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História Blue Neighborhood - I wanna sleep next to you...


Escrita por: CahAGouv

Capítulo 4 - I wanna sleep next to you...


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Um mês atrás, com dezessete anos


Se meu pai me visse saindo uma da manhã de casa, com certeza eu morreria. Por isso que eu saí como se não existissem meios de se fazer barulho. E Deus me ajudou, porque foi sucesso. E, como na manhã meu pai não me via, eu iria direto para a escola… Ele não perceberia que eu havia saído.
De qualquer forma, andei pela noite fria e escura, seguindo rapidamente até o endereço que Jimin havia escrito no pequeno bilhete, com sua letra desenhada e perfeita.
Assim que cheguei ao destino, fui entrando no portão. Era uma casa pequena, mas bem localizada. Um tamanho ideal para alguém que morava sozinho. Andei até a porta, que se encontrava fechada. Bati algumas vezes, escutando um barulho vindo de dentro do local, e a porta sendo aberta em seguida, revelando um Jimin sorridente, com seu cabelo mais arrumado que o normal, mas suas roupas de sempre. Moletom e jeans.
Eu sorri ao vê-lo. Eu abri meus braços, esperando ele se aconchegar em meu peito, exalando seu cheiro sobre mim.
- Kookie, eu realmente achei que você não viria - falou ele.
- Coloquei minha vida em risco, mas não tinha como passar meu aniversário sem você - falei, colocando uma mão em sua cabeça.
Ele sorriu abertamente com minha resposta. E logo após, ele segurou minha mão, me puxando para dentro da casa e fechando a porta.
- É apenas um bolo, ok? Eu só fiz esse mistério de bilhete, e casa diferente, porque sabia que era o único jeito de podermos ficar juntos um pouco - falou ele um pouco envergonhado, andando pelo pequeno corredor da casa, me guiando até a cozinha.
Eu ri de seu jeito envergonhado. Entramos na cozinha, que estava arrumada, com uma mesa pequena com duas cadeiras apenas, e um bolo localizado em cima da mesma. E eu não pude evitar o sorriso que se formou em meu rosto, fazendo com que Jimin sorri-se junto comigo.
Não preciso de nada mais - falei sincero, vislumbrando um Jimin ficar extremamente vermelho.


