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História Blue Moon (Em Hiatus) - Chapter twenty three


Escrita por: kyyyaxoxo

Notas do Autor


VOLTAMOSSSS
capitulo meio fulera pra vcs
mas vida que segue

Capítulo 27 - Chapter twenty three


Fanfic / Fanfiction Blue Moon (Em Hiatus) - Chapter twenty three

Barulhos de passos nas escadas fizeram Hoseok levantar-se da mesa, onde havia ficado enquanto terminava de tomar seu café e esperava o retorno de seus amigos. Ainda era relativamente cedo quando levantou há quase uma hora e seguiu para cozinha, surpreendendo-se por ver Kihyun e Hyungwon já de pé, terminando de fazer o desjejum. Ainda que sonolento, juntou-se a eles e os acompanhou comendo. Antes de o casal ter saído da mesa, Kihyun lhe pediu um favor, qual aceitou prontamente. Agora, com os mais novos já prontos para sair e exercendo seu papel de “omma”, os levou à entrada da casa.

— Tem certeza que está tudo bem mesmo se a gente for? — Kihyun perguntou mais uma vez ao chegarem a porta.

— Já disse que sim. — sorriu fraco.

— Não é justo você ter que ficar, hyung. — Hyungwon reclamou.

— Eu também queria ir, Hyungie, de verdade. Mas não vou deixar o meu bebê sozinho. — confessou. — Ei, não me olhem com essa cara. Tenho a tevê só pra mim, comida a vontade, eu vou ficar bem.

— Desculpe por isso, Seok.

— Aish, Ki, cuidar sozinho do Kkukkung por algumas horas não é problema! — segurou o rosado pelos ombros. — Deveria estar preocupado em se preparar psicologicamente pra daqui a pouco. Os pais do Min conseguiram uma folga, não foi? Vai conhecer seus futuros sogros.

— Obrigado pela ajuda. — o pouco nervosismo que sentia ficou duas, três, milhões de vezes pior após ouvir essas palavras.

— Os pais do Min hyung são simpáticos, eles vão gostar de você. — Hyungwon apertou o ombro do namorado no intuito de lhe passar um pouco de confiança. Kihyun lhe olhou, e sorriu pequeno pelo nervosismo nítido no semblante dele. — Vai dar tudo certo, Kihyunie.

— Vocês dois são tão amorzinho às vezes que me dá vontade de vomitar. — Hoseok abriu a porta e tratou de empurrá-los para fora dali. — Vão logo e aproveitem. Vai ser a primeira vez de vocês dois saindo, pensem nisso como um encontro. — riu do rubor que explodiu no rosto de Hyungwon e do leve tom rosado que as bochechas de Kihyun adquiriram quando esse coçou a nuca, sem jeito. — Digam que mandei um oi ao Min. Até mais tarde!

Hoseok fechou a porta antes mesmo de ouvir uma resposta deles e suspirou, indo à cozinha para pegar a bandeja de comida e seguir para o quarto de Changkyun. O pequeno encontrava-se ofegante quando entrou, quase pegando no sono. Limpou os fluídos no corpo dele e o alimentou calmamente, fazendo-o comer uma quantidade razoável de comida da maneira que pode. Antes de sair, deixou um leve carinho na cabeça do menor, que não demoraria muito para dormir, e sorriu.

Ele se ocupou ajudando com as coisas da casa. Quando não havia mais nada para fazer, tomou um banho e foi à sala. Lá, deitou-se no sofá maior e pegou o controle, passando de canal em canal até achar algo para assistir.

Suspirou. O silêncio que impregnava o local era estranho, sentia como se a casa estivesse vazia, e realmente estava, sem a presença dos amigos ali. Se não fossem os gemidos e o barulho da tevê, era capaz que os zunidos em seus ouvidos fossem a única coisa a se escutar.

Depois de algum tempo tentando se distrair com o programa, pegou o celular e foi na lista telefônica. Por sorte, Changkyun aparentava ter “terminado o serviço” novamente, logo não teria que se preocupar com os ruídos como plano de fundo.

— Neném? — a voz de Jooheon estava entrecortada quando a ligação foi estabelecida. — O que foi?

— Oi pra você também. — franziu o cenho. — O que estava fazendo, Honey? Interrompi algo?

— E-eu? Nada demais. — não era comum seu irmão gaguejar, aí tinha coisa.

— Lee Jooheon. — estreitou os olhos, embora o outro não fosse ver. — Eu te conheço desde pequeno, você só gagueja quando está me escondendo alguma coisa.

— O q-que? N-não, não é nada demais.

— Está muito ofegante pra alguém que não estava fazendo nada demais. — soltou um muxoxo. — Você estava se masturbando, por acaso? — a linha ficou muda ao proferir tais palavras. — Honey, isso é sério? — tentou segurar, mas sua risada acabou saindo alta.

— Eu não-

— Nem adianta desmentir, você já está se entregando. — falou, entre risadas. — Não acredito que meu irmãozinho já está descobrindo o próprio corpo.

— Hyung! — o timbre saiu meio esganiçado. Hoseok conseguiu imaginá-lo vermelho do outro lado da linha.

— Espero que sua mente pervertida não esteja denegrindo a imagem do meu bebê. — ouviu Jooheon resmungar num misto de constrangimento e contrariedade. — Depois você volta a bater punheta, me dá um pouco de atenção.

— Onde estão o Hyungwon e o Kihyun? Você está sozinho aí? — um pouco de aborrecimento escapava do tom dele.

— Estou. Eles foram pra casa do Min. — ajeitou-se no sofá. — Eu até te chamaria para vir me fazer companhia aqui, mas não é uma opção por causa do que aconteceu da última vez. Então, você vai deixar a punheta de lado por um instante e me dar atenção.

Hoseok ouviu um grunhido e riu. Era bom ter um tempo para falar a sós com o irmão, embora não estivessem falando nada de muita relevância. Momentos assim faziam-no lembrar dos dias no orfanato. E mesmo que ele não estivesse ali pessoalmente, a conversa continuava agradável.

— Sinto saudades dos seus cachos. — confessou. — Fiquei surpreso em te ver ruivo e com cabelo alisado depois de tanto tempo.

— Eu quis mudar um pouco o visual. — o mais novo riu baixo. — Ele já está começando a cachear de novo, acho que vou deixar voltar ao natural.

— Ai, deixa. Você ficava a coisa mais fofa do mundo com cachinhos e- — interrompeu-se ao ouvir um barulho que parecia a entrada abrupta de alguém no quarto de Jooheon.

— Filhote! — Hoseok reconheceu a voz de Hyejin, a mãe do irmão, do outro lado da linha. — Pelos deuses, o Hyunwoo...! — seu corpo travou ao ouvir o nome do Son.

— Omma, por favor. — Jooheon soou cansado, abatido, só de ouvir o nome do outro alfa. — Estou no meio de uma ligação.

— Filhote. — Hoseok não sabia se deveria estar ouvindo aquilo ou não, mas simplesmente não conseguia mover um músculo.

— Depois, estou ocupado agora. — um suspiro e barulho de porta. — Ainda está aí, neném?

— Honey, eu preciso ver se o Kkukkung comeu. — mordeu os lábios. — Tchau. — desligou antes de ouvir algum protesto.

Ele encarou o celular por alguns segundos e o deixou encima de seu peito. Esfregou o rosto e soltou um suspiro. Nesses dias que se passaram, nenhum dos amigos havia falado Hyunwoo em algum momento, até mesmo Jooheon parecia ao máximo evitar falar dele. Uma breve menção... Uma mísera menção foi capaz de trazer à tona o que vinha tentando esconder e ignorar com todas as suas forças. Ele tratou de levantar e ir ver Changkyun antes que sua cabeça fosse tomada por pensamentos indesejáveis.

