História Blue Eyes - A segunda semana e um dia de cinema

Capítulo cinco

A primeira semana de Adam fora tranquila, foi uma semana onde ele pode se acostumar com a nova rotina e também com o seu novo paciente. Bill não era uma pessoa difícil de se lidar, o próprio já aceitava sua condição de forma madura, fazendo assim um convívio amigável.

Tom e Georg já estavam familiarizados com Adam, o mesmo tinha uma boa energia deixando-os tranquilos. O casal passou a semana toda chegando cedo em casa, mas já sabiam que na próxima as coisas ficaram complicadas; era semana de lançamento na empresa e as reuniões eram longas, exaustivas que terminariam tarde da noite.

Durante o final de semana Adam não ia cuidar de Bill - já que o casal não trabalhavam no escritório nos finais de semana - Kelly também voltava para sua casa nos finais de semana, assim o casal ficava sozinho com o Bill.

Adam morava em um pequeno apartamento, não era grande pois Adam morava sozinho com o seu cachorro. Sua família morava inteira em Indiana - estado onde Adam nasceu - mas por conta da sua profissão, Adam resolveu se mudar para Los Angeles a fim de fazer seu curso e começar sua profissão por lá.

O ruivo gostava de passar o final de semana com sua mãe, Leila, sentia falta de sua mãe todos os dias, a mesma cuidou de Adam sozinha, seu marido havia morrido em sua acidente de caminhão - pai de Adam era caminhoneiro - Adam era filho único e sempre tivera a vontade de ter um irmão.

O final de semana passará rápido como de costume, era segunda-feira e o ruivo já se dirigia para a mansão de Tom. Era sua segunda semana de serviço e estava ansioso para ver Bill novamente; o loiro ficou em seus pensamentos o final de semana inteiro, aquele rapaz… aquele loiro intrigava Adam de alguma forma, seu jeito de levar a vida diante de todas as suas dificuldades era fascinante.

O ruivo já tinha conhecido a nova professora de Bill; Izzy era loira dos olhos azuis, parecia ser inglesa por conta do forte sotaque britânico, parecia ser uma moça tranquila, transmitia paz, sua voz melodiosa e serena dava ela um ar doce e calmo. Bill já tinha iniciado suas aulas, ocupando ainda mais a mente do loiro.

Por fim a enorme casa de Tom se via a vista dos olhos de Adam, o mesmo já tinha acesso livre a casa do moreno, podendo entrar quando quisesse. Sua visão já tinha se acostumado com a enorme casa onde o alemão morava - os corredores ainda eram uma dificuldade para o ruivo, o mesmo não era muito fã de corredores longos -

Adam deixou seu carro na garagem e adentrou a mansão; já aberta deixando a luz solar adentrar a casa, alguns funcionárias transitavam por ali com os seus pertences de serviço; mais afundo Tom apareceu usando seu belíssimo terno preto, seus cabelos estavam amarrados em um coque deixando o belo rosto do alemão a mostra.

— Adam, que bom que chegou! — Tom o saudou abrindo os braços para abraçá-lo com um belo sorriso no rosto. — Como foi seu final de semana?

— Foi ótimo, passei os dias na casa da minha mãe em Indiana. — Adam respondeu a pergunta do moreno assim que se soltou do mesmo.

— Isso é ótimo! Mas que bom que chegou, um certo loiro não parava de falar de você o final de semana inteiro. — Tom disse em um tom descontraído, às vezes Adam se questionava se Tom tinha problemas na empresa, pois em nenhum momento o mesmo demonstrava raiva ou estresse.

— Falou de mim? — Adam perguntou e Tom assentiu. — Perguntou o que exatamente?

— Onde você estava, porque não ficou aqui em casa, se segunda ia demorar muito para chegar.. essas coisas sabe? — Tom respondeu. — Ele gosta de você Adam, você faz ele bem. E se meu irmão está bem, eu também estou e te agradeço por isso.

