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História Blue Moon (Em Hiatus) - Chapter thirteen


Escrita por: kyyyaxoxo

Notas do Autor


Olá amores, trazemos aqui um pedido de desculpas pela milésima vez, por sempre atrasarmos.
Mas temos uma explicação, nosso último vestibular desse ano, esperamos que entendam.

Sem mas conversa, boa leitura.
desculpem eventuais erros.

Capítulo 14 - Chapter thirteen


Fanfic / Fanfiction Blue Moon (Em Hiatus) - Chapter thirteen

Foi impossível para Minhyuk e Hyungwon não ficarem desconfortáveis com o olhar dos alfas em si. Apesar de terem tomado um segundo banho depois do alarme tocar, o cheiro ainda estava ali impregnado neles. Após o avanço da ciência para a nova raça, esta desenvolveu melhores sentidos, sendo o olfato um dos mais apurados, consequência da combinação com o gene dos lobos. Para alfas, aromas são muito importantes, desde o de seu parceiro até de seu filhote e seus pais, o cheiro de medo nos ômegas, entre outros. Jooheon foi o mais discreto dentre eles, Shownu, por outro lado, puxou o ar profundamente para sentir os perfumes dos ômegas misturado com o odor do sexo, mas nada foi constrangedor quanto a reação de Kihyun.

O Yoo mais velho rosnou alto para o Son ao perceber o que ele fazia e ganhou um sorriso sarcástico em resposta mesmo estando o ameaçando. Seus olhos não conseguiam se desgrudar dos amigos ômegas por um segundo desde que entraram no carro e também quando já estavam a bordo do jatinho. Os perfumes mesclados invadiram suas narinas de forma avassaladora, sentia-se de fato enfeitiçado com a maneira intensa e involuntária que se instalavam ali. Gravou aquela fragrância em sua memória, como um lembrete mental e também para encorajá-lo a encontrar um meio para conquistar ambos.

A aeronave (uma Gulfstream modelo G650 de fabricação norte americana) decolou do aeroporto particular da família Lee, em Nova Seul, sem quaisquer transtornos às cinco da manhã em ponto. Os convidados estavam de queixo caído com a tamanha ostentação do interior do jato executivo enquanto que o anfitrião e, claro, Hyunwoo se mostravam bastante indiferentes quanto a isso, uma vez que estavam acostumados a esse tipo de coisa. Mesmo todos (exceto Hoseok) sendo de uma classe mais abastada, ficou nítido o poder e riqueza que as empresas que carregam os nomes das famílias Lee e Son possuem.

Os alfas foram os únicos a ficar acordados durante a viagem. Jooheon, com um sorriso no rosto, velava o sono de Hoseok que estava na poltrona de frente para a sua, Hyunwoo estava deitado de olhos fechados sem realmente dormir no sofá ao lado deles e, um pouco mais afastado, Kihyun alternava o olhar entre o irmão com a cabeça pendida para o lado, no assento de frente para o seu, e os amigos ômegas cochilando nas poltronas ao lado esquerdo.

Dos ômegas adormecidos, apenas Hyungwon permaneceu dormindo. Os irmãos Yoo dialogavam entre si, Wonho conversava com Jooheon sobre o que fariam quando chegassem, os dois últimos sendo observados de longe por Shownu. A conversa era repassada na cabeça do alfa, martelando sem parar. Como aquele ômega era capaz de aguentar tudo aquilo por anos? Por que não denunciou? Por que não pediu ajuda à Kihyun? Tantos questionamentos e apenas o Shin poderia respondê-los.

Com duração média de duas horas e vinte e sete minutos de voo, chegaram a Tóquio já pela manhã, onde fizeram uma pequena escala antes de prosseguirem para uma das cidades na província de Ishikawa.

— Honey, eu tô com fome. — Wonho reclamou.

— A gente vai sair quando o avião parar. Tem um restaurante aqui perto.

— Tão cedo, ômega? — Shownu o provocou sem perder tempo. — Heon pode ser rico, mas duvido que ele tenha um guindaste em casa.

O alfa riu da cara emburrada que o ômega fez, risada esta que chamou a atenção de Kihyun. Esteve ouvindo tudo quieto, mas estava irritado com as implicâncias do Son. Tentava arduamente aceitar Hyunwoo naquele meio, mesmo ainda detento certo ódio pelo mesmo, afinal nunca esqueceria o que ele fez a Hoseok. Então, uma vez farto, resolveu se pronunciar:

— Ei, Shownu, cale a boa e não perturbe o Seok hyung.

— Ninguém te chamou aqui. — disparou. — Você devia se preocupar em fazer parte da transa desses teus ômegas, porque, olha... o cheiro é ótimo. — falou, deixando todos chocados com seu comentário.

— Olha aqui, Son, — Minhyuk o encarou, aborrecido. — eu faço o que eu quiser a hora que eu quiser e você não tem direito de se meter na minha vida. — finalizou, colocando os fones de ouvido e a música no máximo, voltando a zelar pelo sono do moreno a sua frente.

O sorriso de Kihyun não podia estar maior. Havia adorado o modo como o platinado falou com o alfa, mas mais ainda a resposta em si.

— Shownu, evite esse tipo de comentário, por favor. — Jooheon se pronunciou com toda a calma e classe possível para o momento, fazendo o alfa mais velho bufar.

Eram sete e trinta e cinco quando o jato parou de se mover na pista de pouso. Minhyuk saiu vagarosamente do frente de Hyungwon, não querendo acordá-lo. Ao estar em pé, se espreguiçou e seguiu até a porta do avião, onde os outros estavam, exceto Hoseok que vinha logo atrás de si, mas voltou para chamar Hyungwon. O Shin não queria despertá-lo de seu sono, mas ele não podia ficar com fome e muito menos sozinho ali.

— Boa sorte. — o platinado disse, rindo e ganhando um olhar confuso. — Pra acordar o Hyunginie, vai precisar de muita paciência. — sorriu para o loiro e seguiu para fora da aeronave. Sentia que Hyungwon era seu, por isso não ficou ciúmes ou inseguro por deixar Wonho acordá-lo; além disso, achava melhor o moreno se aproximar dos outros e o ômega mais velho, em sua opinião, era a pessoa certa para começar.

— Hyungie, ei. Hyungwon, acorde. — Wonho chacoalhou o ômega pelos braços, mas só obteve um gemido desgostoso como resposta. — Ah, mas você vai acordar ou eu não me chamo Shin Hoseok. — o loiro pegou duas almofadas e começou a bater em Hyungwon com elas.

O moreno levantou no susto, tentando se defender. Hoseok parou o que fazia para poder rir da cara amassada do Chae.

— Não precisava disso, hyung. — resmungou enquanto coçava o olho e sentava novamente, mas foi puxado pelo outro.

— Imagina se precisasse. Vamos comer agora, gastei muita energia te acordando. — assim os dois saíram do avião e encontraram os outros os esperando já na porta do aeroporto.

— Como foi? — o platinado perguntou ao loiro enquanto ria da cara de Hyungwon.

— Foi uma batalha árdua, porém eu venci. Agora vamos comer, por favor. — Hoseok choramingou, causando risos em todos, menos no Chae que ainda estava mais dormindo que acordado.

Os sete saíram do aeroporto calmamente. Changkyun pediu para o irmão carregá-lo nas costas, e o mesmo o fez sem reclamar uma vez que gostava de mimar seu pequeno, este último aproveitando para voltar a dormir. Wonho ia atrás dos irmãos Yoo, cuidando para caso Changkyun escorregasse ou algo do tipo. Shownu andava calmamente a frente deles com Jooheon, que estava com as mãos nos bolsos da calça, ao seu lado. Logo atrás, Minhyuk vinha ao lado de Hyungwon, que estava visivelmente chateado por ter acordado, estavam de mãos dadas, e o Lee seguia com um sorriso bobo nos lábios, sempre se dirigindo ao moreno para tentar tirar sua sonolência.

Após uns minutos de caminhada, adentraram o tal restaurante que Jooheon havia citado. A primeira coisa que perceberam ao entrar no estabelecimento foi o cheiro bom da comida local, o interior era adornado por uma decoração nipônica antiga, bonita e bem tradicional com mesas baixas e almofadas dispostas no chão. Sentaram-se na mesa mais próxima e fizeram seus pedidos. Enquanto esperavam a comida, Kihyun tentava, sem sucesso algum, acordar o irmão. Todos riram da cena um tanto inusitada de Changkyun agarrado como um carrapato no mais velho.

— Vamos, Kyunnie. Por favor, vamos comer e me solta. — Kihyun pediu num sussurro.

— Vem aqui, Kkukkung. — Wonho o chamou, e Changkyun largou o irmão, sentando ao seu lado. — Não vê que você e eu não somos amados por esse alfa ingrato? Vamos pedir a pensão alimentícia. — declarou o ômega mais velho com falso ultraje na voz, fazendo todos rirem, incluindo Hyungwon (isso significava que ele já estava em seu corpo e não mais no mundo dos sonhos).

O garçom trouxe os pedidos deles dentro de alguns minutos. Todos estavam no mais completo silêncio, não por não haver assunto e, sim, por estarem ocupados demais se alimentando. O clima era de plena paz ali, porém esta logo foi quebrada quando Shownu resolveu implicar com Wonho.

— Ei, ômega, ainda não encheu tudo? — todos olharam para o Son que lançava sorriso sarcástico para o Shin.

— Não, alfa. Aliás, você ainda vai comer isso? — o ômega pegou a carne do prato do alfa que bufou irritado, ocasionando a risada geral. — Parece que o jogo virou, não é mesmo?

O que os demais não perceberam era que a risada de Hyungwon foi forçada. O moreno se sentiu desconfortável com os comentários de maldosos, o alfa Son poderia dizer algo para si e ele não teria a audácia de Hoseok para responder. Decidiu que já estava satisfeito, pensou também no quanto já não era agradável aos olhos de ninguém daquela forma, não queria nem imaginar o que sofreria, principalmente na escola, caso engordasse.