 

(…)

 

Naquela caminhada, era possível ouvir apenas os ruídos do solado dos sapatos do casal presente na rua e, caso prestassem muita atenção, também escutariam a respiração um do outro. Não que Hyungwon estivesse incomodado por Kihyun estar muito quieto, era só que todo esse sossego por parte dele era um tanto estranho. Kihyun, certas vezes, lhe lembrava Minhyuk, que exigia quase que o tempo inteiro sua atenção, com um diferencial de saber, na maioria das vezes, respeitar seu espaço pessoal e não ser tão insistente quanto o platinado. Os dois podiam ou não saber, mas simplesmente adorava, a ponto de ficar sem graça, quando era o alvo de atenção deles.

Encarou Kihyun de esguelha. O mais velho tinha o olhar preso no chão, mordia fortemente o lábio inferior, vez ou outra, pegava-o bufando. Não tinha certeza se seu palpite estava certo, mas resolveu arriscar.

— Kihyunie. — ele olhou assim que foi chamado. — Os pais do Min hyung são tranquilos, não precisa ficar nervoso.

— Não estou nervoso. — resmungou, contrariado. — Eu só… Aish.

— Não precisa se preocupar, hyung. Em todos esses anos, eles nunca reclamaram com o Min hyung a respeito das minhas “visitas” repentinas na casa deles. Então, eles conhecerem o namorado do filho não vai ser motivo para a Quarta Guerra Mundial.

— Hyunginie… — o castanho não entendeu o porquê da expressão surpresa do outro. — Você acabou de contar uma coisa do seu passado?

— Sim. — engoliu em seco. Vamos, fale de uma vez, uma parte de si gritava. — E-eu… Kihyunie, você…

— Não precisa dizer nada. Diga quando se sentir à vontade. — sorriu. Não fazia ideia do que ele iria dizer, mas também não iria deixá-lo desconfortável e forçá-lo a falar.

Hyungwon crispou os lábios. Até para dizer algo simples, parecia haver uma trava em seu corpo. Amaldiçoou-se por sua insegurança sempre o impedir de dizer o que desejava a Kihyun, amaldiçoou-se por ser tão medroso, amaldiçoou Kihyun por ser absurdamente compreensível até nesses momentos. Ele só queria ser como Minhyuk ao menos uma vez e falar o que pensava e sentia sem receio algum.

Estava a alguns passos atrás de Kihyun quando parou de martirizar-se. Respirou fundo e apressou a caminhada para andar ao lado do namorado. Um calor subiu as suas bochechas quando esticou o braço para o lado, esbarrando suavemente a mão na dele. Repetiu o gesto mais duas vezes antes de juntar suas palmas e entrelaçar seus dedos.

Kihyun virou o rosto quando sua mão foi agarrada. Hyungwon, que mantinha o olhar fixo para frente, encolheu os ombros, mas não se afastou. Ficou surpreso, admitia, não era comum Hyungwon fazer tanto contato físico, até achava que ele não gostava disso, mas ficou igualmente feliz, sorrindo abobalhado como o idiota apaixonado que era. Apertou a mão dele e seu peito aqueceu por ver o mais novo, de rosto corado, relaxar os ombros ao passo que ficou cabisbaixo, mas com um singelo sorriso adornando seus lábios.

— Qual rua agora? — Kihyun perguntou enquanto caminhavam para o fim do quarteirão.

— Achei que soubesse. Já foi na casa do Min hyung uma vez. — Hyungwon não se importou com a distância, que poderia ferir seu espaço pessoal, entre seus rostos.

— Sim, mas não por esse caminho. — olhou ao redor, tentando gravar as ruas e os outros aspectos do entorno.

— Ah, é porque esse é… — sua voz morreu subitamente e seu corpo estancou.

— Hyunginie, o que foi? — tocou o rosto dele com a mão livre, buscando nos traços bonitos indícios de mal estar.

— Esse é o caminho que eu fazia pra casa. — murmurou e apontou para frente.

Kihyun olhou o local indicado, enxergando a casa de Hyungwon a alguns metros dali. Deslocou o olhar da casa para o ômega.

— Quer ir por outro caminho? Nós podemos-

— Não. — sorriu fraco, querendo acalmá-lo. — A casa do Min hyung não está longe e nem é nessa direção. — referia-se a direção que apontou. — Ele não está em casa agora, não vai saber que estive aqui. — murmurou a si mesmo.

— Quer ir lá? — ah, não. Este olhar não. Hyungwon simplesmente odiava esta expressão preocupada e ao mesmo abatida. — Poderíamos passar lá rápido. Assim poderia-

— Não, por favor! Kihyunie, eu não quero causar mais problemas. — implorou um tanto sôfrego. — Eu quero vê-las, quero muito, mas se ele souber que estive aqui… — estremeceu só de imaginar.

— Shh. — o abraçou forte, esperando a agitação dele passar, tal como o odor característico do medo se esvair. — Está tudo bem, Hyunginie. Estou aqui com você, vou te proteger. Ele não vai te fazer mal, eu prometo.

— Desculpe. — escondeu o rosto no vão do pescoço alheio. Precisava ficar um pouco encurvado por conta da diferença de altura, mas não se importou. — Eu só…

— Está seguro agora, Hyunginie. Está seguro. — sussurrou no ouvido dele e viu quando orelha tornou-se vermelha. Hyungwon, aos seus olhos, ficava a coisa mais meiga do mundo quando envergonhado. — Vamos em frente. É por ali, não é? — sorriu ao se separarem e juntou suas palmas novamente.

Hyungwon foi quem ficou quieto dessa vez, mas não deixou que ele ficasse assim por muito tempo, tentou distraí-lo ao máximo até que conseguisse estabelecer uma pequena conversa. Fazendo isso, acabou esquecendo do nervosismo sobre conhecer os pais do namorado.

— Por que ele não está indo tanto lá em casa, afinal? — Kihyun perguntou enquanto tocava a campainha.

— As visitas dele ainda estão aí. São os- — Hyungwon não concluiu a frase devido à porta se abrir subitamente.

Kihyun levantou uma sobrancelha diante da figura loira desconhecida segurando a maçaneta. O rapaz era alguns centímetros mais alto e tinha um cheiro forte, amadeirado. Um alfa.

— Achei que nunca fosse vir me ver, Hyungwon. — ele também tinha um sorriso grande, Kihyun observou. — Mudou o cabelo, combinou bastante com você.

— Obrigado, Mark hyung. — Hyungwon falou tímido.

— Não estava com saudades do seu hyung? — a voz do rapaz adquiriu um tom mais galante, sedutor, fazendo Hyungwon corar. Kihyun não conteve sua vontade de rosnar baixo, fazendo que ele parasse de lhe ignorar. — É o seu namorado, Hyungwon? — o tal Mark parou para lhe analisar. — Não parece lá grande coisa. — deu de ombros e voltou a encarar Hyungwon, sorrindo. — Quando se cansar dele, é só me procurar. — lançou uma piscadela.

— Isso não vai ser necessário. — a aura de Kihyun, que começava a se instabilizar, voltou a ficar harmoniosa diante das palavras de Hyungwon.

— Arranjou um namorado bem babão, pelo o que estou vendo. — Mark salientou, observando o modo abobalhado que Kihyun encarava Hyungwon. — Mark Tuan, prazer.

— Yoo Kihyun. — apertou a mão estendida em sua direção, tentando disfarçar seu incômodo.

— Minhyuk disse que viriam. — deu passagem às visitas. — Ele está esperando lá dentro.