— Magina Tom, apenas faço o meu trabalho. — Tom apenas sorriu docemente vendo o Adam com suas bochechas vermelhas, o ruivo tinha dificuldade em receber elogios.

— Enfim, queria ficar aqui para conversarmos, mas infelizmente o trabalho me chama. — Tom pegou sua maleta que estava na mesa da cozinha. — Hoje eu e o Georg iremos chegar tarde em casa, Kelly também não vai estar já que estuda a noite. Tudo bem pra você?

— Não se preocupe, vou saber me virar, afinal Bill não incomoda. — Adam disse com um leve sorriso no rosto.

— Certo, então já vou indo, qualquer coisa me ligue. — Tom deu leves tapas no ombro de Adam logo saindo pela porta principal.

Adam andou até o quarto  de Bill, vendo que o mesmo já estava no seu canto favorito; a escrivaninha, estava com um lápis nas mãos e parecia que desenhava algo, algo do seu interesse pois estava com um belo sorriso nos lábios.

— Bill, cheguei! — Adam se pronunciou fazendo o loiro largar o que fazia abrindo mais o seu sorriso, Bill se virou levantando os braços a procura de Adam.

— Adam, você voltou! — O mesmo exclamou e Adam foi até o loiro o segurando pelas mãos, Bill como de costume passou suas mãos pelo rosto de Adam, por fim passando seus longos dedos nos lábios do ruivo, que estremeceu com o toque.

— Sentiu saudades? — Adam brincou vendo as bochechas do loiro virar em um tom avermelhado.

— É… eu.. sim, senti.. — Bill estava visivelmente envergonhado. — Eu gosto da sua companhia, não me sinto tão sozinho quando você está.

— É mesmo? Pois fico feliz em ouvir isso Bill. — Adam sorriu e fitou a folha de papel na mesa. — E o que você está desenhando?

— Ahn… nada demais! — Bill pegou a folha em suas mãos, a colando em seu corpo, escondendo o desenho. — Na verdade eu nem comecei..

— E por que escondeu? — Adam perguntou curioso.

— Ahn… eu não gosto que vejam os meus desenhos sabe… — Bill disse sem graça. — São como meus tesouros, nem mesmo Tomy os vê.

— Será que um dia vou poder ver algum desenho seu? —Bill “fitou” o chão após a pergunta do ruivo.

— Quem sabe um dia.. — O sorriso de Bill nasceu mais uma vez. — Mas agora, o que vamos fazer hoje?

O primeiro dia dormindo na casa de Tom fora tranquilo, Bill ficou contente quando soube que Adam dormiria na casa naquela noite, o loiro se sentia bem ao lado do ruivo.. sentia que seu dia ficava melhor com a presença de Adam, até mesmo Izzy percebera que Bill ficava mais atento em suas aulas quando Adam ficava por perto.

Dar banho em Bill não foi algo difícil, o mesmo se lava sozinho, mas alguém tinha que ficar por perto para que o loiro não se machucasse. Adam nunca foi de olhar pros seus pacientes quando os ajudava no banho, mas Bill era um caso a parte. Seu corpo tinha várias tatuagens espalhadas, não era magro e nem forte, parecia ter uma ótima saúde; mas sua timidez era nítida quando ficava nu em frente a alguma pessoa - até mesmo na frente de Tom - Adam percebia em seus gestos que ficar sem roupas na frente de alguém era uma tarefa complicada para Bill.

A hora do jantar foi em total descontração, Bill ajudou no preparo do jantar como podia, o mesmo adorava ajudar as pessoas, mesmo tendo grandes dificuldades. Adam preparou um jantar separado para Bill, com as comidas que o mesmo podia comer, comeram em meio a risadas e assuntos aleatórios.

O resto da semana fora assim até sexta-feira. Tom e Georg chegavam sempre depois das nove da noite, pareciam estar exaustos por conta do enorme trabalho que estavam tendo naquela semana. Quando sexta chegou, Bill estava mais animado do que nunca, Adam também estava, pois era quase final de semana e poderia ter um pouco de descanso; não reclamava do seu serviço, Bill não era um empecilho e nunca seria, mas passar a semana toda na casa de Tom tinha sugado suas energias.

