Ele poderia me ouvir. Mas acho que já estaria tarde demais para ele voltar. Os gritos ecoavam por todo o local escurecido, talvez até mesmo ele estivesse adormecido, e eu apenas o procurava desesperadamente. Eu só esperava que não fosse tão tarde, ainda queria dar o beijo em sua testa em que o mesmo tinha me feito prometer contra minha vontade, ele implorou tanto que talvez ele mereça, assim poderia dormir em ‘’ paz ‘’ como ele dizia. A vida para Andrew era como nuvens acinzentadas que brotavam após uma tempestade, e logo após a nuvem cinza que acobertava o céu, o sol aparecia iluminando tudo ao seu redor. No começo, Andrew era um bom menino, mas por conta de algumas desavenças, ele já não era mais o mesmo, e isso era lamentável, faria de tudo para trazê-lo de volta a mim. Agora ele se encontra distante, tão inconsciente do que diz ou faz, seu verdadeiro eu faz falta.
10 anos atrás
- Coelhinha, abre a porta, eu tenho cenouras aqui. – Gritava Andrew pela porta de fora, ele ria sozinho por que sabia que eu não gostava dessa brincadeira.
- Se eu abrir essa porta considere-se morto. - disse meio irritada, mas queria rir junto.
- É sério, preciso te contar uma coisa. – Disse ele em meio às palavras percebi que ele havia mordido os próprios lábios
Corri até a porta e a abri com um sorriso alargado, lhe abracei abertamente, logo quando o soltei ele deu aquele sorriso tão fofo que eu admiro bastante.
- Aya, eu estou... Gostando de uma menina. – disse ele na mesma hora ficando vermelho.
Meu sorriso desmanchou e logo o encarei séria
- Quem é ela? – pergunto, mas a pergunta soou meio estranha.
- Hey, calma, o nome dela é Victória, ela é maravilhosa – disse rindo, mas logo parou por conta de minha reação.
Eu torcia para que Andrew encontrasse alguém que ele gostasse, e a mesma também gostasse, mas ele sempre consegue gostar de quem lhe faz de capacho, e eu odeio isso. O que mais me impressiona é que é logo a Victória, não sei nada sobre ela, mas quem sabe, ela também retribua da mesma maneira, pelo menos é o que eu espero.
Dias atuais
Já faz um tempo que não vejo meus amigos, as férias de verão haviam acabado, e hoje seria o dia em que eu voltaria para escola, com a entrada de um trabalho sobre a escola estava exatamente do mesmo jeito, o meu quarto estava perfeitamente limpo, e fico bastante entusiasmada só de saber que voltarei a dormir aqui, Worderland é uma escola maravilhosa, e boa parte das pessoas aqui são legais, acho que nunca vou querer sair daqui, sem contar que Tate talvez ainda estude aqui, ele é o primeiro garoto em que eu gostei aqui, ele não é nada comparado àqueles babacas do time de lacrosse, ele é simpático e o verdadeiro exemplo de melhor namorado do mundo, é uma pena ele ser morto de apaixonado por Duny, uma garota esnobe do colégio, nunca fui com a sua cara, e o dia em que fomos amigas, será o meu leito de morte.
- Aya, poderia apresentar o seu trabalho por gentileza? – perguntou o professor entusiasmado
Assenti com a cabeça, me levantei e fui para frente, respirei fundo e comecei a ler o que encontrei:
Ultimas palavras de um amigo suicida:
“O tudo não acabaria assim de acordo com meus planos”. Para vocês é fácil o quão louco isso é, mas para mim, é só uma forma de encontrar minha verdadeira eu em outros horizontes. Meu lugar não seria mais aqui, já entendi, o mundo conspira contra ao meu favor, já entendi. E hoje, o agora, será minhas ultimas palavras a quem quis me salvar, saiba que o amo, e se um dia passarinhos deixarem de cantar em sua janela, e se um dia o por do sol não fazer mais sentido, em seu coração lá eu estarei, para todo o sempre. uma promessa de dedinho para mim sempre será um forte laço entre nós. E se um dia sentir minha falta, venha me encontrar na beira de um lago azul, você saberá onde me encontrar. ‘’
By. @L3TT para Lyssan, que não queria mais viver nessa vida, e se suicidou aos 19 anos, R.I.P.
Após ler aquilo, arrepiei-me dos pés a cabeça, eu sabia o que aquele bilhete queria me dizer, a mensagem que ele queria transmitir. Todos na sala estavam em silêncio, sentei-me envergonhada diante aquele silêncio perturbador.
Horas depois
O sinal havia batido, e eu estava desesperada, pois não poderia me atrasar um segundo sequer, correndo pelos corredores sou barrada por dois gigantes na porta de entrada, recuei para trás e sinto minhas costas baterem em alguém, o medo me alcançou os sentidos e resolvi respirar fundo para não gritar, sinto dois braços fortes apertarem levemente meu braço, olho de canto e vejo duas pupilas negras, dou um sorriso de canto ao perceber quem é.
- Achava que ia embora sem se despedir de mim?
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