Mark seguiu na frente enquanto as visitas se ocupavam em retirar os sapatos. Kihyun juntou a sobrancelhas, ficando desconfiado com o som de risadas vindas da sala. Foi até lá sem esperar Hyungwon e estancou os passos. Duas pessoas estavam no sofá, a de cabeleira loira, Mark, estava com pernas cruzadas sobre o estofado e a outra de cabeleira platinada, Minhyuk, se aproveitava disso para descansar a cabeça numa das coxas alheias. Estaria tudo bem caso Mark não estivesse inclinado para o lado, totalmente curvando sobre o rosto de Minhyuk, sua cabeça tampando a visão do que acontecia.

— Que merda é essa?! — por pouco, Kihyun não usou a voz de comando. Apesar disso, tinha certeza que assustou Hyungwon, atrás de si, e as duas figuras no sofá.

— Ei, tenha calma. — Mark ergueu o tronco. — Não precisa fazer todo esse escândalo.

— Calma? Ter calma?! — o tom estava debochado e raivoso. Sentiu quando Hyungwon segurou seu pulso, mas nem isso aliviou a tensão. — O que pensa que estava fazendo com o meu ômega?!

— Seu? — levantou-se, caminhando até ele. — Que eu saiba, Minhyuk não é um objeto para te pertencer.

— Mark hyung, por favor. — Hyungwon afastou o rosado do loiro, embora fosse óbvio que Kihyun conseguiria avançar contra ao outro alfa com facilidade.

— Vai dizer que é dono dele também? — Mark indicou Hyungwon com um movimento de cabeça. — Hyungwon, é assim que quer ser tratado?

— Você beija meu ômega e, agora, quer enfiar esses absurdos na cabeça do meu outro ômega?! — Kihyun cerrou os dentes, tentando ao máximo se controlar.

— Chega, vocês dois! — Minhyuk levantou do sofá e agarrou o pulso de Kihyun. — Você vem comigo. — o levou à cozinha. — Dá para me explicar o que foi aquilo?

— Quem me deve explicações é você! — puxou seu pulso do agarro. — Quem diabos era aquele alfa? Que merda ele faz aqui? E por que caralhos estava beijando ele, Minhyuk?!

— Ei, olha como fala comigo! E pode ir parando! Eu não sou você, que já até beijou o Hoseok hyung. — cruzou os braços, aborrecido. Esse fato, de certa forma, ainda o incomodava.

— Como não? — Kihyun estava muito errado em pensar que, ao encará-lo de perto, fosse conseguir intimidá-lo. — Eu sei o que vi.

— Então, viu errado. — o rosto do mais baixo ficou vermelho de raiva. De certa forma, esse ciúme besta dele é fofo, pensou. — Sei que Mark é bonito e é um cara legal, mas não vejo motivos pra eu querer beijar meu primo.

Kihyun piscou, processando a informação.

— Seu... primo? — repetiu, ainda pouco convencido.

— Sim, meu primo, que, aliás, namora um alfa tão ciumento quanto o meu, pelo o que estou vendo. — levantou uma sobrancelha, e Kihyun recuou um passo, limpando a garganta em sinal de constrangimento. — Para alguém que me disse pra não ser tão inseguro, você foi bastante.

— Foi mal, mas não pude simplesmente suportar ele tão perto do seu rosto. Parecia que estavam se beijando. — estalou a língua, contrariado. — Ainda mais pelo o que ele disse ao Hyunginie.

— O que ele disse?

— “É o seu namorado, Hyungwon? Não parece lá grande coisa. Quando se cansar dele, é só me procurar”. — tentou imitar a voz do Tuan.

— E você levou a sério? — riu baixo. — Kihyunie, Mark já sabia que o Hyunginie e você são meus namorados. Mesmo que tivesse de verdade uma queda pelo Hyunginie no passado, ele só disse isso para provocar o alfa que o primo querido dele está apaixonado. — roubou um beijo.

— Está, é? — disse entre um beijo e outro.

— Uhum. — sorriu. — Eu disse que não era para fazer aquilo, te avisei que ele era mais ciumento do que eu.

— Só acreditava vendo. — Kihyun virou quando ouviu a voz de Mark atrás de si. — Até que ficam bonitinhos juntos. Sabe, os dois ômegas altos e o alfa baixinho.

— Não começa. — Minhyuk descansou um braço nos ombros do namorado, deixando-o ainda mais emburrado por essa ação deixar evidente suas diferenças de altura. — Eu gosto do Kihyunie do jeito que é. — estalou um beijo na bochecha alheia.

— Eles estão se matando? — Hyungwon apareceu na cozinha, preocupado. — Min, toda aquela encenação quase rendeu um soco na cara do Mark hyung.

— Eu avisei, ele que não quis me ouvir quando resolveu provocar o Kihyunie. — resmungou. — Agora, vocês dois, ajam como duas pessoas civilizadas e conversem. Sem provocações. — ressaltou. — Vamos pra sala.

Os quatro retornaram à sala de estar. Minhyuk se agarrou em Hyungwon, que ficou sem graça por Mark estar vendo isso, e Kihyun permaneceu na defensiva durante algum tempo até enfim deixar a pirraça de lado. Conversou direito com o primo do namorado e percebeu que ele era alguém legal, notou também que esse e Minhyuk compartilhavam alguns traços semelhantes tanto de aparência quanto de personalidade que não notou a primeiro momento.

Após alguns minutos, o clima de estranheza entre o Tuan e o Yoo se dissipou. Minhyuk ficou aliviado com isso, Hyungwon também, ambos não queriam que houvesse qualquer tipo de atrito entre os alfas. A conversa fluía normalmente entre os quatro quando dois casais adentraram o cômodo, aparentando terem chegado de um passeio. O senhor, que mais parecia uma versão mais velha e mais madura de Minhyuk, e a senhora, de braços dados com ele, levantaram uma sobrancelha simultaneamente, em sinal de questionamento, quando encararam Kihyun.

— Omma, appa. — Minhyuk levantou-se. — Este é Yoo Kihyun, meu namorado.

Kihyun engoliu em seco, pedindo aos deuses que o quer que viesse a partir daí ocorresse bem.

 

(…)

 

Corpos se chocando, gemidos, sussurros, longos arfares: esses sons se faziam presentes no lugar. O alfa respirava compassadamente, permanecendo de olhos fechados. O atrito entre os corpos deixava o local mais quente do que já estava. Mas algo estava errado. Tocou o corpo despido, o qual invadia incessantemente, e apertou com força, arrancando um gemido do parceiro, não sabia se de dor ou de prazer. Sentiu seu corpo começar a ter leves espasmos e apertou as pálpebras.

— H-Hoseok...! — o gemido veio rasgando pela garganta, saiu entre dentes, mais parecendo um rosnado.

Ele não notou quando gozou fora daquele corpo. Na verdade, aquilo estava se tornando algo comum. Nem mesmo ele sabia explicar o porquê, simplesmente fazia de forma inconsciente. Jogou-se ao lado de sua companhia, recuperando-se do esforço recente, quando sentiu uma tapa em seu rosto.

— Mas que porra! Virei saco de pancadas?! — disse, irritado, ao ômega a sua frente, que tinha os olhos cheios d’água.

— Quem é Hoseok? — o menor já se preparava para levantar. — Se não me disser, eu vou embora! — gritou, desesperado pela resposta. Porém, foi ignorado por Hyunwoo, que colou os braços sob a cabeça, não esquecendo de cobrir sua intimidade e encarou o teto do local. — Idiota! — ouviu o xingamento. Nem se deu ao trabalho de vê-lo pegar suas roupas e sair dali.