Mas hoje era sexta, seu último dia de trabalho e por fim teria dois dias para descansar.

Tom e Georg haviam chegado cedo nesse dia, não havia mais reuniões e projetos para serem assinados no dia, por isso resolveram chegar mais cedo.

Adam estava recolhendo suas coisas quando Bill o chamou, batendo na porta do seu quarto e ficando por ali.

— O que foi Bill? — Adam perguntou gentilmente, terminando de colocar seus pertences em sua bolsa.

— É que eu queria saber se você ahn… se você não gostaria de ir conosco no shopping. — Bill dizia sem jeito, se atrapalhando nas palavras. — Toda terceira sexta do mês nós vamos ao shopping fazer um passeio de família. Então pensei… digo, nós pensamos se você não gostaria de ir conosco.

— Eu.. eu não sei Bill, não tenho muito dinheiro aqui então.. — Bill o interrompeu.

— Não precisa de dinheiro, Tom faz questão de pagar tudo. — Bill tateou a parede para poder entrar, já que estava sem sua bengala. — Só queria que você fosse, seria ótimo.

Bill parou no meio do quarto quase perto de Adam, “olhava” para frente esperando alguma resposta de Adam que ainda pensava se aceitaria ou não.

— Tudo bem Bill, se isso for te fazer feliz eu irei. — Bill abriu um grande sorrindo e abriu os braços no intuito de abraçar Adam, o ruivo percebeu o gesto e logo foi de encontro ao loiro, o envolvendo em um abraço.

— Obrigado Adam! Você é o melhor! — Bill se soltou do ruivo dando pulinhos de alegria, fazendo Adam rir. — Eu vou avisar o Tomy… eu já volto!

Bill se virou e tateando a parede saiu do quarto de Adam berrando pelo seu irmão, Adam apenas balançou a cabeça indo até o pequeno guarda roupa, pegando uma muda de roupas limpas para tomar seu banho.

Alguns minutos depois Adam saiu vestindo uma calça jeans escura, uma blusa branca longa e sua bota marrom sem salto; seus cabelos ruivos estavam penteados para trás, deixando seus olhos azuis mais destacados.

Tom ainda estava dentro de casa esperando por Adam. O mesmo estava belíssimo usando uma calça jeans clara com uma blusa de manga longa preta, seus cabelos estavam devidamente amarrados em seu famoso coque, alguns fios caiam dando mais charme ao rapaz.

— Até que fim você chegou! — Tom disse assim que Adam se aproximou. — Vamos, Bill está quase tendo um ataque.

Adam riu de leve e seguiu Tom até seu carro, ao entrar no banco do passageiro tomou um susto ao ver Bill usando uma máscara vermelha - uma máscara usada em festas a fantasia - a mesma realçava seus belos olhos azuis, mas a única coisa que Adam se pergunta era; por que diabos ele estava usando uma máscara?

— Ahn… desculpe a minha curiosidade mas, por que Bill está usando uma máscara? — Bill estava com seu rosto virado para Adam, sua cabeça estava inclinada para ao lado ouvindo Adam falar.

— Ah sim, esquecemos de te avisar! — Tom dizia ligando o carro. — Nenhum paparazzi pode ter alguma foto do rosto do Bill, eu não quero que esses corvos coloquem a cara do Bill nos jornais e revistas. — Tom dizia enquanto saia da casa. — Por isso que quando sai de casa nós tampamos o seu rosto.

Adam por algum momento achava aquela ideia maluca, mas de alguma forma via razão nisso. Resolveu não questionar, apenas aproveitou a viagem em silêncio.

Ao chegar no shopping Adam ajudou Bill a sair do carro, com o seu braço entrelaçado ao do loiro, o ajudando a se guiar com a bengala.

