História Blue Eyes - Capitulo 05

O alfa estava tão próximo que seu cheiro Amadeirado me inebriava, algo dentro de mim vibrava e pedia cada vez mais dessa aproximação, a imagem de nossos corpos se fundindo era deliciosa agora, que até me fez fechar meus olhos:

- Espero que esteja pronto para se tornar meu ômega, Jongin. – disse se afastando e levando junto seu odor. – Ser o ômega do Alfa da matilha não é algo muito fácil, além de que você não deve ter conhecimentos de tudo que acontece com as pessoas que possuem nossos gêneros. – Ele se senta atrás de sua mesa cheia de papeladas desorganizadas. – Baekhyun e Luhan irão te ajudar explicando os costumes, eles responderão todas as perguntas que você fizer. – Seu olhar inexpressivo de repente se torna intenso e sério. – Ninguém dessa aldeia poderá saber de onde veio, estamos entendidos?

- Você quer que eu permaneça aqui?

- Aparentemente você não ouviu nada do que eu lhe disse. – Kyungsoo se ajeita sobre a cadeira estofada cruzando seus braços. – Você já está morto para aqueles que vivem no lugar de onde veio, além disso, se você for embora morrerá.

Suspiro derrotado, o Do não estava brincando, seu tom sério junto a seu olhar penetrante, era a prova disso. Após aquela conversa fui procurar Baekhyun e Luhan como havia me dito, os encontrando na cozinha, Luhan estava cozinhando algo para o jantar em quanto conversava com Baekhyun, este que comia alguns docinhos e acariciava sua barriga bola:

- Vejo que vocês conversaram. – Baekhyun se pronuncia primeiro apontando para a cadeira ao seu lado, a qual eu me sento. – Sei como deve estar se sentindo, pode começar suas perguntas.

Havia tantas coisas se passando pela minha cabeça que nem eu mesmo sabia o que perguntar, mas agora que eu podia ter minhas desejadas respostas não iria recuar:

- Quero que me expliquem tudo, dês do inicio até o momento que estou aqui sentado, não omitam nada.

Ambos pareciam um pouco surpresos com meu tom sério e decidido, não estava ali para brincar, se eu fosse ficar naquele lugar onde pessoas não são exatamente pessoas, deveria ao mínimo saber quem eu sou, porque nem isso eu sabia mais.

Observo Luhan desligar o fogão, tampando as panelas que estava mexendo anteriormente e logo após se sentar ao meu lado, ele fecha os olhos e suspira como se soubesse que seria uma longa conversa:

- Não sabemos como foi parar na cidade, já que as pessoas com nossos genes sempre viveram em matilhas, acredito que isso ocorreu quando várias matilhas entraram em guerra. – contou ele.

- Ômegas geralmente apenas começam a presentar seu odor a partir de seus 5 anos, isso se tiver um alfa por perto. Pois é a partir dessa idade que seu corpo irá começar a se ajustar aos seus genes de lobo, e cheiro de alfa é cheiro de companheiro. – explica Byun.

Uno minhas sobrancelhas pensando aonde é que eles queriam chegar e aparentemente eles percebem isso:

- O governo da cidade sabia de nossa existência no tempo de guerra, o que piorou tudo, pois começaram a nos caçar querendo nossa extinção, os cidas achavam que éramos uma ameaça. Você deve ter sido deixado na cidade antes de seus 5 anos assim seu cheiro ficaria nulo e seria como se você fosse um cida comum, não teria cios e nem se transformaria, como não havia nenhum Alfa na cidade, você estava protegido.

- Há mais pessoas como eu na cidade? – pergunto um pouco confuso.

- Sim, ômegas. Alfas já nascem com seu instinto animal, por isso para eles era muito arriscado irem parar a cidade. Na época várias famílias decidiam abandonar seus filhotes ômegas na cidade, já que sabiam que lá estariam seguros.

Baekhyun e Luhan me explicaram muitas coisas, tudo sobre ômegas, alfas, sobre a mordida, a ligação, a matilha, responderam todas as minhas perguntas, mas aquela que eu mais queria fazer deveria ser perguntada diretamente para o Alfa de olhos azuis:

- Só mais uma coisa que você deve saber antes de subir, Jongin. – diz Luhan de maneira hesitante. – No momento em que você sentiu o cheiro de Alfa, seu perfume de ômega foi ativado, então podemos sentir o perfume de flores vindo de você, mas daqui a uma semana o cheio de seu companheiro ficará misturado junto ao seu, para a sua proteção. – seus olhos desviam dos meus como se estivesse indeciso se continuava ou não com sua explicação. – E quando isso acontecer, você entrará no cio.

Jogo-me sobre a cama fofa, me afundando entre as cobertas de pele, esfrego minhas mãos em meu rosto numa forma frustrada de tentar colocar a cabeça em ordem. Meus pais não eram meus pais, tudo que fiz e desejei foi jogado no lixo e agora eu teria um cio, que ótimo. O quão fodido estou?

Ouço passos pelo corredor e logo após a porta do quarto se abre, continuo com os olhos fechados tentando raciocinar e guardar bem as informações que obtive, antes de sentir um corpo sobre o meu:

- Soube que conversou com os garotos.

Seu hálito quente e seu perfume chegam até mim fazendo-me vibrar novamente, abro os olhos devagar até encontrar seus grandes olhos me mirando, Kyungsoo dês do momento que eu havia o visto era indescritível, não dava para saber o que se passava por sua cabeça ou até mesmo o que sua expressão queria dizer-me. Eu era bom em ler as pessoas, entretanto o Alfa a minha frente me confundia com seus atos e palavras:

- Eles me explicaram muitas coisas. – informo inexpressivo.

O outro se ajeita sobre mim, suas pernas ficam entre as minhas e nossos corpos se colam me fazendo soltar um baixo gemido, sentindo meu corpo se esquentar:

- Acredito que fez muitas perguntas. – seu nariz desliza pelo meu pescoço.

- Muitas. – sussurro sem forças.

Suas mãos seguram firmemente minha cintura como se eu fosse fugir, mas eu não iria, apenas tê-lo por perto ou sentir seu cheiro me deixavam inebriado, quente e completamente necessitado de si:

- Sobrou algo que queira saber? – seu tom de voz é rouco me fazendo estremecer.

Abro meus olhos que nem havia percebido que estavam fechados, mesmo com o corpo quente, a mente nublada e o alto desejo de tê-lo; minha curiosidade ataca uma parte de meu cérebro. Remexo um pouco meu corpo chamando a atenção de Kyungsoo que retira a cabeça de meu pescoço, mirando seus olhos negros em mim:

- Há sim algo que eu quero muito saber. – digo firmemente surpreendendo até a mim mesmo. Aproximo-me nossos rostos, fazendo nossos narizes se chorarem. – Por que me marcou, Alfa?