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História Blue Moon (Em Hiatus) - Chapter eight


Escrita por: kyyyaxoxo

Notas do Autor


Devemos fugir para as colinas?
Primeiramente FORA TEMER!
Segundamente, PERDOA A DEMORA E NÃO DESISTE DE BM ;-;
Acho que todo mundo sabe que o ENEM ta ai na porta né?
Esse é o grande motivo da nossa demora, a gente vai ficar loka, porque é tipo assim o nosso futuro em uma maldita prova.
Enfim, Boa leitura e até as notas finais!

Capítulo 9 - Chapter eight


Fanfic / Fanfiction Blue Moon (Em Hiatus) - Chapter eight

Changkyun olhava para todos os ângulos que seu pescoço permitia, a boca estava franzida numa linha reta e uma mão, pendurada na nuca. Estava perdido naquela mansão enorme? Claramente. Apesar de ter entrado nos mais diversos tipos de corredores, as portas pelas quais passava pareciam todas iguais e ainda devia estar no segundo andar por estar (e isso ele tinha quase certeza) andando em círculos, transformando aqueles imensos corredores em um labirinto sem fim. Se soubesse que sua “jornada” em busca da cozinha seria tão difícil, nem teria levantado da cama e saído dos braços de Hoseok, onde deveria estar agora, e daria um jeito de aguentar a fome até o amanhecer.

— Parece que alguém tá perdido. — o ômega se virou em direção à voz, onde um vulto de braços cruzados estava com a lateral do corpo encostada no batente de uma das várias portas. Não precisava forçar a vista no escuro, conhecia o tom do alfa Lee de longe. — O que faz acordado agora, Puppy?

— Queria achar a cozinha, mas sinceramente tô quase desistindo, hyung. — confessou num suspiro.

— Você não comeu direito no jantar, já esperava que fosse acordar no meio da madrugada procurando comida. — Jooheon riu soprado. Podia estar escuro, porém era mais do que óbvio que o mais novo estava fazendo um bico emburrado nos lábios pelo seu comentário. Caminhou até Changkyun, ficando próximo o suficiente para sentir a respiração dele, que ficou levemente descompassada, em seu rosto. — Eu te levo lá. — o alfa não deu tempo para o ômega, segurou a mão dele e saiu guiando-o por aquele breu.

O Yoo mais novo ficou sem palavras com a atitude do alfa. Claro, eles já eram relativamente próximos, mas isso não significava que estava acostumado com contatos físicos inesperados, mais especificamente ficar de mãos dadas. A mão de Jooheon passava um calor gostoso, esquentando sua palma fria. Não falava nada, apenas deixava que o mais velho o levasse até o cômodo procurado enquanto sentia seu coração martelar fortemente sem nenhum motivo específico, como se estivesse tendo uma descarga de adrenalina na corrente sanguínea. Era estranho o modo como andava cabisbaixo para tentar esconder o leve rubor em suas bochechas e, ao mesmo tempo, sem tirar os olhos por um segundo da mão de Jooheon na sua, sentindo uma vontade esquisita de apertá-la de volta.

O Lee ouviu o outro resmungar quando ligou a luz do cômodo sem aviso algum, revelando a cozinha luxuosa assim como todos os demais cômodos daquele lugar eram. Caminhou até o largo balcão caro de granito negro e ajudou o menor a sentar-se devagar em uma das banquetas. O Yoo mais novo podia não saber, mas Jooheon o ouviu suprimir um gemido de dor (os machucados em sua costa ainda latejavam, mas agora com menos intensidade) quando sentou no assento, esforçando-se para não demonstrar nada em seus traços, o que acarretou numa pequena queimação no interior do alfa que não sabia explicar o que significava. Ele balançou a cabeça antes que começasse a ficar devaneando em busca de respostas e abriu a grande geladeira que mais parecia ser um sonho de consumo para os chefes de cozinha do que para uso habitual.

— Tem alguma coisa que você queira comer? — ainda segurando a porta da geladeira, voltou-se para ele. O rosto de Changkyun explodiu em vermelho intenso, os olhos arregalados numa expressão envergonhada por ter sido pego no flagra fitando suas costas. É, talvez devesse ter colocado uma camisa antes de sair do quarto.