A porta se fechou com violência, ocasionando um estrondo. Levantou-se, seguiu para o banheiro, sabendo que deveria sair dali logo. Que horas seriam? Ele não fazia a mínima ideia. Suspirou enquanto sentia a água fria deslizar pela epiderme, limpando seu corpo.

Aquele havia sido o quinto talvez, entre homens e mulheres, ômegas e betas. Até tentou com um alfa, mas não foi lá muito agradável. Dentre tantos, ninguém tinha sido bom o suficiente. Sequer conseguiu estourar seu nó em alguém, esse fato o frustrava.

Saiu do banheiro, tratou de se secar com a toalha que havia ali, vestiu-se e seguiu para o primeiro andar. Chegando ali, pagou pelo quarto no qual esteve com o ômega, que, agora, deveria estar bem longe.

— Desculpe, que horas são? — perguntou a moça, que separava o troco para lhe entregar. Ela olhou atrás de si, onde havia um pequeno relógio digital.

— São quatro e meia. — respondeu, sorrindo de forma educada. — Sua noite foi curta, senhor. Aquele ômega parecia histérico. A menina que trouxe da última vez era menos escandalosa. — sua observação fez com que seu cliente risse. — Espero o senhor em breve. — entregou o troco ao Son, que saiu dali rapidamente, decidido a retornar à sua casa. Já que não tinha mais seu carro, levaria um bom tempo caminhando.

Havia se passado exatamente uma semana (pelo horário, uma semana e um dia) desde que viu Shin Hoseok sair pela porta sem olhar para trás. Sequer sabia por que estava contando ou talvez soubesse, mas se recusava a admitir. Só de lembrar aquilo, sentia raiva, não de si, e sim do ômega. Por que aquele idiota tinha que ser tão impulsivo? Por que não quis lhe ouvir? Por que foi tão ruim ele ter acordado ao seu lado?

Ansiava e necessitava de respostas urgente, mas tinha prometido manter distância do irmão de seu melhor amigo ou talvez, devido as circunstâncias, ex melhor amigo. Não sabia ao certo quando, somente se viu novamente, dentro desse meio tempo, de volta a sua antiga “rotina”. Ele cortou algumas coisas, na verdade só uma delas. Não ia mais em boates, fora isso, havia voltado a ter suas fodas, fumar mais cigarros do que o habitual, beber.

Só tinha um problema nisso tudo: aquele maldito não saía de sua cabeça! Prova disso era o ocorrido há pouco tempo. E não era a primeira que isso acontecia. Era como se não houvesse o encaixe perfeito como havia entre seu corpo e o de Hoseok. Também foi a segunda vez que recebeu uma tapa, a primeira havia sido uma beta na qual chateou-se quando lhe ouviu chamar o nome do Shin, e não o dela.

Fazia uma semana (e um dia) que teve de ouvir sua mãe, durante mais de uma hora, lhe chamando de irresponsável e perguntando o que queria ao causar aquele acidente. Como se quisesse mesmo ter me machucado, havia pensado consigo mesmo. Fora a mãe lhe enchendo o saco, seu carro quase que completamente destruído e a dor de cabeça que sentia vez ou outra, ele estava bem.

Ah, fora o fato de talvez ter perdido seu melhor e único amigo e um ômega que sabia rebolar como ninguém. É, estava tudo uma maravilha.

Ele adentrou o quarteirão de alta classe onde morava, mas optou por sentar no meio fio, acendendo um cigarro em seguida. Foi inevitável não pensar em Hoseok, naquele olhar sedutor característico dele, aquela expressão fascinante. Totalmente hipnotizante. Lembrou-se de como a fumaça dançava suavemente frente aos olhos deles enquanto ia de encontro a atmosfera.

E novamente aquele ômega estava a lhe perturbar.

O fato era que Hyunwoo negaria até sua morte sobre sentir algo por aquele ser loiro de olhos castanhos, corpo maravilhoso, aura única, carinho formidável, presença inesquecível, coração gigante, um amor... Pasmo, olhou à calçada vazia do outro lado da rua. Outra vez, lá estava ele se fazendo presente em seus pensamentos, como um fantasma.

Apagou o cigarro de imediato e se levantou, decidido a terminar a noite em sua cama. E assim fez, apenas não esperava que Hoseok fosse lhe perseguir até mesmo em seus sonhos.

Ele, definitivamente, precisava esquecer aquele ômega.

 

(…)

 

— Que cheiro bom! — Siwon comentou ao entra na casa, sendo seguido por Donghae, que puxou o ar sentir mais daquele cheiro que exalava da cozinha.

— Quem será que está preparando? — o mais baixo perguntou, haja vista a quantidade de bons cozinheiros que habitavam atualmente naquela casa.

— Vamos descobrir. — Siwon sorriu e terminou de tirar os sapatos, esperando o marido acabar de retirar os seus.

Após retirarem seus colete e coldre, seguiram para a cozinha, onde o cheiro delicioso se fazia presente em maior quantidade.

— Hm? — Siwon estranhou não ver ninguém ali. Nenhum dos garotos costumava sair e deixar panelas no fogo. — Não tem ninguém, Hae. — falou ao marido a alguns passos atrás. Sentia a fragrância de Hoseok ali, mas esse deveria estar em outro cômodo.

Donghae respirou fundo, sentindo uma mistura de cheiros associada ao perfume natural de Hoseok e seguiu o odor.

— Merda! — deu a volta no balcão e encontrou o corpo do Shin estirado no chão. — Siwon, apague o fogo das panelas! Vamos ao hospital agora mesmo! — proferiu a ordem no mesmo instante.

Enquanto o marido acatava seu comando e desligava tudo, pegou Hoseok em seus braços sem muito esforço, apesar do rapaz ter um porte maior que o seu. O rosto do ômega mostrava palidez e fragilidade. Seguiu até o sofá, esperando Siwon, quando Kihyun desceu as escadas com Changkyun pendurado em suas costas e Hyungwon atrás deles.

— O que aconteceu? — Kihyun se exaltou e acabou assustando o irmão, que parecia dormir em suas costas, devido à exaustão do fim recente do cio.

— Hyung... — Changkyun arregalou os olhos e desceu das costas do irmão rapidamente, sem importar-se com o fato de estar fraco.

Hyungwon parecia alheio a tudo quando passou por Kihyun. Esse apenas suspirou para conter o nervosismo e seguiu ao sofá, onde o amigo permanecia desacordado.

— Desculpe a demora. Fui verificar se havia alguém nos arredores da casa, mas está tudo trancado. — Siwon surgiu do corredor, fazendo todos lhe encararem. — Como isso aconteceu? — aproximou-se dos demais.

— Não sei. — Donghae correu para pegar a chave do carro de cima da mesa de centro da sala. Estava claramente nervoso, e não tardou para Siwon segurar sua mão a fim de fazer-lhe parar.

— Acalme-se. — sussurrou para apenas ele ouvir, mas Kihyun, como um bom alfa, conseguiu escutar e lhes olhou com certa preocupação.

— Hyung... — Changkyun já estava de os olhos cheios d’água e deslizava a mão pelo rosto do loiro. Para piorar sua situação, o termino do cio deixava-o bem mais fragilizado emocionalmente.

Hyungwon permanecia quieto, sem saber o que fazer, apenas observando tudo ali. Seu corpo estancou ao sentir um toque em sua mão.

— Ele está acordando. — todos os olhares se dirigiram ao rosto de Hoseok. Hyungwon se exaltou, era ele quem estava tocando sua mão.

— O que aconteceu? Alguém entrou aqui? Alguém tocou em você? — foi Siwon quem questionou, enquanto tirava seus filhos do seu caminho. Donghae suspirou aliviado e sorriu ao ver que agora era Siwon quem estava descontrolado.