— O que houve, Hyungie? — Minhyuk perguntou, vendo o Chae largar o hashis dentro do prato que estava praticamente intocado.

— Nada... já estou satisfeito. — abaixou a cabeça, sentindo o olhar de Wonho se direcionar automaticamente para si. Podiam não ser íntimos, mas sentiam como se suas almas soubessem o sofrimento que o outro passava, necessitando assim acalmar um ao outro.

— Honey, eu quero mais, posso? — pediu o Shin sem delongas.

— Claro, neném. — Jooheon sorriu para o irmão e, em seguida, olhou para Changkyun, que comia quieto.

O Lee queria a atenção do ômega para si assim como queria dar atenção a ele, mas este estava de mal humor agora, só querendo Hoseok o mimando. Ignorando os demais na mesa, o alfa concentrou e focou sua presença em Changkyun. O ômega sentiu aquilo como um solavanco, olhou para o alfa, que sorriu vitorioso, e suas bochechas coraram violentamente em decorrência do olhar que recebia do outro.

Hoseok comeu sua segunda porção rapidamente, pois todos já haviam terminado, exceto Hyungwon, este havendo largado a comida pela metade. O Shin sentiu a preocupação no olhar do platinado e fez um lembrete mental de se aproximar mais dos ômegas.

— Com licença. — Jooheon chamou naturalmente na língua local o garçom mais próximo. Este se aproximou, com um bloco eletrônico e caneta em mãos. — A conta, por favor. — o jovem rapaz começou a anotar algo no bloco, sendo observado pelo Lee.

— As contas são separadas? — o garçom indicou os demais na mesa com a caneta, estes, exceto Shownu, completamente perdidos com o que eles dois estavam falando.

— Vai tudo numa só. — o alfa tirou o cartão de crédito do bolso, já esperando que o empregado fosse pegar a máquina de passar cartão.

Enquanto efetuava o pagamento, olhou pelo canto dos olhos, focando num ponto específico. Changkyun o encarava como se estivesse hipnotizado, os olhos brilhavam e o rosto corado numa feição que definia muito bem a palavra deslumbre. Oh, isso é só por eu ter falado em outra língua?, pensou consigo mesmo, o sorriso se alargando em seus lábios. Era bom para si saber os efeitos que causava no ômega Yoo e que coisas simples como falar em outra língua eram capazes de fazer seu pequeno Puppy suspirar; Jooheon amava as sensações que causava no outro e como amava.

Na volta para o aeroporto, Wonho foi carregando Changkyun, que não dormiu, mas ficou quieto nas costas do ômega como um filhote de macaco. Todos seguiram tranquilamente o caminho até a aeronave, entraram e se acomodaram. Minhyuk e Changkyun dormiram novamente, Kihyun também adormeceu dessa vez, Hyungwon estava a ler um livro que havia levado, Wonho conversava com o Jooheon e Shownu ouvia música enquanto olhava para fora do avião como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Seria apenas mais uma hora de viagem até Hakui.

Desembarcaram no aeroporto particular da família Lee por volta das nove horas (tinham previsão para chegarem mais cedo, porém a demora para comer os atrasou) e pegaram suas bagagens enquanto Jooheon ligava para uma companhia de táxi local. Os carros chegaram dentro de cinco minutos, e guardaram suas malas no bagageiro dos veículos, indo Kihyun, Minhyuk e Hyungwon em um e Shownu, Jooheon, Wonho e Changkyun em outro. Ambos os táxis seguiram juntos pela rodovia, num dos carros estava num extremo silêncio e noutro, uma bagunça de vozes.

O táxi que ia na frente, onde Jooheon e os outros estavam, estacionou em frente à mansão de praia (pequena se comparada a mansão dos Lee em Nova Seul, mas igualmente luxuosa), e todos desceram ali. Alguns queixos caídos foram inevitáveis quando Jooheon abriu a porta, revelando o interior planejado com talvez os móveis mais caros que já tinham visto, dando aquele ar de poder e riqueza. O alfa ruivo pediu que o seguissem até o andar superior, onde os quartos (todos sendo suítes para somente uma pessoa) que os demais e ele ficariam. Mostrando os cômodos, acompanhou cada um deles, exceto, claro, Hyunwoo (que já sabe onde fica seu quarto), até seus quartos.

— Esse é o teu quarto, neném. — Jooheon abriu a porta e deu passagem para o mais velho. — Eu vou deixar você se acomodar aí. Meu quarto é aqui do lado. — apontou a porta a direita e entrou, deixando o irmão sozinho.

Hoseok adentrou o cômodo com o queixo caído. Não estava acostumado a toda aquela luxuosidade, ainda estava sendo difícil acreditar que essa seria a sua realidade por duas semanas. Pegou a mala que havia esquecido no corredor e a trouxe para dentro, analisando sua acomodação. A combinação de tons claros dos móveis e decoração, tal como a organização, o faziam lembrar um quarto de hotel: a cama solteirão era deveras macia, havia uma poltrona no lado esquerdo dela e um criado, no direito, e estava disposta a frente da estante moderna que ocupava o espaço de uma parede junto ao guarda roupa, todo o ambiente sendo iluminado pela grande janela de correr. Céus, olhar janela a fora o fazia se sentir no paraíso, aquela paisagem paradisíaca deixava sua atenção presa nela numa espécie de hipnose. Após ficar devaneando sobre diversas coisas por longos minutos, jogou a bagagem encima da poltrona reclinável e colocou a mochila no chão ao lado dela, no intuito de tirar suas coisas e guardá-las no guarda roupa.

Bem, só pretendia.

O loiro girou o pescoço ao ouvir o barulho da porta sendo aberta e olhou por cima do ombro, encontrando o Yoo mais novo escorado no batente.

— Fala logo. — Hoseok falou assim que viu o pequeno entrar no quarto com um sorriso enorme.

— Ai, hyung! — Changkyun soltou um suspiro apaixonado e se jogou na cama do Shin, agarrando-se num dos travesseiros que ali havia. — Você viu aquilo? O Honey hyung fica tão lindo falando japonês!

— Você entendeu alguma coisa do que ele disse pelo menos? — questionou, segurando o riso. A cara apaixonada do Yoo mais novo era muito engraçada.

— Pff, claro que não! Meus appas são fluentes em inglês, então óbvio que o hyung e eu também somos. A única coisa que sei de japonês é o que vejo nos animes. — declarou sem se envergonhar com tal fato. — Mas mesmo assim! — apertou a almofada nos braços, fazendo uma expressão sôfrega que gerou uma risada por parte do outro ômega. — O jeito que ele falava... ah, hyung, chega me dá um negocinho! — afundou o rosto no travesseiro para abafar o ronronado involuntário, sentindo o rosto esquentar.

— Ei, te controla! — Wonho segurou o mais novo pelos ombros, mas ele não tirou a cara da almofada. A risada não parava por um segundo, ainda mais ao ver Changkyun corado até as orelhas, divertindo-se com o estado dele ao falar do ruivo. — Você tem sorte que o Honey não tá aqui agora. Se bem que ele iria adorar te ver desse jeito, não duvido.

O pequeno ômega levantou um pouco a cabeça, de modo que apenas seus olhos ficassem visíveis. Naquela posição, ficou encarando o loiro. Estava um tanto encabulado com o que estava para dizer que sequer conseguiu tirar a cara da almofada, mas achava que deveria contá-lo a respeito disso, o Shin era irmão mais velho de Jooheon de uma forma ou de outra.

— Sabe, Seok hyung, — o sorriso ficou oculto embora ele também estivesse estampado nos seus olhos. — eu gosto do Honey hyung.

— Eu sei. — declarou simplista.

Mais do que só um amigo. — especificou, lançando um olhar sugestivo.

— Tá, eu já sabia disso. Faz tempo por sinal. Você não sabe disfarçar. — “e nem ele”, só pensou em concluir a frase desse jeito, mas achou melhor não. Deixaria que eles dois dissessem um ao outro que se gostam. Porém, isso não quer dizer que não deixaria de importuná-lo e encabulá-lo em razão disso.

— É sério? — Hoseok assentiu. — Faz tempo tipo quanto?

— Desde o primeiro dia que se conheceram. — revelou sem rodeios. Bom, talvez não suspeitasse disso quando os dois se viram pela primeira vez, ainda sim sua intuição já começava a falar no dia seguinte. — Seus olhinhos brilharam tanto que a primeira coisa que pensei foi “O meu bebê enfim virou um rapazinho”. — riu da cara abismada do outro.

— Eu não sou bebê, hyung. — tufou as bochechas, levemente irritado.

— É sim, é meu bebezinho. — apertou as bochechas dele, acabou formando um biquinho nos lábios de Changkyun. — E então?

— Então o que?

— Não é pra mim que tem que falar isso, Kkukkung.

— Eu sei, hyung, mas — passou a brincar com a almofada. — sei lá. — suspirou. — Eu não sei como chegar nele. E ainda tem o Kihyun hyung. — franziu as sobrancelhas.

— O Ki não tem nada a ver com isso. — Changkyun o olhou ao proferir tais palavras. — Ele não pode ficar bancando o super protetor pra sempre, uma hora ou outra você ia gostar de alguém. Aquele cabeçudo achava que você ia gostar de uma menina da sua sala, ele não esperava que ia ser um garoto, muito menos que fosse alfa. Mas ele também não esperava se apaixonar por um- dois ômegas. — corrigiu-se, dando de ombros. — Se bem que ele faria a mesma coisa se fosse um alfa, beta ou ômega, independente se fosse garoto ou garota; você é o precioso dongsaeng dele afinal. É melhor que seja o Honey e não qualquer um por aí porque, sem querer gabá-lo, mas já o gabando, não existe pessoa melhor pro meu Kkukkung que não seja meu querido dongsaeng. — fez o pequeno ômega rir com sua frase. — Posso conversar com o Ki se achar que isso vai ajudar, mas acho melhor você mesmo falar com ele.