— E-eu... — o ômega engoliu em seco e respirou fundo. Não queria ser motivo de piadas por causa do ataque de gagueira que o atingiu. — Não sei. O que tem aí? — sorriu internamente por ter feito a frase soar estável.

— Olha... — tornou a se virar para a geladeira farta e analisou o conteúdo lá dentro. Sua mente devia estar fazendo-o ouvir coisas porque podia jurar que tinha ouvido um suspiro atrás de si ao ficar de costas para o ômega. Devo tá ficando louco, pensou ele. — Tem... de tudo. — concluiu num riso soprado. Pensava em fazer uma coisa simples para ele, um sanduiche por exemplo, mas reconsiderou ao enxergar uma caixa escondida numa das últimas prateleiras. Agachou-se e esticou o braço, tirando a caixa de lá. — O que acha disso? — olhou por cima do ombro e ergueu a caixa de pizza.

Um sorriso enorme brotou nos lábios de Changkyun que meneou a cabeça positivamente com os olhos brilhando.

Jooheon colocou a pizza grande num prato e colocou no forno elétrico. Em seguida, foi até os armários a procura de pratos menores e copos. Quieto, o menor observava seus movimentos. Queria ajudar, mas tinha quase certeza de que ficaria mais perdido tentando procurar qualquer coisa diante de tantos armários, gavetas, prateleiras e etc.

O forno elétrico apitou chamando atenção do alfa. O Lee pegou uma luva e retirou o prato quente de lá, colocando-o sobre a bancada. Foi mais uma vez em direção a geladeira e pegou uma garrafa de refrigerante para então retornar a bancada e comer junto ao ômega.

— Comer nesse silêncio me dá medo. — Changkyun comentou ao finalizar sua primeira fatia.

— Também acho. Por isso que não gosto de ficar aqui essa hora. — Jooheon olhou ao redor automaticamente, procurando sabe-se lá o que. — Que tal comermos lá fora? Tem um lugar com uma vista bonita que aposto que vai gostar.

Changkyun ponderou por um segundo.

— É, melhor que esse ambiente de filme de terror. — o Lee riu de sua analogia.

Eles deixaram os pratos sujos dentro da pia, decidindo levar somente o prato com a pizza, os copos e o refrigerante. Jooheon, equilibrando a pizza em uma das mãos, olhou para o mais novo, que carregava a garrafa em um dos braços como uma criança e segurava ambos os copos numa mão só (como se soubesse o que o alfa estava prestes a fazer), e estendeu a mão livre em direção a ele. Aquilo era desnecessário, bastava pedir que o seguisse, entretanto queria provar outra vez daquela sensação misteriosamente gostosa que havia se apossado de seu corpo quando suas mãos estavam juntas. O Yoo mais novo alternou o olhar entre seu rosto e a mão esticada, mas acabou encaixando a mão na dele.

Um sorriso bobo ergueu os lábios de ambos sem que nenhum dos dois notasse.

Os passos deles ecoavam pelos corredores silenciosos. Os dois subiram quatro lances de escadas até chegarem ao local, onde Changkyun julgava ser o último andar da mansão. Os dois passaram pela porta de vidro e o ômega não pode esconder a surpresa ao se deparar com um verdadeiro mirante. A cobertura se estendia larga até chegar as limitações impostas pelas barras brancas de ferro, haviam três pequenas mesas redondas de vidro, todas com quatro cadeiras, espalhadas pelo local (que, aos olhos do mais novo, parecia ter uma mini cozinha) e algumas espreguiçadeiras, como também alguns vasos de plantas bem posicionados. O som de grilos e de água fluindo da cascata da piscina redonda deixavam o ambiente com um clima ainda mais relaxante, a iluminação era ambiente, a lua azul trazia um brilho bonito para lá, e, ao longe, conseguia avistar as luzes típicas da cidade.

— Gostou? — Jooheon perguntou retoricamente, apertando a mão do outro que permanecia estático.

Eu amei. Esse lugar é maravilhoso.

Changkyun não exprimiu esse pensamento em palavras por continuar deslumbrando com o cenário estonteante. Ele virou o rosto para encarar o Lee e encontrou as covinhas fofas e os olhos formando dois risquinhos pelo sorriso bonito que adornava a boca carnuda. E então sorriu de volta sem saber o porquê, apenas contagiado pelo sorriso que fez seu coração acelerar, não se importando por estar possivelmente corado.