— Eu... — Hoseok se sentou no estofado, olhando de um por um. — O que faz aqui? — perguntou a Changkyun, que aparentava segurar o choro que ansiava sair. — O que houve, tios? — estava confuso. Há poucos minutos, estava na cozinha, preparando o jantar e, agora, estava ali.

— Nosso expediente já terminou. Quando chegamos, te encontramos no chão da cozinha, desacordado. — Donghae explicou, lhe oferecendo sorriu.

— Eu não lembro muito bem o que aconteceu. — juntou as sobrancelhas. — Eu estava fazendo o jantar e... Só lembro disso. — encarou o chão, como se aquilo fosse lhe dar a explicação.

— O cio do Kyun acabou, hyung. — Hyungwon se pronunciou pela primeira vez, fazendo que Hoseok olhasse para o menor.

Changkyun estava temeroso sobre se aproximar. Foi inevitável lembrar o dia da morte de Eunhyuk com isso. Sentia-se apavorado pelo temor de machucá-lo, da mesma forma que sentiu-se com o pai falecido.

— Vem aqui. — disse baixinho. Seu chamado fez com que o menor literalmente se jogasse sobre si, abraçando-lhe fortemente. Hoseok sorriu e o ajeitou em seu colo. — Ainda não terminei de fazer o jantar.

— Não se preocupe com isso. — Donghae devolveu a chave para onde estava anteriormente e olhou para todos ali. — Siwon e eu vamos terminá-lo. Fique aqui e descanse. Ainda quero saber o que houve, mas depois conversamos. — fez um sinal com a mão para o marido, e seguiram para a cozinha.

— O que houve? — Kihyun perguntou. — Não me esconda as coisas, por favor. — soou aborrecido e emburrado, embora não quisesse.

Kihyun sentou ao lado do amigo, deixando um beijo no rosto desse e outro cabeça de Changkyun, que permaneceu quieto o tempo inteiro no colo do mais velho. Após isso, voltou-se para o namorado e o puxou para seu colo.

— K-Kihyunie... — Hyungwon estava com as bochechas vermelhas e tentava se levantar das pernas do namorado.

— Fique quieto. — Kihyun o puxou pela cintura e o manteve ali. Não pode deixar de se amaldiçoar, pois seu movimento mal calculado fez o castanho sentar sobre seu membro.

Enfiou o nariz no pescoço dele, puxando o ar fortemente e sentido a doce fragrância dele. Ele permanecia estático, o rosto igual a um pimentão vermelho. Poderia até assumir que gostava daquele “quê” de possessão que Kihyun possuía para consigo e Minhyuk, mas estavam na frente de Hoseok e Changkyun.

— Ki, pare de agir como um cachorro marcando território e solte o Hyungie. — Hoseok nem olhava para o casal, estava sereno, ocupado demais em acariciar o rosto macio de seu “filhote” manhoso.

— Aish. — Kihyun resmungou e afrouxou o aperto na cintura do seu ômega.

Naturalmente, Hyungwon aproveitaria a oportunidade para sair dali. Contudo, seu lobo se remexeu nervoso dentro de si. Seu lobo queria ficar ali, ele próprio desejava isso. Desistindo de fugir, pegou as mãos do namorado, as enlaçou timidamente de novo em seu quadril antes de se jogar para trás, apoiando a cabeça no ombro de Kihyun e deixando um beijinho no rosto dele.

— Amo quando faz isso. — Kihyun sussurrou no ouvido de Hyungwon e o viu corar. Sabia que Hoseok não ouvira e se tivesse escutado, não se importaria.

— Eu estou bem aqui, Hoseok hyung. — Hyungwon garantiu.

Hoseok apenas sorriu com a resposta acanhada, sua cabeça ainda trabalhando em busca de respostas, pensando em como, quando e por que havia desmaiado. Era fato que esteve se sentindo estranho há alguns dias, mas não diria aquilo a ninguém. Já se sentia mal o suficiente em estar ali, atrapalhando a vida dos Yoo. Deixou isso de lado por enquanto e continuou o carinho no rosto de Changkyun, sorrindo ao perceber que ele havia dormido. Alguns minutos depois, os pais dos amigos chamaram todos avisando que estava tudo pronto.

Após o jantar, Hoseok voltou para o quarto do ômega Yoo, sem importar-se com o cheiro ainda forte no ar. Deixaria seus amigos sozinhos após essa semana dormindo com eles, sentia-se o empata foda da vez.

— Seok hyung, o que você tem? — Changkyun perguntou baixinho. Estava agarrado ao corpo do maior por debaixo das cobertas, sentindo-o acariciar suas madeixas.

— Não tenho nada, por quê? — respondeu tão calmo quanto o pequeno. Ambos pareciam lutar contra o sono.

— Você desmaiou, claro que tem alguma coisa. — bocejou a frase, fazendo-o rir da cena. — Kihyun hyung tem razão. — aconchegou-se mais no peito forte.

— No que o Ki tem razão? — franziu o cenho, curioso.

— Sobre você cuidar demais de todo mundo e se esquecer de você. — já estava de olhos fechados. — Wonnie hyung também diz isso, e eu concordo com eles. Deixe a gente cuidar de você, hyung.

Changkyun se entregou ao sono de uma vez. Hoseok, por outro lado, parecia ter perdido o seu. Estava apenas pensando em como andava agindo durante os últimos dias. Não teve como não pensar em seu responsável, até mesmo Hyunwoo ousou surgir em sua mente. Odiava com todas as forças aquele homem, que deveria lhe amar e cuidar de si, mas somente lhe fazia mal.

Hyunwoo, bem...

Havia se deixado levar e “ser cuidado” por ele, mas parece que o Son já teve o que realmente queria. Foi inevitável não ficar um tanto triste, pois, após tantos dias, ele não tinha se preocupado consigo, em saber onde estava ou com quem, se ainda estava vivo. Lembrou-se da viagem e daquele ômega, Yesung. Sentiu pena e um pouco de raiva, não daquele rapaz, mas de si mesmo por ter caído tão cegamente nos braços de Hyunwoo.

Acabou por recordar do retorno das aulas na semana seguinte. Céus, como iria encarar Hyunwoo depois de tudo? Hoseok não era como os amigos, ele não negava seus sentimentos e ele estava destruído por dentro. Doía ter de lidar com a verdadeira face de Hyunwoo após ele tanto negar ser esse tipo de pessoa. O tempo só deixou tudo mais claro ao Shin, que sorriu amarelo com o pensamento.

Uma lágrima desceu por seu rosto, e tratou de enxugá-la.

— Chorando por alguém como Hyunwoo? Quem diria, Hoseok... — abraçou o corpo de Changkyun e fechou os olhos.

Ele poderia tentar deixar que cuidassem de si novamente, mas não agora. Precisava, primeiro, unir seus pedaços, sua dignidade, seu coração, sua felicidade que talvez nunca tenha existido. Ele deixaria que seus amigos e seus tios cuidassem de si, mas apenas com o necessário.

Foi pensando em retornar para sua antiga residência que adormeceu.

 

(…)

 

Hoseok acordou cedo, levantou-se, fez sua higiene e seguiu para a cozinha, deixando Changkyun dormindo no quarto. Ao descer as escadas, pegou o celular que havia posto em seu bolso e mandou uma mensagem ao irmão, avisando sobre o fim do cio de Changkyun. Logo seu celular vibrou, anunciando uma nova mensagem. Sorriu ao lembrar que o mais novo tinha o hábito de acordar cedo, fazia aquilo desde o orfanato. Isso lhe irritava, pois era acordado pelo Lee, que não queria ficar sozinho, já que todas as crianças permaneciam dormindo.