— Ok. — Changkyun meneou a cabeça, sugando inferior para dentro da boca numa atitude nervosa. — Pode falar comigo? O hyung sempre pensa melhor quando você grita com ele. — foi a vez de Hoseok rir, concordando com o pedido.

— Só me prometa uma coisa. — o mais novo se aproximou, curioso. — Se o Ki disser sim, vocês namoram; se disser não, vocês namoram mesmo assim. Já tem a minha benção de qualquer forma. — riu soprado, sentindo-se uma verdadeira omma dando conselhos para seu filhote. — Agora, sendo sério: o Ki não manda em que você namora ou não; por mais que se irrite com Honey, já que meu irmão vive implicando com ele, e tenha ciúmes de ti por ser teu hyung, ele vai aceitar aos poucos. — o menor assentiu a cada palavra dita, claramente interessado em ouvir sua opinião.

— E como eu chego nele? — perguntou agora se referindo a Jooheon, desviando o olhar ao passo que suas bochechas coravam.

— Por mais que eu quisesse que vocês já ficassem juntos, acho melhor você não falar nada por enquanto. — falou pensativo. — O aniversário dele é uns dias depois que chegarmos de viagem... — um sorriso surgiu no rosto do Shin. — Ele disse que os tios — o loiro sentia que já tinha intimidade o suficiente com os pais de seu dongsaeng para chamá-los assim. — vão fazer uma festa pra ele, né? — o ômega Yoo concordou com a retorica. — O Honey é de uma família poderosa, com certeza tem de tudo.

— Eu queria dar um presente legal pra ele, mas depois do que você disse... — Changkyun suspirou triste.

— Não, não, não. Não desanima, Kkukkung. — afagou a cabeça do outro. — Eu vou te sugerir uma coisa. — aproximou a boca do ouvido do menor para sussurrar: — No meio da festa, chama ele pra um lugar mais afastado e diz que vai dar o presente, só que você não vai levar pacote nem nada. Então, quando estiverem sozinhos, você se declara e beija ele. — segurou a risada ao ver o rosto do Yoo explodir em vermelho. — Com certeza, vai ser o melhor presente que ele vai ganhar, ainda mais por ser teu.

— Eu vou fazer isso. — falou, decidido. Em seguida, um tanto receoso, encarou o mais velho. — Seok hyung, você e o Honey hyung são apenas irmãos e nada mais, né?

— Sim.

— Então, por que tô sentindo o cheiro dele em ti?

Wonho congelou ao ouvir a pergunta. Droga, como havia se esquecido disso? É claro que o cheiro do Lee ficou em si, estava atracado nele quando acordou! Como explicaria isso a Changkyun? O menor não pode saber de seus problemas, era novo demais descobrir o que se passava em sua casa, já bastava o trabalho que dava a Kihyun, e, agora, Jooheon, por ser ajudado a carregar seu fardo. Não queria assombrar seu pequeno Kkukkung com seus fantasmas, ele era inocente demais, e preferia que continuasse assim a fazê-lo lhe olhar com diferentes olhos.

— É que... — a voz do Shin veio hesitante. — A gente tava conversando e eu acabei lembrando da minha omma, sabe? — diferente das outras vezes, contou a verdade, apenas ocultando alguns detalhes cruciais. — Eu chorei e ele ficou lá comigo, me consolando, então acabamos dormindo juntos. — o Yoo soltou um suspiro aliviado após ouvir o que disse. — Achou que tivesse acontecido alguma coisa? Isso tudo é ciúmes? — brincou para quebrar aquele clima.

— Q-que? N-não, hyung! — o mais novo falou, abanando as mãos de maneira afobada. — Você e o Honey não tem como acontecer. — soltou uma risada nervosa. — Não é? — questionou quase em desespero, provocando o riso do outro.

— Eu não sou uma ameaça, relaxa. — levantou as mãos em forma de rendição. — Posso arrumar minhas coisas agora?

— Sim. Eu também vou arrumar as minhas. — abraçou o mais velho, levantando-se da cama em seguida. — Até depois, hyung! — e saiu porta a fora.

— Francamente... — riu sozinho, tratando de abrir suas malas.

Aquele dia foi dedicado ao ócio.

A letargia abateu todos os sete depois do almoço, a maior parte deles foi dormir após desfazerem suas malas, outros nem chegaram a terminar e logo se jogaram na cama. Quando acordaram, eles se reuniram na cozinha e fizeram várias besteiras com os mantimentos disponíveis na geladeira, indo para sala de jogos depois disso. O único que não se fazia presente no momento era Hyunwoo que havia saído logo que acordou.

No longo e confortável sofá em L, Kihyun e Jooheon estavam vidrados na televisão, os dedos apertavam furiosamente os botões do controle do vídeo game, pareciam controlar até mesmo a respiração pois o menor deslize significava a vitória do adversário. Hoseok parou de perturbar Changkyun um pouco e agora estava descansando com a cabeça nas pernas do menor, recebendo cafuné do mesmo. Hyungwon estava nessa mesma condição com Minhyuk, o platinado praticamente cochilava enquanto sentia o outro acariciar suas madeixas; vez ou outra, os dois observavam o modo concentrado do Yoo mais velho jogando contra o alfa Lee, atentos para toda e qualquer expressão do alfa. Aquele olhar sério, mesmo não sendo direcionado para os dois ômegas, despertava as mais diversas sensações neles.

— Ah, vocês estão aqui. — todos, exceto os alfas, olharam em direção a porta. Shownu adentrou a sala e caminhou até a TV, puxando a tomada dela como se não fosse nada demais. — Agora sim, tenho a atenção de todos.

— Por que você fez isso?! — Kihyun e Jooheon rosnaram juntos. — Eu tava quase ganhando! — eles se encararam mortalmente. Os outros podiam jurar que haviam visto raios saindo dos olhos deles e se chocando. — Eu é que tava ganhando!

— Sosseguem, vocês dois. — o Son revirou os olhos. — Nós viemos pra cá pra sair e não pra ficar mofando dentro de casa.

— Então, o que sugere, alfa? — o Shin, ainda aproveitando de olhos fechados o carinho que recebia, perguntou.

— Simples, ômega: enquanto vocês tavam aí vegetando, eu saí pra olhar os arredores. Tem uma casa noturna um pouco longe daqui, mas é bem legal.

Agora, de fato, todos estavam olhando para Hyunwoo. 

— São seis e meia. Não sei vocês, mas eu vou me divertir. — o alfa falou, seguindo para seu quarto. — Quem quiser ir é só se arrumar que eu vou sair às oito. — anunciou antes de sair da sala.

Todos que estavam na sala se entreolharam e riram.

Afinal de contas, o Son tinha toda razão.

 

(...)

 

Eram oito em ponto e, conforme o combinado, os alfas Son e Lee já esperavam os demais na sala de estar. Shownu estava pronto com sua calça jeans escura e sua camisa preta de mangas compridas, algo simples, mas que caía muito bem ao alfa. Jooheon, ao lado do Son no sofá, trajava uma camisa social branca de longas mangas impecavelmente alinhada a calça de couro que quebrava pouca coisa da formalidade do ruivo. Tal formalidade foi quebrada pelo Shin que logo se juntou aos amigos, usando uma calça jeans surrada, uma camiseta branca e uma jaqueta jeans por cima; o ômega se aproximou do irmão e puxou a camisa dele de dentro da calça.

— Não rosna pra mim e não usa isso tão formal. A gente vai sair pra uma boate e não pra uma reunião de trabalho. — disse o loiro, abrindo um botão da camisa do menor e bagunçando levemente seu cabelo.

Minhyuk e Hyungwon se juntaram a eles na sala, ambos de preto da cabeça aos pés. O Chae usava uma calça jeans com muitos rasgos e uma camisa de mangas compridas e bem larga, a ponto de deixar apenas a ponta de seus dedos a mostra, como também o pescoço e a clavícula. O platinado usava uma calça como a do amigo, mas sem rasgos, e usava uma camisa de tecido fino, esvoaçante e levemente transparente.

Os irmãos Yoo apareceram por último. Changkyun vestia uma camisa de mangas compridas branca e uma calça de couro que fez Jooheon prender a respiração. Kihyun usava uma simples camisa branca com uma jaqueta em tom terracota sobrepondo-a e uma calça de mesmo tom. O alfa Yoo parou por um momento para analisar Hyungwon e Minhyuk, ambos estavam lindos ao seu ver, tanto que não conseguia tirar os olhos deles.

— Para de babar. — o alfa Son provocou enquanto passava do lado do Yoo para seguir até a porta da casa. Kihyun rosnou forte, Shownu já estava o irritando há tempos. — Parabéns, Yoo. — Hyunwoo, de braços cruzados, apontou para trás de Kihyun.

Kihyun se virou rapidamente, arrependendo-se de ter sido precipitado ao rosnar tão alto. Não havia sido apenas o rosnar do alfa que os assustou, mas também o fato de ele expandir sua presença, em claro sinal de ódio pelo Son, acabando por atingir os ômegas com aquilo. Hyungwon se estava encolhido atrás de Minhyuk, este lhe olhando surpreso. Changkyun estava agarrado a Hoseok que segurava sem perceber a mão de Jooheon em busca de proteção e forças, pois não queria se encolher com medo daquilo. Notar isto acabou deixando Shownu um pouco irritado e querendo por fim naquele clima. A conversa do Lee com o Shin se reproduziu automaticamente em sua cabeça e logo o instinto de proteção o abateu como um soco no estômago.