Os dois se dirigiram até as espreguiçadeiras acolchoadas e deitaram cada um em uma. Tal como havia acontecido na escola, a conversa começou a surgir de forma espontânea enquanto se serviam de mais pizza e refrigerante, trazendo aquele clima agradável característico de quando estavam juntos. E ficaram por lá, comendo sob a luz da lua nova e apreciando o céu noturno estrelado.

 

Hoseok suspirou aliviado por finalmente encontrar o ômega mais novo que havia sumido do quarto, deu dois passos para dentro da cobertura e freou. Passando a mão no cabelo, sorriu abobado vendo Changkyun interagindo com Jooheon e resolveu não interferir, decidindo observar de longe o possível futuro casal. O Shin sentou-se ali mesmo no chão e encostou-se a porta de vidro. O cheiro de pizza atiçava sua fome, mas não se deixaria levar por isso, afinal, para que estragar aquela cena meiga acontecendo diante de seus olhos?

O loiro flexionou uma das pernas e colocou o cotovelo ali, apoiando o rosto na canhota. Sorria como um pai olhando orgulhoso para o filho mais novo que estava a crescer rápido. Jamais imaginaria que seu irmãozinho se daria tão bem com o de Kihyun, estava contando o tempo nos dedos porque sabia que, analisando a situação, não demoraria muito para estarem juntos. O alfa Yoo teria um ataque caso visse o que estava vendo, mas nada que um tom mais elevado ao falar com ele não resolvesse essa frescura.

Uma risada breve e curta escapou de sua boca ao fechar olhos, pensando no quanto essa semana na casa de Jooheon será incrivelmente agradável.

 

— É melhor a gente entrar se não vamos acabar dormindo aqui mesmo. — a voz de Jooheon era baixa de sono. Estava para cochilar na espreguiçadeira, assim como o outro na espreguiçadeira do lado. — Já terminados de comer faz tempo.

— Aqui tá bom. Tô com preguiça de levantar. — Changkyun falou no mesmo tom sonolento.

O alfa sentou sobre os calcanhares ao lado do ômega. A mão se movimentou sozinha, logo estava fazendo cafuné na cabeça do mais novo que fechou os olhos sentindo a carícia em suas madeixas, acomodou-se mais na espreguiçadeira e começou a cochilar. A figura vulnerável dele fez o ruivo querer ficar mais perto, a franja caindo sobre os olhos e os lábios entreabertos davam um ar ainda mais inocente a feição do Yoo. Droga, pensou Jooheon, como Changkyun consegue ser tão adorável sem fazer esforço? Assim não havia escapatória para ele que estava ficando mais e mais vidrado pelo ômega, uma verdadeira armadilha com qual estava a um fio de ser capturado. O Lee mordeu os lábios, sua respiração arrepiando a franja do ômega pela distância entre eles ficando menor, a baderna interna aumentando quanto mais perto ficava dele.

E Jooheon soube que havia sido pego por aquela tentadora cilada no momento em que Changkyun voltou a abrir os olhos em razão da sua respiração tão próxima a ele. Foi como um choque de realidade do que estava prestes a fazer, mas não era como se conseguisse ou quisesse retroceder suas ações quando encarou a profundidade dos olhos do rapaz abaixo de si que lhe fitava com extrema curiosidade e firmeza apesar da situação com a qual se encontravam. A aquela altura do campeonato, vacilar não era uma opção.

— Você pode ficar doente se dormir aqui fora. — falou rouco, praticamente debruçado sobre ele, a ponta do nariz quase roçando na do ômega.

Me carrega, Honey hyung.

De tão tenso, Jooheon passou a ouvir o coração batendo forte em seus ouvidos quando as pálpebras do menor ficaram semicerradas. A boca de Changkyun se moveu perigosamente naquele pedido surrado, malditos e torturantes milímetros faltando para as bocas se tocarem. Era a deixa perfeita, pensou o alfa fitando os lábios chamativos a sua disposição, e nada poderia atrapalhar, certo?

Errado.

O empurrão que recebeu não fazia parte de seus planos.