Nos sentamos no sofá da sala da pequena casa, ainda conversando sobre coisas aleatórias e idiotas. Apesar da hora, eu não me sentia cansado e muito menos com sono. Eu apenas queria continuar com ele.
- Vê isso - falou ele me mostrando o celular, com algumas fotos nossas antigas.
- Da onde saiu isso? - perguntei rindo.
- Não sei, eu encontrei. Provavelmente minha mãe que tirou elas - falou ele passando sua mãozinha em seus cabelos claros.
- Eu senti tanto sua falta - falei, ainda olhando para o celular.
Ele não falou nada. Apenas conseguia ver suas mãos inquietas, fazendo com que o celular em uma delas se movesse para os lados, impaciente, sem saber o que fazer. E então, eu segurei sua mão delicadamente, tirando o aparelho dela, e colocando-o na mesa de centro. Depois segurei sua outra mão, entrelaçando nossos dedos, e puxando-o completamente para mim. Não demorei para beijá-lo. Eu precisava daquela sensação novamente. Precisava de Jimin. Eu o queria tanto… Queria de todas as formas possíveis.
Nosso beijo antes calmo, foi se intensificando. Coloquei uma mão minha em sua coxa, apertando-a minimamente, fazendo com que Jimin soltasse um pouco de ar pesadamente entre seus lábios. E tenho que confessar que aquilo foi bom. Eu gostava do efeito que conseguia causar nele… Então apenas busquei mais reações assim. Enquanto uma mão estava em sua coxa, a outra eu coloquei na lateral de seu quadril, subindo-a vagarosamente por baixo de sua blusa.
- Hey, espera… - falou Jimin, se afastando um pouco.
Eu o olhei, sem entender.
- Eu… Não acho que isso seja certo… - ele falou baixo, envergonhado.
Fiquei olhando-o, tentando entender o que ele poderia estar pensando nesse momento… Queria poder ler sua mente. Mas, me limitei a fazer silêncio, enquanto apenas encarava seu rosto delicado e perfeito, tão próximo ao meu.
- É só que quero que seja algo especial… - ele falou com a voz falha.
Eu sorri, fazendo-o erguer seus olhos para encarar os meus.
- Não há nada mais especial que estarmos juntos… Nada mais especial que ter você aqui comigo, Jimin… E se isso acontecer, sendo com você, não há nada no universo que fará ser mais extraordinário… Porque eu não sei nem descrever meus sentimentos por você - falei, com uma mão em seu rosto - e o que mais quero, é fazer você feliz, Jimin.
Ele esboçou um sorriso mínimo em seus lábios perfeitos, e me beijou. Me beijou com mais intensidade que antes. Sorri entre nosso beijo, assim como ele, partindo nosso beijo para tirar sua blusa exageradamente grande para seu tamanho, me dando visão de seu corpo definido e lindo. Me ajeitei, puxando-o de forma que eu conseguisse ficar por cima. Passei uma mão por seu rosto, acariciando sua bochecha, e sorri… E senti que conseguia passar toda minha sinceridade através desse sorriso, fazendo com que Jimin sorri-se de volta, de forma apaixonante.
- O que foi? - perguntou ele, com as bochechas um pouco rosadas.
- É que você está aqui… E é tudo real - falei, deslumbrado, vendo-o corar mais ainda.
Olhei em seus olhos, e nosso olhar se sustentou… Ele me completa.
Jimin é minha metade.
Eu sei que o que sinto por ele é muito mais que isso, muito mais que algo simplesmente físico… É totalmente emocional. Eu o amo.
Eu o amo…
Beijei seus lábios novamente, enquanto suas mãos adentravam minha camiseta, me causando arrepios com seu toque. Me afastei, para ele poder tirar a peça de roupa, jogando-a para algum canto. Ele mordiscou meu queixo, trilhando um caminho até meu pescoço, enquanto eu desci minhas mãos por seu peitoral, chegando aos botões de sua calça e abrindo-os. Me afastei dele, para poder tirá-la desajeitadamente, e assim que o fiz, tirei a minha também. Comecei a beijá-lo novamente, e suas mãos passeavam em minhas costas timidamente.
Cada sensação nova, a cada centímetro meu que ele tocava… Eu não consigo explicar. Apenas se amplia esses sentimentos, a cada momento, a cada segundo que estamos juntos. Jimin é meu vício… É meu mundo.
Ele se contorcia, mordendo seu lábio com força, soltando gemidos baixos e sofridos, assim como eu, a cada movimento. Em uma sincronia.
Até que senti algo que nunca havia sentido antes na vida. Meus músculos se enrijeceram, e uma sensação de prazer enorme tomou conta de todo meu corpo, me fazendo gemer mais alto, assim como Jimin. Minha respiração acelerou mais ainda, e eu soltei todo meu corpo por cima do seu, exausto. A única coisa que sentia, era sua respiração em meu pescoço, e nossos corações acelerados.
Me afastei, olhando em seus olhos novamente, tirando as mechas de cabelo que caiam em seus olhos. Ele sorriu tímido, e eu retribui o sorriso, beijando-o delicadamente.
Em um momento que eu jamais queria que acabasse.


 

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Se foi a melhor coisa que já me aconteceu? Com certeza. E como eu disse, eu não merecia ele. Jimin é como se fosse um anjo que foi enviado para minha vida. Mas que eu apenas acabei com a dele.
O meu aniversário de dezesseis anos foi o melhor, por causa dele.