— Vamos logo antes que eu ache que foi má ideia chamar vocês. — o mais velho dos alfas disse, saindo e passando a mãos nos cabelos em um ato de frustração.

— Me desculpem. — Kihyun se dirigiu a todos, o coração apertado por sentir que principalmente Hyungwon e Changkyun ficaram com medo de si.

— Tudo bem. — Minhyuk tratou de puxar Hyungwon pela mão para fora da casa, juntando-se a Shownu na beira da calçada. Estava chateado com o alfa, ficar com raiva de Shownu tudo bem, mas fazer aquilo e deixar o Chae assustado o deixou muito irritado.

— Kyunnie, tá tudo bem. — sussurrou Hoseok a Changkyun que não frouxava o aperto ao redor de si.

— Vem comigo, Puppy. — Jooheon chamou o ômega e o pôs em suas costas, percebendo o quanto o mesmo adorava ser carregado. — Vamos esperar lá fora. — anunciou, saindo da casa.

— O que foi isso? — Wonho ostentava a cara mais irritada do mundo. Kihyun suspirou. — Suspirar não é resposta.

— Eu não sei. Desculpe, hyung. — o alfa baixou a cabeça, esperando que o outro brigar consigo, mas sentiu ser envolvido em um abraço.

— Olha, tudo bem. Sério mesmo, você se irritou e com motivo. Shownu é insuportável, mas tome cuidado para evitar que o que aconteceu agora se repita. — Hoseok era pura calmaria ao dizer aquelas palavras. Kihyun envolveu sua cintura, retribuindo o abraço.

— Não me controlei. Me desculpe, eu sei o quanto isso te afeta. — referiu-se a presença forte dos alfas e os rosnados, o loiro odiava aquilo. Não era bem um ódio e, sim, um trauma. Só faltava ter usado a voz de comando, aí sim o mais velho nunca mais olharia na sua cara.

— Tudo bem. — o Shin sorriu para o amigo. — Obrigado. — interrompeu o alfa antes que ele formulasse a pergunta. — Não pergunte o porquê. Afinal de contas, você sabe muito bem. Eu te amo, Ki. Agora, vamos nos divertir esquecer isso, sim? — Kihyun concordou com um movimento de cabeça.

Ambos saíram da casa, sendo Hoseok que tranca a porta. Os dois caminharam calmamente, encontrando Jooheon a sua espera.

— Pensei que não vinham mais. — Jooheon segurava porta de um táxi. — Shownu foi na frente com os ômegas. Não ia dar todo mundo num táxi. — o Yoo sentiu-se levemente incomodado por saber que o irmão e os amigos ômegas estavam no mesmo carro que Shownu. O ciúme estava falando alto até demais para si naquele dia. — Agora vamos. — o Lee entrou e sentou no baco do passageiro, sendo seguido por Kihyun e Wonho que sentaram nos de trás, e seguiram para a tal casa noturna.

O trajeto para a boate foi preenchido por uma conversava amena entre os três. Kihyun dialogava um tanto perdido, a cabeça vagando no acontecido de minutos atrás, mas ele se esforçava bastante para não pensar nisso naquele instante e se martirizar como já estava fazendo. Precisava pedir a Hyungwon e principalmente a seu dongsaeng, sabia disso, então decidiu que faria aquilo assim que chegasse lá. O veículo estacionou no local indicado, e os três adentram.

A música era ensurdecedora, o que fazia todos terem que falar praticamente gritando em seus ouvidos. Os corpos se esfregando na pista de dança era o que chamava a atenção de Wonho, ele queria dançar, amava isso e não fazia normalmente por não ter dinheiro para entrar em alguma academia. Jooheon, vindo com os outros dois logo atrás, avistou Shownu, indo de encontro a ele.

— Onde estão os ômegas? — o ruivo falou no ouvido do alfa mais velho enquanto vasculhava o lugar com os olhos. O cheiro forte de bebida e das diversas pessoas ali naquela noite estavam confundindo os sentidos do Lee e isso o irritava, não sendo acostumado a sair para lugares como aquele.

— Calma. Os ômegas de Kihyun estão ali. — apontou para o bar, onde os dois estavam conversando animadamente, mas sabia que Jooheon queria mesmo era saber onde estava Changkyun. — E o teu, bem ali. — apontou o ômega em meio aquele aglomerado de corpos se esfregando.

Um incômodo enorme se fez presente em Jooheon e, ironicamente, Changkyun olhou em sua direção no momento em que sentiu aquilo, era como se estivessem ligados um ao outro. O ômega caminhou por entre a multidão, no intuito de se aproximar do ruivo, mas o irmão fechou seu caminho com a maior cara de cachorro sem dono.

— Posso falar com você? — o Yoo mais velho perguntou, recebendo um olhar temeroso do irmão.

— Pode... — respondeu, baixando a cabeça e seguindo irmão para um lugar relativamente mais sossegado, sentando numa mesa junto a ele.

— Me desculpe pelo que aconteceu. Fui precipitado, eu sei, e eu não soube controlar a raiva. — tentou se explicar, o que ocasionou uma risada por parte de seu irmão. — Do que está rindo?

— De você, hyung. Tá tudo bem, eu só me assustei e muito, fiquei com medo também. Nunca tinha sentido tua presença tão forte daquele jeito, mas eu sei que foi em tua defesa. — o mais velho sentiu um peso sair de suas costas ao ver o sorriso do irmão. — Mas, olha, não faça isso de novo, por favor. — pediu, fazendo um bico que Kihyun apertou entre os dedos. — Hyung, eu sou teu irmão e acho que tudo bem realmente, mas o Minnie ficou realmente chateado porque o Wonnie ficou com muito medo. Não entendi o motivo, mas sério, ele tava tremendo e o Shownu disse que o cheiro de medo nele estava forte. — Kihyun engoliu em seco ao passo que viu o menor bebericar uma bebida cor de rosa.

— Ei, ei, ei! Pode parar! — puxou o copo da mão do ômega. — Nada disso. Você não tem idade pra beber e, se os appas descobrirem, não quero nem imaginar eles chamando a segurança nacional aqui pra destruir esse lugar. — os irmãos riram.

Kihyun afagou os cabelos de seu dongsaeng e se afastando, procurando Hyungwon e Minhyuk. Seus olhos correram atentos pelos rostos daquela multidão, encontrando-os um pouco mais ao longe, sentados num dos bancos do bar. Forçou passagem por entre as pessoas, a imagem dos dois se tornando cada vez mais próxima. Ao sair daquele aglomerado, deu de cara com o Lee que parecia alterado, gesticulando e rindo muito, e o Chae, apenas o observando com verdadeira adoração no olhar. Oh, isso deixava o alfa muito feliz, praticamente fazia-o sorrir como um idiota.

— Desculpa, posso falar com vocês? — disse, tentando sobrepor a voz sobre a música. Minhyuk lhe olhou feio ao notar sua presença.

— Pode sim. — Hyungwon respondeu após algum tempo.

O alfa sentou ao lado do platinado. O ômega se afastou de imediato, sua atitude fazendo o lobo de Kihyun urrar sofrido internamente.

— Eu queria pedir desculpas sobre o que aconteceu. Foi falta de autocontrole de minha parte. Eu nem tenho o que dizer, só queria pedir desculpas. — Kihyun baixou a cabeça, sentindo que aquelas meras desculpas não eram o suficiente para que fosse perdoado.

O alfa passou a encarar os próprios pés, esperando preparado para qualquer tipo de resposta que pudesse receber. Inesperadamente, braços estavam ao redor de seu corpo que era apertado naquele enlaço. Levantou a cabeça, atônito, e surpreendeu-se por notar o rosto de Hyungwon tão perto do seu. O choque se esvaiu ao encontrar Minhyuk atrás dele, o platinado segurava os pulsos do mais novo, fazendo-o abraçá-lo.

— Desculpe por isso. — o moreno murmurou constrangido, saindo do abraço. — O Min é fraco pra bebida, mas ele adora e eu não posso fazer nada. — explicou a situação, procurando por Minhyuk que agora estava no meio da pista dançando como louco com o copo na mão. Hyungwon riu do amigo e sentou para observá-lo se divertindo.

— Ele parece bem, mas você, não. E eu sei que é culpa minha.

— Kihyun, às vezes, não é culpa de ninguém, entende? — Hyungwon se virou para olhar nos olhos do alfa que o encarou intrigado com a declaração. A troca de olhares foi cortada por Minhyuk que puxou a ambos para a pista consigo, estes indo sem pestanejar e com um sorriso no rosto.

Parece que as coisas finalmente voltaram a funcionar.

Jooheon fazia companhia a Changkyun desde que o irmão do mesmo havia se afastado. Os dois estavam conversando normalmente, isso até o ômega começar a se animar demais. Copos vazios estavam espalhados pela mesa, todos bebidos pelo menor. O Yoo não para de tomar uma bebida cor de rosa com cheiro enjoativo para o alfa, tomando um copo e atrás do outro.

— Honey, vamos dançar, sim? — pediu enquanto se levantava, isso sem largar o copo, claro.

— Não sei dançar, Puppy. — sorriu e deslizou os dedos pelo rosto do ômega. Viu ele fechar os olhos momentaneamente, aproveitando o carinho.

— Mas eu quero dançar, hyung. — a língua enrolou ao falar, em um claro sinal de teor alcoólico estar bem alto em seu corpo.