As costas do Lee bateram na espreguiçadeira atrás de si por ter sido pego desprevenido, não que aquilo fosse causar um ferimento horrível, no máximo uma roxura e sensibilidade local. Porém, diferentemente do corpo, sua cabeça permanecia confusa com o que acabou de acontecer, digerindo a informação aos poucos graças a quantidade de pensamentos importunando sua mente, assim como o ritmo cardíaco frenético dificultando o processo. Estava a ponto de acreditar que estava a compartilhar sensações porque sequer parecia normal sentir algo tão intenso dentro de si. E, quando, atônito, mirou Changkyun, ele também estava nessa mesma condição bagunçada: a respiração ofegante e o rosto vermelho numa mescla com as dores corporais sentidas pelo movimento abrupto.

— Por que? — foi única coisa que o Lee conseguiu proferir.

— O Se-Seok h-hyung tá ali. — o Yoo alternou o olhar entre ele e o lugar onde Wonho estava, abaixando a cabeça após isso. — Ele deve ter sentido que eu não tava mais lá com ele e levantou pra me procurar. — murmurou do início do fim.

— Precisamos entrar agora. — levantando num movimento rápido, ele virou de costas e passou a mão no rosto, mal acreditando no tamanho deslize que, por pouco, não cometeu.

Jooheon tirou a mão do rosto e olhou para a entrada. Wonho estava ali há quanto tempo? Perguntava-se internamente. Parecia ser bastante tempo para o sono tê-lo derrubado e o forçado a dormir naquela posição desconfortável.

— Ele vai arrumar uma dor nas costas por dormir desse jeito. — pensou alto, já caminhando em direção ao irmão.

O Yoo, por outro lado, permanecia estático e cabisbaixo. A mão direita apertava o tecido da camisa como forma de acalmar a pulsação agitada dentro de seu peito e a respiração desregulada. Tão perto... Changkyun havia conseguido até sentir suas respirações se chocando uma contra a outra. E, agora, nem conseguia encarar o alfa por extrema vergonha. Ah, porque Hoseok tinha que estar justo ali? Choramingava internamente.

Changkyun chacoalhou a cabeça ao se deparar com esse tipo de pensamento egoísta em sua mente. Mesmo com dor, precisava ajudar o Lee a levar o loiro de volta ao quarto.

O ômega, entretanto, congelou quando ergueu o olhar.

Jooheon se levantava do chão com Wonho nos braços.

O mais novo soltou um bufo inevitável vendo aquilo. Seus olhos rolaram numa súbita raiva por estar sentindo-se absurdamente injustiçado pelas atitudes do Lee. O mais velho só podia estar tirando uma com a sua cara.

Ele não me carregou quando pedi, mas, o Seok hyung, ele carrega. Aff.

A mente de Changkyun deu um estalo no instante seguinte.

Mas o que foi que acabei de pensar?!

— Vamos, Puppy. — a voz de Jooheon, que já estava em frente a escada, o despertou de seu transe.

— Ah... tô indo, hyung. — o ômega mais novo olhou uma última vez para a louça no chão e deixou lá, caminhando até o alfa e descendo as escadas junto a ele.

 

(...)

 

Feixes de luz passavam pelas frestas da cortina deixando o quarto parcialmente claro e pousavam quase que propositalmente no rosto do ômega. Hyungwon resmungou sonolento e virou para o outro lado cama ao sentir os raios solares incidirem sobre sua face. Havia dormido umas três horas (fragmentadas) no máximo, ele não teve o luxo de se dar uma boa noite de sono e não conseguiria nem mesmo se quisesse pois o incidente de ontem e a necessidade de saber se Minhyuk estava bem mantiveram-no acordado.

Suspirou derrotado após tanto rolar no colchão e se levantou pegando a toalha e caminhando para o banheiro. Uma vez lá dentro, despiu-se sem pressa e entrou no box, ficando sob o chuveiro e abrindo o registro em seguida. Ele encostou a cabeça no azulejo frio sentindo a água fluir numa temperatura agradável pelo seu corpo. Os dias seriam longos e exaustivos sem a companhia alegre do platinado, o Chae pensava seriamente em faltar a semana inteira em decorrência disso. De fato, era uma ideia muito convidativa e poderia ficar cuidando da mãe enquanto Yoona não chegasse, bem melhor do que ir à escola e ter de aturar comentários maldosos por estar sozinho. Era sempre a mesma coisa independente da escola que estudasse, quase como se estivesse condenado a sofrer bullying por ser considerado estranho devido sua dificuldade de socializar com os demais; eram nessas horas que agradecia por ter alguém como Minhyuk que era verdadeiro anjo em sua vida.