 

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Um mês atrás, com dezessete anos


Acordei com meu celular despertando. Já havia passado das sete da manhã. Ou seja, perdi aula novamente. Suspirei deixando isso de lado, porque na verdade, não importava. Eu estava ao lado dele. Ele que dormia serenamente ao meu lado, no chão da sala, abraçado com uma almofada… Com seus cabelos loiros agora quase platinados, bagunçados distribuídos por sua testa… O lençol que cobria apenas até seu quadril, deixando suas costas bem definidas expostas… Sua pele branca e macia… Que eu tinha só para mim nesse instante. Tão perto… Tão lindo e frágil.
Me virei, ficando de frente para ele, levando minha mão em sua bochecha e acariciando-a com dois dedos levemente, para não acordá-lo.
Meu celular começou a despertar novamente, me irritando, e eu desliguei antes que acordasse Jimin, que nem se mexeu, apesar do barulho. Me levantei lentamente, tentando não atrapalhá-lo. Peguei minhas roupas e fui até o banheiro. Nesse momento, meu celular começou a tocar novamente.
A tocar. Era toque de ligação. E não o despertador.
A hora que olhei para quem estava ligando, meu coração gelou um pouco. Era Laurie.
- Alô? - falei, já dentro do banheiro.
- Jungkook? Aonde você está? - perguntou Laurie, num tom de preocupação.
- Eu? Na escola - falei mentindo descaradamente.
- Escola? E como você saiu de casa tão cedo?
- Porque hoje eu quis sair mais cedo, apenas isso - falei, suspirando.
- Eu vim na sua casa para irmos juntos… Seu pai está nervoso - falou ela.
E nesse instante, senti minha mão começando a suar. Meu pai? Ele nunca acordava cedo assim… Ele sempre acordava mais tarde.
- Mas eu já estou na escola, não se preocupe - falei colocando minhas roupas rapidamente.
- Eu te encontro na hora de ir embora, então - falou ela.
- Ok - respondi, desligando o celular em seguida.
Merda. Merda, merda, merda. Por que será que meu pai acordou mais cedo justamente hoje?

 

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Talvez se eu soubesse a resposta daquela pergunta, nada disso teria acontecido. Talvez eu não estaria aqui onde estou, e talvez ele ainda estivesse vivo. E ainda, tudo poderia ser diferente.
Tudo que sei é que, naquele dia, eu saí da casa do amigo de Jimin, deixando ele dormir sossegado. Logicamente deixei um bilhete dizendo que estava indo para a aula, e que ele não precisava se preocupar.
Mas, aquele dia só tinha tendência de piorar.
Enfim, eu fui para a escola por causa de Laurie. Mas eu não entrei na aula, apenas fiquei sentado embaixo da árvore favorita de meu anjo.
No horário de saída, que começou tudo a ficar um inferno. Laurie resolveu aparecer lá na escola, sim. Acompanhada de meu pai.

 