Puxou Jooheon pelo braço e logo estavam na pista. Aquele momento não durou muito, o mais novo bebeu mais três copos seguidos do líquido rosado e, quando ia entornar o quarto já pela metade, sentiu o reboliço no estômago. O Yoo correu para perto do bar novamente, com o ruivo sempre na sua cola. Não deu tempo de correr para o banheiro, o ômega vomitou ali mesmo e Jooheon estava realmente preocupado agora, sabendo que o Yoo mais novo havia batido seu limite. Tratou de procurar o irmão dele entre as pessoas, mas este parecia igualmente ocupado com um caso bem pior. Minhyuk estava no mínimo louco, querendo beber mais e mais e dando trabalho a Hyungwon e Kihyun que o impediam de fazer alguma besteira a cada segundo. O platinado já não falava mais coisa com coisa, os dois tentavam a todo custo fazê-lo sentar, ambos já fartos daquela noite. O moreno então viu que Jooheon acenava em sua direção e entendeu a mensagem.

— Kihyun, o Jooheon tá chamando. Vamos. — seguraram o platinado já andava cambaleando e seguiram para fora da boate escutando as reclamações de Minhyuk.

— Vamos logo, essa noite já deu. — Jooheon chamou um táxi e todos entram.

Jooheon ocupou o banco da frente e colocou Changkyun, tendo de, obviamente, ouvir o ataque de ciúmes do Yoo mais velho antes de entrarem no carro. Minhyuk ia entre Kihyun e Hyungwon, reclamando a todo instante por sido tirado da boate ou sobre alguma coisa aleatória.

— Vocês são uns “indiotas”. — disse erroneamente.

— “Indiotas”? — provocou o alfa Yoo.

— Hyunginie, ele tá zombando de mim. — se virou para o amigo com um bico choroso no rosto, fazendo o mesmo rir. — Para de rir! — falou meio esganiçado.

Ignorando a confusão no bando de trás, o alfa Lee lutava para manter-se são. Ter Changkyun em seu colo era incrível, mas ao mesmo tempo era pedir para perder o autocontrole. O menor, vez ou outra, se aconchegava mais a si, os movimentos obrigavam o ruivo a respirar fundo pois nádegas do Yoo friccionavam contra seu membro no ato. Não ouse pensar nessas coisas agora, repreendeu-se mentalmente ainda sentindo o outro se mexer em suas pernas.

Quando o táxi estacionou em frente a mansão, os três no banco traseiro saíram na frente e deixaram os outros dois atrás. Hyungwon e Kihyun estavam cada um com um braço de Minhyuk em volta de seus pescoços. Carregá-lo estava sendo um pouco complicado, a diferença de altura entre eles atrapalhava um pouco, mas conseguiram se adaptar à medida que andavam pela casa. O platinado já não estava mais tão agitado quanto antes embora continuasse a falar coisas sem sentindo, vez ou outra tentando se jogar e quase fazendo todos ali cair. Ficava alternando entre cochichar contra o ouvido de Hyungwon e o de Kihyun, sem de fato saber (até porque não estava em condições para notar isso no momento) o efeito que ação causava sobre os dois.

Foi uma luta para fazer o Lee subir a escada, ele se recusava a fazer isso e dava mil e uma razões para sua pirraça, todas invalidas nas visões do Yoo e do Chae. Bastou um pouco de papo por parte dos dois para conseguirem amansar a fera e enfim irem para o segundo andar. O ômega mais velho se entreteve cantarolando uma música qualquer enquanto o alfa abria a porta do quarto com uma dificuldade mínima já que o platinado insistia em jogar quase todo o peso para seu lado, como se não quisesse que o moreno se esforçasse muito.

— O teu cheiro é tão bom, Hyunginie. — Minhyuk deslizou o nariz pelo pescoço do moreno, deixando-o todo arrepiado. — E o do Kihyunie também. — virou o rosto, repetindo o ato com o outro. — Sente também, Hyunginie. — puxou o mais alto, tentando aproximar o rosto dele do pescoço de Kihyun.

— M-Min, para. — Hyungwon pediu constrangido, tentando aumentar a distância entre ele e o alfa. Só a ideia de ser “forçado” a imitar as ações do mais velho, de inalar o perfume natural do Yoo mais velho como ele estava inalando, fazia seu rosto esquentar.

— Hyungie, — o Lee largou Kihyun e se agarrou em Hyungwon. — eu não tô bem.

— Hyung, o que- — o Chae ficou sem ação quando o platinado vomitou em si.

— Deuses! — o Yoo exclamou, colocando a mão no rosto. — Hyunginie, você tá bem?

O ômega pensou em rir diante da pergunta idiota feita pelo outro. Ele, porém, acabou sentindo um súbito reboliço no estomago ao ouvir o apelido soar na voz de Kihyun, assim como o disparar de seu coração. Esse não era o momento para aquilo, aliás sequer havia motivo para isso; a única preocupação agora deveria ser o amigo passando mal e não ficar tentando acalmar o turbilhão que se fez presente dentro de si.

Por que eu me sinto estranho quando ele me chama de Hyunginie?

Era como se...

Tivesse o mesmo efeito de quando Minhyuk o chamava desse jeito.

Contudo, aquilo era somente coisa da sua cabeça.

Não era?

— Me ajuda a levar ele pro banheiro. — falou de uma vez, querendo ser esquivar tanto do olhar preocupado do alfa quanto das sensações diferentes que irromperam em seu interior.

Kihyun assentiu e voltou a puxar um dos braços de Minhyuk, colocando-o ao redor de seu pescoço. Desviou da poça de vômito e ajudou carregar o platinado até o banheiro. Nauseado, o Lee se desvencilhou deles assim que passaram pela porta, ficou de joelhos em frente ao sanitário e levantou a tampa, voltando a vomitar ali. Hyungwon se aproximou do mais velho por trás, segurando-o pela testa para evitar que se batesse e esfregando as costas dele. Viu o amigo ficar naquela condição por alguns poucos e torturantes minutos e, assim que percebeu que ele não tinha mais nada para jogar fora, o colocou escorado na parede.

— Hyungie... — Minhyuk chamou de olhos fechados. O peito subia e descia com a respiração um pouco pesada, o corpo inteiro suava em decorrência do vômito.

— Tá tudo bem, hyung. Eu tô aqui. — afastou os fios da franja que grudavam na testa dele. Olhou por cima do ombro, encontrando o alfa que aparentava estar inquieto para ajudar. — Pode ir, Kihyun. Eu cuido do resto.

— O que? Não! — o Yoo não podia ser enxotado daquela maneira, estava morto de preocupação! E se acontecesse algo quando fosse embora? Era a única coisa que se passava em sua mente. — Eu tenho que te ajudar.

— Eu vou dar banho no Min hyung, então... — deixou a frase pairando no ar, esperando que o outro compreendesse.

Kihyun alternou o olhar entre os ômegas, ponderando se realmente deveria sair dali. Estava muito aflito para deixá-los sozinhos apesar de confiar em Hyungwon para cuidar do outro. Quando o Chae o encarou, foi impossível não ceder a aquela tempestade nos olhos castanhos escuros do menor; era como se lhe dissesse que ficaria tudo bem, que estava tudo sob controle.

— Ok... — concordou a contragosto em voz alta antes de dar as costas e sair.

Hyungwon suspirou, tratando de tirar sua camisa suja e depois levantar o mais velho. Ajudou-o a lavar a boca com toda calma e paciência do mundo. O Lee não conseguia se manter em pé por muito tempo, então pediu para que se apoiasse em algum lugar enquanto tirava suas roupas. Peça caindo atrás de peça, logo Minhyuk estava apenas de cueca na sua frente, a boxer vermelha contrastando na pele alva do ômega. O mais novo engoliu em seco, repreendendo-se com severas mordidas nos lábios já que falar que não contemplaria o amigo seminu era mais fácil do que fazer.

Balançou a cabeça para afastar os pensamentos inadequados que estava tendo, trazendo Minhyuk para baixo do chuveiro. Ele soltou um gemido assustado quando sentiu a água fria caindo sobre sua cabeça, mas não reclamou ou se esquivou. Tomando cuidado para não se molhar, o Chae pegou o sabão e o deslizou pelo corpo do ômega, lavando-o por inteiro. O outro soltava um suspiro vez ou outra enquanto fazia isso, encarando-o de uma forma tão intensa que o deixava corado. O platinado mexeu o registro atrás de si, aumentando o fluxo da água, e segurou o pulso do mais novo, puxando-o para baixo do chuveiro. Hyungwon soltou um gritinho surpreso e tentou se afastar, porém Minhyuk não deixava que se movesse. Os corpos estavam colados um no outro, a boca do Lee provando a pele exposta do pescoço do Chae, as mãos dele deslizando e arranhando suas costas com as unhas curtas.

— M-Min... — foi um impossível conter aquele gemido. Ofegou alto, o outro movia a coxa entre suas pernas, não demoraria muito para estar duro. — N-não, você tá bêbado. Não sabe o que tá- — os lábios dele o calaram. Ele não recusou aquela carícia, mas tinha consciência que precisava fazer algo antes que as coisas ficassem fora de controle.

A língua de Minhyuk deslizou entre seus lábios, e ele os entreabriu, concedendo-lhe espaço. O músculo adentrou no mesmo instante, explorando cada canto com extrema necessidade. E quando as línguas se encontraram, ah... Hyungwon já nem ligava mais para o fato de estar todo molhado, precisava sentir aquilo, aprofundar e perdurar o osculo o quanto conseguisse. As cabeças se moviam de acordo com o ritmo do beijo, ora mais eufórico ora mais calmo. O moreno, que segurava os fios descoloridos da nuca do platinado, conseguiu se afastar e permaneceu somente com as testas coladas, sentindo a água passar por seus corpos.

— Min, por favor, vamos acabar logo isso. Kihyun já deve estar voltando e a gente ainda tá aqui. — disse a contragosto. Mesmo tendo proferido estas palavras, sua vontade era outra.