Hoseok começou a preparar o café da manhã, pensando na mensagem avisando que Jooheon, em breve, estaria ali. Seu irmão lhe contou sobre querer conversar com Kihyun a respeito da briga que tiveram e desculpar-se, pois admitia o erro de ter agido daquela maneira, tendo em vista o estado de Changkyun.

— Bom dia! — a voz rouca de Siwon se fez presente, e Hoseok o respondeu com um simples sorriso.

— Deveria estar dormindo como um adolescente normal. — Donghae apareceu atrás do moreno. Ambos se sentaram à mesa e lhe olharam fixamente.

— Não me olhem assim, tios! — estava encabulado com toda aquela atenção para cima de si.

— Ainda não nos contou o motivo do desmaio. — Siwon foi direto.

Hoseok suspirou.

— Eu também queria saber. — colocou utensílios a mesa, a fim de servir o café aos mais velhos.

— Criança tola. — Siwon resmungou e se levantou para ajudar o loiro.

— Ah, desculpem, mas eu meio que chamei o Honey para vir tomar café aqui. — sentiu-se envergonhado por aquilo, nem havia pedido autorização dos donos da casa.

— Tudo bem. — Donghae deu ombros, não se importando, mas sentiu uma aura não muito amigável sobre Siwon.

— Precisamos ter uma conversa com esse garoto. — Hoseok não segurou a risada depois de ouvir o tom de Siwon. — Ele começa um relacionamento com meu caçula e nem pede minha permissão. Quem ele acha que é? — sua indignação mediante a atitude do Lee era palpável.

— Ah, agora o filhote é seu? — Donghae se meteu, e o casal começou uma discussão, que rendeu alguns risos de Hoseok, parando somente quando a campainha tocou. — Eu abro.

— Coloque uma calça pelo menos. — Siwon reclamou, claramente enciumado, mas só conseguiu como resposta a risada do marido, que já estava na sala provavelmente.

Hoseok se focou em terminar de preparar a comida até que um cheiro muito forte invadiu suas narinas, fazendo-o sentir-se mal. De olhos fechados, apoiou-se na bancada e não tardou muito para sentir Siwon atrás de si.

— O que houve? — Hoseok sentia-se, no mínimo, lisonjeado com toda aquela preocupação.

— Esse cheiro. — fez uma careta de nojo. Siwon farejou o ar no mesmo instante, sentindo nada mais que a fragrância dos que habitavam ali e, agora, o cheiro do Jooheon que adentrava o cômodo. — Pelos deuses... — o estomago começou a embrulhar.

— Olá, neném. Bom dia, sr. Yoo. — os cumprimentou. Ao notar Hoseok se contorcendo perto de Siwon, aproximou-se. — O que você tem?

— Que merda de perfume é esse, Jooheon? — seu irmão se aproximou mais de si, e ficou mais enojado com a fragrância.

— É o meu perfume de sempre. — Jooheon se cheirou e sentiu Donghae, atrás de si, lhe cheirando também. Usava um perfume um tanto forte, mas o irmão nunca havia reclamado.

— Não precisa ficar cheirando o garoto. — Siwon reclamou da atitude do marido, que revirou os olhos.

Hoseok empurrou Siwon e saiu correndo dali. Só não contou com a presença de Kihyun em seu caminho. Não deu tempo de mais nada: acabou vomitando no rosado, deixando-o chocado demais para dizer qualquer coisa. Hyungwon, por mais incrível que pareça, havia acordado cedo e vinha descendo as escadas. Quando viu a cena a sua frente, correu para ajudar um Hoseok limpando a boca com as costas da mão.

— Banheiro. — falou curto, e mais novo assentiu, logo lhe ajudando.

Todos estavam num misto de choque e preocupação diante do que acabou de acontecer. Kihyun, pela primeira vez, olhou a condição atual de suas roupas e franziu o nariz antes de soltar um resmungo chateado por já ter até tomado banho.

— Acho melhor tomar outro banho. — Siwon aconselhou seu filho. O menor concordou, seguindo as escadas, de volta ao seu quarto.

— Ele vai ao médico e não tem querer. — Donghae se pronunciou enquanto voltavam para a cozinha, terminando o preparo do café.

— Foi só um enjoo. — Jooheon engoliu em seco pelo modo que foi encarado pelos alfas. — Ok, não foi só um enjoo.

— Ontem, o hyung desmaiou. — Hyungwon disse ao entrar no cômodo com Hoseok ao seu encalço. Ele estava pálido, aparentando ainda estar com náuseas.

— Não precisa lembrar disso. — Hoseok se sentou à mesa. — Jogue esse perfume fora. — falou ao irmão. — Eu não consigo. — colocou a mão na boca e fechou os olhos. — Eu vou subir, tios. — pôs-se de pé para logo sair dali, e Hyungwon veio atrás com medo de que passasse mal de novo.

— Como assim ele desmaiou ontem? — Jooheon questionou e entrou em uma conversa com os mais velhos, decidindo por levar o irmão a um médico.

Estava para dizer que se voluntariaria para levá-lo quando a figura sonolenta de Changkyun entrou no local e abraçou os pais. Como Siwon era o mais alto ali, ele não resistiu em aproveitar o abraço para se agarrar ao pai como um bebê coala.

— Bom dia, filhote. — Siwon o segurou para não escorregar. — Dormiu bem?

— Estou com sono, appa. — apertou-se mais ao tronco forte e desnudo do pai, sentindo a pele quentinha contra a sua.

— Acho melhor acordar, Kyunnie. — Donghae afagou a cabeleira negra do filho. — Nós temos visita.

Changkyun, ainda lento pelo sono, girou o pescoço, encontrando Jooheon se remexendo desconfortável ali. No momento que compreendeu que era mesmo ele, desceu depressa do colo do pai e correu até o alfa, abraçando-o. A sua euforia causou um choque forte de seus corpos, e Jooheon perdeu o equilíbrio, tendo a sorte de cair sentado numa cadeira, e não no chão. Podia ser o sono ou a saudade, não sabia dizer qual, mas simplesmente montou de frente no colo dele, ignorando os pais ali e afundou o rosto na curvatura do pescoço alheio.

— Honey, eu quero carinho. — Jooheon encontrava-se em pânico, havia um Changkyun dengoso sentado em suas pernas enquanto um Siwon lhe encarava, apertando os punhos fortemente. — Honey! — o namorado ergueu o rosto, mostrando o enorme bico que adornava seus lábios.

— Seus pais estão olhando, Puppy. — tentando ignorar a maneira que era fuzilado com o olhar, acariciou a bochecha dele e não resistiu em deslizar o polegar no lábio inferior fino, sentindo a textura e temperatura.

— Eu quero carinho! — choramingou.

Jooheon suspirou, sabendo que acabaria fazendo-o chorar de verdade caso continuasse negando devido ao efeito pós cio.

— Quer minha atenção só pra você, é? — mesmo temendo por sua vida, juntou seus lábios num selinho.

— Sim. Você tem que ficar comigo agora. — Jooheon sorriu entre um beijo e outro quando disse isso, parecendo relaxar pela primeira vez.

— Nem ouse. — Donghae segurou Siwon quando esse ameaçou ir até o casal. — Nosso filhote saiu do cio ontem e está com saudade do namorado. Tem que aceitar que o nosso caçula está apaixonado por esse alfa. — ouviu um bufo. — Eu estava certo em dizer sobre ter pena dos nossos filhotes por causa do seu ciúme.

— Ei! — sentiu-se indignado com o que ouviu.

— Desamarre essa cara se não quiser que eu repita. — enlaçou o pescoço do maior, aproximando seus rostos. — Nossos filhotes estão crescendo, Won. Vai ter que lidar com isso. — distraiu-o com um beijo. — Vamos tomar café.