O moreno tratou de terminar o banho antes que começasse a ficar devaneando com a água caindo sobre sua cabeça. Ele se enxugou, enrolou a toalha no quadril e foi escovar os dentes. Enquanto fazia sua higiene bucal, pensou sobre os prós e contras de ficar em casa durante essa semana. Caso ficasse, seria o mesmo que aguentar o senhor Chae dando seu ar de graça vez ou outra e sabia muito bem as consequências disso. Ele enxaguou a boca e saiu do banheiro para vestir o uniforme, pegar seu material, ir tomar café e sair de casa às pressas.

Ir à escola era com certeza a opção menos destrutiva para si.

Hyungwon sorriu quando os portões e o grande prédio da escola surgiram em seu campo de visão depois alguns minutos caminhando a ponto de quase correr. Andou pelos corredores ainda naquela mesma pressa, desviando de todos os estudantes ali presentes até chegar na sua sala. Ele abriu a porta com cuidado e encontrou apenas alguns estudantes ali que o encararam ao passar por eles e se sentar numa das últimas cadeiras da sala. Eles olharam para o fundo onde o Chae estava e começaram a cochichar entre si, o que fez o moreno pegar um livro e se esconder atrás dele. Começa logo, ele implorou internamente, incomodado com tudo aquilo.

O sinal do início das aulas tocou depois de um longo tempo e os alunos e o professor adentraram a classe. Durante o decorrer das horas, Hyungwon encarava as duas carteiras vazias em frente à sua com um olhar perdido e o pensamento distante dali. Um grande remorso irrompeu em seu interior cada vez mais e mais forte com as lembranças de Changkyun defendendo Minhyuk vulnerável no chão que insistiam em se repetir em sua cabeça como uma autotortura. Ainda sentia calafrios com a cena do Yoo mais novo sendo arremessado brutalmente contra uma grande prateleira e se sentiu péssimo por ter envolvido o ômega mais novo pois vira como o mesmo ficou procurando, quase desesperado, amparo nos braços de Hoseok após isso. Até mesmo o Shin foi mais prestativo que ele. Por que ele travou justo naquele momento? E se Kihyun e Hoseok não tivessem chegado? Que desgraça teria acontecido? Céus, como a culpa o estava matando!

Hyungwon pendeu a cabeça em suas mãos, puxando com certa força os fios negros em dois tufos. Parecia um perfeito egoísta por ter um imenso terror de perder seu melhor amigo enquanto os demais sofriam as consequências de sua estupida impotência. Mas o que seria do Chae sem ele? Minhyuk era seu porto seguro, seu apoio, seu tudo! Viver sem a aura aconchegante do Lee era algo impossível para ele que se considerava um estorvo.

O platinado era quem lhe dava forças quando não havia mais ninguém com ele.

O ômega teve um pequeno sobressalto com o soar do sinal indicando o intervalo de almoço, esteve completamente avoado, ocupado em ficar preocupado e martirizar-se internamente, que nem percebeu o tempo passar tão rápido. Todos saíram da sala, sobrando apenas ele ali. O moreno encarou a janela ao seu lado direto num gesto automático, pensando se era uma boa ideia ou não ir para o refeitório.

— Hyungwon? — o ombro de Hyungwon foi tocado e o mesmo desvencilhou-se do toque no mesmo instante por reflexo, encarando com medo a pessoa.

— Ah, é só você. — ele falou mais para si mesmo do que para Hoseok, como forma de se acalmar do susto. — Você me assustou, hyung.

— Desculpa, é que você tava muito distraído que nem me viu entrar. — o loiro apertou seu ombro e a ação fez o moreno se sentir um pouco melhor. — Sabia que ia te encontrar aqui. Não vai sair da sala? É intervalo.

— Acho que vou ficar por aqui mesmo. — confessou num suspiro.

— Olha, não é só porque o Minhyuk não tá aqui que você não vai sair. — apesar das palavras soarem como uma bronca, o tom de Wonho era brando ao falar com o mais novo. — O Ki me pediu pra cuidar de ti enquanto eles dois ficarem ausentes, mas não é como se ele precisasse ter pedido. Eu não ia ter deixar sozinho de qualquer forma mesmo se ele não tivesse dito nada. Afinal das contas, nós somos amigos, não é?