Acabou de banhar o platinado que, por incrível que pareça, permaneceu calado e submisso ao que Hyungwon fazia. O Chae suspirou, pegando uma das toalhas dispostas sobre a bancada da pia. Engoliu em seco incontáveis vezes e segurou a cueca pelo cós, abaixando a boxer do outro o mais rápido que sua mente conturbada por pensamentos pode permiti-lo, a vergonha fazendo-se presente em seu rosto extremamente ruborizado. Enxugou cada pedacinho do corpo do amigo e, uma vez seco, o enrolou num roupão que estava pendurado atrás da porta. Esfregou a toalha nas madeixas descoloridas, terminando enfim o processo.

O mais velho estava exausto e também sonolento, por isso voltou apoiá-lo em si. Minhyuk bocejava enquanto Hyungwon abria a porta do banheiro, jogando todo o peso para cima do mais novo. O Chae contornou a cintura do Lee com o outro braço, segurando-o melhor. Agora, bastava colocá-lo na cama e tudo estaria tranquilo.

Estaria...

Caso Kihyun ainda não tivesse voltado.

Os olhares do ômega e do alfa se cruzaram por um curto instante, mas mantiveram-se presos um no outro nesse breve momento. O Yoo mordeu o lábio discretamente tentando se conter, a pele pálida do moreno lhe parecia tão vulnerável, um contato mais brusco poderia deixar marcas e gostaria (céus, ele amararia) ver marcas suas ali. E o cheiro dele, ah... estava um pouco mais forte que o normal, fazendo-o suspeitar do que tenha acontecido pouco minutos antes de eles terem saído de lá. Sabia que estava o secando e sabia que o fazia descaradamente, no entanto não esperava que Hyungwon iria jogar Minhyuk em seus braços e voltar correndo para o banheiro, batendo a porta no ato.

Kihyun ficou estático por alguns segundos, processando o que havia acabado de acontecer. Ajeitou o Lee em seus braços e o colocou na cama com cuidado, seguindo em direção a porta. A mão ficou erguida em punho no ar enquanto ele ponderava sobre fazer ou não isso, mas, no final, deu duas leves batidas na madeira polida.

— Hyunginie, me desculpa. Não foi minha intenção. Eu só... — suspirou alto, encostando a testa contra a porta branca. — Quer que eu pegue uma roupa pra você? — a resposta custou a vir, mas, quando veio, foi num sussurro tão baixo que, se não tivesse a audição apurada de alfa, não ouviria. — Ok, eu vou lá pegar. — umedeceu os lábios e, antes de sair do quarto, disse: — Eu nem sei porque se preocupa tanto, você é lindo.

Hyungwon ainda estava com as costas rentes a porta quando ouviu o Yoo se retirar. O coração palpitava tão descompassado quanto sua respiração, os olhos arregalados numa expressão assustada, o rosto praticamente fervendo pelo enrubescimento. Céus, Kihyun viu seu corpo! O olhar dele foi de susto pois, claro, quem não se assustaria? Sentiu vontade de chorar, o alfa deveria estar sentindo nojo de si. As palavras que ouvia na escola vinham em sua cabeça a todo momento, tudo o que ouvia desde pequeno.

Magro demais.

Alto demais.

Estranho.

Entre tantas outras objeções que foram-lhe dirigidas.

Estava mal, mas não podia demonstrar, afinal de contas o alfa Yoo o ter visto foi apenas um infeliz acaso da vida. Iria colocar sua máscara e sair dali mesmo estando dominado pelo medo de ter seu corpo julgado outra vez (ademais por alguém especial para si), mas que provavelmente não fez aflorar os mesmos sentimentos no alfa.

“E fique sabendo que você é lindo.”

A frase de Minhyuk, no dia em que apareceu debilitado na casa dele, surgiu de repente em sua cabeça.

“Eu nem sei porque se preocupa tanto, você é lindo.”

Logo a de Kihyun também se fez presente.

E, então, o inesperado aconteceu.

“Você é lindo.”

Ambas as vozes, a do alfa e a do ômega, proferiram juntas aquela afirmação em seus pensamentos. As palavras soaram repetidas vezes em sua mente, mescladas de formas melódica e agradável. Suas mãos esfregaram o rosto, onde a sombra de um sorriso adornava seus lábios.

— Que besteira. — disse para si mesmo, fechando os olhos. Uma lágrima escorreu solitária por seu rosto. — Isso é impossível. Não tem como eles dois me acharem bonito.

— Hyunginie?

O alfa não podia vê-lo, mas sabia que deve ter se sobressaltado. Mordia os lábios inconscientemente, agoniado por ouvir o ômega falar aquilo. Dava para sentir toda a tristeza carregada naquelas palavras e machucava saber o Hyungwon achava de si mesmo. Ele precisava tirar aquele tipo de pensamento na cabeça dele, e o primeiro passo para isso era ganhar sua confiança.

Tirou a atenção dos próprios devaneios quando ouviu a porta ser entreaberta.

— Achei que não fosse gostar que eu mexesse nas tuas coisas, então peguei uma roupa da minha mala. — Kihyun passou o braço pela fresta. — Espero que não tenha problema.

— Ok... — pegou as peças ainda que receoso e voltou a fechar a porta.

Tratou de tomar um banho rápido e se trocar. Mesmo sendo mais baixo que si, a camisa branca e a calça moletom cinza que Kihyun emprestou lhe caíram muito bem. Puxou a peça pela gola, aproximou o nariz e inspirou fundo. O cheiro do Yoo mais velho... céus, a fragrância natural do alfa estava impregnada nas roupas e surpreendentemente fazia o se sentir um pouco melhor. Encarou a imagem refletida no espelho, vendo o reflexo do lixo que era, respirou fundo e seguiu para fora do banheiro.

Tinha que cuidar de Minhyuk e enfrentar Kihyun, porque para ele isso seria uma verdadeira batalha. No momento, somente queria se meter debaixo das cobertas e chorar por sua prepotência.

— Está bem? — Kihyun referiu as roupas, ocultando um sorriso que queria se formar. Desde que admitiu para si mesmo que estava apaixonado pelos dois ômegas, sua mente já começava a fantasiar certas coisas, eles vestindo suas roupas por exemplo. Estava preocupado que as peças ficassem apertadas nele, mas ficaram boas no corpo do Chae, couberam feito uma luva. Desviou o olhar em seguida, sabendo que Hyungwon não gosta disso e não querendo que o outro fique desconfortável.

— Sim. — o ômega proferiu baixo, ciente de que o mais velho ouviria apesar do tom. Caminhou até a cama e se sentou na beirada com cuidado para não acordar o platinado que, mesmo assim, abriu os olhos e o encarou com um bico choroso. — O que foi, Min? — perguntou com um sorriso no rosto e acariciou a face do amigo.

— Eu tô com frio, Hyungie. — o choramingo veio meio embolado, efeito ainda claro do álcool.

— Kihyun. — chamou o alfa que se aproximou calmamente até parar ao seu lado. — Pega uma roupa ali na mala do Min hyung. — apontou para a mala aberta e jogada num dos cantos do quarto.

O alfa vai até a mala pegando uma camisa larga que julgou confortável para o platinado e uma calça de moletom, não esquecendo de pegar a peça íntima, e entregou ao Chae. Hyungwon mordeu o lábio e corou, constrangido por ter que vestir o amigo na frente de Kihyun.

— Eu vou pegar algo para comer, você quer? — a Chae acenou positivamente com a cabeça e o alfa saiu.

O moreno agradeceu internamente já sabendo que o alfa saiu por sentir o seu desconforto. Vestiu rapidamente o amigo, pedindo ajuda dele vez ou outra, e jogou o roupão na poltrona ao lado da cama. Kihyun voltou não muito tempo depois com uma bandeja com frutas em mãos, não comeria nem daria besteiras para os ômegas.

O silêncio se instalou no cômodo.

O Yoo, que havia devolvido o roupão para o banheiro, ocupava a poltrona, observando com uma atenção que beirava devoção o Lee sendo alimentado pelo Chae. Todo aquele cuidado o fazia sorrir apesar da pontada de ciúmes que sentiu. Queria receber todo esse carinho de ambos os ômegas, assim como também necessitava cuidar deles dois, orando internamente para os deuses para que seu desejo se cumprisse o mais rápido possível.

— Deita comigo. — o platinado pediu ao moreno, esticando os braços como uma criança pedindo colo.

Hyungwon não pode evitar sorrir quando ouviu o pedido dengoso. Entretanto, por mais que quisesse atender a manha do mais velho, estava encabulado e com razão, afinal Kihyun também estava lá. Outra coisa que o deixou intrigado foi o fato do Lee ter pedido isso a ele e não ao Yoo, o alfa estava ali a tanto tempo quanto ele, tempo o suficiente Minhyuk para ter pedido ajuda dele.

— Deite com ele, Hyunginie. Qualquer coisa, estou aqui. — o alfa incentivou o maior. Queria muito poder apreciar os ômegas juntos, seu lobo choramingava apenas por ter surgido essa oportunidade.

— Você está cansado, Kihyun. Pode ir dormir, eu cuido dele. — virou-se para respondê-lo.

Minhyuk, irritado por ter sido ignorado, se levantou e agarrou o amigo pelo pescoço, puxando-o para a cama. Kihyun sorriu com a cena, acomodando-se melhor na poltrona, decidido a ficar ali.

— Calma, Min. — Hyungwon se arrumou na cama corretamente e Minhyuk se atracou nele como se fosse seu travesseiro, as pernas por cima das do Chae, abraçando fortemente sua cintura, o rosto enfiado no pescoço do mesmo, que se arrepiou com o esfregar do nariz do platinado ali, para sentir mais do perfume do amigo.

O Yoo tentava negar com todas as suas forças pois iria parecer que era um filho da puta pervertido, mas ficou meio excitado com aquilo. Por inocente que Minhyuk estivesse no momento e não houvesse como maliciar a cena, a maneira possessiva que se agarrava ao Chae era instigante até demais a ponto de fazer sua mente trabalhar sozinha, criando a fantasia do alfa deitado entre os ômegas e ambos o agarrando daquela forma, como se pertencesse a eles. Ah, como seu lobo almejava isso.