Os mais velhos sentaram-se a mesa, Donghae vigiando Siwon para que não perturbasse o filho e o namorado, agora sentados cada um em uma cadeira, ainda a trocar beijos. Não muito tempo depois, Hyungwon e Kihyun juntaram-se aos demais, ocupando seus respectivos lugares, restando apenas Hoseok, que havia ficado no andar superior.

Após o termino da refeição, os senhores Yoo foram se preparar para irem trabalhar. Hyungwon e Kihyun iriam visitar o namorado novamente, Changkyun ficaria em casa com Hoseok, mas Jooheon levaria irmão, nem que fosse a força, ao hospital, significando que o pequeno também iria. Só teria que passar em casa antes disso e tomar outro banho para retirar fragrância de seu perfume se não quisesse ver seu irmão botando as tripas para fora novamente.

— O que acha que o Seok hyung tem? — Changkyun perguntou a Jooheon. Estavam somente os dois na cozinha no momento.

— Eu não sei, mas vamos descobrir. — puxou o menor pouco depois desse ter deixado a louça que usou na pia. Juntou seus lábios em um selar que, apesar de simples, fez o coração de ambos disparar, além do rubor violento tomar conta das bochechas de Changkyun. — Eu senti saudades. — colou suas testas, seu sussurrando gerando um sorriso bobo por parte dele.

— Aish. — o casal se afastou o mínimo para que pudesse olhar o dono da voz. Kihyun estava parado na entrada da cozinha, lhes encarando com o cenho franzido. — Eu não tenho que ver isso. Cadê os appas? Won appa! — gritou pelo alfa, e um “Estou me arrumando” veio do andar de cima.

— Não fique apelando para os appas. — Changkyun se aconchegou nos braços do namorado, fazendo pouco caso da atitude do irmão. Também estava com saudades da presença cativante, da voz menos rouca que a sua, daquele cheirinho que lhe passava tanta segurança.

— Apelão. — Hoseok mal entrou no lugar e tampou o nariz. — Jooheon, sério, não quero te expulsar, mas esse cheiro está realmente me fazendo mal. — não queria parecer um chato, nem deixar seu bebê chateado, mas era isso ou ficaria trancado no quarto enquanto o irmão estivesse ali.

— Tudo bem. — separou-se do namorado, deixando um beijo na testa dele. — Eu vou em casa tomar outro banho, volto daqui a pouco. — caminhou até a porta da casa. — Se arrumem. — dirigiu-se a Changkyun e Hoseok, esse último lhe encarou com certa curiosidade, já que não haviam marcado nada, pelo menos não que ele se lembrasse. — Vamos no médico, e não quero saber se você quer ir ou não. Os senhores Yoo são seus responsáveis no momento e eles me deram permissão, então se arrume e me espere. Você vai com a gente, Puppy. — virou-se e deu de cara com Siwon lhe encarando com uma sobrancelha erguida.

— Onde acha que vai levar meus filhotes? — referia-se aos dois ômegas.

Kihyun sorriu diante da atitude do pai. Sabia que seus os pais tratavam Hoseok como um filho, isso deixava-o feliz.

— D-desculpe, senhor. — Jooheon fez uma reverência, ocasionando a risada geral.

Logo, Donghae apareceu e puxou o marido para fora de casa. Jooheon também seguiu seu caminho e todos foram se arrumar para sair. Hoseok parecia insatisfeito com essa saída fora de seus planos e, pior ainda, por ser para um hospital.

— Nós já vamos. — Kihyun apareceu na porta do quarto do irmão. Changkyun estava no banho, já Hoseok estava em frente ao espelho, arrumando seus cabelos já grandes demais para seu gosto.

— Tudo bem. — Kihyun saiu ao ouvir sua resposta. — Espera! — mas logo voltou ao ouvir seu grito. — Por que não traz Min pra cá? Faz tempo que não vejo ele e Hyungie parece sentir saudades dele aqui.

— Vou trazê-lo. — balançou a cabeça, assentindo e sorriu.

— Traz ele para almoçar. Eu não vou demorar lá. Deve ser só minha resistência baixa ou até uma anemia, nada demais. — Hoseok voltou a olhar o espelho, vendo pelo reflexo o momento que Kihyun deixou o quarto.

Minutos depois da saída de Kihyun e Hyungwon, a campainha tocou, anunciando o retorno de Jooheon. Changkyun tentava enxugar o cabelo do melhor jeito possível, mas optou por desistir e acompanhou o Shin até o andar debaixo. Estava com um bico nos lábios, queria ter secado seus cabelos, mas não queria atrasar aquela consulta, afinal, era a saúde de Hoseok.

— Vamos. — Jooheon os apressou, esperando, na porta, os ômegas colocarem os sapatos. — Puppy. — chamou o namorado, que o encarou. Os fios úmidos pareciam aderir a pele de seu rosto. Sorriu e selou os lábios dele brevemente. — Nada. Vamos indo. — puxou-o pela mão até o carro.

Hoseok sentou no banco traseiro e deixou o casal ir conversando na frente, sentindo-se melhor por respirar apenas a fragrância natural de alfa exalando do irmão. Ele estava com sono, fraco, sequer tomou o café por estar com o estômago mal em razão do medo de comer para depois colocar tudo para fora. Após alguns quilômetros, o carro do Lee parou no estacionamento do hospital, e o trio se dirigiu para dentro do prédio.

O ambiente fez um incômodo surgir em Changkyun. Ele se achegou em Hoseok em decorrência disso, segurando firme no mais velho. Jooheon ficou confuso com a atitude estranha, mas decidiu ignorar aquilo por enquanto, indo até o balcão para falar com a recepcionista, que o indicou o elevador para onde os três seguiram.

— Continuo achando isso desnecessário. — Hoseok disse enquanto tentava arrumar os fios de Changkyun agarrado em seu tronco.

— Pelo que me falaram, eu acho mais do que suficiente. — Jooheon rebateu e saiu do cubículo quando as portas metálicas se abriram no andar desejado.

O alfa foi na frente e parou em frente a uma porta, batendo nela com o nó dos dedos. Ouviu um “Entre”, do outro lado, segundos depois.

— Espera. — Hoseok chamou a atenção do irmão que tinha a mão na maçaneta. — Eu vou sozinho. E cale a boca, você já me trouxe aqui sem eu querer. Eu só vim por causa dos tios. — seu irmão suspirou, mas saiu do caminho. — Fique aqui com o Honey. Eu já volto.

Changkyun assentiu e abraçou o namorado, vendo o loiro entrar na sala. Eles sentaram num banco que havia ali enquanto esperavam o retorno do mais velho.

— O que você tem? — Jooheon enfim perguntou. O desconforto do menor para com naquele lugar não passou despercebido pelos seus olhos.

— Não gosto muito de hospitais. — respondeu curto. — Será que o Seok hyung está bem? — mudou de assunto antes que ele perguntasse o motivo.

— Espero que sim. — alisou as costas do menor no intuito de passar algum conforto e olhou para do consultório.

Quando Hoseok entrou na sala, agradeceu mentalmente ao irmão por ser atendido pelo mesmo médico que lhe socorreu no dia do acontecimento desagradável em sua vida. Falou resumidamente sobre o que vinha sentindo e respondeu mais algumas perguntas. Após cerca de dez minutos, saiu da sala acompanhado pelo médico.

— Mas o consultório está nesse prédio mesmo? — perguntou a Leeteuk.

— Sim. Estamos no quarto andar, o consultório dele fica no segundo. Faça os exames que pedi e me traga, mas tenho quase certeza do que se trata. — Leeteuk observou Jooheon e Changkyun se aproximarem ao falar isso.