Tom e Georg foram na frente de mãos entrelaçadas, os que passavam perto do casal logo percebiam que era o famoso casal Listing e Kaulitz; mas a atenção de geral se virou para Adam e Bill. Adam se sentia estranho com toda aquela multidão olhando para ele, apertou o braço de Bill como uma proteção ao loiro que dava leves sorrisos, sabia que acontecia ao seu redor, a tensão de Adam era nítida, mas isso não atrapalhava a sua alegria em estar fora de casa.

— Adam, eu e Georg iremos fazer algumas compras, vamos demorar então você poderia levar Bill ao cinema? — Adam franziu o cenho em confusão. — Eu e Georg sempre vamos ao cinema com Bill e narramos o filme a ele. Não gostamos deixar Bill sozinho para irmos ao cinema, então achamos melhor fazer isso, ele adora ir ao cinema! Não é maninho?

— Sim, eu amo! — O sorriso de Bill era magnífico. — Hoje está em cartaz o filme “Queda livre” você já o assistiu Adam?

— Queda livre? Acho que já assisti.. — Adam tinha leves lembranças do filme, os flashs não eram cenas muito decentes. — Mas pelo que eu me lembre não é um filme muito adequado para o Bill.

— Adam, não tem problema, mesmo tendo um leve retardo mental Bill pode assistir esse tipo de coisa tranquilamente. — Tom dizia despreocupado. — Mamãe que era meio paranóica com essas coisas, mas ele de alguma forma tem que crescer não?

— Ah então tudo bem. — Adam disse dando de ombros. — Então nós iremos ao cinema e a gente se encontra na praça de alimentação? — Tom concordou e Georg apenas deu um leve aceno de cabeça; o moreno era um pouco fechado.

Tom foi até Bill e beijou sua testa, acariciou seus ombros dando um leve sorriso.

— Se cuida está bem? Obedece o Adam ok? — Bill assentiu e Tom se afastou junto com Georg.

— Ok ok, vamos ver o filme? — Adam se dirigiu a Bill que assentiu. — Quer pipoca doce ou salgada?

— Doce!

O filme rolava e Bill comia a sua adorada pipoca doce enquanto Adam narrava o filme como podia; Bill fazia caras e bocas tentando imaginar as cenas citadas em sua mente, Adam por sua vez ficava maravilhado em como Bill podia de alguma forma ver aquelas cenas.

Só que em um momento as coisas começaram a esquentar; em uma determinada cena o casal principal começou a fazer sexo em meio a chuva. Adam não sabia o que dizer a Bill, que com uma expressão confusa em seu rosto, perguntou;

— Adam, porque eu estou escutando gemidos? — Adam estava quase se enterrando dentro de si da vergonha que sentia, Bill perguntou de uma forma tão inocente que Adam teve receio em contar.

— Bom.. é que dois… ahn.. estão… fazendo amor.. — Adam tentou de alguma forma responder Bill de modo com pudor, claro que a cena não tinha nada de romântico, era selvagem e sem nenhum pudor.

— Fazendo..aquilo? — Bill sussurrou por fim, quase que em um tom mudo, pois ambos conversavam de forma sussurrada para não atrapalhar os demais.

— Isso, aquilo.. — Adam pedia em silêncio para que aquele filme terminasse e que aquela situação fosse apenas um sonho maluco.

— Você poderia contar exatamente o que está acontecendo? — Adam se petrificou na poltrona, não esperava uma pergunta daquela.

— Eu não acho uma boa ideia Bill..

— Por favor.. — Bill tateou a perna de Adam para no fim segurar seu joelho. — Eu quero saber..

E Adam contou, todos os detalhes, até o fim do filme. Bill ficava cada vez mais vermelho quando o ruivo narrava as cenas picantes, seu rosto estava quase do mesmo tom de sua máscara, ele se encolhia na poltrona apertando o braço de Adam levemente, tentando não sentir tanta vergonha.

E Adam estava sim, morrendo de vergonha; seu rosto já estava no tom de cor da máscara de Bill, ainda mais que o loiro não tirou sua mão de seu joelho, os deixando ainda mais próximos um do outro.