História Blue Eyes - Capitulo 01

- Jongin!

Mesmo com a musica alta que adornava o local, pude ouvir uma voz conhecida me chamar. Observo Taemin esbarrar pelos corpos dançantes no meio da sala de uma casa qualquer. Ainda me vejo impressionado o como os adolescentes esqueciam-se de tudo ao seu redor ao ouvir a palavra “festa”, “bebidas” e “sexo”, mas acredito que seja um pouco hipócrita julga-los por estarem aqui, de vez estarem em casa estudando para essa semana de provas, afinal eu também estou aqui:

- Você realmente veio. – afirma ele como se não acreditasse.

- Bom, se eu soubesse que a “Coisa Urgente” que você me falou era uma festa eu não teria vindo.

Ele dá um sorriso sem graça antes de dizer:

- Me desculpe. Vamos pegar uma bebida na cozinha e conversamos no jardim dos fundos, acredito que lá esteja mais tranquilo.

Passamos pelos corpos que se esfregavam em uma dança que eu acredito que era pra ser sensual, mas as pessoas deveriam estar muito bêbadas para perceberem o quão bizarro era o que estavam fazendo. Observo a cozinha moderna que esbanjava tecnologia, em quanto Taemin pegava as bebidas, e pude deduzir que a pessoa que estava dando aquela festa possuía alguns zeros a mais em sua conta bancaria do que a minha.

Taemin me entrega um copo com uma bebida azul, a qual nem me importo em saber o nome, saímos pelas portas dos fundos que dava direto a um enorme quintal onde havia uma grande piscina. O local estava praticamente vazio, tirando a mim e Taemin, e também um casal o qual se pegava em um canto mais afastado, mas nada que poderia atrapalhar o que o outro tinha para me dizer:

- Acho que Minho está me traindo.

Olho para ele sem esboçar qualquer reação, tiro um cigarro do bolço e o acendo, aspiro a nicotina, sentindo imediatamente meu corpo relaxar:

- Não vai falar nada? – pergunta ele surpreso com minha falta de reação.

- O que quer que eu diga?  - pergunto sem me importar.

Eu admirava Minho por ainda estar com o loiro, Taemin possuía uma mente fértil, por isso imaginava coisas que nem existiam, e eu tinha a certeza que a suposta “traição” do maior seria algo que apenas ele via, pois Minho não seria trouxa de ficar com o menor caso não estivesse realmente apaixonado:

- Não sei, podia me aconselhar, dizer oque acha, qualquer coisa. – fala indignado.

- Você sabe o que eu iria dizer Tae.

O Lee começa a resmungar e decido parar de prestar atenção nas coisas que ele dizia, sento-me na grama verde, a brisa fresca junto a nicotina fazia-me relaxar, admirei o enorme quintal, até que algo me chamou a atenção:

- Tae. – o chamo interrompendo seu monologo. – O que há por trás daquela cerca?

- A floresta. Não sei percebeu Jongin, mas mansões como essa têm apenas na extremidade da cidade.

- Então o que é aquilo?

Aponto para a floresta onde eu podia avistar nitidamente dois olhos azuis entre as arvores, mas era um azul tão intenso que parecia brilhar, a noite estava escura deixando a amostra apenas os dois pontos azuis em meio a escuridão e eu sabia que eles estavam mirados exatamente em mim:

- Oque? – pergunta o outro olhando para onde eu apontava. – Não estou vendo nada.

E então um forte cheiro se apossa de meu olfato era amadeirado e másculo e ao senti-lo vejo que os olhos azuis não estavam mais lá:

- Jongin? – chama-me confuso ao me ver levantar.

- Fique aqui Taemin.

Caminho até a cerca e começo a escala-la até sentir alguém puxar a barra de minha camisa:

- Está louco? – pergunta o menor, segurando firmemente a camisa me impedindo de continuar. – Está escuro, além disso na floresta tem animais Jongin, é por isso que a cidade foi cercada.

- Taemin me solta. – peço já sem paciência.

- Kai, tem lobos lá, é perigoso.

- Lee Taemin.

Ouço o outro suspirar e logo me sinto livre para continuar, ao pular para o outro lado ligo a lanterna de meu celular:

- Em hipótese alguma venha atrás de mim. - aviso. – Apenas vou verificar algo e já volto, caso eu demorar chame alguém.

E assim adentro na floresta, estava silencioso, apenas o som de pequenos animais estava presente, quanto mais eu caminhava, mais o ar parecia esfriar, me fazendo desamarrar a jaqueta da cintura e vesti-la. Minha mente gritava que era loucura o que eu estava fazendo, vários caçadores já haviam sido encontrados mortos e por causa disso decidiram cercar a cidade para tais animais não invadissem nossa área.

Eu tinha plena consciência que caso eu encontrasse algum animal eu acabaria sendo morto, mas meus pés não obedeciam a minha mente que implorava para voltar pra festa, era como se algo continuasse a me empurrar até que eu encontrasse o que saciaria minha curiosidade.

Em quanto eu me afastava ainda mais da casa, acabei encontrando o que tanto procurava, mas infelizmente não era o que eu achava que fosse a alguns metros a frente estava um lobo negro com uns três metros de altura, olhos azuis penetrantes e o maravilhoso cheiro amadeirado.

- Meu Deus. – sussurro assustado.

Ao ouvir minha voz o lobo rosna e se coloca em posição de ataque, minha consciência gritava para eu correr, mas era como se meu corpo houvesse paralisado, meus olhos simplesmente não conseguiam mirar outra coisa a não ser o enorme lobo o minha frente. O animal rosna mais uma vez antes de correr em minha direção, mas antes que eu possa fazer algo o vejo próximo demais, seu focinho estava a milímetros de meu rosto, assim como sua boca cheia de dentes afiados. Observei ele levar seu focinho até meu pescoço e esperando seu ato selvagem fecho meus olhos, sinto-o aspirar meu cheiro antes de sentir a mordida em meu pescoço e então tudo apagar.