O moreno arregalou os olhos.

Eu realmente tenho amigos além do Min hyung?

Ele não teve nem tempo para ficar feliz por essa possibilidade pois logo a preocupação com o Lee veio à tona ao pensar nele.

— Não sei se saber isso te acalma um pouco, mas o Ki mandou mensagem hoje dizendo que o Minhyuk tá bem. — a voz de Wonho o despertou do transe. — O Ki tá cuidando direito do teu amigo, não se preocupa.

Apesar de ter ficado envergonhado pelo mais velho ter notado aquilo, Hyungwon sorriu aliviado ao ouvir a notícia.

Os dois seguiram conversando até o refeitório. O moreno sabia que compartilhavam de problemas parecidos embora Hoseok não tenha deixado isso explícito a ele e talvez seja por isso que conseguisse confiar nele a ponto se sentir bem com sua presença. Ele lhe passava a sensação de segurança, algo que antes só Minhyuk era capaz de fazer, e, com ele ali, os comentários maldosos pareciam não existir mais.

— Quer que pegue comida pra ti? — Hoseok sugeriu. — O Honey e o Kkukkung já estão numa mesa, você pode esperar lá com eles.

— Não precisa. — Hyungwon riu fraco. — Eu mesmo pego e vou atrás de vocês. Já pegou teu almoço, não é? Pode voltar pra lá com eles.

— Tem certeza? — tentou insistir mais uma vez.

— Sim. Com licença, hyung. — falou educadamente antes de se afastar.

Hyungwon entrou na fila do refeitório com os demais alunos. Para sua sorte, ela não estava tão extensa devido a maioria dos alunos já ter ido pegar o almoço. Por outro lado, bastou se passarem alguns minutos para voltar a ouvir sussurros atrás de si. Ah, como odiava tudo aquilo e não poder fazer nada era o que mais o deixava frustrado.

— Nossa, ele é muito alto pra um ômega. — ao seu lado, uma garota murmurou para a amiga que vinha logo atrás enquanto o Chae colocava algumas porções de comida em sua bandeja.

— Ele é muito magro, não sei quem vai querer ele. — o moreno apertou retângulo de metal em suas mãos e saiu da fila assim que ouviu a resposta da outra garota.

— Coitado, vai morrer sozinho sem um alfa ou filhotes. — esse último comentário veio da mesa que ele havia parado em frente enquanto procurava Hoseok e os outros, comentário este que fez todos ali rirem.

O ômega apertou o passo no intuito de se distanciar deles o mais rápido possível, estava à beira de desabar, mas não iria demonstrar e nem dar esse gostinho a eles. No entanto, as coisas não estavam a seu favor (como sempre): assim que passou por um grupinho de alfas, alguém colocou o pé no meio do caminho para fazê-lo tropeçar. Ele foi de encontro ao chão assim como sua comida e refeitório inteiro parou para rir de sua desgraça.

 

Wonho parou de comer quando uma estranha movimentação começou a acontecer um pouco mais ao longe.

Mas o que é isso?

E então se virou em direção ao barulho.

O sangue dele ferveu vendo o Chae caído no chão enquanto todos riam a sua custa. Ele levantou da mesa rapidamente e saiu em disparada em direção do moreno, deixando Jooheon e Changkyun sozinhos na mesa. Algumas pessoas encurralavam o ômega indefeso ficando ao redor dele e o Shin precisou forçar passagem para chegar até ele.

— Hyungwon! — o loiro se pôs de joelhos ao lado dele e Hyungwon sentou lentamente sobre os calcanhares quando colocou as mãos nele.

A raiva de Hoseok aumentou quando Hyungwon o encarou com o olhar marejado. O Shin o ajudou a levantar e usou uma das mãos para limpar a sujeira no uniforme do outro.

— Já trocou de alfa, é? — alguém perguntou debochado. — Não, espera, é ômega. Você é estranho, sabia? Não tem vergonha disso?

— Quem é o passivo da relação? — e mais risadas começaram a soar.

Aquele foi o limite. O loiro percebeu o quanto ele estava se esforçando para se manter firme, porém nem as mordidas dolorosas que ele dava em si mesmo ferindo seus lábios foram capazes de conter as lágrimas grossas que começaram a rolar intensamente pelo rosto do moreno. O ômega mais novo correu no segundo seguinte, fugindo desesperado de tudo e de todos.

