioso.
Will acena com a cabeça:
— Sim.
— E o que ele acha sobre isso?
— Ele não se importa.
— Sério? — pergunto surpreso, o pai de Will não parecia ser do tipo compreensivo.
Will sorri:
— Sim. Ele não teve muito do que reclamar nesse assunto já que ele é Bissexual. — diz.
— Ah. — digo por falta do que dizer.
O elevador se abre, andamos pelo corredor até meu apartamento, agora é minha vez de ficar ansioso, mil perguntas surgem em minha mente. Será que Will vai gostar do apartamento? Será que vai gostar da minha mãe? O que vai acontecer nesse final de semana?
Deixo todos esses questionamentos de lado ao chegarmos na porta de entrada do meu apartamento:
— Aqui estamos. — digo.
Pego a chave do apartamento que está no meu bolso e abro a porta. Entro no apartamento com Will logo atrás de mim. Logo na entrada do apartamento está à cozinha, era tudo bem simples aqui em casa, mas tudo era muito bonito e arrumado. Tinha um balcão que separa a cozinha da "sala de jantar", ou seja, cozinha, balcão, mesa de jantar:
— Mãe! Chegamos! — anúncio nossa presença.
Ouço um gritinho feliz vindo do quarto da minha mãe que me faz querer rir. Ela logo aparece na cozinha:
— Ah Meu Deus!
Ela vai animada na direção de Will e o abraça, Will demora um pouco pra se recuperar da surpresa, mas assim que se recupera a abraça de volta. Minha mãe se afasta, mas permanece com as mãos nos ombros de Will:
— Você é tão bonito! — minha mãe olha pra mim — Porque nunca disse que ele é bonito?
Franzo a testa:
— Ahn... Você nunca perguntou.
— Tem razão. De qualquer jeito não importa.
Minha mãe se afasta e estende a mão para Will:
— Eu sou Maria. É um prazer finalmente te conhecer.
Will parece estar adorando o comportamento de minha mãe, se o sorriso em seu rosto é qualquer indicativo. Ele aperta a sua mão:
— O prazer é meu. Obrigado por me abrigar pelo final de semana.
Minha mãe nega com a cabeça dispensando agradecimentos:
— Sem problemas. Fiquei tão feliz quando Nico finalmente te convidou pra vir aqui. Vocês devem estar cansados. Pode colocar suas coisas no quarto de Nico.
POV Will.
Parece que só agora que a mãe de Nico mencionou, ele se deu conta de que dormiríamos no mesmo quarto, mas ele se recupera rápido e me pede pra acompanha-lo até uma porta que eu presumia ser seu quarto.
Tudo até agora parecia inacreditável, nunca achei que fosse encontrar alguém como Nico, meus sentimentos por ele estavam tomando uma proporção gigantesca. Embora eu estivesse seguro quanto as minhas atitudes tudo isso era novo pra mim, eu nunca havia chegado nesse estágio de um relacionamento e nós nem estávamos namorando... Ainda.
Sigo Nico para dentro do quarto, havia uma cama de casal e um colchão que foi posto do lado provavelmente pela mãe de Nico. Deixo minha mala em pé perto da cama e começo a observar o quarto:
— Você não é muito fã de decoração, não é? — pergunto.
O quarto de Nico não tinha nada que me lembrava ele, era apenas um quarto de apartamento, aposto que Nico não havia mudado nada desde que chegou:
— Nenhum pouco na verdade. Quer dizer, o que há pra mudar nesse quarto?
Me viro pra Nico:
— Um monte de coisas.
Nico se senta em sua cama tentando parecer relaxado sem sucesso, Nico era sempre hiper consciente da minha presença:
— Quer dar uma de decorador? — pergunta.
Nico está sentado na cama, inclinado pra trás, apoiado nas mãos. Me aproximo dele com um sorriso no rosto:
— Eu poderia. Seria divertido. — digo animado.
Pego o rosto de Nico entre minhas mãos e lhe dou um selinho rápido para em seguida me sentar ao seu lado sem colocar nenhum espaço entre nós. Nico se endireita em uma posição mais confortável e vira a cabeça pro lado pra me olhar, nossos rostos apenas a alguns centímetros de distância:
— Como? — pergunta interessado.
Me aproximo encostando meu nariz no seu:
— Já que você está me perguntando. Isso quer dizer que vai aceitar meu projeto de decorar seu quarto?
Nico esboça um pequeno sorriso, isso porque eu não parei de sorrir durante toda a conversa:
— Talvez.
Aos poucos nossas expressões se tornam sérias conforme nossos lábios roçam um contra o outro o que dá início a um beijo lento, Nico tinha um sabor indecifrável, mas ao mesmo tempo viciante, era como se eu nunca tivesse o suficiente. Uma batida na porta faz com que nos separemos:
— Eu preparei um lanche pra comermos juntos e conversarmos. — diz Maria através da porta.
Nico se levanta e estende sua mão pra mim:
— Vamos? Está na hora de você sofrer com a inquisição de Maria Di Angelo.
Sorrio ao pegar a mão de Nico:
— Estou pronto.
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