— Então, por que o senhor não pode me diagnosticar e evitar tudo isso? — o dr. Park suspirou e ofereceu um sorriso aos acompanhantes do ômega.

— Sr. Lee, faça com que ele chegue ao consultório do Dr. Choi. — assim que recebeu a resposta dele, retornou à sua sala.

— Por que você é sempre tão teimoso? — Jooheon soou irritado. Era da saúde dele que estavam falando, e não de uma coisa banal.

— Não é teimosia, só acho perda de tempo. Eu estou bem. — rebateu e puxou Changkyun para agarrar-se a si.

Jooheon revirou os olhos e pegou o papel da mão do irmão, onde estava escrito os exames que ele deveria fazer. Todos eram basicamente exames de rotina, não viu nada de incomum ali. Logo abaixo, encontrava-se o andar e número da sala do médico que Hoseok deveria ir. Não tardaram para entrar no elevador e seguiram para o segundo andar.

— Me dá isso aqui. — Hoseok puxou o papel da mão do mais novo antes que ele pudesse fazer qualquer coisa. — Eu vou sozinho. E não pense que vou deixar você pagar esses exames.

Jooheon bufou. Estava perdendo a paciência com irmão, o que era muito raro, mas não diria nada. Sabia que todo aquele jeito arisco era uma defesa dele, pois na verdade ele estava com medo de encarar tudo sozinho.

— Já volto, Kkukkung. — beijou o seu bebê.

Changkyun preferiu apenas segurar na mão do namorado. Quando o loiro entrou na sala, sentiu algo ruim.

— O que houve? — Jooheon lhe olhou, preocupado.

— Não sei. — suas palavras eram quase sussurros, como se tivesse medo que alguém fosse ouvir. — Um mal pressentimento. — sacudiu a cabeça a fim de espantar tais pensamentos.

Dentro da sala, o silêncio era absoluto. Hoseok, desde o momento em que entrou ali sem fazer barulho, estava com as costas coladas a porta, encarando o jovem médico sentado à sua frente. Piscava atônito, quase coçando os olhos para ver se estava vendo direito. Seu olhar analisava minuciosamente a figura de cabelo loiro puxado para o castanho arrumado perfeitamente para trás que contrastava na pele amorenada, pescoço longo e fragrância discreta, entre o suave e imperceptível.

— Hoseok? — Hoseok pareceu sair do transe quando foi chamado. O de jaleco deu a volta na mesa e veio até a porta, lhe encarando tão descrente quanto o encarava. — Como me achou? — seu corpo tencionou um pouco com toque leve na base da lombar, deixando-se ser guiado até a cadeira e vendo-o retomar ao seu lugar.

— E-eu... — engoliu, tentando procurar as palavras certas. Sem saber o que dizer ou como agir, simplesmente entregou o papel que havia recebido do clínico geral.

— Ah, certo. — o médico não tirava o sorriso do rosto. E que sorriso bonito, Hoseok ressaltou mentalmente. Não sabia se deveria se sentir envergonhado ou feliz com a situação, mas uma pontada de culpa veio por não saber o nome do beta.

— Desculpe. — chamou baixinho. O de jaleco ergueu o olhar do o papel, fixando-o em seu rosto. — É q-que eu não cheguei a perguntar seu nome lá no Japão. — amaldiçoou-se por gaguejar na frente do mais velho, amaldiçoou-se ainda mais por sua atitude inusitadamente acanhada ter o feito sorrir mais abertamente. Aquele sorriso brilhante fez seu o coração se aquecer.

— Choi Minho. — revelou. — Não se preocupe com isso, mas vamos ao que interessa. Você irá fazer uma coleta de sangue e esperar cerca de duas horas até termos os resultados. — explicou, anteriormente seria preciso esperar dias para receber os resultados de um exame de sangue caso fizesse em uma clínica de rede pública, mas com a tecnologia atual, dentro de poucas horas já teria o resultado.

Hoseok concordou com um movimento de cabeça.

— Mas... — começou meio acanhado. — Você voltou para Nova Coreia. E sua residência médica no Japão?

— Eu pedi para me mandarem de volta. — o Choi sorriu com o jeito do ômega, simplesmente adorável. — Estava com saudades dos meus pais, e, como eu era um destaque entre os alunos, por assim dizer, eles aceitaram o meu pedido. Então, terminarei minha residência aqui. — explicou enquanto escrevia em uma série de papéis. — Agora, vá ao térreo e entregue isso à recepcionista. Ela irá te encaminhar ao ambulatório para fazer a coleta. — Hoseok tentava se manter atento ao que era dito, mas aquele sorriso tirava sua atenção.

— Ah... Sim, claro. — pegou os papéis que, até então, não tinha percebido que Minho lhe estendia. — Hã... — levantou-se e tentou pensar rápido. — Você... bem... — não sabia o que dizer.

— Pode falar. — Minho o encorajou.

— Nada, deixa pra lá. — sorriu sem graça. — Então, daqui a duas horas, eu volto. — e saiu da sala sem esperar resposta.

Hoseok suspirou alto, as bochechas ardendo, o coração martelando pelo nervosismo. Sentia-se um idiota por estar sorrindo como um lerdo. Mas, afinal, qual a probabilidade de se reencontrar alguém que só viu uma vez na vida, ademais sendo ele Choi Minho?

— E então? — Hoseok tratou de se recompor ao notar Jooheon se aproximando de mãos dadas com Changkyun.

— Acho melhor vocês irem pra casa. Ele me mandou fazer um exame, e vou esperar aqui durante duas horas para receber o resultado. — explicou. — Avisem ao Ki que eu não posso fazer o almoço.

— Não, hyung. Vamos ficar com você. — Changkyun disse, e Jooheon mostrou-se igualmente disposto a ficar ali.

Hoseok somente deu de ombros e seguiu todas as instruções do Choi. Os amigos permaneceram ao seu lado durante a espera e ligaram para Kihyun, que decidiu que iria fazer o almoço. Chegaram a conhecer a lanchonete do local, onde ficaram por volta de uma hora até terem de retornar à recepção, pois os exames já estavam concluídos.

— Que rápido. — Hoseok sorriu para a moça que lhe entregou os papéis. Retornou ao segundo andar novamente com os amigos na sua cola. — Vai ser rápido, me esperem aqui.

Ele estava ansioso, muito, muito ansioso, admitia. Atribuía isso a sua curiosidade para saber o resultado dos exames, mas, no fundo, sabia que estava assim somente por querer ver o aquele médico de novo. Estava tão inquieto que nem havia perguntado em que ala do hospital estavam, mas isso era o de menos.

— Já está de volta. — sua natureza de ômega agiu mais forte, fazendo-o corar vergonhosamente quando foi recebido calorosamente com aquele sorriso que o desconcertava.

— Pois é... — sussurrou e se sentou de frente para o médico, entregando os papeis.

— Deixe-me ver. — abriu os envelopes e começou a analisar. Não conseguiu disfarçar o certo desconforto que sentiu ao ler aquilo. Ele, de longe, não estava esperando por isso, na verdade, pela sua área, até sabia, mas desejava que os resultados não fossem esses.

— Devo me assustar com sua cara de frustração? — Minho recuperou a compostura quando ouviu aquilo. Hoseok ainda era seu paciente ali.

— Bem, acho que devo lhe dar os parabéns. — sorriu forçado, deixando o loiro ainda mais confuso. — Você está gravido, Hoseok.


Notas Finais


Voltamos em breve
eu acho
beijos no coração de vocês
e obrigado pelos 220 favoritos e pelos lindos comentários
Continuem dando amor a BM
até mais ^^


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