— Wonnie hyung! — Changkyun chamou quando o Chae passou por Jooheon e ele, mas o moreno não o ouviu. — Eu vou atrás dele. Vai atrás do Seok hyung antes que ele comece uma briga.

Jooheon encarou o Yoo mais novo, era a primeira vez naquele dia em que ele lhe dirigia a palavra de forma adequada. O clima estranho continuava ali, mas isso era irrelevante agora. Precisavam ajudar seus amigos, ambos estavam cientes disso.

— Ok. — e assim correram para lados opostos.

 

— Quem perguntou quem era o passivo?! — Wonho virou para eles, praticamente espumando de raiva. Um dos alfas exibia odiosamente um sorriso sarcástico e o Shin avançou encima dele, derrubando-o no chão num ataque surpresa. — Foi você, não foi, seu filho da puta?! — cuspiu as palavras ao acertar um soco na cara dele.

O ômega sentiu mãos fortes o segurarem pela cintura e logo estava sendo tirado de cima do alfa. Xingava Jooheon enquanto esperneava, mandando o mais novo o soltar para que arrebentasse mais a cara cínica do babaca caído no chão, e virou-se para gritar com ele que ignorava todas as suas ordens.

O loiro, entretanto, não encontrou o irmão ali. O Lee ainda estava se aproximando da confusão.

Quem o segurava era Hyunwoo.

— Você enlouqueceu?! — o alfa que levou o soco levantou e fez menção de partir para cima de Hoseok, mas o Son se meteu na frente e outro freou os movimentos bruscamente.

— Experimenta encostar nele que você vai ver o que é perder a sanidade! — Shownu rosnou para o alfa.

Tanto Hoseok como Jooheon, que havia acabado de chegar, arregalaram os olhos surpresos com as palavras de Shownu que estava alheio ao choque dos dois.

— Tá comendo ele, é? — o alfa colocou a mão sobre a área atingida pelo loiro. — Até pouco tempo você procurava putas de luxo, agora um simples bolsista tá servindo? Cadê o dinheiro da tua família, Shownu?

Hyunwoo segurou Hoseok mais forte e o puxou a ponto de quase colar as costas dele em seu peitoral quando o ômega tentou avançar outra vez. O loiro desistiu de se desvencilhar após algumas tentativas falhas, mas seus músculos estavam em estado de alerta e os olhos, fuzilando o rapaz a sua frente.

— Olha aqui, seu idiota! Tá achando que eu sou as putas que você e metade dessa escola comem?! — Hoseok berrou em plenos pulmões.

Jooheon, cansado de ficar apenas observando tudo calado e prevendo a impulsividade do alfa, entrou na frente dos mais velhos e ficou entre eles, protegendo Shownu e Wonho como um escudo. O alfa bufou e rosnou para si, mas recuou no mesmo instante, e, de repente, o ruivo viu uma vantagem em também ser tão temido como o alfa Son.

— Já chega. O circo já passou, agora acabem o almoço de vocês, a não ser que queiram ser todos suspensos. A essa hora já devem ter chamado o diretor. — o alfa Lee moveu as mãos sinalizando para os outros circularem ao passo que os encarava com o olhar que sempre lhe rendeu sua má fama na escola.

Os alunos começaram a dispersar, deixando somente os três ali. A cabeça de Jooheon pendeu para trás num suspiro pesado e ele esfregou o rosto, virando-se para os mais velhos atrás de si. Wonho, cabisbaixo, respirava tão pesado que seus ombros subiam e desciam conforme puxava o ar enquanto Shownu o encarava com uma mínima preocupação estampada em seu semblante, ainda segurando-o firmemente pela cintura. Os dois estavam perigosamente próximos, com os corpos quase colados um no outro, e o Lee observou intrigado quando o ômega colocou a mão sobre o peito do alfa e o empurrou com toda sua força, afastando-se dele o mais rápido possível.

Droga, Hoseok pensou escondendo o rosto corado sob a franja, porque a merda do meu coração tá acelerado? O local onde as mãos de Hyunwoo estiveram formigavam e soltou um bufo alto por ser um maldito de um ômega naquele momento. Maldita vergonha, maldita natureza sensível, maldito alfa Son; ah, o Shin não sabia quem deveria culpar.