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Um mês atrás, com dezessete anos
- Jungkook - falou meu pai, já com a voz um tanto alterada.
- Oi - falei, com a voz baixa.
- Você estava aonde, que não estava em casa essa manhã? - perguntou ele, com as mãos fechadas em punhos.
Eu não queria brigar ali. Estavamos na frente da escola, e várias pessoas estavam saindo, dando risadas, conversando… Por que ele tinha que fazer isso aqui? Na frente de todo mundo assim? Na frente de Laurie, que não tem nada a ver com qualquer coisa que acontece…
- Eu já falei, apenas resolvi vir para escola um pouco mais cedo - falei olhando-o.
- Não minta pra mim. Eu sei onde você estava, moleque… Eu sei que estava com aquela peste daquele seu amiguinho - falou ele, gesticulando com as mãos.
- E se for isso mesmo… O que tem a ver com isso? - perguntei.
Ele me segurou pelo braço com força, me puxando.
- Vamos embora - falou ele nervoso.
Laurie apenas ficou parada, olhando enquanto meu pai me arrastava para dentro do carro, nervoso. Abriu a porta e me jogou no banco do carona, fechando a porta com força. As pessoas estavam olhando e já comentavam sobre aquilo. Eu não sei o que sentia… Se ódio daquele velho idiota, ou estresse porque as pessoas não cuidavam de suas próprias vidas.
Segurei no local que ele apertou, e latejava de dor, e havia ficado vermelho.
- Só pode ser brincadeira - falou meu pai alto.
- O que? - perguntei alto.
Ele olhava fixamente para algum ponto. E eu segui seu olhar. Ele encarava Jimin, que estava parado perto do portão da escola, nos olhando. Meu pai rosnou, fazendo menção de sair do carro.
E eu sei que se ele saísse daquele carro, ele faria mal a Jimin.
Segurei o braço do homem furioso, e ele me olhou.
- Vamos embora - falei firme.
- Eu vou matar vocês dois ainda - falou ele, segurando minha mão.
- E por que? Por que vai me matar? Por que você não pode descontar em ninguém mais a sua raiva? Vai matar o seu próprio filho? Por que tem raiva de mim? - perguntei tentando não chorar.
Ele me olhou, e sua raiva foi embora por um mísero segundo. Mas logo voltou.
- Não tive um filho homem para ele se tornar um gayzinho, por causa de uma bicha que conheceu na rua - falou ele, cuspindo ódio em minha cara.
Eu não podia acreditar que ele havia dito aquilo. Não conseguia acreditar que aquela pessoa que brincava comigo quando eu era pequeno, que montava meus barquinhos de brinquedo… Que cuidou de mim quando minha mãe foi embora, que me ajudou nas tarefas difíceis da escola.
- Então me mate… - falei.
Ele ficou me encarando por vários minutos.
- Você não é meu filho - falou ele baixo.
Mas aquelas palavras doeram mais do que qualquer soco que eu já havia levado dele. Ele me soltou, virando para frente.
- Pode ir embora - falou por fim.
Eu apenas peguei minha mochila e saí do carro. Antes que eu pudesse fechar completamente a porta, meu pai saiu acelerando o carro, fazendo o maior barulho de pneu cantando.
Laurie me olhava assustada, com os olhos cheios de lágrimas. Jimin me olhava de longe, encolhido.
Agora ele entendia… Que todo o problema que acontecia comigo, era por causa dele. Laurie se aproximou de mim, me abraçando.
Não retribui seu abraço, ainda olhando Jimin, que agora estava com a cabeça baixa. Logo ele se virou e começou a andar para mais longe.
E a cada passo, era uma dor diferente em meu coração.

--
Foi o melhor dia de minha vida por causa de Jimin.
Mas o pior dia pelo que aconteceu depois.
E, esse dia, foi o que me trouxe aqui hoje. Porque desde então, faz um mês que não vejo Jimin. Faz um mês que não vejo meu pai. Faz um mês que estou morando sozinho. Um mês que venho pensando o que merda estou fazendo no mundo ainda…

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Um mês atrás, com dezessete anos
Meu celular começou a tocar, e eu estava sem um pingo de coragem de atendê-lo. Estava apenas sentado no banco de uma praça qualquer, com a cabeça entre as pernas. Toda hora que ele parava de tocar, começava de novo, e era um número desconhecido. Começou a tocar novamente, e dessa vez resolvi atender.
- Alô - falei, sem tirar minha cabeça da posição que se encontrava antes.
- Sr. Jeon Jungkook? - perguntou uma voz pesarosa.
- Sim…
- Eu receio de tenho péssimas notícias… Seu pai sofreu um acidente de carro enquanto retornava para casa… E infelizmente ele não suportou - falou o cara no telefone.
Mas naquele momento, eu já não estava ouvindo mais o que ele dizia. E a única coisa que se passava pela minha cabeça era: meu pai está morto.
Morto.
Depois de tudo que ele me disse. Depois de tudo que eu disse.
- Sr. Jeon? Está ouvindo?

 

Continua...

 


Notas Finais


HEEY
Esse foi tenso, ein?
O que acharam?
Tadinho do Jeon, eu sofro escrevendo essas coisas...
Gente, espero que vocês esteja gostando. A fic não está dando uma super repercussão,
mas fico feliz que tem gente que lê e gosta <3
Obrigada por isso.
O próximo capítulo é o final...
Talvez eu vou fazer mais, dependendo... De uma forma diferente.
Espero que tenham gostado...
XoXo. 💙


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