— Vai mesmo ficar aí? — o alfa saiu de seu transe ao ouvir a voz de Hyungwon, as palavras vindas em tom baixo. O mais alto estava de olhos semicerrados, começando a ceder ao sono, a cabeça apoiada na de Minhyuk que ressonava calmamente agora em seu peito, abraçando o mais velho enquanto acariciava o cabelo do mesmo.

— Sim, não se preocupe. — respondeu, mas o mais novo não sequer o ouviu, o moreno já havia se entregado ao mundo dos sonhos. — Vocês dois serão meus, eu prometo. — disse para si mesmo como uma promessa.

A quietude e o estofado confortável contribuíram para que o cansaço começasse a pesar nas pálpebras de Kihyun. Iria dormir logo, sabia disso, mas antes precisava fazer algo. Pegou o celular do bolso ao passo que levantava e se aproximava ainda da cama onde os ômegas descansavam, tirando fotos de todos os ângulos possíveis. Um sorriso ergueu seus lábios quando olhou a última foto que, na sua opinião, foi a melhor, assim definindo-a como tela de fundo do celular. Bloqueou o aparelho, devolvendo-o para o bolso e voltando para a poltrona, acabando por dormir enquanto observava seus futuros ômegas e desejando que os Deuses o dessem a benção de poder sonhar com eles naquela noite.

E talvez os Deuses gostassem muito de Kihyun.

 

Jooheon subiu as escadas sem nenhum contratempo para atrapalhá-lo, segurando firmemente as pernas de um Changkyun sonolento que estava em suas costas. O Yoo mais novo, com a cabeça tombada em seu ombro, resmungava algumas coisas desconexas, os braços envolvendo o pescoço do alfa num enlaço frouxo. A respiração dele tão próxima daquela área sensível fazia cócegas, deixando-o um pouco arrepiado.

Segurou o menor da melhor forma que pode para poder abrir a porta do quarto do mesmo. O cômodo bagunçado pelas malas ainda não totalmente desfeitas estava sendo iluminado pela luz do abajur localizado na cômoda, ocasionando uma penumbra que não era desconfortante apesar da pouca luminosidade. Caminhou até a cama solteirão e sentou o ômega ali com o maior cuidado do mundo. Pediu a ele que permanecesse assim por mais alguns instantes, tratando de ajudá-lo a tirar o casaco que usava e retirar os tênis dele. O mais novo praticamente cochilava de coluna reta enquanto fazia isso e o Lee não tirou os olhos dele em momento algum, observando-o de maneira vidrada. Uma de suas mãos se encaixou na nuca do outro e a outra, nas costas, para então deitá-lo. Ajeitou as pernas dele sobre o colchão e o cobriu com o lençol.

Suspirou, estava enfim aliviado por vê-lo seguro, ressonando de forma relaxada sobre o leito. Sua atenção voltou-se para o lado esquerdo, onde a cortina escura esvoaçava com a brisa litorânea. A noite estava relativamente fria e, mesmo que Changkyun estivesse debaixo de cobertas grossas, seria melhor que não deixasse aberta a grande janela de correr retangular.

Algo, porém, o impediu de sair do quarto após ter feito isso. Quando deus as costas para o menor, o ouviu soltar um resmungo e também o som do cobertor sendo chutado. O alfa voltou a encará-lo no segundo seguinte, encontrando o outro de olhos fechados ostentando uma expressão aborrecida.

— O que foi, Puppy? — questionou num tom ameno para não deixá-lo ainda mais irritado.

— Tá quente. Eu odeio calor. — tufou as bochechas, um biquinho formando-se em sua boca ao proferir tais palavras. — Me tira daqui! — reclamou, estendendo os braços num pedido mudo para que o carregasse.

— Ok, ok. Como quiser. — falou, aproximando-se da cama outra vez.

Uma vez com ele nos braços, saiu do cômodo. Um lugar lhe veio em mente enquanto caminhava pelos corredores e desceu as escadas novamente, rumando para a varanda. A área de lazer era extensa e bonita, em frente a ela se encontrava a piscina e mais adiante podia-se ver a praia, dando a aquele lugar um aspecto magnífico. Jooheon passou por entre algumas mesas e se aproximou de uma rede que ali havia, depositando o corpo do ômega lá.

O cabelo caiu sobre os olhos do menor quando o ajeitou. Não segurando a mão que coçava para retirar os fios negros de cima dos olhos do Yoo, agachou-se e mexeu na franja dele de modo que caísse para a lateral. Colocando as mãos nos joelhos, pegou impulso para levantar e sentou-se na cadeira mais próxima. Ficaria velando o sono do ômega, não podia cogitar deixá-lo ali sozinho em hipótese alguma.

— Honey...

O alfa se espantou ao ser chamado. Sequer percebeu quando havia cochilado, quando despertou estava com o rosto apoiado na mão em punho. Piscou algumas vezes até que de fato estivesse acordado e olhou em direção a voz.

— Algum problema, Puppy? — falou rouco.

— Tá frio agora. — o alfa supriu a vontade de suspirar. Frio ou calor, escolha um, pensou consigo mesmo. — Deita comigo.

Os olhos do Lee se arregalaram diante de uma proposta tão tentadora.

Ah, Kihyun o mataria caso aceitasse isso.

Mas o irmão do ômega não estava ali agora, não é mesmo?

Levantou-se sem hesitar e foi de encontro com o Yoo. Sentou na rede devagar, deitando ao lado dele sem fazer qualquer cerimônia. Passou o braço por baixo da cabeça do menor e este aproximou-se mais, aconchegando-se em seu peito. O cheiro dele continuava extremamente agradável apesar do odor do álcool ainda se fazer presente, podia apreciá-lo de tal maneira que, quanto mais o fizesse, mais inebriante a fragrância dele ficava para si. Céus, pensou ele, até desse jeito você me encanta?

— Honey, eu gosto de você. Gosto muito, sabia? Só não conta pro Kihyun hyung. — beijou o tórax do mais velho e voltou a deitar.

Podia ser o álcool falando por ele ou não, no entanto o alfa nunca se sentiu tão feliz por ouvir uma frase tão simples como a que o ômega disse.

— Eu também gosto muito de você. — depositou um beijo na testa do outro já que ninguém estava por perto e que o Yoo provavelmente não se lembraria de nada na manhã seguinte.

O menor não lhe respondeu mais nada, a respiração ficando cada vez mais calma contra seu peito. Jooheon começou a balançar a rede usando o pé e fez cafuné no outro, um sorriso insistente formado em seus lábios por ver a figura adorável que era Changkyun adormecido.

 

(...)

 

Wonho só quis saber de duas coisas desde que chegou ali: encher a cara e dançar.

Balançava seu corpo conforme o ritmo de cada música, os movimentos tão naturais quanto o ato de respirar. Em algum momento da noite que não sabia qual, mas julgou ser por volta das uma da manhã, procurou pelos amigos e não os encontrou, imaginando que já tivessem ido embora. Assim que avistou Shownu, resolveu continuou ali, decidindo testar seu limite alcoólico. A cada música, um copo de bebida de cor diferente; Hoseok estava fora de si, estava suando e se esfregando nas outras pessoas que estavam na pista junto consigo, as coisas ao seu redor giravam, mas ele não se importava com esse mero detalhe.

Virou mais um copo de uma vez, fazendo o famoso virote, a cara torcendo em uma expressão engraçada após sentir o álcool rapidamente subir a sua cabeça. O ômega ouviu uma de suas músicas favoritas começar a tocar, a batida contagiante de Sex Trip de Jay Park envolveu seu corpo quase que de imediato, começando uma coreografia que enfeitiçava e atraía diversos olhares para si.

Hyunwoo observava tudo de longe sentado no bar. Sabia que os amigos já haviam todos ido embora e dispôs-se a ficar ali com o ômega, pois não queria acabar com a diversão dele. Porém, o Son não esperava ver o mais novo dançando daquele modo e ele o achou muito bom. O alfa fazia aulas particulares e era apaixonado pela dança (um dos vários pontos que geravam brigas com sua mãe), então se viu capaz de julgar as habilidades do Shin. Os quadris se movimentando lenta e sensualmente faziam com que o devorasse com os olhos. Era impossível negar no momento o quanto realmente desejava o loiro. Aquele corpo bem desenhado pelos deuses; deixou-se imaginar por um instante como seriam os movimentos do Shin na cama, certamente esplendido. Sacudiu a cabeça, desfazendo-se daqueles pensamentos antes que ficasse duro ali mesmo.

Voltou a observar o ômega, estreitando os olhos ao notar dois caras se aproximando. Wonho era maior que a média dos ômegas e era muito comparado com alfa por seu porte físico, mas os dois caras que se aproximaram eram alfas, pode perceber de longe, e um pouco maiores do que ele. Hoseok não parou com sua dança em nenhum momento, apenas quando um dos alfas o encoxou por trás. Cessou os movimentos e se virou, irritado, deixando um soco bem no olho do homem. O outro caiu no chão com o impacto e o susto ao passo que Hoseok cambaleou e praguejou-se por ter bebido tanto. A raiva estava o consumindo, e sentiu alguém o segurar por trás. O medo se instalou em um segundo ao lembrar-se de seu responsável, e foi como levar um soco no estômago.

Contudo, logo estava livre novamente. Olhou para trás, dando de cara com Shownu o encarando com o olhar preocupado. O contato entre seus olhos foi cortado quando notaram o aglomerado de pessoas ali e os alfas se levantando. Shownu segurou o pulso do ômega, saindo dali rapidamente.

— Ai, me larga. — Shownu ouviu Wonho reclamar pela milésima vez enquanto o tirava de dentro da casa noturna. Mal se aguentando em pé, o ômega jogou todo peso para cima do alfa. — Eu vou voltar pra lá.