— V-vou atrás deles. — perfeito, ele tinha que gaguejar justo agora! As coisas só pioravam. O ômega saiu correndo antes que começassem a lhe encher de perguntas.

Jooheon e Shownu seguiram Wonho com o olhar e, assim que este saiu do refeitório, encararam um ao outro.

— O que foi isso? — o Lee indagou o Son.

— Eu vi a confusão e vim ajudar. — falou como se fosse óbvio.

— Não me refiro a isso. — cruzou os braços e arqueou uma das sobrancelhas, um ar sugestivo adornando suas palavras.

— Eu já entendi, tá? — Shownu confessou sincero, defendendo-se daquele “interrogatório” do menor. — A adrenalina faz isso com a gente.

— Uhum. — estreitou os olhos para o mais velho que revirou os olhos. — Vamos procurá-los.

 

Changkyun torcia para Hyungwon estar onde pensava que estava. Ele nunca se acostumaria em ficar andando naquela ala abandonada, mas faria o mesmo que o Chae: também procuraria um lugar sossegado como esse para chorar caso precisasse. O Yoo mais novo caminhou com cuidado, espiando de sala em sala, até ouvir um tom embargado característico de som de choro. Seguiu os ruídos e acabou entrando na sala cuja a porta parecia ter sido arrancada. Sentado num dos cantos do cômodo, Hyungwon abraçava a si próprio, as lágrimas grossas fluindo de seus olhos fechados, fugando quase sempre e chorando baixo como se não quisesse incomodar a ninguém.

— Hyung... — o mais novo chamou num tom ameno para não assustá-lo. Ah, os olhos vermelhos e a face inchada despertou uma imensa vontade abraçá-lo o quanto antes, mas ele não se deixou ser impulsivo por conta do comportamento evasivo que o outro poderia ter diante sua ação repentina. — Eu vim te ajudar.

— Me d-deixa sozinho, Kyun. — não queria que Changkyun tivesse vindo, seu coração apertava se lembrando da ausência de Minhyuk e até mesmo de Kihyun; com o Yoo mais novo ali consigo só parecia piorar as coisas. — Por f-favor, sai daqui.

— Não. — a teimosia do ômega Yoo soava como a do platinado. — Eu não vou te deixar só enquanto você não estiver bem, Wonnie. — e as palavras dele pareciam ter saído da boca do alfa Yoo, lembrando um pouco do jeito cabeça dura de ser do Yoo mais velho.

Para de me lembrar deles!

Hyungwon apertou a própria camisa com força, amarrotando a parte de cima da farda. Toda a sua estrutura tremia com os soluços silenciosos, o corpo encolhido em posição fetal demonstrava toda a sua fraqueza. Quando Changkyun o acolheu nos braços contra a vontade do Chae, ele enterrou o rosto no pescoço dele e chorou como uma criança desesperada enquanto o mais novo o embalava.

O pequeno ômega fez como seu irmão normalmente fazia para o acalmar: manteve o aperto firme o suficiente, mas não sufocante, e acariciou o cabelo negro com seus dígitos num carinho lento. Vez ou outra, depositava um selar na testa dele mesmo sabendo que ele não estava acostumado com tanto contato físico e ficou feliz por ele não ter se esquivado ao receber o carinho. O balanço calmo com corpo não cessava e Hyungwon largou a camisa para agarrar a sua, passando a buscar mais contato consigo.

— Achei vocês! — a voz de Hoseok soou no recinto. Ele entrou na sala abandonada respirando ofegante, se aproximou dos dois sem ser convidado e aconchegou ambos num abraço protetor. — Tá tudo bem agora, Hyungwon. — os soluços do moreno ficaram mais altos e o Shin apertou o enlaço. — Você não tá sozinho, a gente tá aqui pra você.


Notas Finais


Alô, Alô Graças a deus.
Quem ta gostando das interações? eu amo shaushuahsuhusa
Obrigado por não desistirem de BM.
Estamos realmente ocupadas com os estudos, mas não abandonamos e nem pretendemos abandonar nossa fanfic.
A gente volta com dois caps de presente pra vocês depois do ENEM.
BEIJOS NO CORAÇÃO DE TODOS.
até logo <3
BEIJO DO GORDO


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