— Não vai a lugar nenhum. Não tá nem em condições pra isso. Nós vamos pra casa. — fez sinal para um táxi que passava. O veículo estacionou em frente à boate e teve sua porta aberta pelo Son. — Anda, entra.

— Nossa, que indelicado. — o loiro fez uma careta. — Pode ir, eu vou ficar. Quero dançar. Dança comigo. — o outro revirou os olhos diante da contradição que eram as palavras dele.

— Há pouco, você enfiou um murro na cara de alguém por causa-

— Shh. — colocou o indicador sobre os lábios do alfa, jogando o outro braço sobre os ombros dele. — Eles vieram mexer comigo, eu só me defendi. Se fosse você, não tinha problema. — murmurou enrolado.

Hyunwoo arqueou as sobrancelhas, intrigado com tal confissão. Era óbvio a quão porre o ômega estava, as frases confusas evidenciavam isso. Ele nunca falaria uma coisa desse tipo caso estivesse sóbrio, só não entendia o porquê de esse fato o deixar levemente incomodado. Estavam próximos, próximos até demais, a respiração do Shin batia contra seu rosto e, se avançasse um passo, suas bocas iriam se tocar.

Hoseok olhou no fundo dos seus olhos, um brilho diferente adornando os orbes castanhos escuros, e depois para seus lábios, como se eles fossem as coisas mais interessantes no momento para si. Por um instante, chegou a pensar se o álcool estava fazendo o ômega cogitar a lhe beijar, mas no final o Shin somente riu na sua cara e entrou no carro como se nada houvesse acontecido.

O Son passou a mão no cabelo. Por que estava frustrado? Não fazia sentido! Esperava que Hoseok o beijasse, era isso? Oh, ele era orgulhoso demais para admitir tal coisa. É só a falta de sexo, pensou consigo mesmo.

— Vai entrar ou não? — a cabeleira loira varou pela janela, o ômega estreitando os olhos ao falar, a voz quase incompreensível.

— Vou. — respondeu um tanto rabugento, entrando e sentando no lado de Wonho.

O alfa repassou o endereço da casa ao motorista, falando japonês tão naturalmente quanto Jooheon, e encostou-se ao banco de forma relaxada, descansando a cabeça no estofado após soltar um suspiro alto. Wonho olhava pela janela, quieto como nunca viu antes, imerso em seus próprios devaneios. Encarava-o de esguelha vez ou outra para evitar que o outro fizesse alguma loucura, abrir a porta e se jogar do carro por exemplo. Em decorrência disso, a corrida de táxi se resumia ao extremo silêncio.

— Arreda. — Shownu girou o pescoço em direção a Wonho, tentando entender o que ele quis dizer. — Arreda, arreda. Vai pro canto do banco. — o Son ficou o encarando por alguns segundos até compreender a fala enrolada.

— Pra que, ômega? Não gosta que eu fique perto de você? — aproximou o rosto do dele no intuito de intimidá-lo e sorriu vitorioso quando o viu corar.

— Cala a boca, alfa! — o empurrou, sentindo-se constrangido com a insinuação. — Anda, arreda. Eu quero deitar. — irritado, soltou num bufo. Sua pouca paciência estava a ponto de estourar.

— Deita quando chegar em casa. — o outro franziu o cenho com sua resposta. Logo, estava sendo empurrado para o canto, e Hoseok colocou a cabeça sobre suas coxas, ajeitando-se da melhor forma que pode sobre o assento. — É sério? — falou ao vê-lo fechar os olhos e começar a cochilar. — Cara imprevisível. — colocou o braço na janela e apoiou o queixo na destra, observando a paisagem urbana em movimento para ignorar sua situação atual.

Hyunwoo percebeu que bastaram alguns minutos para que o Shin pegasse no sono, logo estava ressonando silenciosamente em suas pernas. A expressão serena era iluminada pelo brilho azulado da lua, a respiração calma expelida pelos lábios semiabertos, a franja caindo desajeitada para a lateral do rosto. Não notou quando o fez, mas, quando deu por si, estava velando o sono de Hoseok. Parecia tão calmo agora, tão bonito, tão seguro... chegava a se perguntar como aquele ômega durão era capaz de aguentar sozinho tudo o que passava. Por que Kihyun não havia denunciado o pai de Hoseok em todos esses anos? Será que também o fez jurar que não iria contar a ninguém? Céus, aquilo só deixava tudo mais angustiante.

— Você se faz de forte, — sussurrou para o rapaz adormecido em seu colo. — mas, na verdade, tem alguém muito frágil debaixo dessa armadura. — deslizou com cuidado os dedos pelos fios louros. — Merda de instinto de proteção. — disse a última parte para si mesmo, os dígitos ainda correndo pelas madeixas tingidas.

Ocupado em afagar o cabelo do ômega adormecido, o resto do percurso passou tão rapidamente quanto gostaria que fosse. Sacudiu Wonho pelo ombro de leve para acordá-lo, ouvindo um resmungo após alguns segundos. Este saiu do táxi enquanto estava pagando a corrida, fazendo-o segui-lo em passos apressados. A figura loira ao longe cambaleava, parava como se quisesse recuperar o equilíbrio e voltava a andar em ziguezague. Apesar de todo esse esforço para se manter em pé, o outro deu um passo em falso e caiu de cara no gramado antes de chegar a entrada da casa. Shownu correu até Wonho, e, quando o encontrou, estava de costas no chão, rindo como um retardado por conta da própria queda. Quando tentou ajudá-lo a levantar, também foi ao chão, caindo sobre o ômega. A troca de olhares foi imediata, os olhos não se desgrudavam um do outro, isso até o loiro reclamar e empurrar o Son de cima de si.

Fazendo o Shin apoiar-se em si, adentraram a casa, Hoseok se desvencilhando do alfa ao avistar uma piscina. Hyunwoo o ignorou por um instante para fechar e trancar a porta, dando por falta do outro quando se virou. Sua mente deu um estalo, e ele correu para a área aberta da mansão. Ao chegar lá, o loiro continuava a rir feito um idiota, feliz da vida por estar na piscina.

— Eu não acredito que pulou mesmo. — riu soprado, divertindo-se um pouco com a situação atual. — Sai daí. Vai acabar ficando resfriado. — caminhou até a borda, encarando-o de cima.

— Aqui tá bom. — Shownu se afastou quando Wonho jogou água em sua direção.

— Tá parecendo um cachorro molhado desse jeito. — e desviou de água outra vez.

— Me ajuda. — estendeu a mão para o alto.

O alfa agarrou a mão dele, mas, quando foi puxá-lo, foi pego com a guarda baixa, sendo puxado pelo outro. Acabou entrando de cabeça na piscina, engolindo um pouco de água no processo. Voltou a superfície, tossindo aos montes e fazendo o ômega rir de sua desgraça. Nadou até ele e tratou de tentar afogá-lo, mas Hoseok fugia sempre que se aproximava. Ficou perseguindo o bêbado risonho e, ao cansá-lo, o agarrou pela cintura. O Shin começou a se debater em vão, o Son não iria frouxar o enlaço de maneira nenhuma. Quando desistiu de lutar, virou de frente para o alfa e estreitou os olhos numa ameaça muda que só fez o outro rir.

— Não adianta me olhar assim. Você estragou o maço de cigarros que tava no meu bolso. — apertou mais o enlaço, fazendo os troncos dos dois colarem um no outro. O ômega pareceu prender o fôlego quando isso aconteceu.

— Você não é tão desprezível assim, sabia? — a frase embolada soou dos lábios do Shin.

— E você não é qualquer um, pode ter certeza disso. — confessou, ganhando como resposta um olhar confuso que foi sumindo aos poucos. — Vamos sair. — o largou ao notar a condição que estavam.

— Tá. — respondeu a contragosto.

Ambos nadaram até a borda e sentaram-se nela. Shownu deitou no chão, ainda com as pernas para dentro da piscina, e foi acompanhando por Wonho. A mansão era localizada num ponto mais afastado da cidade, praticamente isolada das outras moradias locais, graças a isso o alfa podia apreciar a grandeza e maravilha do céu noturno estrelado. Virou o rosto para o lado, percebendo que o ômega estava a observá-lo. Água escorria da franja loira encharcada e deslizava pelos traços bonitos da face dele que o encarava como se fosse a coisa mais interessante ali.

— Vai acabar se apaixonando me olhando dessa forma. — falou para quebrar o silêncio. Diferente do esperado, ele permaneceu impassível diante da brincadeira, fazendo o Son parar de sorrir sarcástico. Ele já aparentava estar um pouco mais sóbrio, o momento oportuno era agora. — Hoseok, eu ouvi o Heon e você conversando de madrugada. — revelou sem rodeios. Os olhos dele se arregalaram ao ouvir isso. — Não. — disse ao vê-lo abrir a boca para falar. — Não vou contar pra ninguém, não se preocupe. — o ouviu soltar a respiração que prendia. — Só saiba que não te julgo por isso e que não vou deixar que ninguém faça isso.

— Tudo bem. — Hoseok riu, seu meio sorriso permanecendo após a risada. — Obrigado.

A intensa troca de olhares estava de volta e, pela primeira vez, nenhum dos dois pareceu se importar com o silêncio do outro. Havia um brilho diferente nas írises de cada um, porém não sabiam explicar o que realmente ele significava; só tinham certeza que ambos estavam satisfeitos (ou até felizes, quem sabe) por aquilo se fazer presente tanto nos orbes do alfa como nos do ômega.


Notas Finais


Foi isso, gostaram?
esperamos que sim, perdoa esse ânimo também.
nosso cansaço mental está acima de tudo no momento.
Logo estaremos de volta e com postagens mais regulares.
bjs no coração de vcs, até o próximo.


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